Em 18 de Dezembro de 2002, o palacete do engenheiro e antropólogo Thomaz Pompeu Sobrinho, situado no antigo bairro Fernandes Vieira, hoje Jacarecanga, passou então a abrigar o Centro de Restauro do Ceará e a Escola de Artes e Ofícios. Mais tarde, em 15 de maio de 2006, tivera suas portas reabertas para receber 55 novos alunos que formariam a segunda turma do curso de Conservação e Restauração do Patrimônio Arquitetônico, agora com nova gestão e novos parceiros.
Quem passa pela Avenida Francisco Sá, a poucos metros da Praça do Liceu, dificilmente ignora um imponente casarão, bem restaurado, com uma reluzente fachada amarela. Um resquício da antiga nobreza do Jacarecanga, a casa de Thomaz Pompeu Sobrinho hoje abriga a Escola de Artes e Ofícios (EAO), equipamento do Governo do Estado que realiza atividades de qualificação profissional em restauração e conservação do patrimônio cultural com jovens e adultos da cidade.
Acervo Patrimônio Para Todos
O casarão data de 1929. E, após 5 anos de construção, serviu de residência à família de Thomaz Pompeu Sobrinho¹, engenheiro e antropólogo de rica e influente família no início do século XX em Fortaleza.
Construído de 1924 a 1929, o casarão é um patrimônio arquitetônico da cidade num período notadamente marcado pela influência da arquitetura européia. É um exemplar característico do Art Noveau em Fortaleza.
Ofipro
A fachada do casarão impressiona. Um portal de concreto, artigo de luxo na década de 1920, ergue-se ao fim da pequena escadaria que dá acesso ao hall de entrada. A visão é contrastante. Um olhar para fora nos deixa de cara com a Avenida Francisco Sá, com seu intenso fluxo de veículos. O barulho dos ônibus grita que estamos em uma metrópole. Quando nos voltamos para dentro do casarão, somos transportados de volta a um tempo em que o antigo bairro Fernandes Vieira, o atual Jacarecanga, abrigava a elite de uma Fortaleza ainda tranquila.
A sala possui, assim como todo o casarão, um rangente piso de madeira. As paredes são enfeitadas com delicadas pinturas. As janelas de madeira pintada de branco, o altíssimo pé-direito e uma escada em caracol que leva ao segundo andar fecham o clima bucólico na sala. Mas o contraste entre a modernidade e o passado chama a atenção de quem visita a casa. Ao lado de uma janela de 80 anos, há uma ilha digital. Computadores conectados à Internet estão à disposição da comunidade e são o principal atrativo da casa para a maior parte dos jovens que a visitam.
A casa é ladeada por jardins bem cuidados, que mostram o zelo das mais de 20 pessoas que trabalham no local.
Ainda no primeiro andar, há um refeitório com janelas que dão para o grande jardim de Thomaz Pompeu Sobrinho. A área total do terreno é de 2147,84 m².
O lindo jardim
Detalhe do piso
Numa varanda lateral, funciona a Biblioteca Thomaz Pompeu Sobrinho, mais um serviço da EAO para a comunidade. O acervo da biblioteca destaca assuntos referentes ao patrimônio cultural e à arte.
Thomaz Pompeu de Sousa Brasil ou Th. Pompeu Sobrinho, intelectual brilhante, fez construir em 1929 , no bairro Jacarecanga - Fortaleza, uma edificação que lhe serviu de residência até o seu falecimento, em 9 de novembro de 1967 , aos 87 anos de idade.
Dois anos antes da morte de Thomaz Pompeu Sobrinho (1888-1967), Nertan Macedo a ele se referiu como “o homem que redescobriu o Ceará”. Não se encontraria uma referência mais justa e sensível a seu respeito. Alba Valdez aproximou-se de maneira poética, e o chamou de “o escafandro mais erudito da história do Ceará”. Valdez foi uma das poucas pessoas a destacar, em público e ainda vivo o escafandro, a importância capital deste homem, plenamente refletida em sua obra.
Fonte - EAO.org/Terra dos Casarões/http://www.viapolitica.com.br