Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Mara Hope - 30 Anos


Postagem editada em 13 de janeiro de 2015

Mara Hope é motivo de atração

23 Mar 1985 - Matéria do Jornal O Povo:

O petroleiro Mara Hope está fundeado há 15 dias, na Praia Formosa, em consequência de defeito na hélice do rebocador Progress II que o conduzia. O Mara Hope fazia uma viagem do Texas à China e está bem naquela praia, sendo motivo de atração. Para o Chefe da Divisão de Operações da Cia. das Docas do Ceará, Francisco Leopoldo Albuquerque, o navio que está fundeado na Praia Formosa, chegou aqui de arribada, em consequência do defeito verificado no rebocador.

Foto de 1985, ano em que o Mara Hope encalhou. Acervo pessoal de Rogério Nóbrega.

Navio petroleiro que naufragou na costa de Fortaleza no dia 6 de março de 1985 sendo atualmente uma atração turística da cidade.
Fabricado em 1967 pelo estaleiro espanhol Astilleros de Cádiz sendo chamado de Juan de Austria e posteriormente Asian Glory. Pertenceu às empresas Naviera Ibérica, Bona Shipping, Carpathia Trading e Commercial Maritime.
Em 1983 sofreu um incêndio o qual atingiu a casa de máquinas do navio quando estava ancorado em Port Neches, no Texas. Todos os 40 tripulantes saíram do navio sem nada sofrer.


Foto de 1985 - Acervo pessoal de Rogério Nóbrega

Em 1984 foi para Taiwan para ser vendido como sucata, contudo no meio da viagem, em 1985, o rebocador teve problemas mecânicos na costa brasileira, ficando ancorado no Porto do Mucuripe.
Em meio a um temporal, com maré alta, as amarras do Mara Hope se romperam e a embarcação derivou 1,6 km até encalhar nas proximidades da Praia de Iracema.

Turma de amigos no convés do Mara Hope - Acervo pessoal de Rogério Nóbrega

O Mara Hope era um petroleiro que em 1983 em um porto do Texas, nos EUA, pegou fogo e queimou durante três dias. O incêndio foi tão intenso que as pessoas que moravam nas imediações do porto foram evacuadas. O que restou do navio foi vendido para uma empresa de sucata na África do Sul.
Em 1985 o Mara Hope foi então levado pelo navio rebocador Sucess II que ao largo de Fortaleza teve problemas nas máquinas e ancorou no estaleiro da INACE para reparos. Sua carga foi fundeada no Porto do Mucuripe.

Uma noite, durante uma forte tempestade o Mara Hope soltou-se de suas amarras e derivou por dois quilômetros vindo a encalhar justamente em frente ao estaleiro onde estava seu rebocador. O banco de areia no qual o navio encalhou era muito extenso e o navio estava profundamente atolado. Após várias tentativas inúteis de movê-lo foi constatada perda do navio.


Segundo Marcus Davis, esse era o hélice reserva do Mara Hope. 
Acervo pessoal de Rogério Nóbrega

Depois de confirmada sua perda, o navio ficou anos sob a ação de vândalos até que foi iniciada uma operação de desmonte. Suas peças e metais foram vendidos como sucata. Foi removida toda a estrutura da popa à meia-nau. Hoje em dia, fora da água, resta menos da metade do que foi o navio. No fundo do mar ainda existe boa parte dos motores, o hélice e leme. O mergulho é difícil, mas pode ser bem interessante com uma boa visibilidade.

Aqui, vemos o Mara Hope já bastante danificado em dezembro de 1988.  
Acervo pessoal de Rogério Nóbrega.

Ao lado do que restou do navio, vemos um rebocador ancorado. Foto de dezembro de 1988.  
Acervo pessoal de Rogério Nóbrega.

Histórico do Mara Hope

07/11/1983 - Grandes danos foram causados por um incêndio na casa de máquinas, enquanto passa por um processo de reforma. O Navio encontrava-se ancorado em Port Neches, Texas, EUA. Cento e cinquenta residente nas proximidades do porto, foram retirados devido ao grande risco de explosão. Os quarenta tripulantes à bordo, abandonaram o navio sem nada sofrer. O navio ficou em chamas por quatro dias.


No fundo do mar ainda existe boa parte dos motores, o hélice e leme

20/11/1984 - Partiu de port Neches rebocado pelo rebocador Progress II, com destino a Kaohsiung para desmonte, onde iria passar pelo Cabo de Horn.

06/03/1985 - O rebocador teve problemas mecânicos enquanto passava pela costa brasileira, o que impediu a continuação da viagem.

08/03/1985 - Fundeado em Fortaleza.

21/03/1985 - Quando o rebocador tentou fundeá-lo em Fortaleza, o Mara Hope derivou 1 milha, vindo a encalhar. Todas as tentativas de reflutuação não tiveram êxito, e o naufrágio acabou sendo abandonado.

Saltar do Mara Hope, prática que se tornaria frequente ao decorrer dos anos. 
Foto de 1988 do acervo pessoal de Rogério Nóbrega.

Novidade pra mim... O Mara Hope sofreu outro incêndio, agora em mares cearenses em 1985.  "No dia do incêndio, eu mesmo estive horas antes no local, foram "piratas" de cobre e bronze que atearam fogo na fiação elétrica para retirarem apenas o cobre da mesma, e acabou pegando fogo em outras coisas fazendo um mini-incêndio. Depois de algumas horas avisarem-me que o navio tava pegando fogo, corri e peguei a câmera e deu essa foto." Rogério Nóbrega.

Nomes que o Navio chegou a ter:

-Juan de Austria - Naviera Ibérica SA
-Asian Glory (1979) - Bona Shipping Co, Monrovia
-Mara Hope (1983) - Carpathia Trading Ltd, Monrovia
-Mara Hope (1983) - Comermcial Maritime Ltd

Companheiros de Naufrágio em Fortaleza:

Navio:
Benny
Cisne Branco
Cearense
Dona Luiza
Justin
Rio Formoso
Rose
e o Tiradentes Ex: Southkure

Foto de Marcus Davi

Foto de Hugo Fernandes

Um dos principais naufrágios registrados na costa de Fortaleza completará 30 anos este ano. O navio Mara Hope, após ser parcialmente desmontado, hoje serve como local de encontro para turmas de amigos.

Estados Unidos, 7 de novembro de 1983. 
Um navio petroleiro ancorado no Texas sofre por quatro dias um incêndio. A embarcação, chamada de Mara Hope, ficou condenada ao desmonte, a ser feito em Taiwan, na Ásia, para onde seria levada por um rebocador. Mas a viagem acabaria na América, após problemas mecânicos, com um naufrágio em Fortaleza, há quase 30 anos.



A embarcação rebocadora apresentou problemas em 6 de março de 1985, na costa brasileira. Ainda em março, ancorado no Porto do Mucuripe, o petroleiro derivou uma milha em meio a uma forte chuva, com maré alta, e veio a encalhar. Todas as tentativas de reflutuação foram frustradas. Parte de sua estrutura ainda foi resgatada pela empresa proprietária.

A sucata do Mara Hope hoje está encalhada a aproximadamente 700 metros da Ponte Metálica. Um dos melhores pontos de visualização é a Igreja de Santa Edwirges, na Avenida Leste Oeste. Frequentemente, banhistas e curiosos seguem até os restos do navio para mergulhar e contemplar a cidade por outro ângulo, mesmo com a estrutura precária.

De acordo com a Capitania dos Portos, o Mara Hope hoje é propriedade da União, assim como qualquer outro navio naufragado na costa brasileira. Mas não há intenção de resgatá-lo. Seria até possível tecnicamente, mas os custos são muito elevados, conforme a Capitania dos Portos.



O mergulhador Marcus Davis, 26, lembra que começou a frequentar o Mara Hope há seis anos, época em que somente moradores de comunidades próximas mantinham este hábito. Hoje o número de visitantes é maior, inclusive com marcação de encontros entre turmas de amigos. Marcus, no entanto, dá advertências. Um dos alertas é sempre fazer o passeio acompanhado de uma pessoa que conheça o navio.

Marcus também explica que não é recomendável tentar chegar ao Mara Hope a nado. Uma das dicas é pagar um pescador para fazer o transporte em ida e volta, em uma embarcação segura. O serviço pode ser procurado próximo à Ponte Metálica, segundo Marcus Davis.

Foto de Junior Barra

“É muito bacana o visual, principalmente o pôr do sol. E, para quem gosta de mergulhar, também. É muito bonita a vida marinha lá“, resume o frequentador Thiago Vieira, 26. “Apesar de ser uma sucata é legal para quem nunca subiu em um navio“.


O Mara Hope foi fabricado em 1967 por um estaleiro espanhol e passou por quatro proprietários. Tinha comprimento em torno de 150 metros antes do desmonte. De acordo ainda com a Capitania dos Portos, a atual posição da sucata poderia causar riscos ao tráfego aquaviário, mas o naufrágio está inserido em cartas náuticas, de conhecimento dos navegadores.



Dentro do Mara Hope. Rogério Nóbrega

Mais detalhes sobre o Mara Hope:

1967: O navio Mara Hope, que está encalhado em Fortaleza, foi fabricado pelo estaleiro espanhol Astilleros de Cádiz. Também se chamou Juan de Austria e Asian Glory. Pertenceu às empresas Naviera Ibérica, Bona Shipping, Carpathia Trading e Commercial Maritime.


Foto vendo-se o Gigante do Mar ao fundo

1983: Um incêndio atinge a casa de máquinas do navio, ancorado em Port Neches, no Texas. Foram quatro dias de fogo e uma explosão. Havia 40 tripulantes, mas todos deixaram o navio sem nada sofrer.

1984: O Mara Hope deixou Port Neches rebocado pela embarcação Progress II,
em 20 de novembro. O destino era Kaohsiung, em Taiwan, para desmonte.

1985: O rebocador teve problemas mecânicos na costa brasileira, em 6 de março. O Mara Hope foi ancorado no Porto do Mucuripe e o Progress II seguiu para conserto no estaleiro Indústria Naval do Ceará (Inace).


A sucata do navio encontra-se a cerca de 700 metros da Ponte Metálica, porém é arriscado chegar até ele a nado, sendo mais seguro contratar uma embarcação para o transporte de ida e volta.

Visão do Hotel Marina Park


Passeio único, vista encantadora em Navio Encalhado em Fortaleza

O barco utilizado no passeio contorna o Mara Hope, que vai se tornando imenso aos olhos dos visitantes

A cidade vai ficando para trás. Em frente, a aventura e a expectativa de conhecer o Mara Hope, navio petroleiro que encalhou na costa de Fortaleza há exatos 25 anos, completos no dia 21 de março. Logo no início do passeio, o barco cruza com outras embarcações ancoradas na costa da cidade, cruza com jangadas de velas coloridas, passando também por pequenos barcos de pescadores. Olhando a cidade, aos poucos, os prédios vão encolhendo.

O barco do grupo Mar do Ceará sai da avenida Beira Mar, na altura do número 4344, por volta das 15 horas. O trajeto até o Mara Hope dura cerca de 40 minutos. Os visitantes passam em frente à praia Mansa, dão a volta no naufrágio Amazonas e seguem em direção ao Mara Hope. "Ele encalhou no dia 21 de março de 1985. Hoje é uma grande massa metálica no mar. A vida marinha foi povoando a embarcação e, hoje, é uma grande moradia de peixes e outros animais marinhos", comenta o organizador do passeio, instrutor de mergulho Marcus Davis.

Dentro dos porões do Mara Hope - Foto de Marcus Davis



O barco utilizado no passeio contorna o Mara Hope, que vai se tornando imenso aos olhos dos visitantes. Coletes salva-vidas, cordas e boias ajudam as pessoas a chegarem até lá. A subida é feita por uma escada por fora do grande navio. Lá em cima, as ferrugens são as provas do tempo e do abandono, mas a vista da cidade é uma bela recompensa. O céu, que estava nublado até então, abre uma brecha para o pôr-do-sol. "Você vê a cidade de um ângulo diferente e acha a cidade cada vez mais bonita", vibra a estudante Edjane Soares, 20.

Aqueles que não sabem nadar ficam no barco, curtindo o vento e a vista privilegiada da cidade e do mar. Quem sabe nadar, mas não quer subir, tem a chance de nadar no entorno do barco. A parada no Mara Hope dura cerca de uma hora.

A descida do navio pode ocorrer pela mesma escada da subida, mas muitos preferem saltar no mar. A altura varia de oito a 12 metros, dependendo da maré. O designer gráfico Marcos Eleutério gostou tanto da aventura que realizou o salto duas vezes. "Sempre tive vontade de conhecer o navio, mas os amigos não tinham a mesma empolgação".

Fotos Jornal OPovo


Foto Brasil Mergulho

Cemitério de navios atrapalha navegação

O mar azul, as ondas e os barcos do litoral cearense atraem a atenção de cearenses e turistas, principalmente no trecho compreendido entre a Praia Formosa e o Mucuripe. Nessa área, quatro antigos navios já fazem parte do cenário da costa. São dois afundados, que se transformaram em cascos submersos e servem de viveiros para peixes; e dois ancorados, que foram interditados pela Justiça por questões trabalhistas.




A Capitania dos Portos reconhece que os navios penhorados, ou “arrestados” atrapalham um pouco as embarcações. Eles ocupam um espaço que poderiam ser utilizado por outros em perfeitas condições de funcionamento. Com referência aos destroços dos navios afundados, o comandante Roberto Lima afirma que não atrapalham o trânsito das demais embarcações.

Pescadores do Mucuripe concordam com o oficial, e consideram que os navios ancorados, localizados aproximadamente a dois e quatro quilômetros da costa, oferecem grande perigo para as lanchas e jangadas porque não dispõem de sinaleira.

Hoje, só existem os destroços do Mara Hope, em frente ao Marina Park, na Praia Formosa. A Capitania alega não dispor de estaleiro próprio e nem de tecnologia para recortar o navio. Tanto o Mara Hope, quando o navio que foi afundado próximo ao Iate Clube, foram cartografados para não atrapalharem as embarcações.

Foto de Hugo Fernandes



Beira-Mar com o Mara Hope ainda inteiro em vídeo de Aderbal Nogueira:



Fonte: Jornal O Povo, Blog Mar do Ceará, Rogério Nóbrega, Diário do Nordeste, 
Brasil Mergulho e pesquisas na internet



terça-feira, 6 de julho de 2010

Associação dos Merceeiros


A Associação dos Merceeiros funciona em um belíssimo edifício com apenas 1 pavimento, eclético, com elementos Art-Déco bastante fiel ao seu aspecto original. Possui fenestrações em todo o seu perímetro, sendo todas elas portas, muitas com varanda guarnecidas por elegantes guarda-corpos em serralharia.
Foto antiga, que data de 1926, mostra o prédio como ele foi feito, todo rodeado de portas com varandas, piso alto, porões com as aberturas para a rua. Pela rua Major Facundo, passavam os trilhos dos bondes e sua fiação. Arquivo Nirez.
Originalmente o prédio possuía porão alto com gateira alinhada com as fenestrações que hoje encontramos, mas para adequar-se ao novo programa, o piso foi rebaixado, tornando as varandas portas de acesso. Sua fachada possui rica decoração, com platibanda movimentada, alternando seu perfil com coroamentos retangulares e curvos, adornadas com elementos geométricos e florais; cornija sobre tríglifos decorativos, além das interessantes molduras e arremates nas portas. No chanfro da esquina ostenta sobre o seu frontão retangular arrematado por uma concha, o símbolo de mercúrio, uma roda dentada alada, adotada pela indústria e comércio. 


A Associação dos Merceeiros, foi fundada no dia 5 de abril de 1914 por uma plêiade de 14 modestos merceeiros, num pequeno prédio da rua Floriano Peixoto, com o fim de proteger os pequenos comerciantes naqueles tempos difíceis da Primeira Guerra Mundial.

Antes de completar 15 anos de existência, a associação já tinha inaugurado sua sede própria, no canto sudeste da então Praça Gonçalves Ledo, atual Praça do Carmo, onde ainda hoje se encontra.


A Associação teve a "Caixa de Beneficência", o "Banco dos Merceeiros" e a "Assistência Médica, Dentária e Judiciária". Ainda existem: a parte de pecúlios e as assistências, médica, dentária e judiciária. Só não mais existe o banco, desaparecido com o advento do serviço bancário particular e oficial.

A foto antiga, que data de 1926, mostra o prédio como ele foi feito, todo rodeado de portas com varandas, piso alto, porões com as aberturas para a rua. É possível perceber que pela rua Major Facundo, passavam os trilhos dos bondes e sua fiação.

A foto ao lado mostra o mesmo prédio já com muitas modificações, como a "Farmácia dos Merceeiros", na esquina, que apesar do nome, não pertence à associação. Para a abertura da farmácia, foram feitas alterações no prédio, como baixar o piso, descer as portas, além da colocação das placas com o nome do estabelecimento.

Do lado da Rua Major Facundo, toldos para proteção do sol. Além da farmácia, existem ainda, pelo lado da rua Clarindo de Queiroz, o Laboratório Santa Lúcia e a cantina "Lanche Forte". O prédio tem também fachada pela Rua Floriano Peixoto.



Associação em 1934. Acervo William Beuttenmuller
Acervo Renato Pires
Editado em 07/09/2018

Almanaque do Ceará - 1935.
Acervo Renato Pires
Lamentavelmente, a Associação dos Merceeiros encerrou suas atividades, em seu prédio histórico, em 13 de agosto de 2018, por dívidas da administração.
Tombado provisoriamente, o imóvel, que data dos anos 1920, está sob posse de  uma imobiliária.

Por decisão judicial, a Associação foi impedida de usar o prédio onde já estava há quase 100 anos, localizado na esquina das ruas Clarindo de Queiroz e Floriano Peixoto, no Centro. A nova sede, no cruzamento das avenidas da Universidade e Domingos Olímpio, passa por reformas e ainda não tem data para começar a funcionar, afirmou o presidente da entidade, Anilton Colares, ao jornal O Povo.


Os Merceeiros, entidade privada de defesa de direitos sociais, é conhecida por oferecer atendimentos de saúde a preços populares. 

De acordo com o Jornal O Povo, o despejo foi fruto de disputa judicial travada desde 2008. Os Merceeiros firmaram com uma imobiliária contrato de mútuo, um empréstimo de R$ 189 mil. Não havendo pagamento, a empresa entrou com ação de execução do título, pleiteando posse do prédio. Em 15 de junho último, a juíza Antônia Neuma Mota Moreira Dias determinou que o prédio fosse transferido, sob pena de multa de R$ 500 por cada dia de atraso no cumprimento. A medida foi executada em 14 de agosto.

Foto: Manilov
A advogada Nathalia Ervedosa, da Sim Administração e Comércio de Imóveis Ltda, diz que a empresa ainda estuda o que fazer com o prédio, composto ao todo por cinco imóveis. Parte do edifício já estava locado.

A associação ainda busca reverter a decisão. Uma das alegações é de que o valor do prédio não foi atualizado como foi a dívida, afirmou Marcos Vianna, advogado dos Merceeiros. Segundo ele, o imóvel é avaliado em R$ 3 milhões, quando a dívida, em valores atualizados, é de cerca de R$ 400 mil. "Independente da existência de prédio, a associação não deixará de existir".






Crédito: Portal da história do Ceará, Borjão, Jornal O Povo e pesquisas na internet.

Amélia Earhart em Fortaleza



Fortaleza foi uma das escalas de Amélia Earhart, lendária aviadora americana desaparecida no Oceano Pacífico quando tentava se transformar na primeira mulher a realizar um voo ao redor do globo. O pouso em Fortaleza foi em junho de 1937, portanto, alguns dias antes do desaparecimento do seu avião Electra no oceano Pacífico.

A passagem de Amélia pela capital cearense está registrada em várias fotos, algumas tiradas pela própria aviadora. A sua história, cheias de desafios e conquistas, foi relatada em vários livros e filmes e até hoje fascina as pessoas.


Amélia visitou Fortaleza em 4 de junho de 1937. Havia somente um batente possível entre Paramaribo (ex- Guiana Holandesa) e Fortaleza, um campo cercado. Os aviadores cruzaram o Equador pela primeira vez. Após dez horas do voo, Amelia Earhart e Noonan aterrizaram em Fortaleza. A cidade senta-se em uma planície arenosa marrom no arco de um recorte, com forma crescente, entre as montanhas e o mar, apenas ao oeste do Mucuripe. A condição do aeroporto era muito boa. Amelia e Fred fizeram preparações finais para o Atlantic sul em Fortaleza melhor que em Natal como tinha pretendido.

Quem foi Amelia Earhart?

Ambiciosa e destemida, Amelia Earhart foi a primeira mulher a cruzar o oceano Atlântico em voo solo, em 1932, façanha até então conseguida apenas por Charles Lindbergh, em 1927. Nessa aventura, a solitária aviadora quebrou também o recorde de velocidade para voo transatlântico, estabelecendo-o em 14 horas e 56 minutos. Com seus cabelos curtos e roupas masculinas, ela foi uma das grandes heroínas da década de 30. Amélia dizia que tudo o que os homens podem fazer, as mulheres também podem.
Em 1937, a garota nascida em Kansas, nos Estados Unidos, e que já havia trabalhado como enfermeira durante a Primeira Guerra Mundial, lançou-se em mais um desafio: queria ser a primeira mulher a completar uma viagem aérea em torno do globo terrestre. Ela e seu navegador, Frederick Noonam, cumpriram as primeiras 22 mil milhas da aventura sem problemas. Mas, após decolarem para as últimas 7 mil milhas de voo, perderam contato com a guarda-costeira dos Estados Unidos. O bimotor Electra desapareceu sobre o mar, sem deixar qualquer pista. Seus corpos e os destroços do avião nunca foram encontrados.

Era uma manhã de 2 de julho de 1937 quando o mais bem preparado voo terminou em tragédia. Earhart e seu navegador, Fred Noonan, desapareceram quando se aproximavam de uma pequena ilha no Pacífico, em um dos últimos trechos da sua volta ao mundo. Amélia Mary Earhart (24 de Julho de 1897 - Desapareceu em 2 de Julho, 1937) foi uma aviadora norte-americana, pioneira da aviação feminina. Em 1928, foi a primeira mulher a cruzar o Oceano Atlântico de avião. A experiência esta relatada em seu livro 'Vinte Horas, Quarenta Minutos'. Fundou a Ninety-Nines, organização internacional de aviadoras. Foi a primeira mulher a receber a Distinta Cruz da Aviação. Em 1935, voou sobre o Oceano Pacífico, tornando-se a primeira mulher a conseguir este marco. Amélia pretendia ser também a primeira mulher a circunavegar a Terra seguindo a linha do Equador. Seu avião desapareceu perto da ilha Howland. Acredita-se que tenha ficado sem combustível, e que ela e o navegador Fred Noonan tenham caído no mar. Seu desaparecimento nunca foi explicado.



Mapa trajeto de Amélia (Clique para ampliar)

A Fortaleza que Amélia conheceu

Com um pouco mais de 126.666 habitantes, a cidade de Fortaleza respirava Paris em suas
ruas e praças. Tudo lembrava a França.
A pharmácia Pasteur era a mais conhecida e os hotéis, Hotel de France e o magnífico Excelsior.
As mulheres usavam luvas. Os homens ternos de linho branco irlandês.
Os chapéus eram indispensáveis, por causa do sol forte.

Abastecendo o avião - Foto Jornal O Povo




Amélia Mary Earhart foi a primeira mulher a receber a “The Distinguished Flying Cross”, condecoração dada por ter sido a primeira mulher a voar sozinha sobre o oceano Atlântico. Estabeleceu diversos outros recordes, escreveu livros sobre suas experiências de voo, e foi essencial na formação de organizações para mulheres que desejavam pilotar.

Foi declarada morta no dia 5 de Janeiro de 1939.



Chegando em Fortaleza com o capitão Noonan

Ela foi uma das grandes heroínas da década de 30. Amelia dizia que tudo o que os homens podem fazer, as mulheres também podem. “Tão bem ou melhor.”


Lockheed L-10E Electra de Amelia Earhart. A aeronave foi modificada, tendo a maioria das janelas da cabine escurecidas e tanques de combustível foram adaptados à fuselagem. O Avião esta pousado no Campo de Pouso do Alto da Balança - Cocorote (atual Base Aérea de Fortaleza desde 1941).




Fortaleza, 1937 - Reportagem Jornal OPovo

Na tentativa de ser a primeira mulher a dar a volta ao mundo de avião, a americana Amelia Earhart passou por Fortaleza no início de junho de 1937 e registrou cenas do dia a dia. Logo depois ela encontrou seu trágico destino

Marcos Sampaio 
(marcossamapaio@opovo.com.br)

Esqueça os shoppings, as boates e a correria típica das grandes cidades. O trânsito caótico, que hoje tanto incomoda pedestres e motoristas, se resumia aos bondes, poucos ônibus e carros. O clima era mais ameno uma vez que os raros prédios não impediam a brisa marinha de dar uma acalmada no calor da cidade. Até o hábito de ir à praia era diferente, significava vestir terno e gravata apenas para olhar o mar e apanhar conchinhas na areia. Assim era Fortaleza em 1937, uma cidade pequena, limitada pelas avenidas Domingos Olímpio, Dom Manuel e Imperador, sofrendo ainda com as consequências da terrível seca de 1932, mas já ganhando seus ares de grande centro.
Essa foi a cidade que a aviadora Amelia Earhart conheceu quando fez seu pouso tranquilo, às 16h30min do dia 4 de junho daquele ano, no campo do Alto da Balança. A expectativa pela sua chegada já tomava conta da cidade desde o início da manhã. Até aquele momento não se sabia se a americana iria parar aqui, ou se iria direto para seu próximo destino, a cidade de Natal. Acompanhada pelo piloto Fred Noonan, ela foi recebida por autoridades, fez pose para a imprensa e entrou num carro em direção ao Hotel Excelsior, onde ficou hospedada. Sua passagem por Fortaleza fazia parte do percurso da sua última e mais audaciosa aventura: dar a volta ao mundo.
Nascida no Kansas, em 24 de julho de 1897, Amelia Mary Earhart havia se tornado uma celebridade por ter sido a primeira mulher a sobrevoar o Atlântico. Pioneira na aviação e na defesa dos direitos da mulher, ela realizou este percurso pela primeira vez em junho de 1928, não pilotando, mas como responsável pelo registro de voo. Quatro anos depois, repetiu o trajeto transatlântico, agora como piloto. O trajeto seguiu do Canadá até Derry, na Irlanda do Norte, no lugar onde hoje funciona o pequeno museu Amelia Earhart Centre.
Sua aventura em torno do mundo, um total de 47 mil km, seguindo a linha do Equador, ficou famosa não só pela coragem empregada, mas, também, pela sequencia de infortúnios. A viagem, feita num Lockheed 10E Electra, começou em 17 de março de 1937, de Oakland, Califórnia, até Honolulu, Havaí. Junto com Earhart estavam o navegador de voo Harry Manning, o segundo navegador Fred Noonan e o conselheiro técnico Paul Mantz. Logo na primeira parada, ela teve que esperar três dias para solucionar problemas de lubrificação. Na nova decolagem, novos problemas fizeram a partida ser adiada mais uma vez e sentido do voo ser invertido. Agora iria de Oakland para Miami, por conta das condições climáticas.
Em Fortaleza - Amélia, agora acompanhada somente de Fred, deu nova partida em 1º de junho e três dias depois chegou ao Ceará. “Amelia Earhart, que suplantou veteranos do voo, aterrissando na América depois de deslizar mil metros sobre um terreno escorregadio (a pista não era pavimentada), empreendeu uma descida perfeitíssima no nosso campo, a que ela teceu grandes elogios. Pouco depois, era dado aos circunstantes admirar a denotada mulher, que saltava da cabine vestindo trajes aéreos e com cabelos em desalinho”, trazia as páginas do O POVO de 5 de junho de 1937. Após o jantar, já no Hotel Excelsior, ela “recebeu os representantes da imprensa” e “palestrou amavelmente durante meia hora” quando deu os motivos do tour pelo mundo: primeiro, o prazer, depois, poder equiparar a audácia da mulher com a do homem.
Foram apenas três dias, mas, enquanto esteve aqui, dedicou-se a fotografar tudo aquilo que lhe vinha aos olhos, a começar pela cidade vista de cima. “Após 10 horas de voo, eu fiquei feliz em avistar Fortaleza, exatamente no local esperado e onde deveria estar de acordo com os mapas entre montanhas e o mar numa planície, a oeste do Cabo do Mucuripe. A linha da costa diferenciava muito da encontrada ao Norte. Em vez de florestas, densas dunas e arrecifes, além da foz de rios sobre a influência das marés e áreas de manguezais”, observou ela. Em suas fotos estão o antigo porto, o Seminário da Prainha e a Praça do Cristo Redentor, a ponte metálica, muitas faixas de areia e flagrantes típicos, como jangadeiros e crianças brincando no mar. Em outro momento, capturou da janela do seu quarto, no Excelsior, o pouco movimento de pessoas, carros e o mar ao fundo.


Pequenos prédios, a antiga Catedral e muitos cajueiros

Jangadinhas do Mucuripe - Fotos de Amélia


A tranquila Praça do Ferreira - Por Amélia


Praça Cristo Redentor, no centro - 1937


Região do Centro, parte da Ponte Metálica, antiga Catedral da Sé - 1937

Essa é bem interessante! Rua Major Facundo - Excelsior Hotel, onde Amelia se hospedou. Ela tirou essa foto da varanda do hotel.

Sobrevoando Fortaleza - 1937



Um ano antes da demolição da antiga Catedral, Amélia fotografou a cidade. Vemos também uma placa de uma fábrica com os dizeres: Companhia de óleo do Brasil

Infortúnio Cenas - Estas foram alguns dos últimos registros feitos por Earhart. Após novos problemas na partida de Fortaleza, ela seguiu para Natal (RN), de onde partiu rumo ao Senegal (África). Sua última parada se deu em Lae (Nova Guiné), de onde partiu pelo Pacífico Central rumo à ilha Howland. Deste momento em diante, pouco se sabe do que aconteceu. Por volta do dia 2 de julho, algum problema técnico fez com que ela perdesse completamente o contato por rádio. Muitas teorias surgiram, desde que ela não sabia usar a antena do seu avião, até que o equipamento havia se desprendido da fuselagem antes da última decolagem. Muitas hipóteses tentaram justificar seu desaparecimento. Que ela havia se tornado espiã, trocado de identidade ou se tornado prisioneira dos japoneses. Nada foi confirmado e naquele momento ficou registrado um dos maiores mistérios da aviação mundial. Como documentos para o futuro, ficaram as imagens de Fortaleza, cidade que a recebeu por poucos dias e o sorriso de quem estava perto de realizar seu grande sonho.

Após muitos dias de buscas infrutíferas, Amelia foi declarada morta no dia 5 de janeiro de 1939. - Amelia registrou muitas das suas experiências como aviadora em livros, artigos, colunas e ensaios da época. - A história de Amelia Earhart deu origem a 'Amelia', de Mira Nair. Lançado em 2009, o filme teve Hilary Swank no papel principal e Christopher Eccleston vivendo Nonnan. - Muitos artistas da música, autores do teatro e da TV ainda relembram o nome de Amelia Earhart em seus trabalhos. - Para o jornalista e historiador Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez, não é possível afirmar que as fotos de Fortaleza tenham sido feitas realmente por Earhart. “Como essas fotos foram encontradas se o avião nunca foi encontrado?”, questiona ele.

Ficha do Excelsior com o nome de Amelia

Rabiscos de Amélia


Reportagem Histórica da Revista Mit, número 26 (Clique nas fotos para ampliar)









Créditos: Wikipédia, Repository Purdue University Libraries, Jornal O Povo, Fortal e pesquisas pela internet

NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: