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Arquivo Nirez |
"Época do Asilo de Alienados São Vicente de Paulo, conhecido como Asilo de Parangaba, sofrimento de mentes e corações. O tenebroso hospício, construção secular com paredes de quase meio metro de largura, deprimia a quem ali entrasse. Gritos lancinantes, risadas histéricas, choros copiosos e palavrórios agitados extremavam o horror.
Uma ala de celas gradeadas, pisos imundos de tijolo de barro, em penumbra e com extenso corredor, completava o máximo da degradação, impossível de imaginar por quem não a conheceu. Naqueles vãos, verdadeiros farrapos humanos, alguns com pulsos e tornozelos atados por cintas de couro, inertes ou agitados, deitavam-se no piso, depois de tratamento com choques elétricos. Era o espaço dos classificados como loucos bravos.
Na lateral dessa área, isolado, via-se um pátio de verdes mangueiras, cajueiros e palmeiras imperiais. Local sombreado, ventilado, com calçadas e bancos de cimento. Seria ambiente agradabilíssimo, não fosse o sofrimento das pessoas ali confinadas. Umas vagando, atabalhoadamente, sem objetivo. Outras, paradas em pé, sentadas nos bancos ou no chão, falando, gritando, chorando, rindo ou emudecidas. Algumas mais, com olhar de espanto ou de tristeza, em busca do nada no infinito. Ou, quem sabe, talvez da razão de suas desgraçadas vidas, perdidas na própria mente ou nas daqueles buscadores de suas curas ou alívios. Sofreguidão menor havia para eles, chamados loucos mansos, livres de impulsos energéticos. Semelhantes a autômatos ou zumbis, chegavam a ser levados, por um enfermeiro, para assistir missa na Capela do Asilo, igrejinha existente na esquina das avenidas João Pessoa e Carneiro de Mendonça, defronte ao antigo Bar Avião. Ao trafegar por ali, vivifico as tristes imagens assistidas durante as ações sociais encetadas, nos anos sessenta, pelo humanitário coronel João Olímpio Filho e um grupo de voluntários. E pergunto-me: onde e como são tratados os indigentes de hoje padecentes da trágica enfermidade? Existirá ainda o hediondo choque elétrico como terapêutica? "
Geraldo Duarte
(advogado, administrador e dicionarista)
Tudo teve início no dia 1º de março de 1886 quando o vice – provedor da Santa Casa de Misericórdia, o comendador Severiano Ribeiro da Cunha inaugurou o Hospital Psiquiátrico São Vicente de Paulo, o chamado “Asilo dos Alienados”. Logo após, Dr. Meton da França Alencar, nomeado o primeiro médico da instituição foi quem lutou ao lado das irmãs de caridade filhas de São Vicente para o hospital funcionar. Já no final dos anos 60, o provedor Miguel Gurgel do Amaral reformou totalmente o prédio, destruindo as celas e construindo enfermarias.
Desde então começava um novo tempo. O pontapé inicial era dado com a contratação de médicos, enfermeiros e assistentes sociais.
Na gestão do Coronel Lívio França, mudanças nos campos técnico e administrativo foram implementadas. Logo após, entre os anos 1997 – 2000, durante a administração do provedor General Torres de Melo, o Hospital São Vicente de Paulo iniciou uma nova revitalização intensificada. Hoje, 124 anos depois, o que antes era chamado de “Asilo dos Alienados” se transforma em Hospital São Vicente de Paulo. Tudo graças a união de 11 Psiquiatras, três Psicólogos, três Terapeutas Ocupacionais, três Assistentes Sociais e um Clínico Geral.
Também fazem parte da equipe uma Nutricionista e um Farmacêutico. Além de seis Enfermeiros e 36 Auxiliares de Enfermagem. Todos esses profissionais aliados a perseverança do Coronel Francisco José de Andrade Bomfim, atual Diretor Administrativo do hospital, fazem a mudança do conceito de psiquiatria na Parangaba.
O São Vicente de Paulo é composto por 140 leitos, divididos em 40 femininos e 80 masculinos.
Na instituição, os pacientes desfrutam de seis refeições diárias, tratamento clínico com diversos
profissionais ligados a área da saúde, brincadeiras e palestras. Além disso, eles participam também de exposições e diversas atividades, tendo suas obras expostas nas alas do hospital. “São pequenos gestos que nos movimentam”, declara Coronel Bomfim, falando de uma carta de agradecimento da família de uma ex-interna.
O São Vicente de Paulo faz parte de um grupo onde estão inclusos a Santa Casa, o Cemitério São João Batista e a Funerária de Fortaleza. Para o hospital, o futuro apresenta-se com boas perspectivas, pois aos 124 anos, renova e adequa-se mais uma vez às novas regras de modernos tratamentos interdisciplinares à portadores de transtornos mentais. Afinal, o São Vicente de Paulo, segue o que diz a lei 10.216 de 06 de abril de 2001: “o respeito, a cidadania e individualidade do paciente, visam a sua reinserção na comunidade e na família”.
Com o objetivo de proporcionar à sociedade mais opções de atendimento às demandas dos serviços de saúde, foi feito o aproveitamento do enorme potencial da área construída existente no hospital. Tudo se transformou no Centro de Tratamento Integrado Elisa Diogo Rodrigues (CTI Parangaba). São consultórios, clínicas e ambulatórios que oferecem à comunidade serviços médicos, complementares da área médica e dentários a preços populares.
Asilo de Alienados São Vicente de Paulo, no Ceará do Século XIX:
Segundo o atual Diretor do Hospital São Vicente de Paulo, Coronel Bonfim, em conversa informal realizada em 2005, o hospital passou por uma de suas maiores reformas estruturais durante o Regime Militar, com a perspectiva de ampliar e melhorar o atendimento ao paciente com sofrimento mental.
Tal reforma pode ter ocasionado, por sua vez, a destruição de documentos essenciais para reconstrução da historicidade do Hospital, no advento de sua inauguração e nas décadas posteriores, prejudicando na preservação de sua memória. Os prontuários, por exemplo, uma grande ferramenta para compreensão do perfil e do tipo de atendimento dado aos pacientes que
ingressavam no Hospital foram completamente destruídos. A ausência deste registro de memória se, por um lado dificulta a reconstrução de dada época, por outro, poderia ser problematizada a partir de sua própria destruição. Coincidência ou não, os Hospitais Psiquiátricos durante a década
de 1960 foram alvos de profundas críticas e denúncias de segmentos sociais em geral e médicos, especificamente, conhecido como a Reforma Anti-manicomial. Esta poderia ser uma das muitas hipóteses que justifica a ausência de documentos internos do Hospital.
Historiograficamente, tal situação provoca uma profunda lacuna na investigação porque dificulta a compreensão de quem eram os homens e mulheres considerados alienados no Ceará no Século XIX. Contudo, a prática historiográfica ensina que o exercício de garimpagem dos variados materiais documentais é realizado nas entrelinhas e nos cruzamentos de informações.
Este artigo propõe-se a reconstruir uma parte da História da Loucura no Ceará deste período através da inauguração do primeiro hospital voltado para a alienação, o Asilo de Alienado São Vicente de Paulo, como forma de responder às questões preliminares como: quem eram os indivíduos considerados alienados e quais interesses e relações de poder estiveram inserido o asilo de alienado.
Construído em 1886, o Asilo de Alienado São Vicente de Paulo atendeu a uma ampla demanda correspondente a toda a Província do Ceará. Localizado no distrito de Porangaba inicialmente denominado de Arronches, ele representava um lugar estratégico, pois o distrito representava uma ponte entre Fortaleza e o Sertão. A questão da espacialidade da construção do asilo torna-se uma problemática importante a ser destacada para analisarmos as redes de relações sociais da época.
Fortaleza, como capital da Província, concentrou desde sua colonização vários centros de poder, como o pelourinho, a cadeia pública, a câmara municipal. Todos eles estavam situados em um mesmo espaço, que corresponde o atual centro da cidade no raio de abrangência que compreende desde o cemitério São João Batista até aproximadamente a Praça Coração de Jesus e circunvizinhanças. Esta área é considerada pela historiografia o coração da cidade não só pelo sentido político-administrativo, mas pelas práticas cotidianas, tendo em vista a sociabilidade intensa de lazer e comércio exercida pela circulação de indivíduos de várias condições sociais. O que não significa dizer, entretanto, que aqueles de menor ou quase nenhuma situação financeira, fossem tolerados. Em períodos críticos vivenciados pela seca, eles representavam incômodo às elites, como ocorreu na seca de 1877-79.
A construção do Asilo de Alienados estava situada em outra perspectiva espacial. Localizada a 7 km e 200 metros ao sudoeste de Fortaleza, Arronches na década de 1870 ainda conservava traços culturais de uma aldeia indígena e era considerada distante de sede da Província. Através de narrativas de contemporâneos como a crônica de Antônio Bezerra e a poesia de Juvenal
Galeno, a localidade era destacada por seu ambiente agradável e bucólico destacando-se, neste cenário, a Lagoa de Parangaba.
Ainda na primeira metade da década de 1870, há registros sobre a necessidade da criação de um asilo para alienados. Em 1874, o Visconde de Cauhipe, pessoa de grande reputação entre seus pares, tendo exercido as funções como Tenente Coronel e Vice-Provedor da Santa Casa de Misericórdia, demonstrou interesse em construir um espaço destinado aos loucos depois de ter contemplado, errante e perseguida, andrajosa e faminta, uma pobre louca nas ruas desta cidade.
Para Guilherme Studart, o asilo de alienados foi produto de sua criação.
Surgia assim a ideia de construção de um local para abrigar loucos para a província o qual não era algo inovador ou extemporâneo à realidade nacional, tendo em vista que o primeiro asilo com tal finalidade já tinha se efetivado ainda na década de 1850, quando da construção do Hospital D. Pedro II. Ao contrário, se considerarmos que o asilo no Ceará apresentou uma grande distância
temporal, datada em sua inauguração de mais de 30 anos após a instalação do primeiro em território brasileiro, perceberemos um atraso na sua concretização. Antes da construção do Asilo de Alienados São Vicente de Paulo, os loucos ficavam espalhados em outros espaços. Via de regra, em Fortaleza, quando não estavam vagando a esmo pelas ruas da cidade, estavam concentrados na Cadeia Pública ou na Santa Casa de Misericórdia. Desta forma, o perfil essencial do alienado no Ceará em fins de Século XIX era o indigente e o criminoso.
As fontes trabalhadas, sobretudo a dos jornais, cumprem em parte a função dos prontuários inexistentes que retratamos anteriormente, principalmente no que se refere ao público internado no asilo de alienados. Nesse sentido, O Libertador e O Cearense noticiaram pequenas notas em que demonstravam serem os indigentes e as pessoas em geral das classes menos favorecidas
que foram o público alvo do Asilo. A questão da alienação enquanto tema abordado nas fontes apresenta-se de maneira pontual e descontínua. Ela aparece diluída nos episódios cotidianos da cidade e da província, não se constituindo em um material volumoso ou permanente. Mesmo em épocas de flagelo em que a sociedade presenciou casos de situações limites podendo ser nomeada de alienação, a documentação ainda é residual. Contudo, foi através dos episódios da seca de 1877-79 a partir de seus efeitos de grande caos social que, não só o asilo tornou-se uma necessidade, como outras instituições com o mesmo perfil.
É bastante significativo observar que meses antes da inauguração do Asilo de Alienados São Vicente de Paulo, não havia ainda sido contratado um médico alienista para dirigir o Asilo. Também é significativo analisar que o médico que cumpriu a função de diretor foi um clínico geral, não tendo uma formação ou especialização em Psiquiatria. Estes indícios permitem-nos analisar que os espaços de disputa de poderes observados por uma historiografia mais geral não se fazia presente da mesma forma no Ceará. Entretanto, não queremos afirmar que não houvesse um cenário de poderes no que se refere à tutelagem do louco no Ceará. Ele havia, mas estava situado em outra direção.
O Asilo de Alienados São Vicente de Paulo, desde sua inauguração até hoje, estava sob a administração direta da Santa Casa de Misericórdia. E com tal vinculação, ele atendeu a outras demandas e interesses sociais. Uma instituição com finalidade médica, como um Hospital Psiquiátrico, veiculada à outra instituição religiosa não era uma prática rara no Brasil. Ao contrário, o próprio Hospital de Alienados Dom Pedro I, no momento de sua inauguração e durante anos, pertenceu à Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Entretanto, internamente, houve durante os últimos anos do fim do Império conflitos entre
dois segmentos: os médicos e as irmãs superioras, responsáveis pela administração nos quais os médicos reivindicavam a separação do Hospital da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Em um deles, o clima de tensão tornou-se mais evidente em 1882, quando o médico Nuno de Andrade foi demitido da direção do serviço sanitário do Hospício de Pedro II, por criticar o poder e as funções exercidas pelas irmãs de caridade, propondo ao hospital uma nova regulamentação. (ENGELS, 2001, p. 241).
No Ceará, não apenas não há registro de conflitos ou indisposições entre os poderes médicos e religiosos, como a Igreja Católica – através das Irmandades – possuía maior poder que a própria figura do médico. Numa perspectiva de identificarmos quais sujeitos ou agentes tornavam-se peças chaves quanto às responsabilidades pelo Asilo de Alienados São Vicente de Paulo poderíamos destacar a figura do Vice-Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza.
Foi o Capitão Manoel Francisco da Silva Albano, então Vice-Provedor, que em 1875, doou um terreno na estrada Empreitada de Arronches para a construção do edifício do Asilo de Alienados São Vicente de Paulo e que esteve na comissão cujo objetivo era examinar o andamento dos serviços de construção do asilo. Foi também o Vice-Provedor da Santa Casa de Misericórdia o responsável pelo ingresso de uma mulher considerada alienada naquela instituição. E no Relatório da Santa Casa, ele situou o vínculo estreito desempenhado pelos setores da igreja e da medicina na condução administrativa do Asilo São Vicente de Paulo quando fez menção à atuação das Congregações de São Vicente de Paulo que estavam inseridas no mesmo cenário filantrópico ocupado pelo asilo de alienados.
O Asilo de Alienados São Vicente de Paulo possuía uma ligação fundamentalmente dependente da ação exercida pela Religião Católica no Ceará, não somente porque sua administração esteve ligada à Santa Casa de Misericórdia como porque fez parte de um conjunto de práticas
assistencialistas e caritativas condizentes com as realizadas pelas Congregações ou Conferências Vicentinas, que surgiram na Província. Em Fortaleza, a primeira Conferência Vicentina datou de 1882. Mas, a cada ano o Barão de Studart noticiava (1896) a instauração de dezenas em todo o Ceará.
Confrarias e Irmandades foram estratégias utilizadas pela igreja e pelas elites políticas e religiosas da sociedade com o interesse de promover assistência e caridade aos pobres. Eduardo Campos, na obra 'As Irmandades Religiosas do Ceará Provincial', faz uma distinção entre as duas apontando que, enquanto as Irmandades preocupavam-se com questões relacionadas à construção de cemitério e/ou melhoramento de igrejas, as Confrarias atendiam mais a uma demanda de assistência aos menos favorecidos (CAMPOS, 1980, p.82).
As Conferências surgiram em grande medida no Ceará no momento em que Império e Igreja Católica enfrentavam a Questão Religiosa. Guilherme Studart, médico e católico atuante, foi um dos grandes responsáveis por seus surgimento e manutenção.
Numa perspectiva de contribuir para o fortalecimento de um ambiente católico e filantrópico do Ceará, o Barão de Studart atuou ativamente na fundação de dezenas de Congregações de São Vicente de Paulo, inclusive presidindo o Conselho Central da Sociedade Vicentina, no longo período correspondente entre 1889 a 1931. Um dos objetivos das Congregações Vicentinas foi a divulgação do ensino do catolicismo, auxiliando as vocações religiosas na província cearense. Nesse sentido, fundaram-se instituições como escolas primárias e bibliotecas e instituições de saúde. Mas, instituições voltadas para a saúde também foram um foco das Confrarias como podemos inserir o Asilo São Vicente de Paulo, freqüentemente nomeadas de obras pias.
Barão de Studart tornou-se uma figura emblemática na relação entre religião e medicina, conciliando suas atividades médicas e cristãs. Então estudante da Faculdade de Medicina na Bahia, em fins dos anos 1870, Guilherme de Studart participou da criação de uma sociedade vicentina em Salvador. Finalizando seus estudos e voltando para o Ceará, empenhou-se na
fundação de dezenas de Congregações Vicentinas (AMARAL, 2002, p. 22).
Além da fundação das Sociedades Vicentinas, o Barão de Studart criou e presidiu o Círculo Católico de Fortaleza. (BARREIRA, 1956; PAIVA, 1956; AMARAL, 2002).
Como médico, presidiu a Ordem Médica Brasileira na Seção Ceará, em 1902. Antes disso, em fins dos anos 1870, após receber o título de doutor, Studart voltou a Fortaleza e exerceu a função de médico durante a seca de 1877-79, atuando contra os quadros alarmantes da epidemia de varíola. Com o término da seca, esteve presente no ato de solenidade de inauguração e foi um dos colaboradores do asilo para alienados.
Asilo de Parangaba, hoje denominado Hospital São Vicente
O hospital mantém ainda viva sua missão de receber pacientes com problemas psíquicos. O psiquiatra Anchieta Maciel afirma que a unidade hospitalar era, no século XIX até meados do século XX, a única que atendia a pobres e desvalidos, apesar das limitações médicas e terapêuticas da época. No entanto, conseguiu acompanhar a modernidade, adotando o que há de mais apropriado para o tratamento das doenças da mente.
1886 é o ano de fundação do Hospital São Vicente, antigo Asilo de Parangaba. A instituição é mantida pela Irmandade Beneficente da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza.
Um pouco sobre o bairro Parangaba:
Missão dos Jesuítas
O bairro era a antiga aldeia indígena catequizada pelos jesuítas da Companhia de Jesus. Foi elevada à condição de vila no anos de 1759, com o nome de Arroches. Foi incorporada à Fortaleza pela lei nº 2, de 13 de maio de 1835; depois foi restaurado município pela lei nº 2.097, de 25 de novembro em 1885, com o nome de Porangaba; e finalmente foi incorporado à Fortaleza pela lei nº 1.913, de 31 de outubro 1921. No século XVIII, o antigo Arroches se destacava como ponto intermediário no transporte de gado, com a Estrada do Barro Vermelho-Parangaba, estrada que ligava o Barro Vermelho (Antônio Bezerra) à Parangaba; e a Estrada da Paranjana, que ligava Messejana à Parangaba. Com a construção da Estrada de Ferro de Baturité, uma estação de trem é instalada em 1873, e Parangaba estava ligada com a Capital. Durante o último período como município, chegou a ter sua própria linha de bonde, entre os anos de 1894 e 1918. Em 1941, a malha ferroviária de Parangaba foi expandida com direção ao Mucuripe, e, em 1944, o nome da estação foi alterada para Parangaba. Essa estação, nos dias de hoje, faz parte do Metrô de Fortaleza. Uma estação elevada está sendo construída pelo Metrofor.
Benefícios e desvantagens do lugar para os seus moradores:
"É um privilégio morar em Parangaba, embora tenha sido negligenciado pelo poder público, como é o caso da limpeza"
Aurélio Alves
41 ANOS
Compositor
"Aqui, contamos com quase tudo, mas a insegurança nos causa medo e inibe as pessoas na procura por espaços públicos"
Jeová Pedra
80 ANOS
Aposentado
"Os assaltos têm sido constantes, inclusive na igreja. Por isso, chegamos a mudar horários de algumas missas"
Teresinha de Jesus Lopes
50 ANOS
Secretária
Créditos: Informativo do 17º Juizado Especial de Justiça - Ano III Nº 7 - Março de 2005, Cláudia Freitas de Oliveira (Doutorada em História pela Universidade Federal de Pernambuco e membro do Instituto Praservare) , Carlos Alberto Cunha Miranda (Professor da Universidade Federal de Pernambuco) e Diário do Nordeste