Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Ideal Clube



Quando o Ideal Clube foi fundado, em 1931, Fortaleza tinha cerca de 120 mil habitantes. Seus 12 fundadores, Antônio da Frota Gentil, Clóvis de Alencar Matos, João da Frota Gentil, Joaquim Markan Ferreira Gomes, José Meneleu de Pontes Filho, Luiz Gonzaga Flávio da Silva, Maximiniano Leite Barbosa Filho, Meton Alencar Gadelha, Mirtil Meyer, Otávio Menescal da Frota, Pedro Augusto Sampaio e Raul Conrado Cabral, vinham de famílias que, por várias gerações, ocupavam posições de destaque na sociedade cearense. Com uma visão empreendedora, os 12 fundadores empenharam-se no ousado projeto que mudaria a vida social de Fortaleza: a fundação de um clube social moderno. A primeira sede do Ideal foi uma chácara no bairro Damas, longe, na época, do centro da cidade, e construída à margem da estrada de Parangaba.


Sede Damas onde tudo começou

O primeiro presidente do Clube, Pedro Sampaio, conta, em discurso registrado nos arquivos do Clube, que o Ideal surgiu “à sombra de um telheiro rodeado de frondosos cajueiros e com a água fresca de um tanque feito de cimento, que Luiz Gonzaga da Silva, um dos 12 fundadores, fizera construir para ‘recreio’ seu e de sua família”. Diziam que o tanque era encantado, uma espécie de fonte da juventude. Também contava a lenda que em outros tempos Iracema, a mais famosa personagem de José de Alencar, gostava de descansar debaixo daqueles cajueiros quando voltava do seu banho matinal na lagoa de Parangaba. As pessoas passaram a acreditar que o local transmitia a força juvenil da índia tabajara. Achavam um lugar tão agradável que resolveram fazer ali um clube social, que foi inaugurado com a realização de um grande baile, no dia 3 de outubro de 1931.



Ideal Clube, criado em 1931. A atual sede foi construída entre 1940 a 1946

ORIGEM DO NOME IDEAL CLUBE

Nesse mesmo discurso, o médico Pedro Sampaio comenta também sobre a escolha do nome do clube, e diz que “os banhistas saíam do tanque sentindo-se rejuvenescidos, proclamando as excelências da água milagrosa e com exclamações como: isto é maravilhoso. É uma delícia. É o ideal! E, de tanto repetir essa expressão, o clube recebeu o nome de Ideal.” Antes ainda de fixar residência na atual sede do Meireles, o Ideal Clube foi instalado na praia de Iracema, na Rua dos Tabajaras, sendo a sua filial de praia até 1935, mas com a sede das Damas continuando a funcionar. Somente a partir da construção do restaurante na praia de Iracema é que a primeira sede do Clube foi substituída pela atual*. A inauguração da sede atual e definitiva, no bairro Meireles, data de 31 de dezembro de 1939, marcado por um grande Baile de Réveillon.


Ideal Clube - Anos 40

IDEAL É SEDE DOS GRANDES ACONTECIMENTOS SOCIAIS DO CEARÁ
Nos anos 50, Fortaleza já tinha 300 mil habitantes e uma vida social intensa. As famílias elegantes se reuniam em festas cheias de glamour. Eram tempos dos concursos de beleza, e o Ideal sempre sediou os mais importantes, inclusive a escolha da Miss Ceará. Até hoje o Ideal Clube privilegia a beleza feminina, em festas como o Baile de Debutantes, os concursos Glamour Girl e Garota Ideal, que permanecem entre os mais tradicionais do Estado.



Palco há 75 anos das mais importantes festas e reuniões sociais, o Clube é símbolo de elegância e charme, resistindo às adversidades e adaptando-se aos novos conceitos de uma administração moderna. Em 1996, quando foi realizada em Fortaleza a XI Reunião da Cúpula do Mercosul, os presidentes dos países membros, e suas equipes, participaram de almoço oferecido no Ideal pelo então governador Tasso Jereissati. Este foi considerado um dos maiores acontecimentos da história do Clube. A festa de entrega do Troféu Sereia de Ouro é outro acontecimento social que o Clube sedia, desde 1971. É uma promoção do Sistema Verdes Mares, que premia todo ano personalidades cuja contribuição para o desenvolvimento do nosso Estado influi sobre a cultura, a ciência, a política, a responsabilidade social e as artes.

Ideal nos anos 50


Foto de 1954 - Arquivo Joanna Dell'Eva
O esporte é parte importante da história do Clube, que sempre incentivou sua prática nas diversas modalidades, tendo em suas equipes atletas de destaque, com participação em campeonatos locais, nacionais e internacionais. O Clube também sempre foi um fomentador da cultura em nosso Estado, realizando eventos de grande relevância, como o Prêmio Ideal Clube de Literatura, que é o maior concurso literário do estado atualmente, a Feira Ideal Clube do Livro, a Jornada Nordestina de Literatura, além de excelentes cursos oferecidos ao longo do ano nas diversas áreas do conhecimento.

Fotos Históricas


Ideal Clube - Anos 60


Desfile do Concurso Miss Elegante no Ideal - Marciano Lopes

Festa de 15 Anos de Eveline Barros Leal, no Ideal Clube em 1975.

Arquivo do blog

Bloco Meu Ideal é Você

 Baile do Ideal Clube





Ideal Hoje










Foto Marcel Nobre

Foto Marcel Nobre

Foto Marcel Nobre

Foto Marcel Nobre


*Importante salientar que, com a mudança do Ideal para a praia do Meireles, foi construído nas antigas instalações do clubeCentro Ideal:

 
Em 1931 o Ideal Clube foi fundado na Av. João Pessoa e em 1939 muda-se para a Praia do Meireles. No antigo local, na Av. João Pessoa, instalou-se o Centro Ideal, espécie de shopping com várias lojas e um posto de combustíveis. Arquivo Nirez



terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Direto para a Belle Epoque II

Começaremos com uma bela fotografia da estátua de general Tibúrcio, podemos observar que nessa época ela ainda estava conservada.

Essa eu até já postei - Belíssima foto de 1923 da garagem Elite

Rara foto da antiga Praça do Largo do Palácio - 1856

Agora uma da maravilhosa Beira-mar do final dos anos 20


Foto rara vendo-se a Praça do Ferreira em seus primordios e a Caixa d'Água



Fotografia rara do Passeio Público - Data desconhecida


Foto montagem reproduzindo o provável aspecto do Palacio do Bispo, final do sec. XIX



Vamos viajar nessa foto até 04 de Junho de 1937, nossa bela Fortaleza vista das alturas


Fortaleza em 1962, detalhe para o veículo da época



Essa maravilhosa foto é de 1930, eu também já postei em outra ocasião, mas não me canso de olhar, é da Floriano Peixoto



Fotografia aérea onde aparecem o Mercado de ferro(desmontado em 1938), os Correios e Telegrafos(1934) e o antigo Mercado Central restaurado pela Prefeitura Municipal de Fortaleza no ano 2000, para transforma-lo no Centro de Referência do professor - Foto do final dos anos 30


Final dos anos 20 - Rua Barão do Rio Branco, raro postal da Loja Trianon



Foto do antigo Uirapuru - Fica ao lado da atual praça da Bandeira. Hoje abriga o DCE da UFC



Faculdade de Direito, inicio sec. XX

Outra da Faculdade de direito - 1910



Fachada do Asilo do Bom Pastor destinado as moças solteiras que engravidavam - data desconhecida




Ex-prédio da Intendencia Municipal



Estação João Felipe




Escola José de Alencar - Data desconhecida

Ed. Vicentino, inaugurado em 1912


Meio de transporte na Belle Epoque



Conj. Arquitetonico na Av. Alberto Nepomuceno. Imagem antiquissima ao lado do Palacete da Fazenda. Ocupa quase um quarteirao de extensão, ainda existe.




Foto do comecinho do século



CAFÉ DO COMÉRCIO, registro de 1908, mostrando a elegância fortalezense

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Otávio Bonfim - Farias Brito



Igreja Nossa Senhora da Dores - Foto Júnior

Bairro localizado ao oeste do centro histórico de Fortaleza, oficialmente chama-se Farias Brito.

Este bairro surgiu de uma povoação ao lado da antiga Estrada para o Soure(atual Caucaia). Na época do Ciclo do Charque aqui existiu a Capela de São Sebastião, que mais tarde deu o nome ao mercado erguido neste bairro, o Mercado São Sebastião. No local da capela, a antiga Estrada do Gado(atual Rua Dr. Justiano de Serpa), os frades Franciscanos oriundos da Alemanha, construíram a Igreja de Nossa Senhoras das Dores.

Com a construção da Estrada de Ferro de Baturité em 1873, aqui foi construído uma estação de trem que funciona até os dias de hoje.

A Igreja de Nossa Senhora das Dores, inaugurada em 1932, foi uma parte do investimento dos frades Franciscanos, que além desta construíram ainda o Convento de São Francisco e o Cine Familiar. O Convento de São Francisco chegou a ser invadido por um dia durante a Segunda Guerra Mundial, pois os frade eram alemães. Neste período propriedades de famílias alemãs(família Lundgren), famílias italianas(família de Francesco) e famílias japonêsas(família Fugita) ligadas a este local sofreram represálias da população de Fortaleza.

Foto de data desconhecida da Fábrica Gurgel

O Cine Familiar funcionou até a década de 60 como opção de lazer para os moradores das adjacências.

Local com atração econômica, chegou a sediar a Siqueira Gurgel. Fábrica que fabricava produtos que marcaram história no Ceará: Sabonete Sigel, o óleo Pajeú, a gordura de coco Cariri e o famoso sabão Pavão. Um dos personagens fictícios deste produtos foi a Neguinha do Pajeú. Nos dias de hoje aqui fica um supermercado.

A famosa neguinha do Pajeú - Maninho Batera

Devido a suas tradições agrícolas aqui funcionou até a década de 70 jardins que produziam flores. Onde nos dias de atuais situa-se um supermercado.

No mesmo bairro existe a comunidade do Morro do Ouro. Uma comunidade de pessoas menos abastadas.

Na década de sessenta, por exemplo, o bairro Otávio Bonfim, tinha um charme bem particular. Não era de classe alta. Também não estava na linha da pobreza.

O que mais o diferenciava de outros, existentes em Fortaleza, naqueles idos, era o clima de família que reinava ali, campeando entre as árvores centenárias que se erguiam na Praça com o nome oficial de Libertadores.

Em cada canto, era comum ver-se mulheres com uma banquinha de café, fazendo fogo ali mesmo e lavando os utensílios em alguidar de barro, deixando a água escorrer pelas coxias.

De vez em quando tinha uma espiga de milho cozida, uma tapioca de goma fresca, sem respeito às normas de higiene, é claro, mas tão gostosas que até se esquecia de alguns prováveis transtornos gastrointestinais.

A Estação Ferroviária de Otávio Bonfim 

Os moradores de bairro tinham uma intimidade bem grande com aquela pracinha. Aposentados ficavam ali papeando, casais de namorados aproveitavam o bucolismo do local, para as costumeiras juras de amor, donas de casa levavam os filhos pequenos para andar de velocípede ou mesmo bicicleta, transeuntes iam e vinham despreocupados, ou com alguma preocupação, que isso já era freqüente antes mesmo da virada da economia.

Não havia lugar mais apropriado que a pracinha, para ler os jornais do dia, inclusive a Tribuna do Ceará, de saudosa memória. Muita gente circulava por ali, justo porque lá era ponto de desembarque dos ônibus que vinham do interior, com entrada pelo Antônio Bezerra.

A praça e a Igreja de Nossa Senhora das Dores pareciam geminadas, sequer dando oportunidade de se pensar em uma, sem estar pensando na outra. Até se tinha a impressão de que a primeira era uma extensão da segunda, e vice-versa.

Arquivo Nirez

Era só atravessar o passeio de pedra tosca, entre as ruas Justiniano de Serpa e Dom Jerônimo, e lá se estava em frente ao Santuário de Santo Antonio, parede e meia com a igreja.

Nos dias de terça-feira, acontecia a distribuição do pão dos pobres. Nem se falava do Lula, mas o bairro, ou melhor, os frades franciscanos do Otávio Bonfim, já engatavam movimentos sociais de combate à fome, com a ajuda dos paroquianos.

Uma grata recordação que vem daqueles tempos está ligada ao Cine Familiar, que ficava na lateral esquerda da igreja, fazendo quina com a Rua Dom Jerônimo. O Vavá era o grande artífice da 7 ª arte.

 
O Cine Familiar - Arquivo Nirez


Era ele que cuidava da exibição das películas, já que sabia só tudo sobre como manejar os rolos na velha geringonça, fazendo hoje com que nos lembremos do Cinema Paradiso.

Tudo isso se foi na enxurrada do tempo, mas o que até agora não sai das retinas cansadas, nem dos ouvidos adormecidos, é a imagem do trem, meio sujo, vindo dos lados do Acarape, rodando e rangendo sobre os trilhos presos aos dormentes, que iam dar na Estação João Felipe. Poderia ser o inverso, se o destino mudasse para Maracanaú.

Arquivo Nirez

Nas manhãs de sábado, não tinha passeio melhor do que pegar os filhos menores, subir no trem, e, de joelhos, nas poltronas rasgadas, acompanhar, das janelinhas abertas, o desfile de casas, árvores, pessoas que, indiferentemente à observação, postavam-se à beira do caminho.

Não se sabia, àquelas alturas, o que era uma bala perdida. No entanto, vez por outra, um garoto mais afoito pegava sua baladeira e conseguia estraçalhar a vidraça ou alcançar a cabeça de um passageiro menos avisado. Quem morava nas imediações da linha férrea, junto à parada do trem, no Otávio Bonfim, costumava despertar com o som estrépito da máquina, anunciando sua chegada à estação.

Muitos dos moradores da área residiam em casas construídas pela RVC, no último quarteirão da Rua Domingo Olimpio e já na Av. José Bastos, indo para a Av. Bezerra de Menezes.

Arquivo Nirez

Na verdade, o ícone de maior destaque, naquele quadrilátero urbano, era a Igreja de Nossa Senhora das Dores, apinhada de fiéis, nas missas dominicais, e que, em tempo de festa, ´mandava ver´ com grandes atrações, incluindo, barracas, quermesses, lembrando antigos costumes das cidadezinhas do Interior.

Aquele pedaço de Fortaleza foi sempre um reduto da família Gurgel. Se não era parente, era amigo ou conhecido. Na Rua Justiniano de Serpa, morava D. Dulce Gurgel Valente, mãe do Fernando, dono da Mecesa, do Flávio, funcionário do Dnocs, da Adélia e da Fernanda.

Do outro lado da Bezerra de Menezes, já depois da linha do trem, ficava a Siqueira Gurgel. Era lá onde se fabricava o Sabonete Sigel, o óleo Pajeú, a gordura de coco Cariri e o famoso sabão Pavão.
Havia, na época, um jingle muito popular: ´uma mão lava a outra com perfeição, e as duas lavam roupa com sabão pavão´. O óleo de algodão Pajeú, produzido na Siqueira Gurgel, ficou na história, isso porque a lata trazia estampada a figura de uma negrinha de tranças, bem sapeca em seus modos. Os tempos mudaram, a Siqueira Gurgel foi vendida e a área pertence hoje a uma rede de Hipermercado.

Ninguém lembra mais que na confluência da José Bastos com Bezerra de Menezes havia a Farmácia da D. Rosélia, mãe dos Professores Benito e Lúcio Melo, servindo a toda a população do bairro, necessitada de remédios, curativos e injeções.

A pracinha, mesmo depois de passar por sucessivas reformas, que lhe presentearam com canteiros, mudas de plantas, calçamento novo, perdeu um bocado do seu encanto. Ficou menos bucólica e mais suja.

A Sumov, então, deu lugar à Regional I, tornando-se um ninho de políticos ligados à gestão municipal. O que não mudou, foi a questão física do perímetro. Por um lado, caminha-se para o Beco dos Pintos, por outro, vai-se para o Cercado do Zé Padre.

Essa é uma versão de Fortaleza, em tempo real. Há marginalidade, há religiosidade, há urbanidade, tudo convivendo democraticamente, em que pese a violência instituída que está impondo aos moradores do bairro fechar suas portas, tão logo o sol descamba na linha do horizonte. Sinais dos tempos!

O Morro do Ouro, tão percorrido pelos frades, quando iam levar donativos às crianças e aos velhos, já não é igual àquele que Eduardo Campos imortalizou em peça teatral, de sua autoria.

A linha divisória entre os bairros de Otavio Bonfim e de Monte Castelo, onde os moradores do Morro fizeram ali o seu ´establishment´, está pontuada de balas, saídas das armas dos traficantes e também de desordeiros.

A despeito de tudo, ainda rescende no ar o cheiro bom das flores do jardim japonês, uma bem sucedida iniciativa do Sr. Jusako, nipônico fugido da guerra e que aqui construiu uma família de nobres exemplares.

Cine Nazaré

Essa é uma página da vida, e para caracterizar bem o tempo, é o ´retrato´ de uma época perdida na lembrança.

Parafraseando o fado português ´Mouraria´, não há como deixar de cantar o bairro, em louvação semelhante à que foi feita à Rua da Palma, da antiga Lisboa: ´Ah, meu Otávio Bonfim, contigo deixei minha alma, sem ti que será de mim?´


Fonte: Wikipédia, Diário do Nordeste, Paulo Elba e pesquisas diversas na internet

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Fortaleza nos anos 70

Ginásio Paulo Sarasate, 1979
Ginásio Paulo Sarasate, 1972
Castelão. Postal de Inauguração do jogo Ceará x Fortaleza.73.000 pessoas neste dia


Centro 1972



Volta da Jurema, num postal do final dos anos 70



Esse maravilhoso postal é da Praia de Iracema, final dos anos 70



A nova Catedral de Fortaleza foi inaugurada no dia 22 de dezembro de 1978, pelo então cardeal arcebispo de Fortaleza Dom Aloísio Lorscheider. Um dos postais mais significativo


Postal Volta da Jurema anos 70, vendo-se o ed. Jalcy, demolido em 1993


Postal praia do Mucuripe datado de 1971

Postal Clube Nautico Atletico Cearense anos 70


Centro 1971

NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: