Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

História da principal Praça de Fortaleza


A Praça do Ferreira foi principal logradouro de nossa Capital durante todo o Século XX, a Praça do Ferreira, que partindo do antiquíssimo Beco do Cotovelo, foi transformada em uma praça que a princípio foi chamada de Feira Nova. Teve também a designação de Largo das Trincheiras; em 1859 Praça Pedro II e depois de urbanizada em 1902 na gestão do intendente Guilherme Rocha recebeu o nome de Jardim Sete de Setembro, que não era na verdade o nome da praça, mas da parte urbanizada, pois antigamente cada praça tinha um nome e seu jardim tinha outro. Em 1881, após a morte do Boticário Antônio Rodrigues Ferreira, a Câmara Municipal deu ao logradouro o nome de Praça do Ferreira em sua homenagem, mas em 1890 o Conselho da Intendência achou por bem retirar os nomes de pessoas de todas as ruas, avenidas e praças da cidade, recebendo as ruas numeração e as praças nomes como a Praça Municipal, novo nome da nossa Praça do Ferreira, mas durou pouco e no mesmo ano volta a velha nomenclatura.

A vista antiga foi publicada no livro "Brasil", do fotógrafo Peter Fuss, editado em Berlim com o apoio do Touring Club do Brasil, em 1934 e mostra a Praça do Ferreira vista de cima do Excelsior Hotel no sentido sudeste, vendo-se, além da Coluna da Hora, bancos e jardins, o canto do cruzamento da Rua Pedro Borges com Rua Floriano Peixoto, que tem na esquina a loja "A Cearense", vizinha à Padaria Lisbonense.

Além da Praça do Ferreira a vista mostra coisas interessantes como - direcionando-se a visão da esquerda para a direita - vemos as costas do prédio da Companhia Telefônica, por trás dela um circo armado, a Praça dos Voluntários com o velho prédio do Liceu do Ceará; mais ao longe a Igreja da Piedade e o Colégio Dom Bosco; o Colégio Cearense do Sagrado Coração; a Igreja do Coração de Jesus; o prédio do Pio X; o mosteiro dos frades capuchinhos; o prédio da Associação dos Chauffeurs do Ceará; o quartel da Polícia Militar e mais distante os morros de Paupina, Ancuri e Itaitinga.

A foto mais recente, tirada do mesmo local, mostra quase o mesmo ângulo já com muitas diferenças, ocorridas nesses 67 anos. Devemos sem dúvida agradecer a gentileza do Dr. Janos Fusezzi Júnior, cônsul da Hungria, herdeiro de Emílio Hinko e residente no 3º andar do Edifício Excelsior, sem a qual não nos seria possível conseguirmos a foto do mesmo ângulo da antiga. O fotógrafo foi Osmar Onofre.

As lojas que circundam a praça já são outras excetuando-se a "Leão do Sul", que ali está desde a década de 1920. À distância já vemos pouca coisa, pois os prédios de concreto armado ou "cidade vertical" formam um tapume que nos impede ver o que víamos antes, mas na brecha entre os edifícios vemos ainda a Igreja do Coração de Jesus - que já não é mais a antiga que ruiu em 1957 e foi demolida - e nada mais. Os prédios que nos impedem de ver a paisagem são o Edifício Portugal, que fica no primeiro quarteirão da Rua Pedro Borges; por trás dele o edifício do INAMPS (antigo IPASE), na Praça dos Voluntários; o Palácio da Imprensa (edifício Perboyre e Silva, da ACI), o da Seguradora Brasileira e o edifício Raul Barbosa, que foi sede do Banco do Nordeste do Brasil - BNB.

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PRAÇA DO FERREIRA DE ONTEM (1940) E DE HOJE (1991)

A praça do Ferreira em 1850 era apenas um largo de areia frouxa com alguns cajueiros rodeada de casebres beira-e-bica onde se destacavam apenas os sobrados do comendador Machado, construído em 1825 e o do Pacheco, de 1831, que depois foi sede da Municipalidade. O prédio do Ensino Mútuo ficava na esquina onde hoje fica a Caixa Econômica Federal. Havia na praça o "beco do cotovelo", com casas em diagonal, que foi derrubado por Antônio Rodrigues Ferreira, o boticário que chegou a governar a cidade como presidente da Câmara Municipal. Por isto hoje a praça tem seu nome. A praça foi Feira-Nova, Pedro II, da Municipalidade e é do Ferreira desde 1871.

Em 1902 foi urbanizada pelo então intendente Guilherme Rocha que nela fez o Jardim 7 de Setembro. Já existiam os cafés nos quatro cantos. Em 1920 a praça sofreu nova reforma, desta feita na administração de Godofredo Maciel, que retirou os quiosques e mosaicou toda a praça, fazendo vários jardins e colocando um coreto sem coberta. Em 1923 foi colocado outro coreto, este coberto. Em 1933 Raimundo Girão derrubou o coreto e levantou a Coluna da Hora. Em 1949 Acrísio Moreira da Rocha construiu o Abrigo Central. Em 1966 José Walter sem nenhuma consulta popular derrubou a Coluna da Hora e o Abrigo Central e construiu uma praça grosseira, que foi imposta ao povo que nunca a aceitou. Depois a praça foi reconstruída em 1991 pelo prefeito Juraci Vieira Magalhães.

As fotos: a primeira é de 1934, quando o Excelsior Hotel e o Edifício Granito eram novinhos em folha, os bancos da praça eram extensos, o edifício São Luiz ainda não havia sido iniciado, funcionando em seu lugar a Casa Amadeu, e o quarteirão da Rua Guilherme Rocha ainda existia. A Segunda foto é da década de 1940, quando o edifício São Luiz já estava em construção, mas o quarteirão da Guilherme Rocha já não existia e o Abrigo ainda não havia sido construído e os bancos da praça já eram menores.
A terceira foto é da época da odiosa praça do José Valter, de caixotes enormes de concreto e foi batida por Nirez; a última foto é do fotógrafo Osmar Onofre, com a praça de Juraci Magalhães e a nova iluminação.

RUA MAJOR FACUNDO NA PRAÇA DO FERREIRA

A foto antiga data do inicio do século passado. Mostra uma cidade pacata, com todas as características de uma cidade de interior, com a tranqüilidade de seus habitantes e seu comércio com pouco movimento. Ruas calçadas com pedras toscas, esgotos cobertos com tábuas, trilhos dos bondes de tração animal, calçadas irregulares tanto na largura como na altura, ausência do meio-fio, postes de madeira, alguns de ferro, combustores de iluminação a gás carbônico e ausência completa de carros.

Trata-se do quarteirão da Rua Major Facundo na Praça do Ferreira, aquele onde hoje fica o cine São Luiz. Na esquina ficava o "Malson Art-Nouveau", logo após a Agência de Loterias Nacionais, seguindo-se "O Menescal" e outras lojas que não é possível identificar na foto. A "Maison" surgiu em 1907, era café, bar, confeitaria além de vender artigos para copa e cozinha. O proprietário era Augusto Fiúza Pequeno e José Rola. Foi por trás desta loja que funcionou, em 1908, o primeiro cinema da Fortaleza, o cinematógrafo do italiano Victo Di Maio. No mesmo local estiveram depois a "Maison-Riche", o Restaurante Chic, A Pernambucana, a "Broadway", a Rouvani e depois a Tok-Discos.

A Segunda foto é da praça do prefeito José Walter, quando ainda havia passagem de carro pela Rua Major Facundo. Nada do que existia na foto antiga existia mais a não ser o céu e o subsolo, ambos já bastante poluídos. Já existia a Tok-Discos, seguida de estabelecimentos comerciais dos mais variados.



A foto mais recente, colhida pela objetiva de Osmar Onofre, mostra uma praça bem melhor que a da segunda foto, com este calçadão para os pedestres e os postes da nova iluminação. A poluição continua e por falar em poluição, o centro de Fortaleza está um inferno em poluição sonora. Além das lojas vendedoras; de discos, os alto-falantes nas lojas em geral chamando os clientes e os odiosos carros com serviços de som e o que não entendemos, o serviço de alto-falantes nos postes com o falso nome de "FM Centro", autorizado pela Prefeitura que assim rasga o próprio Código de Obras e Posturas.

PRAÇA DO FERREIRA - JARDIM SETE DE SETEMBRO

A Praça do Ferreira era antigamente o "beco do cotovelo" cortando o campo em diagonal. O resto era uma grande área de areia de tabuleiro com alguns cajueiros, rodeado de pequenas casas, destacando-se apenas os sobrados do comendador Machado e do Pacheco. Nascido em 1801, chega em 1825 a Fortaleza como caixeiro de Antônio Caetano de Gouveia, o boticário Antônio Rodrigues Ferreira, que fundou uma botica que era onde fica o Duda Burgher.

Em 1842 foi eleito presidente da Câmara Municipal e como tal aumentou as ruas de Fortaleza dando-lhes um traçado antes defeituoso.

Acabou com o "beco do cotovelo" criando a praça que no início foi chamada de Feira Nova e hoje tem o seu nome. Ele morreu em 1859, sendo sepultado no Cemitério de São Casemiro, onde hoje é a estação central da RFFSA, sendo seus restos trasladados em 1880 para o Cemitério de São João Batista. Em 1871 a praça passou a denominar-se Praça do Ferreira.

Em 1902 houve a primeira urbanização da praça, com a construção de um jardim cercado de colunas entremeadas de grades de ferro ocupando pequeno espaço em frente ao hoje Cine São Luiz. É deste jardim que trazemos a foto mais antiga, vendo-se, ao fundo, de costas, o café Elegante, que ficava de frente para o cruzamento da Rua Pedro Borges com Rua Floriano Peixoto.

O jardim inaugurou-se no dia 7 de setembro de 1902 e passou a denominar-se "Jardim 7 de Setembro". Era realmente um belo jardim, como pode ser visto na foto.

A Segunda foto é da praça de terrível mau-gosto implantada em 1967 pelo então prefeito José Walter Cavalcante, cheia de blocos de concreto que servia de trincheiras no caso de uma revolta.







A terceira foto é felizmente da administração de Juraci Magalhães que em 1991 demoliu o "monstrengo" e construiu a atual praça.







Coletânea de Fotos antigas da Praça do Ferreira

Postal 1934, vendo-se o Excelsior Hotel
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Década de 50
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Anos 30
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Foto de data desconhecida
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Coluna da hora década 50
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Anos 30. Postal raro, vendo-se um desenho de avião na praça do Ferreira
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1936. Panorâmica da Praça do Ferreira, vista do alto do Excelsior
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1934. Foto Sales. Excelsior Hotel

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1934, construção da Coluna da Hora. Ao fundo os cinemas Moderno e Majestic
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Postal de 1925
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Crédito: Fortaleza de Ontem e de Hoje/Portal da História do Ceará de Gildácio Sá e fotos de diversas pesquisas pela internet

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O passado de Fortaleza retratado em fotos de época

Anos 30 - A cidade esperava a visita do ministro J. Americo de Almeida
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Barra do Ceará - Anos 30

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Praia do Meireles - Anos 30

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Anos 30 - Volta da Jurema

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Ancoradouro na Belle Epoque
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Aldeota

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A loja Torre-Eiffel 'A Fortaleza dos anos 40'
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A badalada Praia do Futuro de hoje, estava bem deserta nos anos 50
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1939. Rara foto da praia do Meireles e Mucuripe ao fundo - Aba Film
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Beira-Mar 1939
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1937 Cine Moderno, durante a projeção do Filme Lampião

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1936. Panoramica da praça do Ferreira, vista do alto do Excelsior
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1936 Mucuripe - Foto Sales
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1935 registro raro do Mucuripe
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1934 Foto Sales - Excelsior Hotel
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1934, construcão da Coluna da Hora. Ao fundo os cinemas Moderno e Majestic
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1933 Getulio Vargas visita Fortaleza
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Praia de Iracema - 1931
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1931 - Postal vista da cidade, Praça José de Alencar e Lagoinha
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1931, Postal da Antiga Catedral
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Panorama de Fortaleza - 1931
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1930, Vista do Seminário da Prainha
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1930
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1927 - Primeiro avião a pousar em Fortaleza, foi em Iracema, O 118 da Latecoére
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1925 - Postal Praça do Ferreira
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1912 -Passeata em prol da candidatura de Franco Rabelo à presidência do Estado
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1900 - Casa Boris, Porto e Alfândega
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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Clube Iracema



Em 1939, o Iracema inaugurou sua sede própria, na Praça dos Voluntários.

A exportação do algodão, acelerada a partir de 1860, enriqueceu Fortaleza. Um crescimento populacional acompanhou esse progresso econômico e cultural. De 16.000 habitantes daquele ano, a cidade, em trinta anos, mais que duplicaria sua população, contando com 35 065 habitantes, no final de 1890. Daí surgiu uma classe média, mais esclarecida e atuante politicamente. A década de 1880 a 1890 foi de grandes transformações sociais, começando com a libertação da escravatura em toda a Província do Ceará, no ano de 1884. Após a Guerra do Paraguai, o país sofreria uma sequência de crises políticas conduzindo à decadência e fim do regime imperial, com a implantação da República, em 1889.


Rara foto do Salão principal do Restaurante do Clube Iracema, no Palacete Ceará em 1924.

Restaurante do Clube Iracema 1924

Naquele ano de 1884, no dia 28 de junho, fundou-se o Clube Iracema, motivado por uma reação democrática ao exclusivismo do aristocrático Clube Cearense. Durante vinte dias, um grupo de jovens comerciantes e intelectuais preparou o baile inaugural que seria realizado no dia 19 de julho. Entre seus fundadores estavam: Francisco Perdigão de Oliveira, Francisco Theóphilo Gaspar de Oliveira, João Barros, Francisco Carneiro Monteiro, os irmãos Antônio e Joaquim Costa Souza, João Guilherme da Silva, W. Aires, José Marçal, Antônio Martins Junior - o cronista Pery- e Papi Junior, tendo este último, sugerido o nome da nova sociedade recreativa.


Carnaval no Clube Iracema - Acervo Sérgio Roberto

Carnaval no Clube Iracema - Acervo Sérgio Roberto

A primeira sede foi instalada em um sobrado, na esquina das ruas Senador Pompeu e Guilherme Rocha. Um ano depois, o Iracema absorveria o “Reform Club” - uma sociedade literária de empregados do comércio - e então, sediada na Rua Formosa, hoje Barão do Rio Branco, onde tempos depois se instalaria a Faculdade de Farmácia e Odontologia


1930. Acervo Sérgio Roberto

Contava em suas dependências, com um pequeno teatro. Com sua origem reivindicatória político-social, tornou-se o Clube Iracema um importante centro de atividades reformistas, liderando campanhas para a emancipação dos escravos e a proclamação da Republica. Nesse clube nasceu o Gabinete de Leitura, o Instituto do Ceará, a Fênix Caixeiral, a Academia de Letras, a Padaria Espiritual, as sociedades abolicionistas Perseverança e Porvir e a Libertadora Cearense.


Festa realizada no 2º andar do prédio em 1930. Acervo Sérgio Roberto

Mas... plus ça change , plus c’est la même chose - isso tanto mais muda, mais fica a mesma coisa. Com o fechamento do Clube Cearense, na passagem para o século XX, o Clube Iracema absorveu a antiga elite econômica fortalezense, que se unindo àquela jovem associação laboriosa e inteligente, adaptou-se aos novos tempos, confirmando sua privilegiada posição social na cidade. O Iracema, como se escreveu na época, tornou-se um ateneu das actividades culturais que nobilitam a sociedade de nossa terra. Festas beneficentes, sessões literárias, concertos e recitais abrilhantavam seus salões, onde se amiudavam os refinados bailes e partidas dançantes. Ali se apresentaram Arthur Napoleão, Dalmau, Galiani, Landário Teixeira, Vicenzo Cernicchero, Alberto Nepomuceno, Ciro Ciarlini, Joaquim Franco, Moreira de Sá, Frederico do Nascimento e outros insignes músicos. Também ali se exibiram a Prima-dona Sidônia Springer e os barítonos Cesare Baracchi e Dominici. O Clube Iracema tornou-se uma legenda na cidade, sem equivalentes, até 1913, quando, então, surgiu o Clube dos Diários. Simbolizava o refinamento na convivência social, a solicitação da inteligência e beleza na alegria do viver. Por muitos anos, o Iracema ocupou vários casarões no centro da cidade. Em 1922, sediou-se no Palacete Ceará, na Praça do Ferreira, hoje ocupado pela Caixa Econômica Federal.

Palacete Ceará - Teve dias e noites de glória, sediando o Clube Iracema.  
Palacete Ceará, foi construído no início do séc. XX

No réveillon de 1939, o Iracema inaugurou sua sede própria, na Praça dos Voluntários. Sua linha arquitetônica traduz um dos mais belos exemplos do “art déco” da cidade. Em 1947, esse prédio foi desapropriado pela Prefeitura Municipal, para ali instalar seu centro administrativo. Depois o clube foi incorporado ao Clube dos Diários na Associação Clube dos Diários - Iracema.

Foto de 1922. Reorganização da Academia Cearense de Letras, no Palacete Ceara 
(Clube Iracema).

O Clube Iracema foi fundado pelos "graúdos do comércio". Nasceu, então, uma rivalidade entre os sócios do Iracema e do Cearense, competindo na ostentação dos desfiles carnavalescos. O Club Iracema privilegiou as atividades culturais, registrando em seus salões intenso movimento artístico-literário.


Carnaval Clube Iracema em 1935 - Acervo Sérgio Roberto

Dançarinas Espanholas. Bloco do Clube Iracema - Acervo Sérgio Roberto

Acervo Sérgio Roberto

Saiba mais:


No dia 28 de Junho de 1884 surge mais um clube diversionário em Fortaleza, o Clube Iracema, fundado naquele dia.
Inaugurou-se no dia 19 de julho.
Funcionou no início em prédio na esquina da Rua Senador Pompeu com Rua Guilherme Rocha (atualmente Edifício Santa Elisa).
Mudou-se depois para a Rua Barão do Rio Branco nº 1321, onde foi depois a Faculdade de Farmácia e Odontologia, Faculdade de Comunicação, uma loja do Grupo Romcy e hoje é uma agência do Banco do Brasil.
Depois mudou-se para o Palacete Ceará e posteriormente para prédio próprio na Praça dos Voluntários, o Palacete Iracema que foi vendido para a Prefeitura Municipal que hoje nele abriga seu setor de finanças.
Depois uniu-se ao Clube dos Diários, tendo o nome de Clube Diários-Iracema com sede na Praia de Iracema na Avenida Beira Mar nº 2120.



Fonte: Portal do Ceará- Gildácio Sá 

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