Praça do Ferreira - Anos 30
A Praça do Ferreira, desde priscas eras sempre foi local de atração dos fortalezenses. Cedo aprendemos a admirá-la como local de encontro por ser centro nervoso do comércio retalhista, onde todos circulavam naquele quadrilátero para fazer compras, admirando antigas edificações quase sem prédios suntuosos, guardando memórias de antigos casarões, de muitas histórias.
"Neste século vinte e um,
A praça ostenta beleza.
Por ser a mais freqüentada
Elege-se com certeza,
Como a rainha das praças,
Coração de Fortaleza"
Trecho de Cordel do
Rouxinol do Rinaré (Antonio Carlos da Silva)
Coluna da Hora
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"Neste século vinte e um,
A praça ostenta beleza.
Por ser a mais freqüentada
Elege-se com certeza,
Como a rainha das praças,
Coração de Fortaleza"
Trecho de Cordel do
Rouxinol do Rinaré (Antonio Carlos da Silva)
Desde o final do século XIX, a Praça do Ferreira é a praça mais conhecida e freqüentada da cidade, sendo considerada por muitos como o coração de Fortaleza tendo sido palco de importantes episódios da história da cidade. Por mais de um século, seus bares, cinemas, os antigos cafés ou seus bancos foram ponto de encontro do povo cearense. Por ela passaram os mais ilustres personagens da história de Fortaleza, como Quintino Cunha, o próprio Boticário Ferreira, os membros da Padaria Espiritual, entre muitos outros.
Nela, ocorreram vários episódios hilariantes, como...
... o inflamado discurso do Prof. Eduardo Mota, que incitava o povo à revolta e ao vandalismo, dizendo que nada devia-se temer, mas quando a polícia chegou mudou logo o discurso, dizendo: "..sim, mas dentro da ordem e do direito, respeitando as autoridades constituídas"...
... os momentos de celebridade do bode Ioiô...
Nela, ocorreram vários episódios hilariantes, como...
... o inflamado discurso do Prof. Eduardo Mota, que incitava o povo à revolta e ao vandalismo, dizendo que nada devia-se temer, mas quando a polícia chegou mudou logo o discurso, dizendo: "..sim, mas dentro da ordem e do direito, respeitando as autoridades constituídas"...
... os momentos de celebridade do bode Ioiô...
... Os encontros do "Batalhão de Potoqueiros de Fortaleza", iniciados em 1904 pelos jovens Álvaro Wayne, Antônio Dias Martins, Henrique Cals, Porfírio da Costa Ribeiro, José Raimundo da Costa entre outros. Os encontros aconteciam sob o "Cajueiro da potoca" ou "Cajueiro da mentira", e tradicionalmente no dia 1º de abril era eleito o Potoqueiro do Ano. A votação tinha mesa, urna e ocorria debaixo do próprio cajueiro. Os encontros duraram por muitos anos, até que o cajueiro foi derrubado, em 1920, na gestão do Prefeito Godofredo Maciel...
A Praça do Ferreira é rodeada ainda hoje, por várias construções que marcaram época em Fortaleza, como o Palacete Ceará, a Farmácia Oswaldo Cruz, a lanchonete Leão do Sul, o Cine São Luiz, o Edifício Sudamérica, e os hotéis Savanah e Excelsior Hotel (primeiro grande hotel de Fortaleza, construído onde ficava o famoso Café Riche).
Farmácia Osvaldo Cruz é um dos mais tradicionais estabelecimentos comerciais de Fortaleza.
Foi fundado em meados de 1934 e foi a primeira farmácia de manipulação da cidade. Sua arquitetura foi mantida e os móveis na sua maioria são antigos, dentre os quais alguns são originais.
Até meados do século XIX, a Praça do Ferreira era só um areial. Um areial com uma cacimbão no centro, algumas mongubeiras, pés de castanhola. Nos cantos do terreno, marcos de pedra para amarrar jumentos dos cargueiros ambulantes que vinham do interior. Nesse tempo, o areial era chamado de "Feira Nova" por abrigar uma feira movimentada.
Em 6 de dezembro de 1842, uma lei da Câmara Estadual autorizou a reforma do plano da cidade de Fortaleza. As alterações incluíam a eliminação da Rua do Cotovelo para a construção de uma praça, que deveria chamar-se Dom Pedro II. A Praça Dom Pedro II foi então construída por Antônio Rodrigues Ferreira (Boticário Ferreira), então presidente da Câmara.
Antônio Rodrigues Ferreira instalou uma botica na Rua da Palma, hoje Rua Major Facundo. Sua botica, conhecida "Botica do Ferreira", ficou bastante conhecida, chegando a ser ponto de referencia e ponto de encontro na praça. O Ferreira e sua botica tornaram-se tão célebres, que por volta de 1871, a praça passou a ser chamada de "Praça do Ferreira".
Em 1886, quando a praça ainda era um Areial com um cacimbão no meio, foi construído o primeiro café-quiosque da praça: Café Java. Depois chegara os outros três: Iracema, Café do Comércio e Café Elegante - um em cada canto da Praça.
Café do Comércio
Café Elegante
Café Iracema
Em 1902, o intendente Guilherme Rocha mandou fechar o cacimbão e em seu lugar, fez um jardim, o "Jardim 7 de Setembro". Em 1920 o prefeito Godofredo Maciel ladrilhou o areial, demoliu os quatro cafés, e derrubou o famoso "Cajueiro da Potoca" - onde se fazia anualmente a eleição do maior mentiroso de Fortaleza. O mesmo Godofredo Maciel, em 1925 construiu um coreto no centro da praça.
Em 1932, o prefeito Raimundo Girão iniciou uma pequena reforma. Ordenou a demolição do coreto para a construção de uma Coluna da Hora, com 13m de altura e quatro relógios votados para cada lado da praça, colocou novos bandos na praça e a ornamentou com vários canteiros e pés de ficus.
Em 1968 a praça foi radicalmente modificada. A coluna da hora foi demolida e em seu lugar foi construído um Abrigo Central, que não durou muito tempo. Apesar do grande fluxo de pessoas que proporcionava, logo virou reduto de desocupados.
Finalmente, por volta de 1991, durante a administração de Juraci Magalhães, a praça adquiriu sua configuração atual: em um projeto contemporâneo, os arquitetos Fausto Nilo, Delberg Ponce e León tentaram recompor simbolicamente cada época da Praça do Início do século. Hoje, a praça possui uma versão moderna da antiga coluna da hora, quiosques em cada canto da praça, um pequeno cajueiro, no mesmo lugar onde existiu o Cajueiro da Potoca e até o cacimbão foi reaberto, ao lado da coluna da hora.
Em 1932, o prefeito Raimundo Girão iniciou uma pequena reforma. Ordenou a demolição do coreto para a construção de uma Coluna da Hora, com 13m de altura e quatro relógios votados para cada lado da praça, colocou novos bandos na praça e a ornamentou com vários canteiros e pés de ficus.
Em 1968 a praça foi radicalmente modificada. A coluna da hora foi demolida e em seu lugar foi construído um Abrigo Central, que não durou muito tempo. Apesar do grande fluxo de pessoas que proporcionava, logo virou reduto de desocupados.
Finalmente, por volta de 1991, durante a administração de Juraci Magalhães, a praça adquiriu sua configuração atual: em um projeto contemporâneo, os arquitetos Fausto Nilo, Delberg Ponce e León tentaram recompor simbolicamente cada época da Praça do Início do século. Hoje, a praça possui uma versão moderna da antiga coluna da hora, quiosques em cada canto da praça, um pequeno cajueiro, no mesmo lugar onde existiu o Cajueiro da Potoca e até o cacimbão foi reaberto, ao lado da coluna da hora.