A fonte na praça da Lagoinha em 1935. Acervo Assis Lima
A Fonte das Nereidas aportou em Fortaleza em 1929. A encomenda foi feita pelo então prefeito Álvaro Weyne à empresa alemã Herms Stoltz. Escolhida por catálogo, a estrutura fazia parte de seu projeto político de embelezamento da cidade, pelo qual ficou conhecido como “prefeito das flores”. É chamada de Fonte Luminosa, porque o projeto original propunha um determinado tipo de iluminação, que acabou se perdendo com o tempo. Na época, embora já existisse luz elétrica em Fortaleza, a iluminação pública continuava a gás. Então, um engenheiro inglês teve de ser convidado para fazer a instalação.
A Fonte possuía canais de distribuição. As sereias eram iluminadas, e as pedras que serviram como base vieram da Praia de Mucuripe.
A Fonte Luminosa - também conhecida como “Chafariz da Lagoinha” - foi inaugurada em 1930 na Praça da Lagoinha.
Praça da Lagoinha déc. 30
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1967. Av. da Universidade com a Fonte na rotatória na av. 13 de Maio. Avista-se a torre da Igreja dos Remédios.Acervo Lucas |
A “Fonte dos Cavalinhos", que hoje se encontra instalada na Praça Murilo Borges, em frente ao prédio do BNB, no Centro de Fortaleza, veio da Alemanha e foi instalada para a inauguração da Praça da Lagoinha (Praça Comendador Teodorico/Praça Capistrano de Abreu).
No início dos anos 60, saiu da praça da Lagoinha para ser instalada no centro da praça Clóvis Beviláqua e depois, em 1965, no cruzamento entre a avenidas da Universidade e 13 de Maio.
Fonte na Praça Clóvis Beviláqua em 1965, antes de ser levada para o cruzamento da av. 13 de Maio com a av. da Universidade. Acervo Leonardo Nóbrega
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Arquivo Nirez |
A fonte no cruzamento da Avenida da Universidade com Treze de Maio - Arquivo Nirez
O cruzamento já sem a fonte - Nirez
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Arquivo Nirez |
Já no começo dos anos 70, para desafogar o trânsito no local, a Prefeitura
resolveu remover a fonte do cruzamento. Ela foi desmontada e ficou
guardada no depósito da então Superintendência Municipal de Obras e Viação (SUMOV). Em 1982, foi restaurada, remontada e colocada na então recém-construída Praça Murilo Borges.
(Eliomar de Lima)
1973. Av. da Universidade com 13 de Maio. Trânsito crescendo e a Fonte dos Cavalinhos nos últimos dias naquele cruzamento. (Diários Associados). Acervo Lucas
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Cruzamento com a fonte |
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Anos 70. Podemos ver a reitoria da UFC, os anexos do CH3, a caixa d'água da concha acústica e a casa de cultura alemã. Acervo Marcos Almeida |
A Fonte dos Cavalinhos (das sereias) no balão que ficava no cruzamento da Avenida da Universidade com Treze de Maio. Final dos anos 60.
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Sem a fonte. Acervo Clóvis Cardoso Cruz |
Foto recente
Foto de 2016
Postagem editada em 06/07/2010
A matéria que você publicou em seu blog, sob o título Fortaleza antiga - “Fonte dos Cavalinhos”, dia 15/11/2009, requer alguns reparos históricos. Escrevo-lhe porque acompanhei e divulguei pelas páginas do O Povo toda a trajetória do que sobrou do antigo chafariz da Praça da Lagoinha, após ser retirado do cruzamento entre as avenidas da Universidade e 13 de Maio. Faço isso, em respeito a todos os membros da comissão instituída pela Prefeitura de Fortaleza (da qual participei, em 1979), principalmente o destemido escultor Zenon Barreto, já falecido.
Vamos aos fatos:
a) Pra começo de conversa, o monumento não foi “desmontado e guardado no antigo depósito da Sumov”, como consta em seu blog. Não. A peça foi parcialmente demolida, isso sim, sem nenhuma orientação técnica e a base de picaretadas. E seus escombros jogados no antigo depósito da Sumov, na Av. Sargento Hermínio, no bairro de Monte Castelo.
b) No dia 17 de janeiro de 1979, publiquei nas páginas do O Povo, a primeira matéria sobre o assunto e que denunciava que havia sido cometida uma tentativa de restauração do monumento, pelo escultor César Teles. Porém o trabalho, ainda em fase inicial (e abandonado), foi condenado por outros escultores da terra, tendo à frente Zenon Barreto.
c) O prefeito de Fortaleza, Luís Marques, então nomeou uma comissão para acompanhar os trabalhos de uma nova restauração da peça. Comissão formada pelos escultores Zenon Barreto e Honor Torres; o artista plástico Gilberto Brito; Luciano Bandeira, da Fundição Bandeira; Ednardo Weyne (filho do ex-prefeito de Fortaleza Álvaro Weyne – que adquiriu o monumento na Alemanha) e eu.
d) Foi feito um relatório, pela comissão, constatando que o local (depósito da Sumov), não oferecia as mínimas condições ambientais para ser feito um trabalho meticuloso nos fragmentos espalhados pelo galpão (remoção das camadas de massas, análises químicas, estudos hidráulicos etc). Finalmente, depois de alguns meses, as partes do chafariz foram removidas para o antigo Museu Histórico e Antropológico do Ceara, localizado onde hoje funciona o Museu da Imagem e do Som, na Av. Barão de Studart.
e) Porém de nada adiantou tal remoção, pois a Prefeitura ignorou o estudo técnico da comissão, encerrando o assunto.
f) Somente, no início da década de 80, do século passado, é que o Banco do Nordeste assumiu todas as despesas de reconstrução do chafariz e o reinaugurou, na praça Murilo Borges.
Do amigo,
Eliézer Rodrigues"
Na foto estão os componentes da comissão (examinando o que restou do chafariz), nomeada pela Prefeitura, em 1979, para acompanhar os trabalhos de restauração : Ednardo Weyne, Eliézer Rodrigues, Zenon Barreto e Gilberto Brito.
Editado em 06/01/2014
A ação do tempo
Desgastada pelo tempo e pelo abandono, a Fonte Luminosa da praça Murilo Borges tem história peregrina: veio da Alemanha e circulou por vários locais de Fortaleza.
Os hipocampos, as Nereidas e as cabeças de leão que compõem a histórica Fonte Luminosa, fincada na praça Murilo Borges desde 1984, têm sinais visíveis de desgaste: o revestimento descasca, e a região intermediária tem buracos causados pela oxidação. Segundo funcionários de estabelecimentos comerciais da região, ali onde é atualmente o prédio da Justiça Federal e já foi edifício do Banco do Nordeste (BNB), a Fonte não funciona pelo menos desde o início do ano. Moradores de rua costumam tomar banho e lavar roupa no local.
Em dezembro do ano passado, com o processo de saída do BNB da praça, estabeleceu-se um impasse entre prefeitura, Justiça e Banco sobre a responsabilidade pela manutenção. Por enquanto, o “chafariz da Lagoinha”, como também foi conhecida, continua trazendo consigo as marcas do tempo.
Não é a primeira vez que a Fonte sofre. Já amargou um período de ostracismo de cerca de 10 anos, entre as décadas de 1970 e 1980, nos galpões da antiga Superintendência Municipal de Obras e Viação (Sumov). Uma parceria entre a UFC e o BNB em 1984, depois de outros convênios frustrados, tirou do papel a restauração da Fonte.
Antes de ir para o depósito, era um estorvo para o trânsito que já começava a embaralhar o cruzamento da Avenida da Universidade com avenida 13 de Maio. Foi levada para lá pelo então reitor da UFC, Martins Filho, na tentativa “enobrecer” a área. Nunca funcionou. Ainda antes, ficou um curtíssimo período (1965-1966) na praça Clóvis Beviláqua, no Centro, em frente à Faculdade de Direito. Sua primeira moradia foi a praça da Lagoinha, também no mesmo bairro, mas foi substituída pela estátua do historiador Capistrano de Abreu.
A Fonte na Praça Clóvis Beviláqua em 1965. Ao fundo, a Faculdade de Direito e a rua General Sampaio. Acervo Lucas
A Fonte aportou em Fortaleza em 1929. A encomenda foi feita pelo prefeito Álvaro Weyne (1881-1963) à empresa alemã Herms Stoltz. Escolhida por catálogo, a estrutura fazia parte de seu projeto político de embelezamento da Cidade, pelo qual ficou conhecido como “prefeito das flores”. É chamada de Fonte Luminosa, porque o projeto original propunha um determinado tipo de iluminação, que acabou se perdendo com o tempo. Na época, embora já existisse luz elétrica em Fortaleza, a iluminação pública continuava a gás. Então, um engenheiro inglês teve de ser convidado para fazer a instalação.
“A Fonte possuía canais de distribuição. As sereias eram iluminadas, e as pedras que serviram como base vieram da Praia de Mucuripe”, afirmou Luiz Alencar Rangel, jardineiro da gestão Álvaro Weyne no livro Do Passado ao Futuro, lançado pelo BNB para comemorar e explicar a reinauguração da Fonte.
Acordo
Segundo o diretor do Fórum, juiz federal Leonardo Resende Martins, um convênio passará à Justiça a incumbência pela manutenção da praça Murilo Borges e também da Fonte. Ele disse que o acordo deverá ser assinado nos próximos dias. A prefeitura, no entanto, se comprometeu a fazer a restauração da Fonte. Há cerca de dois meses, arquitetos da Secretaria Regional do Centro já estiveram avaliando as condições da peça para a reforma. “A parte hidráulica está regular, de modo que seria mais uma restauração artística”, afirma Martins. Até o fechamento dessa edição, a Prefeitura não respondeu sobre prazo para início e conclusão da restauração.
O Povo de 23/07/2013
Fonte - O Povo Online e blog Singular e coisa e tal