Postagem editada em 13 de janeiro de 2015
Mara Hope é motivo de atração
23 Mar 1985 - Matéria do Jornal O Povo:
O petroleiro Mara Hope está fundeado há 15 dias, na Praia Formosa, em consequência de defeito na hélice do rebocador Progress II que o conduzia. O Mara Hope fazia uma viagem do Texas à China e está bem naquela praia, sendo motivo de atração. Para o Chefe da Divisão de Operações da Cia. das Docas do Ceará, Francisco Leopoldo Albuquerque, o navio que está fundeado na Praia Formosa, chegou aqui de arribada, em consequência do defeito verificado no rebocador.
Foto de 1985, ano em que o Mara Hope encalhou. Acervo pessoal de Rogério Nóbrega.
Fabricado em 1967 pelo estaleiro espanhol Astilleros de Cádiz sendo chamado de Juan de Austria e posteriormente Asian Glory. Pertenceu às empresas Naviera Ibérica, Bona Shipping, Carpathia Trading e Commercial Maritime.
Em 1983 sofreu um incêndio o qual atingiu a casa de máquinas do navio quando estava ancorado em Port Neches, no Texas. Todos os 40 tripulantes saíram do navio sem nada sofrer.
Foto de 1985 - Acervo pessoal de Rogério Nóbrega
Em 1984 foi para Taiwan para ser vendido como sucata, contudo no meio da viagem, em 1985, o rebocador teve problemas mecânicos na costa brasileira, ficando ancorado no Porto do Mucuripe.
Em meio a um temporal, com maré alta, as amarras do Mara Hope se romperam e a embarcação derivou 1,6 km até encalhar nas proximidades da Praia de Iracema.
Turma de amigos no convés do Mara Hope - Acervo pessoal de Rogério Nóbrega
O Mara Hope era um petroleiro que em 1983 em um porto do Texas, nos EUA, pegou fogo e queimou durante três dias. O incêndio foi tão intenso que as pessoas que moravam nas imediações do porto foram evacuadas. O que restou do navio foi vendido para uma empresa de sucata na África do Sul.
Em 1985 o Mara Hope foi então levado pelo navio rebocador Sucess II que ao largo de Fortaleza teve problemas nas máquinas e ancorou no estaleiro da INACE para reparos. Sua carga foi fundeada no Porto do Mucuripe.
Uma noite, durante uma forte tempestade o Mara Hope soltou-se de suas amarras e derivou por dois quilômetros vindo a encalhar justamente em frente ao estaleiro onde estava seu rebocador. O banco de areia no qual o navio encalhou era muito extenso e o navio estava profundamente atolado. Após várias tentativas inúteis de movê-lo foi constatada perda do navio.
Depois de confirmada sua perda, o navio ficou anos sob a ação de vândalos até que foi iniciada uma operação de desmonte. Suas peças e metais foram vendidos como sucata. Foi removida toda a estrutura da popa à meia-nau. Hoje em dia, fora da água, resta menos da metade do que foi o navio. No fundo do mar ainda existe boa parte dos motores, o hélice e leme. O mergulho é difícil, mas pode ser bem interessante com uma boa visibilidade.
Segundo Marcus Davis, esse era o hélice reserva do Mara Hope.
Acervo pessoal de Rogério Nóbrega
Depois de confirmada sua perda, o navio ficou anos sob a ação de vândalos até que foi iniciada uma operação de desmonte. Suas peças e metais foram vendidos como sucata. Foi removida toda a estrutura da popa à meia-nau. Hoje em dia, fora da água, resta menos da metade do que foi o navio. No fundo do mar ainda existe boa parte dos motores, o hélice e leme. O mergulho é difícil, mas pode ser bem interessante com uma boa visibilidade.
Aqui, vemos o Mara Hope já bastante danificado em dezembro de 1988.
Acervo pessoal de Rogério Nóbrega.
Ao lado do que restou do navio, vemos um rebocador ancorado. Foto de dezembro de 1988.
Acervo pessoal de Rogério Nóbrega.
Histórico do Mara Hope
Passeio único, vista encantadora em Navio Encalhado em Fortaleza
07/11/1983 - Grandes danos foram causados por um incêndio na casa de máquinas, enquanto passa por um processo de reforma. O Navio encontrava-se ancorado em Port Neches, Texas, EUA. Cento e cinquenta residente nas proximidades do porto, foram retirados devido ao grande risco de explosão. Os quarenta tripulantes à bordo, abandonaram o navio sem nada sofrer. O navio ficou em chamas por quatro dias.
20/11/1984 - Partiu de port Neches rebocado pelo rebocador Progress II, com destino a Kaohsiung para desmonte, onde iria passar pelo Cabo de Horn.
06/03/1985 - O rebocador teve problemas mecânicos enquanto passava pela costa brasileira, o que impediu a continuação da viagem.
08/03/1985 - Fundeado em Fortaleza.
21/03/1985 - Quando o rebocador tentou fundeá-lo em Fortaleza, o Mara Hope derivou 1 milha, vindo a encalhar. Todas as tentativas de reflutuação não tiveram êxito, e o naufrágio acabou sendo abandonado.
Saltar do Mara Hope, prática que se tornaria frequente ao decorrer dos anos.
Foto de 1988 do acervo pessoal de Rogério Nóbrega.
Novidade pra mim... O Mara Hope sofreu outro incêndio, agora em mares cearenses em 1985. "No dia do incêndio, eu mesmo estive horas antes no local, foram "piratas" de cobre e bronze que atearam fogo na fiação elétrica para retirarem apenas o cobre da mesma, e acabou pegando fogo em outras coisas fazendo um mini-incêndio. Depois de algumas horas avisarem-me que o navio tava pegando fogo, corri e peguei a câmera e deu essa foto." Rogério Nóbrega.
Nomes que o Navio chegou a ter:
-Juan de Austria - Naviera Ibérica SA
-Asian Glory (1979) - Bona Shipping Co, Monrovia
-Mara Hope (1983) - Carpathia Trading Ltd, Monrovia
-Mara Hope (1983) - Comermcial Maritime Ltd
Companheiros de Naufrágio em Fortaleza:
Navio:
Benny
Cisne Branco
Cearense
Dona Luiza
Justin
Rio Formoso
Rose
e o Tiradentes Ex: Southkure
Foto de Marcus Davi
Foto de Hugo Fernandes
Um dos principais naufrágios registrados na costa de Fortaleza completará 30 anos este ano. O navio Mara Hope, após ser parcialmente desmontado, hoje serve como local de encontro para turmas de amigos.
Estados Unidos, 7 de novembro de 1983.
Um navio petroleiro ancorado no Texas sofre por quatro dias um incêndio. A embarcação, chamada de Mara Hope, ficou condenada ao desmonte, a ser feito em Taiwan, na Ásia, para onde seria levada por um rebocador. Mas a viagem acabaria na América, após problemas mecânicos, com um naufrágio em Fortaleza, há quase 30 anos.
Um navio petroleiro ancorado no Texas sofre por quatro dias um incêndio. A embarcação, chamada de Mara Hope, ficou condenada ao desmonte, a ser feito em Taiwan, na Ásia, para onde seria levada por um rebocador. Mas a viagem acabaria na América, após problemas mecânicos, com um naufrágio em Fortaleza, há quase 30 anos.
A embarcação rebocadora apresentou problemas em 6 de março de 1985, na costa brasileira. Ainda em março, ancorado no Porto do Mucuripe, o petroleiro derivou uma milha em meio a uma forte chuva, com maré alta, e veio a encalhar. Todas as tentativas de reflutuação foram frustradas. Parte de sua estrutura ainda foi resgatada pela empresa proprietária.
A sucata do Mara Hope hoje está encalhada a aproximadamente 700 metros da Ponte Metálica. Um dos melhores pontos de visualização é a Igreja de Santa Edwirges, na Avenida Leste Oeste. Frequentemente, banhistas e curiosos seguem até os restos do navio para mergulhar e contemplar a cidade por outro ângulo, mesmo com a estrutura precária.
De acordo com a Capitania dos Portos, o Mara Hope hoje é propriedade da União, assim como qualquer outro navio naufragado na costa brasileira. Mas não há intenção de resgatá-lo. Seria até possível tecnicamente, mas os custos são muito elevados, conforme a Capitania dos Portos.
O mergulhador Marcus Davis, 26, lembra que começou a frequentar o Mara Hope há seis anos, época em que somente moradores de comunidades próximas mantinham este hábito. Hoje o número de visitantes é maior, inclusive com marcação de encontros entre turmas de amigos. Marcus, no entanto, dá advertências. Um dos alertas é sempre fazer o passeio acompanhado de uma pessoa que conheça o navio.
Marcus também explica que não é recomendável tentar chegar ao Mara Hope a nado. Uma das dicas é pagar um pescador para fazer o transporte em ida e volta, em uma embarcação segura. O serviço pode ser procurado próximo à Ponte Metálica, segundo Marcus Davis.
Foto de Junior Barra
“É muito bacana o visual, principalmente o pôr do sol. E, para quem gosta de mergulhar, também. É muito bonita a vida marinha lá“, resume o frequentador Thiago Vieira, 26. “Apesar de ser uma sucata é legal para quem nunca subiu em um navio“.
O Mara Hope foi fabricado em 1967 por um estaleiro espanhol e passou por quatro proprietários. Tinha comprimento em torno de 150 metros antes do desmonte. De acordo ainda com a Capitania dos Portos, a atual posição da sucata poderia causar riscos ao tráfego aquaviário, mas o naufrágio está inserido em cartas náuticas, de conhecimento dos navegadores.
Mais detalhes sobre o Mara Hope:
1967: O navio Mara Hope, que está encalhado em Fortaleza, foi fabricado pelo estaleiro espanhol Astilleros de Cádiz. Também se chamou Juan de Austria e Asian Glory. Pertenceu às empresas Naviera Ibérica, Bona Shipping, Carpathia Trading e Commercial Maritime.
Foto vendo-se o Gigante do Mar ao fundo
1983: Um incêndio atinge a casa de máquinas do navio, ancorado em Port Neches, no Texas. Foram quatro dias de fogo e uma explosão. Havia 40 tripulantes, mas todos deixaram o navio sem nada sofrer.
1984: O Mara Hope deixou Port Neches rebocado pela embarcação Progress II,
em 20 de novembro. O destino era Kaohsiung, em Taiwan, para desmonte.
1985: O rebocador teve problemas mecânicos na costa brasileira, em 6 de março. O Mara Hope foi ancorado no Porto do Mucuripe e o Progress II seguiu para conserto no estaleiro Indústria Naval do Ceará (Inace).
A sucata do navio encontra-se a cerca de 700 metros da Ponte Metálica, porém é arriscado chegar até ele a nado, sendo mais seguro contratar uma embarcação para o transporte de ida e volta.
Visão do Hotel Marina Park
O barco utilizado no passeio contorna o Mara Hope, que vai se tornando imenso aos olhos dos visitantes
A cidade vai ficando para trás. Em frente, a aventura e a expectativa de conhecer o Mara Hope, navio petroleiro que encalhou na costa de Fortaleza há exatos 25 anos, completos no dia 21 de março. Logo no início do passeio, o barco cruza com outras embarcações ancoradas na costa da cidade, cruza com jangadas de velas coloridas, passando também por pequenos barcos de pescadores. Olhando a cidade, aos poucos, os prédios vão encolhendo.
O barco do grupo Mar do Ceará sai da avenida Beira Mar, na altura do número 4344, por volta das 15 horas. O trajeto até o Mara Hope dura cerca de 40 minutos. Os visitantes passam em frente à praia Mansa, dão a volta no naufrágio Amazonas e seguem em direção ao Mara Hope. "Ele encalhou no dia 21 de março de 1985. Hoje é uma grande massa metálica no mar. A vida marinha foi povoando a embarcação e, hoje, é uma grande moradia de peixes e outros animais marinhos", comenta o organizador do passeio, instrutor de mergulho Marcus Davis.
O barco utilizado no passeio contorna o Mara Hope, que vai se tornando imenso aos olhos dos visitantes. Coletes salva-vidas, cordas e boias ajudam as pessoas a chegarem até lá. A subida é feita por uma escada por fora do grande navio. Lá em cima, as ferrugens são as provas do tempo e do abandono, mas a vista da cidade é uma bela recompensa. O céu, que estava nublado até então, abre uma brecha para o pôr-do-sol. "Você vê a cidade de um ângulo diferente e acha a cidade cada vez mais bonita", vibra a estudante Edjane Soares, 20.
Aqueles que não sabem nadar ficam no barco, curtindo o vento e a vista privilegiada da cidade e do mar. Quem sabe nadar, mas não quer subir, tem a chance de nadar no entorno do barco. A parada no Mara Hope dura cerca de uma hora.
A descida do navio pode ocorrer pela mesma escada da subida, mas muitos preferem saltar no mar. A altura varia de oito a 12 metros, dependendo da maré. O designer gráfico Marcos Eleutério gostou tanto da aventura que realizou o salto duas vezes. "Sempre tive vontade de conhecer o navio, mas os amigos não tinham a mesma empolgação".
Fotos Jornal OPovo
Foto Brasil Mergulho
O mar azul, as ondas e os barcos do litoral cearense atraem a atenção de cearenses e turistas, principalmente no trecho compreendido entre a Praia Formosa e o Mucuripe. Nessa área, quatro antigos navios já fazem parte do cenário da costa. São dois afundados, que se transformaram em cascos submersos e servem de viveiros para peixes; e dois ancorados, que foram interditados pela Justiça por questões trabalhistas.
A Capitania dos Portos reconhece que os navios penhorados, ou “arrestados” atrapalham um pouco as embarcações. Eles ocupam um espaço que poderiam ser utilizado por outros em perfeitas condições de funcionamento. Com referência aos destroços dos navios afundados, o comandante Roberto Lima afirma que não atrapalham o trânsito das demais embarcações.
Pescadores do Mucuripe concordam com o oficial, e consideram que os navios ancorados, localizados aproximadamente a dois e quatro quilômetros da costa, oferecem grande perigo para as lanchas e jangadas porque não dispõem de sinaleira.
Hoje, só existem os destroços do Mara Hope, em frente ao Marina Park, na Praia Formosa. A Capitania alega não dispor de estaleiro próprio e nem de tecnologia para recortar o navio. Tanto o Mara Hope, quando o navio que foi afundado próximo ao Iate Clube, foram cartografados para não atrapalharem as embarcações.
Beira-Mar com o Mara Hope ainda inteiro em vídeo de Aderbal Nogueira:
Fonte: Jornal O Povo, Blog Mar do Ceará, Rogério Nóbrega, Diário do Nordeste,
Brasil Mergulho e pesquisas na internet