Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção



Forte São Sebastião* (Barra do Ceará)



O nome da cidade vem do fato de ter começado como uma vila nos arredores da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, antigo forte Schoonemborch, construído pelos holandeses às margens do Riacho Pajeú em 1649 e "re-conquistado" pelos portugueses em 1654.



Apesar de já existirem inúmeros aldeamentos nativos e pequenos povoamentos de colonizadores, a primeira vila cearense foi criada pela carta régia de 13 de fevereiro de 1699, período em que o Ceará estava sob domínio de Pernambuco. A carta determinava a criação da vila mas não especificava onde deveria situar-se o pelourinho (símbolo da autonomia municipal).



Depois de muitas disputas entre "Vila Velha" (Barra do Ceará), a "Aldeia do Forte" (Fortaleza de N. S. Assunção) e Iguape (Aquiraz), o governador de Pernambuco determinou que este deveria situar-se junto à Fortaleza, estabelecendo-se assim, em 1700 a Vila de São José do Ribamar. Contudo, as disputas entre Fortaleza e Aquiraz para sediar a vila continuaram até 1726, quando em 13 de abril, foi definitivamente transferida para a "Aldeia do Forte". A data passou a ser o aniversário oficial da Cidade.

Detalhe para o "hoje substituído pelo atual Fórum Clóvis Beviláqua" que já saiu de lá a tempos.

Fortaleza, foi crescendo ás margens do Riacho Pajeú. Durante muito tempo, Fortaleza continuou sendo uma cidade pequena. Em 1810, o Inglês Henry Koster, em viagem à Fortaleza, estimou a população da cidade em 1.200 habitantes. No dia 17 de março de 1823, por força de um decreto imperial, Fortaleza foi promovida à categoria de cidade. Nesse tempo, a cidade não possuía ruas pavimentadas. Não havia meio de transporte, a não ser os animais. Não havia serviço de água nem de iluminação pública - durante a noite, as ruas eram iluminadas apenas pela luz da lua. As casas se iluminavam graças ao azeite de peixe.

Praça do Ferreira - 1960

Entra então em ação o plano de urbanização do engenheiro Silva Paulet, que incluía a retificação das ruas para uma expansão disciplinada. A partir daí, vias públicas passaram a obedecer o novo sistema: rigorosamente paralelas e cortando-se em ângulo reto. As casas de taipa passaram a ser gradativamente substituídas pelas de alvenaria e tijolo, e os primeiros parapeitos somente surgiram por volta de 1840.


O Excelsior Hotel, no fim da década de 30. Bondes...Primeiro prédio alto da cidade. 
Construído em alvenaria em 1931.

Naquele tempo, Fortaleza se resumia ao atual centro da cidade, e de fato, ainda hoje é possível observar no centro e bairros vizinhos, a regularidade das ruas, sempre paralelas ou perpendiculares. A única exceção é o trecho da rua Sena Madureira (Continuação da Rua Conde d'Eu), um dos primeiros logradouros da cidade (ainda do período colonial), cujas edificações seguiram a sinuosidade do Riacho Pajeú, que viu Fortaleza nascer e hoje está canalizado, poluído e esquecido pela população.



Somente em 1848, quando Fortaleza tinha por volta de 5.000 habitantes, foi instalada a iluminação pública, a azeite de peixe, e somente em 1867 a cidade passou a contar com uma iluminação pública a hidrogênio carbonado.

Fortaleza no início dos anos 60

Em 1863, segundo levantamento do Senador Pompeu, Fortaleza tinha cerca de 16.000 habitantes, distribuídos em 906 casas e 80 sobrados. O recenseamento de 1872 apontava 21.372 habitantes, em 4.380 casas e 1178 casebres.

Essa foto é de meados dos anos 70. (Detalhe para os ônibus da época)

Somente em 1880, coincidentemente ano de inauguração da Estação Central João Felipe, teve início o serviço de transporte público coletivo - Privilégio de Tomé A. da Mota, proprietário da Ferro Carril do Ceará, empresa que colocou a disposição dos fortalezenses 25 bondes a tração animal (puxados por burros), que só seriam substituídos pelos bondes elétricos da Ceará Light and Tamways Power Co., em 1913. Os primeiros telefones datam de 1883, serviço prestado pelo comerciante Confucio Pamplona, cujo escritório situava-se na Rua Major Facundo, 59.

Estação João Felipe - 1907

Em 1895, Antônio Bezerra descreve Fortaleza como uma cidade de 985.000 km² com 54 ruas no sentido Norte-Sul, 27 ruas no sentido nascente-poente e 14 praças. O senso de 1900 aponta uma população de 48.369 habitantes.

Foto de 1971 do bairro da Aldeota

Nos anos de 1920, Fortaleza começa a sofrer uma expansão rumo ao leste, para a "Aldeota" e para a Praia do Meireles. Na "Aldeota" começam a surgir residências grandes, modernas e em lotes maiores que abrigavam as famílias mais abastadas. No início, a Aldeota acompanhava a Av. Santos Dumont e estendia-se até onde hoje fica a Av. Barão de Studart - ponto onde final da linha do bonde. No Meireles foram erguidas as sedes dos clubes sociais da alta sociedade, como o Náutico, o Clube Ideal, Clube dos Diários, entre outros.

Esta foto foi encontrada num encarte contendo diversas fotos, oriundas do Arquivo de Nirez, de igrejas antigas de Fortaleza. Nesta aparece um bonde, possivelmente de uma das linhas de então, Outeiro (que posteriormente passou a denominar-se Aldeota), Praia de Iracema ou Prainha, que um dos consultados (gente da velha geração) afirmou ser Prainha-Seminário (o que faz sentido, pois o ponto final ficava próximo do Seminário, na Prainha). Dr. Zenilo Almada acha que não houve linha com essa denominação. A rua era a então Coronel Bezerril, hoje General Bezerril. A Praça ao lado chama-se General Tibúrcio, mais conhecida por Praça dos Leões devido a existência de duas belas esculturas encimando a escadaria de acesso à Rua Sena Madureira. A Igreja de Nossa Senhora do Rosário, inaugurada no Século XVIII, é considerada a mais antiga de Fortaleza. A foto data de 1908. A edificação grande, ainda existente, era do então Hotel Brasil. A parede ao lado da palmeira é dos fundos da antiga Assembléia Legislativa. Entre o Hotel e a Assembléia divisa-se a Travessa Morada Nova,onde posteriormente passaram a trafegar os bondes das citadas linhas. Na época os bondes iam até mais adiante, ingressando na Rua Guilherme Rocha, parando ao lado da “Rotisserie”, acho que se chamava Palácio Brasil, entrando depois na Rua Floriano Peixoto rumo aos seus destinos. (Adolpho Quixadá)


*Interessante salientar que o nome do Forte São Sebastião não consta em nenhum documento português (Luso), apenas em documentos Neerlandeses. Ao invés disso, encontramos o "Forte do Siara". Os lusos o chamam de Forte do Siara/Seara.  Crédito: J Terto de Amorim


sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Ruas de Fortaleza - Mudanças (Major Facundo)



PRAÇA DO FERREIRA - MAJOR FACUNDO

 

A primeira foto é de 1936 e pela Rua Major Facundo vemos, por trás do bonde elétrico, a Casa Almeida, o edifício Majestic que tinha um bar, a Farmácia Pasteur, os escritórios de Luiz Severiano Ribeiro, o "Polytheama", o Menescal e na esquina, A Pernambucana. Em frente, o passeio, onde ficavam estacionados os ônibus, os carros de aluguel e onde havia os bancos de duas faces entre árvores e combustores de iluminação a gás. Depois, a praça propriamente dita. 

Para os que nunca viram, o veículo que vemos à esquerda na foto é um bonde elétrico, este fazendo a linha. "Via Férrea". Todos os bondes faziam ponto na Praça do Ferreira, com algumas poucas exceções.

Existiram pontos de bondes no primeiro quarteirão da rua Liberto Barroso e também na travessa Morada Nova, por trás da Assembléia Legislativa. O quarteirão da rua Liberato Barroso onde ficavam os pontos de bondes, foi aberto após 1934. 

Os bondes tinham duas frentes, davam tanto de um lado como do outro.
No final da linha, era virada a lança, que contatava os fios, os bancos, ficando o encosto como assento e vice-versa, o motorneiro passava para a outra frente e o bonde vinha na direção inversa, sem precisar fazer manobra.


A segunda foto mostra a odiosa praça construída na gestão José Walter e data de 1986. Já não existia o Edifício Majestic, que incendiou em 1955 e foi substituído pelo Edifício Lobrás, o Edifício São Luiz com seu cinema já existiam, inaugurado em 1958, os bondes desapareceram em 1947. No fundo, os edifícios Jereissati, que abrigou o Hotel Savanah e o Sul América.



A última foto (bem mais recente), nos mostra uma praça por onde não passam veículos pela Rua Major Facundo, o "Dudas Burger" atrai com grande placa. Adiante, a loja Marisa, o cine São Luiz persiste vivendo seus últimos dias e ao fundo, o Edifício Jereissati (Savanah) e parte do Edifício Sul América.

RUA MAJOR FACUNDO PRÓXIMO À ESQUINA COM RUA SENADOR ALENCAR


A foto antiga data de aproximadamente 1915 e mostra a firma Francisco Lima seguida da "Estrela do Oriente", e a Farmácia Francesa com seu Consultório Médico. Do outro lado da rua, o velho sobrado pertencente ao Barão de Ibiapaba, que se chamava Joaquim da Cunha Freire, comerciante de grande fortuna que se entregou à política chegando à vice-presidente da província por várias vezes. Nasceu em 1827 e faleceu em 1907.




Antes da foto atual e depois da mais antiga, ali estiveram muitas firmas como a Casa Cisne, Casa Aporto, Ferragens Silva, Armazém Caxias, Banco Industrial e Comercial Sociedade Anônima - BIC, etc. Do outro lado da rua, no velho sobrado, funcionaram no térreo o Cartório Pergentino e nos altos a Pensão América.

A foto mais recente guarda uma enorme quietude, mas é que foi colhida num domingo, única maneira de se conseguir hoje em dia colher algumas fotos do centro tão conturbado de nossa cidade. Da foto anterior só existe, na atual, quatro losangos que existiam na parte superior da fachada do Consultório Médico da Farmácia Francesa. Está hoje em cima da "Casa Fátima". No lugar das antigas firmas hoje estão a Casa da Bordadeira, a Casa Fátima, algumas casas fechadas e na esquina o Restaurante e Lanchonete Alteza. Do outro lado da rua, onde foi o sobrado do Barão de Ibiapaba, um prédio novo com uma grande agência do Banco Brasileiro de Descontos - Bradesco.

No lugar do combustor, um poste de concreto; em vez do calçamento, o asfalto; em vez da canalização embutida do gás carbônico, a fiação de alta-tensão da Coelce, no lugar dos letreiros ou pequenas placas indicativas das lojas, grandes marquises com imensos letreiros e propagandas que fazem parte da poluição visual de nossa cidade. 


RUA MAJOR FACUNDO ESQUINA COM RUA SENADOR ALENCAR 


A foto antiga é do final da década de 30, quando a moda em Fortaleza exigia uso do branco, a presença do chapéu e do guarda-chuva ou guarda-sol. Estamos em plena Rua Major Facundo, esquina com Rua Senador Alencar, olhando para o lado do sertão. Em primeiríssimo plano, uma esquina de calçada com dois postes, um de ferro, da "Light" e outro da "Ceará Gás" ou seja, um combustor a gás carbônico. Nota-se que apesar da presença do combustor, já existia a iluminação elétrica, pois vemos uma lâmpada incandescente no alto do poste.

Vemos a Farmácia Francesa e logo em seguida seu Consultório Médico. Seguem-se outras lojas, o edifício J. Lopes e, à distância, o Excelsior Hotel e o Majestic Palace.

Do lado esquerdo, a presença de um automóvel europeu, parece que um Anglia ou Prefect. Mais adiante, um Citroen ou DKW'. Atravessa a rua uma faixa alternada de anúncio da Casa Nova e, mais adiante, da exportadora de Tecidos Ltda. A rua ainda era pavimentada de concreto e a arborização ainda estava crescendo. Pés de "ficus benjamin" enfeitavam ciliarmente a rua.


 
A foto intermediária, da década de 1980, mostra o Edifício J. Lopes já muito sujo, os prédios antigos já reformados, modificados ou reconstruídos. É realmente uma transição entre a foto antiga e a mais recente.



A foto mais recente mostra o mesmo trecho já bem diferente após 60 anos. O asfalto hoje cobre o concreto da pavimentação; os tapumes de alumínio ou madeira cobrem as antigas fachadas; prédios novos substituem os antigos enquanto outros antigos permanecem; a posteação hoje é de concreto-armado e a iluminação pública é à base de vapor de mercúrio.

O edifício J. Lopes continua no local, mas à distância, além do Excelsior Hotel, vemos não mais o Majestic Palace, mas o Edifício São Luiz e o Edifício "Arára" (do INPS).
Na esquina, no lugar da Farmácia Francesa, o Restaurante e Lanchonete Alteza.


RUA DO MAJOR FACUNDO 



Estamos no primeiro quarteirão da rua Major Facundo, em duas fotos que distam nada menos de 108 anos. A foto antiga é de 1893 e foi feita para a Exposição de Chicago naquele ano, a outra é atual. A casa em primeiro plano do lado esquerdo era da família dos Mississipis, assim chamados por relação com navios à época da Guerra da Secessão nos EUA, com as janelinhas quadradas do sótão e os famosos "jacarés" para descida d'água. Foi remodelada por João Sabóia Barbosa em 1927. É a única casa do lado esquerdo que ainda existe embora bastante modificada, todo o restante foi demolido. O prédio em primeiro plano do lado direito era o sobrado que abrigava o "Hotel de France" e que depois foi reformado, crescendo tanto pela rua Major Facundo como pela João Moreira, além de ganhar mais um pavimento. Lá esteve por muitos anos o "Pálace Hotel" de Efrem Gondim e hoje está a Associação Comercial do Ceará.

Na foto de 1893 as calçadas são irregulares e a rua é pavimentada de pedras toscas. Pela rua estão carroças puxadas por animais, pessoas, porcos, etc. Dos dois lados da rua, combustores de iluminação pública a gás carbônico. Distante vemos o velho sobrado do Barão de Ibiapaba, que ficava na esquina com a rua Senador Alencar e que ruiu durante um dos invernos da década de sessenta. Bem distante vemos a copa de uma grande árvore que deve ficar na praça do Ferreira, onde divisamos o oitão do sobrado do comendador Machado que foi substituído pelo Excelsior Hotel.

A fotografia mais recente traz o antigo prédio dos Mississipis todo alterado, com portas largas, restando apenas as pequenas janelas do sótão para identificar, hoje ocupado por um bar de terceira categoria e um motel; o prédio do lado direito, antes ocupado pelo Hotel de France, que tinha dois andares e foi reformado para abrigar o Palace Hotel de Efrem Gondim, hoje tem três andares e é ocupado pala Associação Comercial (pelo menos é o que nos diz o letreiro na fachada).



Ao longe, prédios novos, principalmente edifícios altos já próximos à Praça do Ferreira, como o Edifício Ventura, Edifício Oriente, Edifício Salim, Edifício J. Lopes, Edifício Banespa, Edifício Jangada, Edifício América, Edifício Jereissati (hotel Savanah), Excelsior Hotel, o São Luiz, etc. A rua Major Facundo já foi rua Nova Dei Rei, da Palma e do Major Facundo, mas chegou a ser chamada de Rua do Fogo. O asfalto substitui a antiga pavimentação a pedras apiloadas, as calçadas receberam uniformidade e os fios e postes completam a diferença de época.

 
Foto do mesmo trecho, em cores


RUA MAJOR FACUNDO - PRAÇA DO FERREIRA


Estamos no canto sudoeste da praça do Ferreira, onde a Rua Major Facundo se encontra com a Rua Pedro Borges, ou melhor, onde nasce a Rua Pedro Borges. A foto antiga data de 1931.

O primeiro prédio da direita é o da Farmácia Oswaldo Cruz que ainda hoje está no mesmo local. Em seguida vemos, na foto antiga, a "Photo Ribeiro" após, a "Óptica Moderna" e ainda o Cine Moderno (ver a marquise em forma de meia cúpula). Vemos também o bonde da linha "Via Férrea" lotado de estudantes do Liceu do Ceará, que na época ficava na praça dos Voluntários, em prédio no local hoje ocupado pelo edifício da Secretaria de Segurança. Notem que todas as pessoas presentes na foto trazem chapéu na cabeça, desde os estudantes no bonde até as crianças que trafegam pela calçada. Logo após o cine Moderno ficava "A Cristal", sorveteria.

Depois funcionaram no mesmo local alguns estabelecimentos que não mais existem, como o pega-pinto do Mundico, a Foto Salles, que hoje está na rua Barão do Rio Branco; o Armarinho Orion, as Lojas de Variedades, uma loja da Fortaleza Gás Butano, e mais recentemente tivemos ali a loja Samasa.

Na segunda foto (mais recente), vemos que permanece a farmácia Oswaldo Cruz, seguida da "Milano", uma casa de bingos e "A Esquisita". Ao longe, vemos o edifício "Arara", do INAMPS, e por trás dele, o Edifício Butano. O formato da calçada já é outro, com uma curva avançando para a praça, desde que o trânsito de carros deixou a Rua Major Facundo na praça.

O asfalto substituiu o calçamento; os trilhos e fios dos bondes já não existem; o poste de concreto está no lugar do combustor e a sinalização do trânsito se faz presente nos postes e no asfalto, além da poluição visual que impera hoje na cidade, sem falar na sonora que ali é patente, inclusive com um serviço de alto-falantes denominado "FM Centro", autorizado pela Prefeitura Municipal de Fortaleza contrariando seu próprio Código de Obras e Posturas.




Fonte: Fortaleza de Ontem e de hoje e Arquivo Nirez

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Pavilhão Atlântico - Ponte Metálica


Pavilhão Atlântico, restaurante e café, que antecedia a ponte metálica, onde as pessoas ficavam aguardando os embarques ou desembarques. Foto de 1926. Arquivo Nirez


A princípio, o edifício originalmente esteve montado como coreto na Praça Marquês de Herval (hoje Praça José de Alencar) como se vê na foto ao lado.

Aspecto antigo da praça com o pavilhão

Foi transferido para a área portuária de Fortaleza, próximo à Ponte Metálica*, era o local de espera para os passageiros e/ou tripulantes em trânsito ou que iriam embarcar no Porto de Fortaleza (Ponte Metálica). Este tinha até restaurante. Servia de local de espera para as embarcações que estavam chegando ou partindo.




A edificação hoje encontra-se cercada, devido à alterações sofridas por agregados, que deixa à mostra somente a coberta do Pavilhão. O edifício original permanece ilhado sem alterações profundas, mas necessitando de restauração.

 

Toda a estrutura é de madeira e o edifício possui belíssimos lambrequins, o elemento arquitetônico mais rebuscado do mesmo. O conjunto abriga hoje um posto de saúde municipal.



*Existia antigamente, na entrada da Ponte Metálica, hoje abandonada e em completa decadência, uma praça que trazia no centro um quiosque estilo art-nouveau, com lambrequins, no formato retangular com cantos arredondados, onde quem esperava a chegada de navios ou a saída dos mesmos ficava tomando um café, tomando uma sopa, almoçando, jantando ou merendando, batendo papo, etc.

Era uma espécie de estação de chegada e saída de navios. Tinha uma calçada onde ficavam mesas e cadeiras e alguns combustores de iluminação a gás hydrogeno-carbonado.



Dito restaurante teve o nome de Pavilhão Atlântico e vários proprietários e gerentes, tendo por algum tempo como administrador o comerciante Ramon Romero de Castro, que depois foi proprietário de um restaurante também na Praia de Iracema com o nome de Restaurante Beira-Mar, na Rua dos Pacajus nº 71, inaugurado em 1926, que na verdade era da firma Ramon & Barbosa, que tinha como sócio Antônio Barbosa, mas ficou conhecido por Restaurante do Ramon.


Ramon Romero de Castro era espanhol vindo do Pará e iniciou sua vida em Fortaleza dirigindo o restaurante Art Nouveau, de José Rola, na esquina da Rua Major Facundo com Rua Guilherme Rocha, na Praça do Ferreira, local onde hoje fica a Tok Discos.

Em cima dos alicerces do antigo pavilhão construíram um prédio que foi por algum tempo lavanderia pública, administrada por freiras, época da segunda foto, depois foi o Posto de Saúde Edmilson Barros de Oliveira, do Lions Club de Fortaleza - Assunção, abrigou a Escola Infantil Francisca Fernandes Magalhães, da Prefeitura Municipal, tendo o prédio sofrido alterações. Ainda existe o Posto de Saúde com o mesmo nome, mas o Lions que administra é o da Praia de Iracema. A última foto é de Osmar Onofre.

Na década de 70, o Pavilhão abrigou a Escola Cmte Fernando Cavalcanti, que atendia aos moradores do Poço da Draga.


Jardim Nogueira Acioly na Praça José de Alencar. Na época, a praça possuía uma cacimba, um catavento, uma caixa-d’água e claro, o pavilhão servindo de coreto. Ao fundo vamos a Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio.

História contada em fotos:


Praça Marquês de Herval em 1903. Acervo Assis Lima

Jardim Nogueira Acioly com o pavilhão atlântico em 1908. Acervo Assis Lima

Álbum Vistas do Ceará de 1908

Álbum Vistas do Ceará de 1908

Jardim Nogueira Acioly com o pavilhão atlântico. Acervo Assis Lima

Acervo Assis Lima

Pavilhão na então praça Marquês do Herval. Acervo Isabel Pires



Escolinha Fernando Cavalcanti funcionando no pavilhão atlântico nos anos 70.
A escola servia aos moradores do Poço da Draga.

Pavilhão servindo de escola nos anos 70


2018



Crédito: Ofipro, Portal do Ceará, Acervo Assis Lima e Arquivo Nirez

NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: