Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Fortaleza em P&B

Praia do Mucuripe - 1939
Praia do Mucuripe - 1945 (Custo a acreditar que esse morro seja aquele cheio de casas¬¬)

Essa foto é bem antiga, vemos a estação central e o movimento das carroças daquela época

Esse é o Moinho Fortaleza - Anos 50


Mercado Público na antiga praça José de Alencar - Foto de 1909


Uma bela mansão na Av. Santos Dumont - Década de 50




Foto dos anos 30 da Major Facundo



Jangadeiros e uma cidade ao fundo pacata, sem prédios - Década de 50


Agora duas fotos da Praia de Iracema - 1930


Centro da cidade - Década de 50


Quiosque do Bembem - 1907

Avenida Presidente Vargas
Avenida Almirante Barroso



Antigo mercado Municipal



Documentário compara a capital do Ceará de 1920 com a Fortaleza, já metrópole, de 1963






segunda-feira, 15 de março de 2010

Mesbla


Em 1912 foi instalada no Brasil uma filial da firma Mestre & Blatgé, com sede em Paris e especializada no comércio de máquinas e equipamentos.

A filial brasileira tinha pouca importância dentro da organização francesa espalhada pelo mundo. Quatro anos depois de sua instalação, sua administração foi entregue ao francês Luiz La Saigne, até então subgerente da filial em Buenos Aires. Em 1924 La Saigne transformou o estabelecimento carioca numa firma autônoma, com o nome de Sociedade Anônima Brasileira Estabelecimentos Mestre et Blatgé, que em 1939 passou a denominar-se Mesbla S.A. A nova denominação era uma combinação das primeiras sílabas do nome original, que foi sugerida pela secretária do Sr. Luiz La Saigne, Izaura, por meio de um concurso interno. A preocupação era que no início da Segunda Guerra Mundial a França se manifestou solidária a Adolf Hitler, o que poderia ocasionar represálias no Brasil com referência ao nome.


Loja Mesbla na Rua General Sampaio, nº 1.065 nos anos 60 - Arquivo Nirez
A filha de La Saigne casou-se com Henrique de Botton. Ele e seu filho André comandaram a expansão da empresa até os anos 1980. Na década de 1950 a empresa tinha lojas instaladas nas principais capitais do país e em algumas cidades do interior. Nos anos 1980 a Mesbla tinha 180 pontos de venda e empregava 28 mil pessoas. Suas lojas de grande porte, com áreas raramente inferiores a 3 mil metros quadrados, eram pontos de referência nas cidades onde a Mesbla se fazia presente.

Sede da Mestre & Blatge, firma francesa precursora da Mesbla em 1912
Por quase três décadas reinou praticamente sozinha no mercado de varejo, por ser a única empresa do gênero de abrangência nacional. Orgulhavam-se seus funcionários em afirmar que a Mesbla só não vendia caixões funerários, que são para os mortos; para os vivos tinham todas as mercadorias, desde botões até automóveis, lanchas e aviões.

Mesbla chega em Fortaleza


A Mesbla nasceu em Fortaleza no ano de 1970, primeiro na rua General Sampaio e depois, em 15 de abril de 1974,  inaugura-se mais uma filial, na esquina da Rua Barão do Rio Branco com Rua São Paulo nº 290 (lado noroeste, onde esteve a primeira sede do BEC), no Centro. 
A marca expandiu pela cidade e chegou aos shoppings, tornando-se um gigante varejista. 
Em 1982 uma nova filial foi inaugurada no Shopping Iguatemi. 
Na década de 90, como muitas marcas locais, caiu em prejuízos e chegou à falência em 1999.

Últimos ajustes para a grande inauguração da Mesbla Iguatemi

Tasso Jereissati inaugurando a Mesbla no Iguatemi em 1982 A loja foi âncora durante os anos 80 e 90. Acervo Renato Pires
Foto aérea de 1982 do Iguatemi

Reformulação nos anos 1980

No entanto, a expansão da Mesbla se fez com estratégias de mercado que logo se mostraram ultrapassadas. Quando decidiu incrementar a venda de vestuário e roupas de cama e mesa, os artigos eram expostos junto às máquinas e aos equipamentos, mercadorias tradicionais da empresa. A mesma mistura desorganizada se via nos catálogos.


Acervo Diário do Nordeste
Também as compras da empresa junto a fornecedores apresentavam falhas. Por exemplo, tão logo o Brasil reatou relações diplomáticas com a União Soviética, no governo de João Goulart, a Mesbla importou daquele país grande quantidade de máquinas fotográficas e câmeras de filmar de baixa qualidade. Como as importações não tiveram continuidade, a Mesbla se viu em dificuldades para prestar assistência técnica dos produtos vendidos.

A luz vermelha acendeu em 1981, quando a Mesbla passou do primeiro para o terceiro lugar entre as maiores empresas de varejo do Brasil e começou a enfrentar uma concorrência mais forte. Uma consultoria mercadológica foi contratada, e as lojas da Mesbla passaram por uma completa reformulação, com mudanças na decoração das lojas, arrumação das vitrines, uniformes dos vendedores e comunicação dos clientes. Passou também a cuidar melhor da publicidade, apresentando catálogos em cores e anúncios bem cuidados para a televisão. Atraiu os melhores executivos do mercado, oferecendo bons salários.



Anúncio publicado no jornal Diário do Nordeste
Além das lojas de departamentos, tinha estabelecimentos próprios para venda de móveis, automóveis, lanchas, além de uma financeira. Atuou também no comercial internacional através de uma empresa subsidiária, que tinha filial em Nova York. Dentre os vários negócios milionários realizados pela Mesbla Comércio Internacional, mereceu destaque até no jornal The New York Times a venda de 60 mil caminhões à China, no valor de 900 milhões de dólares. Em 1986 foi escolhida pela Revista Exame, especializada em economia e negócios, como a melhor empresa do Brasil.

André De Botton foi consagrado como rei do varejo. Seu nome fazia parte do quarteto que formava a nobreza empresarial dos anos 1970 e 1980, completada por Octavio Lacombe, do Grupo Paranapanema, Olavo Monteiro de Carvalho, do Monteiro Aranha e Augusto Trajano, da Caemi. Além dos escritórios das grandes corporações e dos gabinetes de ministros e políticos de Brasília, eles circulavam pelas esferas da alta sociedade carioca da época. De Botton foi escolhido por duas vezes o Varejista Estrangeiro do Ano pela Organização Americana National Retail Federation.



Anúncio publicado no jornal Diário do Nordeste

Problemas nos anos 1990

Apesar dessas mudanças de estratégia, alguns problemas persistiram. A Mesbla tinha quarenta diretores, o que tornava as decisões lentas. Ao final do Governo Sarney, em 1989, a diretoria, acreditando que o país caminhava para uma hiperinflação, começou a estocar mercadorias em excesso e passou a contar basicamente com recursos gerados por sua financeira.

O advento do Plano Real, com o fim da inflação alta, mostrou as fragilidades da Mesbla, e a empresa passou a enfrentar constantes prejuízos, que tentou resolver com fechamento de lojas e dispensa de empregados. Para agravar, tinha que enfrentar a concorrência de lojas de departamento e hipermercados estrangeiros, com facilidade de obter capitais no exterior a juros mais baixos.

As empresas estrangeiras conquistaram a clientela de melhor poder aquisitivo, sempre atenta a novidades, com uma maior variedade de mercadorias e facilidades de crediário, em especial com a criação de cartões de crédito próprios. Quando a Mesbla tentou se igualar aos concorrentes, criando marcas exclusivas de roupa e seu próprio cartão de crédito, já era tarde. No ano de 1994 já havia fechado várias lojas e reduzido seu quadro para 4,5 mil funcionários, sem conseguir estancar os prejuízos.



Anúncio publicado no jornal O Globo

Mansur e o fim

Em 1997, com dívidas superiores a um bilhão de reais, pediu concordata. No mesmo ano, o controle acionário da Mesbla foi adquirido pelo empresário Ricardo Mansur, que arrematou 51% das ações por 600 milhões de reais, a ser pagos em dez anos, além de assumir a dívida fiscal de 350 milhões de reais da concordatária. Nove meses antes havia comprado as lojas do Mappin, tradicional empresa de varejo paulista. Tinha intenção de fazer a fusão das duas empresas, torná-las rentáveis e revendê-las com lucro.

Empresário polêmico, Mansur, dono de empresas de laticínios e de um banco, era conhecido tanto pelo seu estilo agressivo como pelo seu gosto pela ostentação. Mantém uma mansão em Londres, onde patrocina um time de polo, para o qual fornece cavalos puro-sangue de sua própria criação. Para satisfazer os desejos de uma filha, encomendou a um conceituado arquiteto paulista uma casa de bonecas, no valor de 300 mil dólares, que instalou em sua fazenda em Indaiatuba.




Na tentativa de salvar a Mesbla e o Mappin, Mansur colocou à frente das empresas o executivo João Paulo Amaral. Mas João Paulo logo se deu conta de que estava diante de uma daquelas missões tidas como impossíveis. A falta de dinheiro no caixa era mais grave do que se pensava, os atrasos do pagamento de fornecedores, crônicos. Em seguida, começou uma série de pedidos de falência, além de ameaças de despejo em todos os shoppings onde as lojas exibiam suas marcas.

Mansur tentou usar de seu prestígio junto a políticos e até mesmo da pressão dos funcionários da Mesbla e do Mappin, por meio de passeatas, para conseguir dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, um banco público. Ao mesmo tempo, buscava algum grupo estrangeiro interessado em adquirir as lojas. Sua credibilidade, no entanto, começou a ser posta em dúvida quando passou a divulgar informações falsas para concretizar o negócio. Ao mesmo tempo, a administração de seu banco começou a ser investigada e se apuraram práticas fraudulentas, que resultaram em sua liquidação. Por conta dessas práticas, Mansur chegou a ser preso e teve seus bens bloqueados. Um novo pedido de prisão foi feito por sua ex-mulher, a quem não pagava pensão alimentícia.

Diante de tantos problemas, Mansur se desinteressou da sorte da Mesbla e do Mappin. Voou para Londres e não voltou mais ao Brasil. A falência de ambas as empresas foi decretada em julho de 1999, e a última loja da Mesbla a fechar suas portas foi a filial de Niterói, em 24 de agosto de 1999.



Os últimos dias - Acervo Diário do Nordeste
Na mesma época, encerraram suas atividades as Lojas Brasileiras e a G. Aronson, duas empresas varejistas de capital nacional. Desde então, o mercado de varejo brasileiro teve de concorrer com empresas estrangeiras.

A Volta
Atualmente, um site está no ar anunciando à volta da Mesbla. A Telemercantil, uma empresa de comércio eletrônico negociou a compra dos direitos de uso do nome Mesbla com Mansur e deverá inaugurar um site voltado ao público feminino em março de 2010, com lançamento oficial em maio do mesmo ano. "A marca ainda tem um apelo positivo entre as consumidoras", avalia um diretor da Telemercantil. Segundo a colunista Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo de 3 de junho de 2009, o ex-dono da Mesbla, Ricardo Mansur, teria ido a Nova York para acelerar os contatos para adiantar o mais rápido possível a reinauguração da Mesbla.
Será?



Cartões Mesbla:


Vídeos para recordar:










Créditos: Venício Nunes, Youtube e material recebido por e-mail


“Chafariz da Lagoinha” - Fonte das Sereias (ou dos cavalinhos)


A fonte na praça da Lagoinha em 1935. Acervo Assis Lima

A Fonte das Nereidas aportou em Fortaleza em 1929. A encomenda foi feita pelo então prefeito Álvaro Weyne à empresa alemã Herms Stoltz. Escolhida por catálogo, a estrutura fazia parte de seu projeto político de embelezamento da cidade, pelo qual ficou conhecido como “prefeito das flores”. É chamada de Fonte Luminosa, porque o projeto original propunha um determinado tipo de iluminação, que acabou se perdendo com o tempo. Na época, embora já existisse luz elétrica em Fortaleza, a iluminação pública continuava a gás. Então, um engenheiro inglês teve de ser convidado para fazer a instalação.
A Fonte possuía canais de distribuição. As sereias eram iluminadas, e as pedras que serviram como base vieram da Praia de Mucuripe.
A Fonte Luminosa - também conhecida como “Chafariz da Lagoinha” - foi inaugurada em 1930 na Praça da Lagoinha.

Praça da Lagoinha déc. 30


1967. Av. da Universidade com a Fonte na
rotatória na av. 13 de Maio. Avista-se a torre
da Igreja dos Remédios.Acervo Lucas
A “Fonte dos Cavalinhos", que hoje se encontra instalada na Praça Murilo Borges, em frente ao prédio do BNB, no Centro de Fortaleza, veio da Alemanha e foi instalada para a inauguração da Praça da Lagoinha (Praça Comendador Teodorico/Praça Capistrano de Abreu).

No início dos anos 60, saiu da praça da Lagoinha para ser instalada no centro da praça Clóvis Beviláqua e depois, em 1965, no cruzamento entre a avenidas da Universidade e 13 de Maio.


Fonte na Praça Clóvis Beviláqua em 1965, antes de ser levada para o cruzamento da av. 13 de Maio com a av. da Universidade. Acervo Leonardo Nóbrega

Arquivo Nirez
A fonte no cruzamento da Avenida da Universidade com Treze de Maio - Arquivo Nirez

O cruzamento já sem a fonte - Nirez

Arquivo Nirez
Já no começo dos anos 70, para desafogar o trânsito no local, a Prefeitura
resolveu remover a fonte do cruzamento. Ela foi desmontada e ficou
guardada no depósito da então Superintendência Municipal de Obras e Viação (SUMOV). Em 1982, foi restaurada, remontada e colocada na então recém-construída Praça Murilo Borges. 
(Eliomar de Lima)


1973. Av. da Universidade com 13 de Maio. Trânsito crescendo e a Fonte dos Cavalinhos nos últimos dias naquele cruzamento. (Diários Associados). Acervo Lucas

Cruzamento com a fonte
 Anos 70. Podemos ver a reitoria da UFC, os anexos do CH3, a caixa d'água da concha acústica e a casa de cultura alemã. Acervo Marcos Almeida
A Fonte dos Cavalinhos (das sereias) no balão que ficava no cruzamento da Avenida da Universidade com Treze de Maio. Final dos anos 60.

Sem a fonte. Acervo Clóvis Cardoso Cruz


Foto recente


Foto  de 2016

Postagem editada em 06/07/2010


"Caríssimo Eliomar:

A matéria que você publicou em seu blog, sob o título Fortaleza antiga - “Fonte dos Cavalinhos”, dia 15/11/2009, requer alguns reparos históricos. Escrevo-lhe porque acompanhei e divulguei pelas páginas do O Povo toda a trajetória do que sobrou do antigo chafariz da Praça da Lagoinha, após ser retirado do cruzamento entre as avenidas da Universidade e 13 de Maio. Faço isso, em respeito a todos os membros da comissão instituída pela Prefeitura de Fortaleza (da qual participei, em 1979), principalmente o destemido escultor Zenon Barreto, já falecido.

Vamos aos fatos:

a) Pra começo de conversa, o monumento não foi “desmontado e guardado no antigo depósito da Sumov”, como consta em seu blog. Não. A peça foi parcialmente demolida, isso sim, sem nenhuma orientação técnica e a base de picaretadas. E seus escombros jogados no antigo depósito da Sumov, na Av. Sargento Hermínio, no bairro de Monte Castelo.
b) No dia 17 de janeiro de 1979, publiquei nas páginas do O Povo, a primeira matéria sobre o assunto e que denunciava que havia sido cometida uma tentativa de restauração do monumento, pelo escultor César Teles. Porém o trabalho, ainda em fase inicial (e abandonado), foi condenado por outros escultores da terra, tendo à frente Zenon Barreto.
c) O prefeito de Fortaleza, Luís Marques, então nomeou uma comissão para acompanhar os trabalhos de uma nova restauração da peça. Comissão formada pelos escultores Zenon Barreto e Honor Torres; o artista plástico Gilberto Brito; Luciano Bandeira, da Fundição Bandeira; Ednardo Weyne (filho do ex-prefeito de Fortaleza Álvaro Weyne – que adquiriu o monumento na Alemanha) e eu.
d) Foi feito um relatório, pela comissão, constatando que o local (depósito da Sumov), não oferecia as mínimas condições ambientais para ser feito um trabalho meticuloso nos fragmentos espalhados pelo galpão (remoção das camadas de massas, análises químicas, estudos hidráulicos etc). Finalmente, depois de alguns meses, as partes do chafariz foram removidas para o antigo Museu Histórico e Antropológico do Ceara, localizado onde hoje funciona o Museu da Imagem e do Som, na Av. Barão de Studart.
e) Porém de nada adiantou tal remoção, pois a Prefeitura ignorou o estudo técnico da comissão, encerrando o assunto.
f) Somente, no início da década de 80, do século passado, é que o Banco do Nordeste assumiu todas as despesas de reconstrução do chafariz e o reinaugurou, na praça Murilo Borges.


Do amigo,


Eliézer Rodrigues"




Na foto estão os componentes da comissão (examinando o que restou do chafariz), nomeada pela Prefeitura, em 1979, para acompanhar os trabalhos de restauração : Ednardo Weyne, Eliézer Rodrigues, Zenon Barreto e Gilberto Brito.

Editado em 06/01/2014

A ação do tempo

Desgastada pelo tempo e pelo abandono, a Fonte Luminosa da praça Murilo Borges tem história peregrina: veio da Alemanha e circulou por vários locais de Fortaleza.



Os hipocampos, as Nereidas e as cabeças de leão que compõem a histórica Fonte Luminosa, fincada na praça Murilo Borges desde 1984, têm sinais visíveis de desgaste: o revestimento descasca, e a região intermediária tem buracos causados pela oxidação. Segundo funcionários de estabelecimentos comerciais da região, ali onde é atualmente o prédio da Justiça Federal e já foi edifício do Banco do Nordeste (BNB), a Fonte não funciona pelo menos desde o início do ano. Moradores de rua costumam tomar banho e lavar roupa no local.


Em dezembro do ano passado, com o processo de saída do BNB da praça, estabeleceu-se um impasse entre prefeitura, Justiça e Banco sobre a responsabilidade pela manutenção. Por enquanto, o “chafariz da Lagoinha”, como também foi conhecida, continua trazendo consigo as marcas do tempo.

Não é a primeira vez que a Fonte sofre. Já amargou um período de ostracismo de cerca de 10 anos, entre as décadas de 1970 e 1980, nos galpões da antiga Superintendência Municipal de Obras e Viação (Sumov). Uma parceria entre a UFC e o BNB em 1984, depois de outros convênios frustrados, tirou do papel a restauração da Fonte.

Antes de ir para o depósito, era um estorvo para o trânsito que já começava a embaralhar o cruzamento da Avenida da Universidade com avenida 13 de Maio. Foi levada para lá pelo então reitor da UFC, Martins Filho, na tentativa “enobrecer” a área. Nunca funcionou. Ainda antes, ficou um curtíssimo período (1965-1966) na praça Clóvis Beviláqua, no Centro, em frente à Faculdade de Direito. Sua primeira moradia foi a praça da Lagoinha, também no mesmo bairro, mas foi substituída pela estátua do historiador Capistrano de Abreu.



A Fonte na Praça Clóvis Beviláqua em 1965. Ao fundo, a Faculdade de Direito e a rua General Sampaio. Acervo Lucas

A Fonte aportou em Fortaleza em 1929. A encomenda foi feita pelo prefeito Álvaro Weyne (1881-1963) à empresa alemã Herms Stoltz. Escolhida por catálogo, a estrutura fazia parte de seu projeto político de embelezamento da Cidade, pelo qual ficou conhecido como “prefeito das flores”. É chamada de Fonte Luminosa, porque o projeto original propunha um determinado tipo de iluminação, que acabou se perdendo com o tempo. Na época, embora já existisse luz elétrica em Fortaleza, a iluminação pública continuava a gás. Então, um engenheiro inglês teve de ser convidado para fazer a instalação.

“A Fonte possuía canais de distribuição. As sereias eram iluminadas, e as pedras que serviram como base vieram da Praia de Mucuripe, afirmou Luiz Alencar Rangel, jardineiro da gestão Álvaro Weyne no livro Do Passado ao Futuro, lançado pelo BNB para comemorar e explicar a reinauguração da Fonte.



Acordo

Segundo o diretor do Fórum, juiz federal Leonardo Resende Martins, um convênio passará à Justiça a incumbência pela manutenção da praça Murilo Borges e também da Fonte. Ele disse que o acordo deverá ser assinado nos próximos dias. A prefeitura, no entanto, se comprometeu a fazer a restauração da Fonte. Há cerca de dois meses, arquitetos da Secretaria Regional do Centro já estiveram avaliando as condições da peça para a reforma. “A parte hidráulica está regular, de modo que seria mais uma restauração artística”, afirma Martins. Até o fechamento dessa edição, a Prefeitura não respondeu sobre prazo para início e conclusão da restauração.


O Povo de 23/07/2013




Fonte - O Povo Online e blog Singular e coisa e tal

terça-feira, 9 de março de 2010

Rua Pedro Borges




A Rua Dr. Pedro Borges tem inicio na Praça do Ferreira, mais precisamente na Rua Major Facundo e vai até a Rua Sena Madureira, onde muda o nome para Rua dos Pocinhos; (antigo Beco dos Pocinhos).


A foto antiga data de 1933, época em que era ainda novidade o posto de carros de aluguel "Mazine", do comerciante Waldemar Gomes Freire, conhecido por "Mazine", que durou até o início de década de 60 e que durante toda a sua existência só utilizou carros da marca "Packard". O escritório do posto e garagem Mazine ficava onde é hoje a Casa Pio naquele quarteirão.


Na antiga foto vemos a pavimentação de concreto, os trilhos e fios de bondes e um exemplar de bonde, além de um "auto-ônibus" da "Light". A iluminação pública era feita por combustores a gás carbônico e na foto vemos alguns. No fundo, está, em construção, o prédio que depois abrigaria o bar "O Jangadeiro" de Luiz Frota Passos (onde depois esteve a Farmácia Humanitária) principal nos tempos de guerra.


Fachada da Padaria Lisbonense - Arquivo Nirez


Vizinho, o sobrado de esquina da década de vinte, onde funcionou o "Peixe-frito" ou "Trianon". Na dobra do lado direito da rua Pedro Borges, logo após a esquina onde foi a loja "A Cearense", de Aprígio Coelho de Araújo, que depois (1939) se mudaria para a rua Barão do Rio Branco, destaca-se o sobrado onde funcionava a famosa Padaria Lisbonense, que além do sobrado, ocupava também a casa de três portas vizinha pela direita. Em primeiro plano na foto, um guarda de trânsito característico da época, com quepe, túnica, culote e polainas.


A foto mais recente mostra a grande diferença de época pelos prédios, pela calçada, pelos postes e fios, sinalização, bancas de revistas, calçadões, novas lojas, iluminação a mercúrio, etc. Carnaubeiras enfeitam a nova praça e dois edifícios (espigões) servem de fundo. Na esquina agora estão as Lojas Leblon. Do lado direito temos hoje a Casa Amazônia; a Casa Pio, a Drogajafre, Via Sport e Leão do Sul. Do outro lado, onde foi A Cearense, hoje está uma loja do grupo C. Rolim e onde foi a Padaria Lisbonense hoje é o Shopping Lisbonense.




Fonte - Fortaleza de Ontem e de hoje, Nirez


NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: