Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A Copacabana do Cambeba

Foto arquivo OPovo


A primeira casa do primeiro conjunto construído à beira do Lago Jacarey foi comprada por José Carlos Ferreira Maia, 62, em 1980. A Construtora Cearense anunciou na seção de imóveis dos anúncios populares o início do empreendimento que ficou conhecido como Mansões do Lago, na Avenida Viena Weyne. Cada uma das sete primeiras casas, todas de pavimento térreo, custava em torno de quatrocentos mil cruzeiros.
A preços de hoje, valem R$180.000,00, em média.


Desde sempre, o bairro Cidade dos Funcionários compreende toda a extensão da Avenida Oliveira Paiva, desde a BR-116 até a Avenida Perimetral - atualmente denominada Avenida Washington Soares - no cruzamento conhecido como Seis Bocas, exatamente onde funcionava o restaurante
Toca do Coelho (é o novo!!). Descendo 400 metros à direita na metade da Oliveira Paiva, sentido leste-oeste, chega-se ao lugarejo da Cidade dos Funcionários conhecida como Lago Jacarey. Seu Maia relembra como era difícil o acesso, e mais difícil ainda a aceitação da família em mudar-se para a sonhada casa própria. Os dois filhos adolescentes e a esposa saíram a contragosto do sobrado alugado na Aldeota, na Rua Torres Câmara, reclamando do isolamento e da distância da nova morada. Para piorar o fato de que apenas uma linha de ônibus servia o local, fazendo a rota Praça do Coração de Jesus - Cidade dos
Funcionários via BR-116, a instalação de aparelhos telefônicos na área era um luxo para poucos. Além de ser caro, por vezes demandava tráfico de influência envolvendo algum “peixe” da extinta Teleceará.
Apesar da falta de infra-estrutura e das constantes reclamações familiares, Seu Maia se sentia realizado. A beleza e a paz do local lhe davam a certeza de ter feito um bom negócio, que dentro em breve seria reconhecido pelos que lhe condenavam naquele momento. Em frente à casa, nascentes de água limpa brotavam do solo e abasteciam o Lago Jacarey. No entorno, o matagal, abrigo natural de cobras e escorpiões nativos, os quais eram motivo de mais uma dentre as tantas queixas da família recém-chegada.
De quando em vez, a invasão dos abomináveis vizinhos no território dos Maias obrigava os novatos a fatídica missão de exterminar os peçonhentos. O passo seguinte era exibir ao pai o monstro abatido como troféu, na tentativa inútil de convencê-lo a mudarem dali.

Foto Arquivo Tv Verdes Mares

E por falar em inutilidade, nada se compara a placa indicativa com a inscrição BAIRRO CAMBEBA, afixada na praça do Lago pela Prefeitura de Fortaleza, faz uns cinco anos. É perda de tempo querer convencer aos moradores, em plena praça, que o Lago é parte do Cambeba. Por mais que a placa insista negando, “o Lago é bem aqui, o filé da Cidade (dos Funcionários), e o Cambeba é lá acolá, pras
bandas da Messejana! Esse povo lá sabe de nada!”, bronqueia o Maia, cheio de razão e de vontade de arrancá-la.


Tem jacaré aí, menino!


Difícil saber de onde vem a palavra Jacarey. No Aurélio, consta a grafia com “i” no final, e designa o nome de uma planta da família das ramnáceas, da qual o juazeiro é a espécie mais conhecida. Dentre os moradores mais antigos, não há notícia de um só pé de juá nos arredores, vivo ou derrubado nos últimos 30 anos. Ou seja, no dicionário da língua portuguesa o significado não guarda qualquer semelhança com a denominação dada ao Lago.
A profundidade media aproximadamente dois metros e meio e conta-se que, ao longo dos últimos trinta anos,
uma meia dúzia de pessoas, crianças e adultos, morreram afogadas em suas águas. Esses mesmos moradores
falam de um tempo em que ali habitavam jacarés, mas não há qualquer relato que confirme a preexistência de
répteis crocodilianos. No máximo, horripilantes répteis como cobras e escorpiões e o mais asqueroso dos batráquios, famoso sapo-cururu. Alguns dizem Jacaraí, outros Jacareí, mas são unânimes em difundir o folclore do bairro que dá conta de que a origem da palavra vem da aglutinação de jacaré+aí, talvez criada para amedrontar as crianças e assim livrá-las de situações de perigo.

Copacabana do Cambeba


Distante duas quadras do Lago, no rumo do Cambeba, mora a aposentada Lemirte Pinheiro de Castro, 71, ex professora de Geografia do ensino médio, que chegou ao bairro em 1976. Disposta a terminar o namoro da filha com um rapaz que não lhe era bem-visto, restou-lhe deixar a casa própria do Parque Araxá, assumindo pesadas prestações para aquisição do novo imóvel. Também para ela não foram poucas as queixas de seus familiares, e com a agravante de que Dona Lemirte odiou o local desde o primeiro
dia. “Tudo era difícil, tudo era longe. Aqui era só brejo”, diz, apontando para a rua. Ela conta que um dia cansou de se martirizar, de esconder a filha e de esconder-se a si própria. Substituindo auto-piedade por determinação a viver melhor, saiu de porta em porta conclamando os vizinhos para juntos iniciarem uma espécie de mutirão de melhorias. Com a primeira quantia arrecadada contrataram calceteiros - profissionais que trabalham na pavimentação de ruas - e aos poucos foram desmatando, sentando pedras e fincando placas nas ruas, como forma de minimizar o isolamento que muitas vezes implicava no não recebimento
de correspondência e na falta de prestação de serviços domiciliares, como farmácias, gás butano etc.

Em pouco tempo os serviços coordenados por Dona Lemirte chegaram ao Lago. Com as contribuições regulares de aproximadamente 50 moradores pagavam-se trabalhadores pela capinagem periódica das margens, cerca de 500 metros de contorno. Aberto o acesso ao espaço, a combinação entre a necessidade de lazer das crianças e o tempo livre dos pais nos finais de semana resultou na rotina dos piqueniques, oportunidade para todos fartarem-se de nadar e de comer camarões pescados na hora.
À época, apelidaram o lugar de Copacabana do Cambeba, onde permaneciam até o limite do pôr-do-sol. Mais que isso, impossível, pelo menos para quem tem sangue nas veias. O coaxar eufórico da saparada funcionava como toque de recolher, anunciando a pontualíssima chegada dos mosquitos hematófagos. Às pressas e com o que restava de iluminação natural juntavam-se os teréns e batiam em retirada, deixando livre a área para os verdadeiros donos do pedaço.

A união pela praça


Em 1985, e por iniciativa própria de Dona Lemirte, nasceu a UNILAGO (Associação dos Moradores do Lago Jacarey), entidade por ela presidida durante o biênio inaugural e sobre a qual pouco comenta e muito lamenta. Entre lágrimas, queixa-se de artimanhas políticas armadas por pessoas que colocavam interesses pessoais acima das necessidades da comunidade, o que determinou o abandono definitivo daquele que foi seu mais importante projeto.
Para espantar a tristeza, retomamos estrategicamente o assunto do meio ambiente. Dona Lemirte relembra a
qualidade da água do Lago, a vegetação abundante no entorno, os bandos de garças e aves pernaltas, os cardumes e os enxames, a harmonia e interdependência entre os coletivos. Com a autoridade de quem domina a Geografia, detém-se na explicação dos conceitos de bioma lacustre e cadeia alimentar e finaliza defendendo a necessidade urgente de revitalização e conservação do Lago.
Declara-se “revoltada” com o assoreamento, responsável pela profundidade atual de cerca de um metro. “Devido ao crescente número de ligações clandestinas de esgoto, hoje em dia só uma ou outra garça arrisca atravessá-lo a pé, bicando uma larvinha aqui, outra acolá. E a associação (UNILAGO) não faz nada!”, protesta. Pergunto-lhe então sobre a atuação da atual diretoria, e ela diz que pouco sabe, não conhece os membros. E alfineta: “Na minha época, todo mundo me conhecia!”. Pura verdade. Logo de manhã cedo, dá para ver as bocas de manilha despejando líquidos espumantes na água turva onde uma garça solitária cisca indecisa entre aguapés, dejetos orgânicos e materiais plásticos. No centro, onde é mais profundo,
dois homens em pé, com os peitos à mostra, arriscando umas piabinhas com uma tarrafa de trama miúda. À noite, por hábito natural, é hora dos ratos enormes abandonarem a morada nas manilhas e saírem à caça. Também é verdade que a fundadora Lemirte, assim como o pioneiro Maia, têm lugar de destaque dentre os moradores mais conhecidos e respeitados do bairro.
Nas noites de sexta e sábado da primeira semana do mês, uma banca da UNILAGO é armada no meio da
praça, a fim de recolher a contribuição voluntária mensal de cinco reais dos associados. Pedi para ver a prestação de contas, e a resposta foi que trariam na noite seguinte, domingo. “Não precisa, não, era só curiosidade”, disse, como forma de propiciar um ambiente mais agradável para a conversa com Dona Lurdes, 52, espécie de tesoureira da UNILAGO. Enquanto ela me preparava o recibo (moro lá desde 1997 e confesso que contribuí poucas vezes) falava sobre o muito que há por fazer e sobre como as contribuições estão escasseando (argumentei que, no meu caso, contribuí todas as vezes que a cobrança bateu à minha porta e que é esperar demais do associado que compareça à praça nas datas e horários do plantão
da UNILAGO). Perguntei-lhe sobre o que me parece mais importante, que é o fato de as ligações clandestinas desaguarem dejetos no Lago. “A Prefeitura não tá nem aí, e a CAGECE só vive enrolando a gente!” Dois diretores se achegaram, apresentando-se como Seu Antonio e Seu Oliveira, alardeando que logo, logo haverá correntes de ferro na borda do Lago e que também em breve teremos policiamento, ocupando finalmente a guarita deserta desde a instalação há mais de um ano.
Quanto à revitalização, acreditam que a UNILAGO nada pode fazer, que o assunto compete exclusivamente à Secretaria Executiva Regional II. Me despeço na certeza de que o Lago ainda vai agonizar por um bom tempo, pelo menos enquanto as gestões da UNILAGO considerarem Ecologia e Meio Ambiente questões secundárias, até que resolvam chamar a atenção dos órgãos de imprensa para a gravidade dos problemas do bairro e exigir do poder público o cumprimento das leis de preservação e conservação
ambiental.
Dia e noite , noite e dia Deixando a profundidade de lado – dá licença, Belchior? - e aparentemente indiferentes ao processo de degradação, os freqüentadores do Lago são assíduos e pontuais no cumprimento de seus objetivos. Às cinco da manhã aparecem os primeiros coopistas, e até às nove o rodísio de turmas de andarilhos é intenso. Durante esse período, babás e bebês tomam banho de sol, caninos encoleirados fazem no asfalto o passeio matinal, comerciantes abrem as portas, ambulantes de café circulam, transeuntes vêm e vão.
Às quartas, bem cedinho, um carro de som percorre as ruas do bairro anunciando a venda de frutas e verduras no ônibus da CEASA (Centrais de Abastecimento), estacionado na margem sul do Lago. A copa das ingazeiras sombreia o comércio, enquanto as vagens de sementes chacoalham ao vento, produzindo o fundo musical para o canto dos pássaros. Fascinados com o banquete multicor, pardais atrevidos não resistem à tentação e arriscam-se em vôos rasantes sobre as bancas, com bicadas certeiras nos frutos mais suculentos, espalhando delicioso aroma tutti-frutti.
Das dez às dezesseis o movimento acalma, e daí pra diante recomeçam os coopistas do crepúsculo dando voltas até perto de vinte e uma horas, repartindo o espaço com bebês e babás banhados, outras coleiras e cães, faturamentos encerrados, caixas zerados à espera do tilintar da noite, barracas improvisadas com tudo à venda, transeuntesque vão e vêm. Nos bancos, presença constante de amantes aconchegados sob o sereno do luar, agraciados com a brisa fresquinha e carregada das melodias dedilhadas pelos amadores de violão que se encontram para tirar um som Nas noites de fim-de-semana tem ferveção completa: gente em ebulição, altos barulhos e lixo demais. Trenzinhosarrodeiam o lago, abrindo caminho entre os carrosboate de forró-pancadão e a fumaça dos churrasquinhos de filé-miau e do acarajé. Tem pula-pula, profusão de barracas de bugigangas, butiques a céu aberto e, como não podia deixar de ser, as figuras carimbadas dos pirateiros
de CDs e DVDs, habituées de todos os lugares e horários. Tem pipoca, estalinho, algodão-doce, sorvete;
bola, balão, bicicleta, pedalinho e skate; dominó, novena, panfletagem, até comício tem. Todas as tribos se encontram e se identificam, cada qual na sua, porém em comum o fato de habitarmos a mesma aldeia, o Lago Jacarey, que a tudo vê mas não consegue ser enxergado em agonia, refletida no espelho turvo, impróprio e fedido de suas águas. Falta-nos consciência ecológica e responsabilidade sócio-ambiental, enfim,  sensibilidade e tomada de posição, capazes de transformar observação passiva individual em indignação coletiva, tomada de posição em ação concreta envolvendo os setores privado e público. Falta-nos acima de tudo pressa, pois o tempo da degradação corre a passos largos rumo ao irreversível e abominável fim.




Crédito: Denise Gurgel

domingo, 5 de dezembro de 2010

A Vila de Fortaleza Passa à Cidade


Carta de lei que elevou à categoria de cidade a vila de Fortaleza

"D. Pedro. Pela Graça de Deus e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.

Faço saber aos que esta Minha Carta virem: Que, Tendo Eu Elevado este País a alta dignidade de Império, como exigem a sua vasta extensão e riqueza, e tendo-me Dado as Províncias, de que se compõe, grandes e repetidas provas de amor e fidelidade á Minha Augusta Pessoa e de firme adesão á causa Sagrada da Liberdade e Independência deste Império, cada um segundo os meios que ministram a sua população e riqueza:

Houve por bem por Meu Imperial Decreto de 24 do mês próximo passado, em memoria e agradecimento de tantos e tão relevantes serviços que ela tem prestado, concorrendo todos para o fim geral do aumento e prosperidade desta grandiosa Nação, Elevar á Categoria de cidade todas as vilas que forem capibis de Províncias: E havendo anteriormente requerido esta mesma condecoração em favor da Vila da Fortaleza da Província do Ceará e Comarca da mesma Vila em seu nome e do Clero, Nobreza e Povo, pelos atendíveis motivos que se verificaram na Minha Augusta Presença em Consulta da Mesa do Desembargo do Paço, com cujo Parecer Me Conformei por Minha Imediata Resolução de 2 de Janeiro do corrente ano: Hei por bem, Tendo a tudo consideração que dita Vila da Fortaleza fique erecta em cidade, e que por tal seja havida e reconhecida com a denominação de Cidade da Fortaleza de nova Bragança, e haja todos os Foros e Prerrogativas das outras cidades deste Império, concorrendo com elas, em todos os atos públicos e gozando os cidadãos e moradores dela de todas as distinções, franquezas, privilégios e liberdades, de que gozam os cidadãos e moradores das outras cidades sem diferença alguma; porque assim é Minha Mercê; pelo que Mando á Mesa do Desembargador do Paço e da Consciência e Ordens, Conselho de Fazenda, Regedor da Casa de Suplicação, Junta do Governo Provisório da Província do Ceará, e a todas as mais dos das outras Províncias, Tribunais, Ministros de Justiça, e quaisquer outras pessoas, a quem conhecimento desta Minha Carta de Lei haja de pertencer, e cumpram e guardem, e façam cumprir como nela se contem, sem dúvida ou embargo algum. E ao Monsenhor Miranda, Desembargador do Paço e Conselheiro-Mor do Império do Brasil, Ordeno que a faça publicar na Chancelaria, e que dela envie cópias a todas as Estações do estilo e remetendo-se o Original á Câmara de dita Cidade para seu título. Dada no Rio de Janeiro aos 18 de Março de 1823, segundo ano da Independência e do Império - Imperador com Rubrica e Guarda".



Crédito: Blog Ceará terra do sol


sábado, 27 de novembro de 2010

Unifor - Universidade de Fortaleza




"Educação é gênero de primeira necessidade e investimento prioritário", palavras do criador da Unifor, chanceler Edson Queiroz, por ocasião do discurso de inauguração da Universidade de Fortaleza, em 1973, representam a mais viva expressão de responsabilidade e compromisso para com sua terra e sua gente.
A ideia da criação da Universidade de Fortaleza, concebida pelo industrial Edson Queiroz, não foi motivada meramente por estudos de mercado que revelavam a carência do sistema educacional do estado. Edson Queiroz, seu primeiro chanceler, planejava uma instituição 'viva' atuando decisivamente no processo de desenvolvimento da região.

Ele a queria para provocar a mudança do status social e econômico de seus beneficiários, com efeitos positivos para as famílias e para a comunidade. Para Edson Queiroz, "a Universidade de Fortaleza não pertence à Fundação Edson Queiroz: pertence a todos. A obra é de cunho nacional e todos os que aqui se formarem serão úteis à nação".


Desde então, o ideal de Edson Queiroz se materializou nos mais de 55 mil profissionais graduados e mais de 7 mil pós-graduados pela Unifor. Dos 1.270 alunos iniciais, cerca de 25 mil compõem a população atual do corpo discente em seus 31 cursos de graduação.

A Universidade está instalada em um campus de 720 mil metros quadrados, onde se encontra uma megaestrutura com cerca de 300 salas de aula e mais de 230 laboratórios especializados. O campus também é composto por auditórios, salas de vídeo, biblioteca, centro de convivência, núcleo de atenção médica, clínica odontológica, parque desportivo, teatro, espaço cultural, escritório para a prática jurídica, empresas juniores, TV universitária, escola de ensino infantil e fundamental e diversos outros núcleos de prática acadêmica e pesquisa.

O corpo docente altamente qualificado, composto de 1.100 professores, com mais de 80% de mestres e doutores, é responsável pela supervisão de centenas de projetos de pesquisa no domínio científico, tecnológico, artístico e cultural.


Interligada por diversos acessos de alta velocidade à internet, todos os processos acadêmicos e administrativos da Instituição estão integrados, possibilitando à comunidade acompanhar, virtualmente, em um mesmo ambiente, procedimentos didático-pedagógicos, acessar avançadas bases de dados para pesquisa e utilizar os recursos da educação a distância. Além disso, o campus da Unifor oferece cobertura de internet wi-fi gratuita em toda a sua extensão.

Sobre a Unifor, o chanceler Edson Queiroz declarou: "Não quero que falem agora da Universidade, mas sim daqui a dez, vinte anos, quando talvez eu não esteja mais aqui". Passados mais de trinta e cinco anos, muito pode ser dito sobre a Instituição. No entanto, o que mais concretamente deve ser considerado é o incontestável valor que hoje representa a Universidade de Fortaleza no cenário da educação brasileira.


O reconhecimento da Instituição e a sua maturidade acadêmica não vieram por acaso. É fruto do trabalho de profissionais que lutam e desejam que, pela educação, pelo ensinar e pelo aprender diário, se construa a sociedade justa e humana no mundo melhor que queremos.

Retrospectiva

26 de março de 1971
Instalação da Fundação Edson Queiroz. No mês seguinte, em plena fase de reforma do ensino universitário, a Universidade de Fortaleza recebe do Conselho Federal de Educação, por votação unânime e pela primeira vez na história das instituições de ensino superior particulares brasileiras, a autorização para funcionar já como universidade, sem que antes tivesse sido uma escola isolada.

15 de abril de 1971
Criação da Universidade de Fortaleza pelos Conselhos Curador e Diretor da Fundação Edson Queiroz.

17 de setembro de 1971
Lançamento da pedra fundamental do campus da Universidade de Fortaleza. 

12 de setembro de 1972
O Conselho Federal de Educação aprova processo de autorização para o funcionamento da Unifor.

4 de janeiro de 1973
Decreto do Presidente da República autorizando o funcionamento da Unifor.

17 de fevereiro de 1973
Início do 1º Concurso Vestibular da Universidade de Fortaleza.

21 de março de 1973
Inauguração e abertura dos cursos da Universidade de Fortaleza.

26 de março de 1973

Início do 1º período letivo da Universidade de Fortaleza.


18 de agosto de 1983
Com base no parecer nº 317/1983 do Conselho Federal de Educação, a Universidade de Fortaleza obteve seu reconhecimento concedido pela portaria nº 350 do Ministério da Educação, publicada no Diário Oficial da União.

A Unifor enfrentou duas grandes greves dos estudantes, em 1980 e 1984, que abalaram as estruturas da instituição. “Todas as greves foram por conta de aumento da anuidade. Queriam ensino público e gratuito, claro, aí os grupos empresariais concorrentes se aproveitavam disso. Ninguém acreditava que o chanceler Edson Queiroz criaria uma universidade que não fosse para ganhar dinheiro, ou que fosse, como ele costumava dizer, uma iniciativa pensada em prol do desenvolvimento da terra dele. Mas realmente a Unifor para ele não era negócio, era estratégia de desenvolvimento econômico através da educação. E o começo foi bem difícil, não corria dinheiro solto, ao contrário. A Unifor foi feita em cima de nãos, contenção e economia. A gente comia e pedia emprestado. Mas sempre honramos a folha de pagamento do corpo docente, prioritariamente. Salário de professor nunca atrasou um dia. Era assim”, garante Carlos Alberto Batista, ex-reitor. 
Crédito: Revista Unifor | 3ª edição | Março 2018. Foto: Acervo Eudes Baima


Missão

Promover a produção e difusão do saber, por meio do ensino, pesquisa e extensão, articulados, visando à formação integral do cidadão e à sua qualificação para o exercício profissional.

Princípios
  • Respeito ao homem e ao meio ambiente. 
  • Compreensão do ser humano, como princípio e fim do processo educativo. 
  • Preponderância da educação sobre a instrução. 
  • Disposição permanente para avaliar premissas e paradigmas. 
  • Comprometimento com a reputação da Instituição. 
  • Compromisso com o fortalecimento da cultura acadêmica. 
  • Contribuição permanente com as transformações sociais, culturais, políticas, tecnológicas e econômicas. 
  • Comprometimento com a ética na busca da verdade e no cultivo do belo. 
  • Respeito aos princípios democráticos. 
  • Promoção de relações de gestão participativa visando à sinergia entre as áreas estratégicas. 
  • Compromisso com a qualidade em toda a sua dimensão.

A Unifor figura entre as maiores instituições do País que apresentam um maior número de matriculados



Site da Unifor: http://www.unifor.br/

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Raimundo de Farias Brito



Raimundo de Farias Brito nasceu em São Benedito, Ceará, no dia 24 de julho de 1862 e faleceu no Rio de Janeiro, em 16 de janeiro de 1917) foi escritor e filósofo, sendo considerado como um dos maiores nomes do pensamento filosófico do país e autor de uma das mais completas obras filosóficas produzidas originalmente no Brasil, onde identificou os planos do conhecimento e do ser, voltando dogmaticamente à metafísica tradicional, de caráter espiritualista. Era também maçom.




Domingo, dia 27 de outubro de 1861, a casa de Joaquim Pedro da Cruz e Izabel Rodrigues de Farias, estava vivendo momentos de alegria, pois, sua filha Eugênia Alves Ferreira, ia naquela manhã radiosa, consorciar-se com Marcolino José de Brito.


Marcolino e sua esposa ficaram residindo em uma residência, de propriedade do Coronel Francisco Cassiano do Amaral, que cedeu aos mesmos para residirem, próximo à praça da Matriz em São Benedito. Hoje a mesma propriedade pertence ao médico Dr. Bueno Amaral Banhos, bisneto do Coronel Cassiano.

Casa onde nasceu Farias Brito


Foto atual da casa 

No domingo do dia 24 de julho de 1862, aquele lar recebia seu primogênito onde no dia 03 de outubro do mesmo ano, fora batizado pelo padre Crisóstomo de Oliveira, recebendo o nome de Raimundo de Farias Brito, tendo como padrinhos seus avós maternos, Joaquim Pedro da Cruz e Izabel Rodrigues de Farias.

Em 1865, a família se muda para Alagoinhas em Ipueiras. Em 1870, a convite de um amigo, transferiram-se para Sobral, pois queriam principalmente cuidar da educação de Farias Brito, que estava com quase oito anos. No dia 04 de dezembro de 1974 faz o seu primeiro exame primário no Colégio Sobralense e no fim do ano tirou distinção em várias matérias.

No ano de 1877 o Ceará foi varrido por uma terrível seca e a família teve que voltar para Alagoinha. Em 1878 a família se muda para Fortaleza, onde em maio de 1979 Farias Brito matricula-se no Liceu Cearense, como ouvinte, por já estarem fechadas as matrículas, terminando somente em 1880 seu 2º grau aos dezoito anos de idade.

Após o término de seus estudos secundaristas, a família de Farias Brito muda-se novamente, agora o destino é Recife. Em 1881 Raimundo de Farias Brito, se matriculava na tradicional Faculdade de Direito do Recife. A natural inclinação de Farias Brito para a Matemática levou-o a lecionar a matéria em alguns colégios de Recife, como já o fizera em Fortaleza. No dia 19 de novembro de 1884 cola grau, tendo como Bacharelado em Ciências Jurídicas e Social, retornado novamente ao Ceará com a sua família.

O PROMOTOR E FILÓSOFO

No início de 1885 foi nomeado Promotor Público de Viçosa do Ceará. Em 1888 depois pediu e obteve remoção para Aquiraz, sendo chamado para ser secretário pelo então governador Caio Prado, ficando no cargo por apenas um ano. Em 1889, já com 27 anos de idade, saía seu primeiro livro: “Cantos Modernos”. Em 1890 vem ao pensamento de Farias Brito a política, onde resolve se candidatar, sem sucesso, à Deputado Federal. Em abril de 1891, foi convidado pelo General Clarindo de Queiroz para ser Secretário de Governo, e a 12 de fevereiro de 1892 o General é deposto do Governo do Ceará.

No dia 02 de dezembro de 1893, na Igreja Coração de Jesus, em Fortaleza, Farias Brito casa-se com Ana Augusta Bastos. De 1894 a 1895, uma calmaria na vida de Farias Brito, resolve se dedicar ao seu segundo livro: “Finalidade do Mundo”. Após o lançamento do livro, o filósofo sofre um grande golpe, morre seu filho primogênito com apenas dez meses de idade. Em 1897 nasce sua filha, mas em junho do mesmo ano morre a esposa de Farias Brito.

Primeira esposa de Farias Brito, D. Ana Bastos

Em 1899 sai o segundo volume de “Finalidade do Mundo”. Em 1901, Farias Brito é aconselhado pelos amigos a ir a Europa e o filósofo resolve ir ao Velho Mundo, porém ao chegar ao Rio onde estava passando uns dias, recebe notícias de casa e regressa às pressas, pois, seu pai se encontrava mal de saúde e poucos dias depois falece o velho Marcolino aos 71 anos de idade no mês de agosto de 1901. Extremoso, Farias Brito escreve:

“Meu velho pai, aquele que fora no mundo o meu melhor amigo, aquele que tinha em mim toda a esperança e todo o seu amor e o único que seria capaz de dar por mim a própria vida. Meu pai só tinha um intuito na vida: educar-me”.



Em setembro do mesmo ano Farias Brito casa-se com Ananélia Alves, natural de Guaramiranga.
Em 1902, o filósofo decide deixar o Ceará para morar em Belém no Pará. Desse matrimônio nasceram cinco filhos. Os sete anos que Farias Brito viveu em Belém foram dos mais fecundos e prósperos de sua trabalhosa existência. Ali elaborou e publicou dois volumes dos mais dignos de atenção em sua obra de filósofo, porque contém a terceira parte da “Finalidade do Mundo”, sobre o título de “O Mundo Como Atividade Intelectual”, e no mesmo ano escreve o livro “Verdade Como regra das Ações”.

Segunda esposa de Farias Brito, D. Ananélia Alves - Segunda esposa de Farias Brito, D. Ananélia Alves - Retrato de 1901

Em 1902 foi nomeado a Professor Substituto da Faculdade de Direito de Belém, e em 1903 foi nomeado terceiro Promotor Público. No ano de 1905, sai a primeira edição do terceiro volume “Finalidade do Mundo” e a ”Verdade como Regra das Ações”. Em 1909, vai residir no Rio de Janeiro, submetendo-se ao concurso de lógica no Colégio Pedro II, obtendo o primeiro lugar que, mas injustamente foi-lhe dado o segundo lugar, ficando primeiro com Euclides da Cunha. Porém, com a morte trágica de Euclides da Cunha, Farias Brito ocupa a tão ambicionada cadeira de Lógica.


Colação de Grau - 1905 - Colação de Grau de Farias Brito em 1905

Em 1912, já altamente credenciado como escritor, publica outro livro: “A Base Física do Espírito”. Em 1914, em parceria com Jackson Figueiredo, publica o seu último livro: “O Mundo Interior”. No ano de 1916 o filósofo escreve uma alto crítica intitulada Panfleto, com pseudônimo de Marcos José. Com forte hemoptise, veio a falecer no dia 16 de janeiro de 1917, na Rua Bela de São João, número 289, Rio de Janeiro, em sua residência, cercado do carinho de sua família, amigos e admiradores.


Casa em que Residiu no Rio de Janeiro

Familiares se reunem junto ao túmulo de Farias Brito

Familiares de Farias Brito se reunem na Matriz de S. Cristovão

 Túmulo de Farias Brito

Texto original escrito por Dr.Bueno Banhos
Editado e revisado por Antonio Arley Rodrigues da Silva
 

Obras

A obra filosófica de Farias Brito compõe-se de duas trilogias:
  • Finalidade do mundo
A Filosofia como Atividade Permanente do Espírito (1895)
A Filosofia Moderna (1899)
Evolução e Relatividade (1905)
  • Ensaios sobre a Filosofia do Espírito
A Verdade como Regra das Ações (1905)
A Base Física do Espírito (1912)
O Mundo Interior (1914)


Curiosidades

  • Para homenageá-lo, a cidade cearense de Quixará passou a ser denominada Farias Brito.
  • Em Fortaleza, há a rede de ensino particular Farias Brito, denominação que é igualmente um tributo ao filósofo, que atua no ramo dos ensinos fundamental, médio e superior, mas tendo o seu foco na preparação para vestibulares.
  • Em Fortaleza, um conhecido bairro leva o nome desse importante homem. Veja aqui



Fontes: Wikipédia e o site São Benedito
NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: