Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Hospital Geral de Fortaleza - 1969-1979 (I parte)




Hospital Geral de Fortaleza (HGF) é o maior hospital público da rede da Secretaria Estadual da Saúde do Ceará. Entrou em operação no dia 23 de maio de 1969 como hospital federal do antigo INAMPS e passou a ser estadual em 1990. O HGF tem, atualmente, 543 leitos, dos quais 118 são UTIs.


O Hospital Geral de Fortaleza foi inaugurado em 23 de maio de 1969 como Hospital Geral do Serviço Público Federal, passando a ser administrado pela Secretaria Estadual de Saúde em 1990. É o maior hospital da rede pública do Ceará, servindo à população do estado e, por sua referência e complexidade, também aos estados vizinhos, em diferentes áreas de saúde. É referência nas especialidades de Cirurgia Geral, Neurologia, Neurocirurgia, Reumatologia, Nefrologia, Transplante Renal, Gineco-obstetrícia, Traumato-ortopedia, Oftalmologia, entre outras.

Além do atendimento de emergência(aberta) nas áreas de cirurgia geral e vascular, clínica médica, obstetrícia e neurologia, o
HGF possui 63 especialidades e sub-especialidades médicas e outros serviços de saúde – enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, nutrição, farmácia, bioquímica, psicologia e serviço social. Hoje, o Hospital Geral de Fortaleza mantém o único Banco de Olhos do Estado, fazendo a captação, preservação e distribuição de córneas para os 13 centros transplantadores de todo o Ceará. Além de realizar transplantes de córneas, faz transplantes de fígado, pâncreas e rim. O Centro de Transplantes Renais é referência no Norte e Nordeste, já tendo realizado mais de mil transplantes, marca atingida em 2009.

Em outubro de 2009, o HGF inaugurou a Unidade de
AVC, com estrutura moderna e equipe interdisciplinar de plantão 24 horas para fazer um atendimento diferenciado ao paciente que chega na emergência com AVC, a principal causa de morte hoje em todo o Brasil. A Unidade é a maior do país com vinte leitos e capacidade para atender 150 pacientes por mês.

O Hospital Geral é também um dos maiores centros de treinamento do País, certificado por portaria interministerial(
Ministérios da Saúde e Educação) como hospital de ensino, atuando na formação de médicos em nada menos que 24 especialidades.

Atualmente, o hospital realiza 1.150 cirurgias, 16 mil consultas e 100 mil exames laboratoriais por mês. Na área de exames especializados, o hospital é o único da rede pública estadual a realizar Ressonâncias Magnéticas e Eletroneuromiografias.



1969
O Hospital Geral de Fortaleza foi inaugurado em 23 de maio de 1969, época do período militar, com uma área construída de 15.000 m² e 200 leitos, no Papicu. Começava suas atividades com uma equipe formada por médicos, enfermeiras e auxiliares, nutricionistas, assistentes sociais, farmacêuticos, dentistas, e apoio administrativo. A obstetrícia foi o primeiro setor a iniciar suas atividades e a Unidade Neonatal tornava-se referência para recém-nascidos graves e prematuros.  O HGF recebia a doação do primeiro aparelho de Raio X, pelo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB).

1970
Com a preocupação de exercer uma assistência de ponta as equipes eram permanentemente treinadas e capacitadas, através de sessões clínicas. A Seção de Odontologia e o Ambulatório de Cardiologia iniciavam suas atividades. Inaugurado o Centro de Recuperação e Terapia Intensiva e criada a Comissão Especial de Rotinas Preventivas, com o intuito de evitar moléstias infecciosas. Aprovada a padronização de medicamentos e, posteriormente, a distribuição gratuita aos previdenciários.  Iniciava o funcionamento do Ambulatório de Hidrocefalia e implantados os primeiros Programas de Residência Médica.

1971
O Centro de Material e Esterilização destacava-se pelo apoio ao Centro Cirúrgico e demais unidades de internação, contribuindo para a segurança de procedimentos, destacando-se o tratamento cirúrgico de aneurisma intracraniana, realizado com pioneirismo neste hospital. Realizava-se a primeira diálise com rim artificial, utilizando-se a placa de Kill (rim de placa). Início da Residência de Clínica Médica. Funcionamento do Gabinete de Eletroencefalografia. Implantado o internato para alunos do curso de medicina.

1972
Realizava-se no Centro Obstétrico o décimo milésimo parto, a primeira craniotomia com eletrocorticografia e estimulação cortical em tumor no lobo temporal direito. Implantava-se o primeiro pace-maker (marca-passo) em paciente portador de bloqueio aurículo-ventricular. Prosseguiam-se os cursos de atualização coordenados pela Comissão de Ensino e Cultura do HGF, nas especialidades de reumatologia, neurologia de urgência, radiologia e patologias e propedêuticas radiológicas do mediastino e do colon. Realizava-se o primeiro curso Anual de Cirurgia Plástica com implante de prótese rinoplástica de silicone. Uma agradável área verde, o caramanchão, abrigava seu corpo de funcionários, em momentos de descontração.

1973
Implantava-se o Serviço de Pediatria com uma enfermaria de 10 leitos e a Residência Médica nessa especialidade. O Setor de Cirurgia Plástica realizava o primeiro implante no norte e nordeste de dura-máter homóloga, conservada em glicerina. Realizava-se a primeira intervenção estereotáxica cerebral (Tratamento de Parkinson) que colocou o Ceará em 4º lugar no País na realização desse procedimento. O Serviço Social Médico promovia curso para gestantes, abordando: auxílio-natalidade, importância do pré-natal, higiene na gestação, parto e puerpério, cuidados com o recém-nascido e educação sanitária. O hospital contava com infra-estrutura organizada de apoio administrativo como Serviço de Material, Pessoal e Arquivo Médico e Estatístico (SAME).


1974
Os Serviços de Manutenção e Reparos supriam todas as demandas internas de carpintaria, funilaria, eletricidade, hidráulica e oficina mecânica. Contava-se com uma frota de ambulâncias para transporte de pacientes por ocasião de transferência, alta hospitalar ou realização de exames externos. Criava-se o Banco de Leite Humano e instalava-se a Biblioteca para apoio a estudos e pesquisas de profissionais, residentes e internos.

1975
Inaugurava-se na Clínica Oftalmológica o primeiro Aparelho Fotocoagulador de Raios Laser de Argônio do Brasil, após treinamento dos profissionais por renomado especialista da área, convidado para orientar sobre o uso adequado desse aparelho. Circulava a Revista Médica do HGF.

1976
Reconhecido como centro de referência pelos serviços que prestava, o HGF obteve a honra de ter sido escolhido pela chefia da Casa Civil da Presidência da República como sendo o hospital de apoio para as viagens do Presidente. Com o intuito de monitorar e prevenir as infecções no âmbito hospitalar, surgia a primeira iniciativa com a participação de um médico e uma enfermeira, do que se constituiria anos depois a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.


1977

Estruturado de forma adequada, contando com maquinário industrial, o Serviço de Rouparia e Lavanderia confeccionava e preparava todo o enxoval utilizado por usuários e para as atividades diárias dos profissionais de saúde. O Serviço de Nutrição e Dietética instalado em ampla área física, atendia  com padrões de excelência.


1979
O HGF passava a ser vinculado ao Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (INAMPS), órgão da previdência social, responsável pela assistência médica no Ministério da Saúde. Reformava-se o Setor de Raio-X, ampliando a capacidade de atendimento pela aquisição de novos aparelhos de suporte diagnóstico.
 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Hospital Geral Dr. César Cals



O Hospital recém inaugurado - Arquivo Nirez

O Hospital Geral Dr. César Cals de Oliveira é carinhosamente chamado de a César Cals, por conta da maternidade. Além do afeto, existem também motivos históricos para tão apropriada denominação, conforme relatos que se seguem sobre sua origem e evolução. Tais fatos também explicam, de maneira substancial, a inquestionável e destacada vocação acadêmica sempre existente nesta instituição. A César Cals é abençoada de origem, pois foi gerada na Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, datando esta de 1861 e sendo o Dr. João da Rocha Moreira um dos seus fundadores. Seu filho, o médico obstetra Dr. Manuelito Moreira lançou a semente da César Cals, quando, por sua ideia, foi aprovada, em reunião solene na Santa Casa, a fundação da Sociedade Auxiliadora da Maternidade Dr. João Moreira - Sociedade Civil Beneficente, proprietária da Maternidade e da Casa de Saúde.

Casa de Saúde Dr César Cals - Foto do Acervo Assis de Lima

Praça da Lagoinha, vendo-se o hospital - Arquivo Assis de Lima

Albergada inicialmente na própria Santa Casa, eram precárias as condições de funcionamento da nova instituição. Por isso, os Drs. Manuelito Moreira e César Cals arrojadamente partiram para a aquisição de um terreno na Praça da Lagoinha onde, após quase seis anos de penosa construção, foi inaugurada a sede própria, em 31 de outubro de 1928. No andar térreo ficou a Maternidade Dr. João Moreira com capacidade para trinta leitos e, no andar superior, a Casa de Saúde César Cals, com dezesseis leitos.


O Dr.César Cals de Oliveira foi seu primeiro diretor, liderando com eficiência um grupo de médicos pioneiros, capacitados,  determinados e de grande abnegação. Foi de extrema importância a colaboração das Irmãs Terceiras Capuchinhas, responsáveis pela  assistência de enfermagem e apoio à administração da nova instituição. Com o falecimento do Dr. César Cals, assumiu a direção,  com muito denodo e competência o Dr. José Ribeiro da Frota, permanecendo no cargo até o fim de sua vida. A seguir, foram diretores  duas históricas e destacadas figuras da medicina cearense, respectivamente Dr. José Carlos Ribeiro e Dr. José Galba Araújo. Seguiram-se vários diretores com características pessoais distintas, mas sempre atendendo, dentro do possível, e em função  das freqüentes dificuldades financeiras, os anseios do seleto corpo clínico da César Cals, respeitável em todas as épocas pela  excelência da sua formação técnica e ética,além de uma exemplar abnegação e espírito acadêmico.


Em 1973 aconteceu um fato histórico absolutamente decisivo para a César Cals. Com as mudanças de política de Saúde no Brasil,  este hospital se encontrava financeiramente inviável. Era governador do Ceará, o Sr. Cel. César Cals de Oliveira Filho, que se comprometeu, após análise minuciosa, a resolver o problema. Aos 16 de  julho do mesmo ano, o Governo do Estado assumiu as responsabilidades administrativas da Instituição, recebendo como doação o seu patrimônio e acervo, com o compromisso de continuar prestando, à populalação pobre do Estado, os serviços anteriormente disponibiliza-dos. Assim, a Fundação de Saúde do Estado do Ceará (FUSEC) passou a administrar a CÉSAR CALS, que recebeu novo e vigoroso ânimo. Desde então, só vem crescendo e se fortalecendo em sua abrangência diagnóstica e terapêutica. Hoje é de fato um hospital geral, de grande expressão e com muitos serviços, tendo uma capacidade instalada de 297 leitos.
E quanto à sua vocação, ao seu espírito acadêmico?

Arquivo Assis de Lima

Para melhor compreensão deste aspecto, vale salientar que a Medicina teve, tem e sempre terá em sua composição três  itens: magia, ciência e arte. Quanto mais ciência, menos magia, porém sempre haverá o componente magia, não no sentido anti-ciência. Os três, sabiamente dosados, dão o charme, especialmente  no setor do ensino médico, onde o instrutor, o verdadeiro mestre terá que ser vocacionado e precisa  agir no ambiente adequado. É necessário ressaltar que desde o tempo de Hipócrates (360 a.C) até os dias atuais, o conhecimento médico sempre foi buscado com afinco. A grande diferença está na celeridade das aquisições científicas dos tempos recentes, fazendo-se necessária uma permanente reciclagem e nisto os  mestres são imprescindíveis para ajudar os discípulos a distinguir o joio do trigo, a seguir a orientação sempre atual de William Osler: aprender medicina preponderantemente à beira do leito (“on bed side”) e  eu acrescentaria, nos tempos de hoje, se aproximar cada vez mais do “bed side” e fugir do “bad site” da Informática; esta, se imprescindível, é igualmente nefasta quando mal usada.


Neste contexto, a César Cals tem sido um exemplo maior de instituição médica com alto espírito acadêmico, vocacionada para o ensino desde o seu nascedouro, recebendo com extremo zelo profissionais competentes e éticos. Assim, desde o início, expressivos nomes da Medicina lá pontificaram, tais como Vulpiano Cavalcante, Newton Gonçalves, Paulo Machado, Ossean Aguiar, Pontes Neto, Haroldo Juaçaba e muitos outros até os dias atuais.

Foi pioneira em vários procedimentos cirúrgicos, como a primeira colecistectomia, realizada pelo Prof. Ossean Aguiar. Lá também aconteceram as primeiras cirurgias cardíacas (comissurotomia mitral, ligadura de PCA), graças ao denodo dos cirurgiões professores Newton Gonçalves, Horaldo Juaçaba e Paulo Machado, apoiados inicialmente pelo cirurgião cearense, radicado no Rio de Janeiro, Prof. José Hilário, na década de 50. A Obstetrícia e a Ginecologia prosperaram com solidez, persistindo até os dias de hoje uma grande e brilhante Escola Obstétrica, como é também hoje um grande destaque o Serviço de Neonatologia.
 

Fatos importantes marcaram a vocação acadêmica da CÉSAR CALS. Desde 1952 a Instituição vem mantendo estágio  teórico-prático para o Internato da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, sendo grande a concorrência dos estudantes para ocupar suas vagas, dado a excelência do ensino. Em 1967, criou-se oficialmente a Residência Médica, reconhecida pelo MEC, nas áreas de Medicina Interna, Cirurgia e Obstetrícia-Ginecologia. Esta Residência, altamente concorrida, tem gerado excelentes profissionais, tanto no aspecto técnico como ético.


Um fato da mais alta importância merece comentários: a auto-sustentabilidade da César Cals. Por ela passaram gerações de excelentes profissionais e atualmente, os que a dirigem com crescente competência, são em sua maioria “filhos da casa” e todos oriundos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará. Aos que fizeram e fazem a CÉSAR CALS, são todos merecedores da nossa admiração, gratidão e respeito pela abnegação e competência. Aos atuais fica um forte apelo: que jamais percam o ânimo apesar das dificuldades, pois a causa é extremamente nobre. Hoje o Hospital Geral Dr. César Cals é uma majestosa instituição que presta grande assistência especialmente aos menos favorecidos. O mérito é de vocês todos e a gratidão é de todos nós.


Crédito: João Martins de Souza Torres
Médico e Professor da Faculdade de Medicina-UFC
Ex- Diretor Geral do Hospital Geral Dr. César Cals 


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel.

Na foto antiga, vemos o terreno que daria lugar a biblioteca e ao Dragão do Mar.
Arquivo Nirez

De Biblioteca Provincial do Ceará a Biblioteca Governador Menezes Pimentel

Instalação da Biblioteca Pública do Estado, em prédio à praça Cristo Redentor. Na foto: Renato Braga, Cel Teles Pinheiro, Raimundo Girão, Parsifal Barroso, José Lins de Albuquerque...

Criada em 25 de março de 1867 como Biblioteca Provincial do Ceará com cerca de 1.700 livros pelo então presidente da Província do Ceará João de Sousa Melo e Alvim. A instituição surge também como Arquivo Público. Em 6 de fevereiro de 1975 o Presidente Ernesto Geisel inaugura o prédio atual da biblioteca. Pelo Decreto 12.768 de 22 de maio de 1978, o governador Waldemar Alcântara muda o nome da Biblioteca Pública do Estado para Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel homenageando o ex-governador Francisco de Meneses Pimentel*. Em 2002 A biblioteca passou por sua última reforma geral onde foi feita uma completa reforma da estrutura do prédio com a modernização dos sistemas e da estrutura além da integração física com o Centro Cultural Dragão do Mar.


É mantida pelo Governo do Estado do Ceará através da Secretaria da Cultura.

Postal Biblioteca Pública. Anos 70.

A biblioteca ocupa uma área de 2.272m², distribuídos em 5 pavimentos. Com um acervo de aproximadamente 100.000 volumes, está em grande parte informatizado e disponível para a comunidade que a frequenta em uma media de 10.000 usuários/mês.
Com um acervo de aproximadamente 4.300 volumes de enciclopédias, dicionários e almanaques nacionais e estrangeiros.

Setor de obras gerais e empréstimo


Literatura nacional e estrangeira, além de obras em todos os campos do conhecimento formam o acervo do maior setor da biblioteca, onde é permitido o livre acesso às estantes. Todo este acervo pode ser consultado no local e ser levado como empréstimo domiciliar pelo período máximo de 15 dias, podendo ser renovado por igual período.

Foto Francisco Paiva Lima. Ano 2000

Setor infanto-juvenil

Com um acervo de aproximadamente 8.000 volumes. Oferece desde clássicos infantis até livros didáticos e obras de referência. Mantém uma programação voltada para atividades de leitura e oferece ainda jogos pedagógicos, fantoches, cds e outros elementos lúdicos e pedagógicos.


Biblioteca Pública. Acervo Renato Pires

Setor multimídia

Setor equipado com 16 computadores IBM ligados a internet. Utiliza o sistema livre Linux, complementando o acervo pelas pesquisas através do uso de bases referenciais e textuais disponíveis na rede internacional. Possui também 4 computadores com sistema DOS VOX a disposição dos deficientes visuais.

Setor audiovisual

Equipado com TV 29 DVD e Vídeo, dispõe de catálogo de filmes recreativos e documentários que podem ser livremente escolhidos pelos usuários nos horários de 8:30, 10:30 e 16:30h. Mantém uma programação fixa (de 2ª à 6ª feira sempre às 14:30h), oferecendo a cada dia da semana um gênero cinematográfico diferente.

Aspecto da biblioteca pública em 1984. Acervo Renato Pires

Setor braille

Área da biblioteca voltada para o atendimento dos deficientes visuais. Realiza trabalhos de transcrição de textos para o Braille, dando assistência a escolas e interessados na leitura e escrita Braille. Conta com um acervo de aproximadamente 2.500 volumes composto por livros em Braille, livros falados e livros digitais disponível para consulta local e retirada como empréstimo domiciliar.

Setor Ceará

Desde a publicação da Lei Nº 13.399 de 17 de novembro de 2003, atua como depositário de toda a produção bibliográfica do Ceará, além de edições publicadas fora do estado, mas que tenham como assunto o Ceará, seu povo, suas histórias e costumes. Tem um acervo de aproximadamente 10.000 volumes.

Setor de periódicos

Coloca a disposição dos usuários o Diário Oficial do Estado desde 1970, jornais locais correntes e retrospectivos, revistas, boletins informativos, anais, anuários estatísticos, relatórios, etc.


Serviço de microfilmagem
Com o objetivo de preservar as coleções de periódicos da biblioteca, mantém um catálogo com microfilmes de jornais como O Povo e Diário do Nordeste, jornais antigos cearenses de 1824 até 1991, além de publicações como o Almanaque do Ceará (1901–1921), Coleção de Leis do Estado do Ceará (1935-1985) e Anais e Atas da Assembléia Provincial e Legislativa do Ceará (1829–1950).


Setor de obras raras
Guarda preciosidade como por exemplo o incunábulo "Éclogas, Bucólicas, Georgicas, Eneida" do poeta Virgílio, publicado em latim arcaico na cidade alemã de Nuremberg no ano de 1492; o Correio Braziliense, primeiro jornal brasileiro publicado na Inglaterra por Hipólito da Costa, durante os anos de 1808 á 1822; 30 volumes do "Código de Napoleão" publicado na França no Século XIX; o Almanack Laemmert publicado no Rio de Janeiro nos anos de 1856 e 1928 e ainda muitas raridades nacionais e primeiras edições de autores cearenses como Barão de StudartAntonio SalesJuvenal Galeno, etc.

Iconografia

Abriga importante coleção de livros de arte, edições de luxo, edições limitadas e comemorativas.

Biblioteca pública ao lado do Dragão do Mar ainda em construção. Meados dos anos 90.

Espaço Martin Luther king Jr
Doado pela Embaixada dos Estados Unidos, oferece um rico e variado acervo de obras sobre diversos aspectos da cultura e civilização americanas. Equipado com computadores ligados à Internet disponibiliza também relação de sites de interesse para aqueles que desejam se informar sobre possibilidades de estudo/ensino e negócios nos Estados Unidos.


Laboratório de encadernação e restauro
Responsável pelo serviço de conservação, preservação e restauração do acervo da biblioteca. Oferece cursos nesta área e presta em parceria com a APADA (Associação de Pais e Amigos do Deficiente Auditivo) um importante serviço social, capacitando surdos no trabalho de conservação de livros e documentos.

Biblioteca Volante

Projeto de extensão da BPGMP, ampliando seu raio de atuação e atendendo a população mais carente de acesso aos bens culturais na cidade de Fortaleza. O ônibus conta com acervo bibliográfico para empréstimo e consulta, computadores para pesquisa em obras digitais e equipamento para exibição de filmes. Com acervo composto por cerca de 2.100 livros, distribuídos entre literatura infanto-juvenil, obras de referência e obras gerais.

*Quem foi Menezes Pimentel?



Francisco de Menezes Pimentel Nasceu em Santa Quitéria (Ce), em 12 de Setembro de 1887, e faleceu no Rio de Janeiro em 19 de Maio de 1973. Filho de José Balbino Ferreira Pimentel e Clara de Menezes Pimentel.

Estudou no colégio Liceu do Ceará. Jornalista, advogado, fundador e Diretor do Ginásio São Luiz, em Fortaleza, ainda se destacou como professor de Direito Romano e Diretor da Faculdade de Direito do Ceará, e exerceu o cargo de Juiz do Tribunal Eleitoral do Ceará de 1931 a 1933.

Iniciou sua carreira pública como deputado estadual do Ceará na legislatura de 1928 a 1932. Depois foi eleito governador exercendo o cargo entre 1935 a 1937 continuando como interventor entre os períodos de 1937 a 1945 e 1946 a 1950. Neste último ano foi eleito deputado federal, sendo reeleito para o mandato seguinte até 1958. Em 1959 se elege senador ficando no cargo até 1971.

Na Câmara dos Deputados, presidiu a Comissão de Educação e Cultura por diversas vezes. Foi Ministro da Justiça do Presidente Nereu Ramos (1955/1956).
Como intelectual, foi eleito membro da Academia de Letras do Ceará. No Senado, ocupou a Presidência da Comissão de Educação e Cultura (1961/1962).
Também exerceu a função de redator dos Jornais O Nordeste e O Estado.

Foi ministro da Justiça e Negócios Interiores no governo Nereu Ramos, de 11 de novembro de 1955 a 31 de janeiro de 1956.
A Biblioteca Pública do Ceará foi batizada com seu nome em 1978 pelo governador Waldemar Alcântara por acreditar que Menezes Pimentel foi um homem público de grande valor.

Arquivo Aba Film - Foto da campanha de Teixeira Lott. Sentados: Francisco Menezes Pimentel, Parsifal Barroso e Armando Falcão. Em pé os repórteres, entre eles Edilmar Norões e Armando Vasconcelos.

Editado em 23/08/2019:

Cinco anos fechada e sem data para reabertura. Essa é a situação da Biblioteca Pública Menezes Pimentel.   

O equipamento de cultura mais antigo do Ceará permanece inacessível, à espera de uma reforma cujos contornos beiram o improvável. Em fevereiro de 2014, quando deixou de receber visitantes, o espaço já pelejava com a falta de cuidados. Infiltrações, problemas de ventilação e a pouca acessibilidade afastavam os frequentadores e colocavam em risco o acervo histórico da instituição. Anos depois, as obras já se encerraram, mas a biblioteca ainda não foi reinaugurada por falta de mobiliário. 

Endereço da Biblioteca:

Av. Presidente Castelo Branco, 255 - Centro
CEP: 60312-060 - Fortaleza - Ce
Telefone: (85) 3101-2541 / Fax: (85) 3101-2544
Email: bp@secult.ce.gov.br

Fontes: Wikipédia, Enciclopédia Nordeste, Diário do Nordeste

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Rachel de Queiroz - A primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras




"[...] tento, com a maior insistência, embora com tão
precário resultado (como se tornou evidente), incorporar
a linguagem que falo e escuto no meu ambiente nativo à
língua com que ganho a vida nas folhas impressas.  Não
que o faça por novidade, apenas por necessidade.
Meu parente José de Alencar quase um século atrás vivia
brigando por isso e fez escola."



Rachel de Queiroz
, nasceu em Fortaleza - CE, no dia 17 de novembro de 1910, filha de Daniel de Queiroz e de Clotilde Franklin de Queiroz, descendendo, pelo lado materno, da estirpe dos Alencar (sua bisavó materna — "dona Miliquinha" — era prima de José de Alencar, autor  de "O Guarani"), e, pelo lado paterno, dos Queiroz, família de raízes profundamente lançadas em Quixadá, onde residiam e seu pai era Juiz de Direito nessa época.
Em 1913, voltam a Fortaleza, face à nomeação de seu pai para o cargo de promotor. Após um ano no cargo, ele pede demissão e vai lecionar Geografia no Liceu. Dedica-se pessoalmente à educação de Rachel, ensinando-a a ler, cavalgar e a nadar. As cinco anos a escritora leu "Ubirajara", de José de Alencar, "obviamente sem entender nada", como gosta de frisar.
Fugindo dos horrores da seca de 1915, em julho de 1917 transfere-se com sua família para o Rio de Janeiro, fato esse que seria mais tarde aproveitado pela escritora como tema de seu livro de estréia, "O Quinze".
Logo depois da chegada, em novembro, mudam-se para Belém do Pará, onde residem por dois anos. Retornam ao Ceará, inicialmente para Guaramiranga e depois Quixadá, onde Rachel é matriculada no curso normal, como interna do Colégio Imaculada Conceição, formando-se professora em 1925, aos 15 anos de idade. Sua formação escolar para aí.
Rachel retorna à fazenda dos pais, em Quixadá. Dedica-se inteiramente à leitura, orientada por sua mãe, sempre atualizada com lançamento nacionais e estrangeiros, em especial os franceses. O constante ler estimula os primeiros escritos. Envergonhada, não mostrava seus textos a ninguém.
Em 1926, nasce sua irmã caçula, Maria Luiza. Os outros irmãos eram Roberto, Flávio e Luciano, já falecidos).


 foto da autora

foto da autora

foto da autora

Com o pseudônimo de "Rita de Queluz" ela envia ao jornal "O Ceará", em 1927, uma carta ironizando o concurso "Rainha dos Estudantes", promovido por aquela publicação. O diretor do jornal, Júlio Ibiapina, amigo de seu pai, diante do sucesso da carta a convida para colaborar com o veículo. Três anos depois, ironicamente, quando exercia as funções de professora substituta de História no colégio onde havia se formado, Rachel foi eleita a "Rainha dos Estudantes". Com a presença do Governador do Estado, a festa da coroação tinha andamento quando chega a notícia do assassinato de João Pessoa. Joga a coroa no chão e deixa às pressas o local, com uma única explicação "Sou repórter".
Seu pai adquire o Sítio do Pici, perto de Fortaleza, para onde a família se transfere. Sua colaboração em "O Ceará" torna-se regular. Publica o folhetim "História de um nome" — sobre as várias encarnações de uma tal Rachel — e organiza a página de literatura do jornal.


Imagem da Sede do Sítio PICI de Daniel Queiroz, pai da Escritora Rachel de Queiroz, localizada no Bairro do Henrique Jorge - Foto do blog Inventario ambiental Fortaleza

Submetida a rígido tratamento de saúde, em 1930, face a uma congestão pulmonar e suspeita de tuberculose, a autora se vê obrigada a fazer repouso e resolve escrever "um livro sobre a seca". "O Quinze" — romance de fundo social, profundamente realista na sua dramática exposição da luta secular de um povo contra a miséria e a seca — é mostrado aos pais, que decidem "emprestar" o dinheiro para sua edição, que é publicada em agosto com uma tiragem de mil exemplares. Diante da reação reticente dos críticos cearenses, remete o livro para o Rio de Janeiro e São Paulo, sendo elogiado por Augusto Frederico Schmidt e Mário de Andrade. O livro logo transformaria Rachel numa personalidade literária. Com o dinheiro da venda dos exemplares, a escritora "paga" o empréstimo dos pais.
Em março de 1931, recebe no Rio de Janeiro o prêmio de romance da Fundação Graça Aranha, mantida pelo escritor, em companhia de Murilo Mendes (poesia) e Cícero Dias (pintura). Conhece integrantes do Partido Comunista; de volta a Fortaleza ajuda a fundar o PC cearense.
Casa-se com o poeta bissexto José Auto da Cruz Oliveira, em 1932. É fichada como "agitadora comunista" pela polícia política de Pernambuco. Seu segundo romance, "João Miguel", estava pronto para ser levado ao editor quando a autora é informada de que deveria submetê-lo a um comitê antes de publicá-lo. Semanas depois, em uma reunião no cais do porto do Rio de Janeiro, é informada de que seu livro não fora aprovado pelo PC, porque nele um operário mata outro. Fingindo concordar, Rachel pega os originais de volta e, depois de dizer que não via no partido autoridade para censurar sua obra, foge do local "em desabalada carreira", rompendo com o Partido Comunista.
Publica o livro pela editora Schmidt, do Rio, e muda-se para São Paulo, onde se aproxima do grupo trotskista.
Nasce, em Fortaleza, no ano de 1933, sua filha Clotilde.
Muda-se para Maceió, em 1935, onde faz amizade com Jorge de Lima, Graciliano Ramos e José Lins do Rego. Aproxima-se, também, do jornalista Arnon de Mello (pai de Fernando Collor, que a agraciou com a Ordem Nacional do Mérito). Sua filha morre aos 18 meses, vítima de septicemia.
O lançamento do romance "Caminho de Pedras", pela José Olympio - Rio, se dá em 1937, que seria sua editora até 1992. Com a decretação do Estado Novo, seus livros são queimados em Salvador - BA, juntamente com os de Jorge Amado, José Lins do Rego e Graciliano Ramos, sob a acusação de subversivos. Permanece detida, por três meses, na sala de cinema do quartel do Corpo de Bombeiros de Fortaleza.



 Anexo da casa da Fazenda onde viveu a escritora em Quixadá-CE
(foto: folha/uol) - Crédito do blog Fortaleza em Fotos e Fatos

Fazenda "Não me Deixes" em Quixadá-CE, onde viveu Rachel de Queiroz (foto: folha/uol) - Crédito da foto: Blog Fortaleza em Fotos e Fatos

Em 1939, separa-se de seu marido e muda-se para o Rio, onde publica seu quarto romance, "As Três Marias".
Por intermédio de seu primo, o médico e escritor Pedro Nava, em 1940 conhece o também médico Oyama de Macedo, com quem passa a viver. O casamento duraria até à morte do marido, em 1982. A notícia de que uma picareta de quebrar gelo, por ordem de Stalin, havia esmigalhado o crânio de Trótski faz com que ela se afaste da esquerda.
Deixa de colaborar, em 1944, com os jornais "Correio da Manhã", "O Jornal" e "Diário da Tarde", passando a ser cronista exclusiva da revista "O Cruzeiro", onde permanece até 1975.


Crédito das fotos: http://www.onordeste.com

Estabelece residência na Ilha do Governador, em 1945.
Seu pai vem a falecer em 1948, ano em que publica "A Donzela e a Moura Torta". No ano de 1950, escreve em quarenta edições da revista "O Cruzeiro" o folhetim "O Galo de Ouro".
Sua primeira peça para o teatro, "Lampião", é montada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e no Teatro Leopoldo Fróes, em São Paulo, no ano de 1953. É agraciada, pela montagem paulista, com o Prêmio Saci, conferido pelo jornal "O Estado de São Paulo".
Recebe, da Academia Brasileira de Letras, em 1957, o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra.
Em 1958, publica a peça "A beata Maria do Egito", montada no Teatro Serrador, no Rio, tendo no papel-título a atriz Glauce Rocha.
O presidente da República, Jânio Quadros, a convida para ocupar o cargo de ministra da Educação, que é recusado. Na época, justificando sua decisão, teria dito: "Sou apenas jornalista e gostaria de continuar sendo apenas jornalista."
O livro "As Três Marias", com ilustrações de Aldemir Martins, em tradução inglesa, é lançado pela University of Texas Press, em 1964.
O golpe militar de 1964 teve em Rachel uma colaboradora, que "conspirou" a favor da deposição do presidente João Goulart.
O presidente general Humberto de Alencar Castelo Branco, seu conterrâneo e aparentado, no ano de 1966 a nomeia para ser delegada do Brasil na 21ª. Sessão da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, junto à Comissão dos Direitos do Homem.
Passa a integrar o Conselho Federal de Cultura, em 1967, e lá ficaria até 1985. Depois de visitar a escritora na Fazenda Não me Deixes, em Quixadá, o presidente Castelo Branco morre em desastre aéreo.
Estréia na literatura infanto-juvenil, em 1969, com "O Menino Mágico", em 1969.
No ano de 1975, publica o romance "Dôra, Doralina".
Em 1977, por 23 votos a 15, e um em branco, Rachel de Queiroz vence o jurista Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda e torna-se a primeira mulher a ser eleita para a Academia Brasileira de Letras. A eleição acontece no dia 04 de agosto e a posse, em 04 de novembro.  Ocupa a cadeira número 5, fundada por Raimundo Correia, tendo como patrono Bernardo Guimarães e ocupada sucessivamente pelo médico Oswaldo Cruz, o poeta Aluísio de Castro e o jurista, crítico e jornalista Cândido Mota Filho.
Seu livro, "O Quinze", é publicado no Japão pela editora Shinsekaisha e na Alemanha pela Suhrkamp, em 1978.
Em 1980, a editora francesa Stock lança "Dôra, Doralina". Estréia da Rede Globo de Televisão a novela "As Três Marias", baseada no romance homônimo da escritora.
Com direção de Perry Salles, estréia no cinema a adaptação de "Dôra, Doralina", em 1981.
Em 1985, é inaugurada em Ramat-Gau, Tel Aviv (Israel), a creche "Casa de Rachel de Queiroz". "O Galo de Ouro" é publicado em livro. 
Retorna à literatura infantil, em 1986, com "Cafute & Perna-de-Pau".
A José Olympio Editora lança, em 1989, sua "Obra Reunida", em cinco volumes, com todos os livros que Rachel publicara até então destinados ao público adulto.
Segundo notícia que circulou em 1991, a Editora Siciliano, de São Paulo, pagou US$150.000,00 pelos direitos de publicação da obra completa de Rachel.
Já na nova editora, lança em 1992 o romance "Memorial de Maria Moura".
Em 1993, recebe dos governos do Brasil e de Portugal, o Prêmio Camões e da União Brasileira de Escritores, o Juca Pato. A Siciliano inicia o relançamento de sua obra completa.
1994 marca a estréia, na Rede Globo de Televisão, da minissérie "Memorial de Maria Moura", adaptada da obra da escritora. Tendo no papel principal a atriz Glória Pires, notícias dão conta que Rachel recebeu a quantia de US$50.000,00 de direitos autorais.
Inicia seu livro de memórias, em 1995, escrito em colaboração com a irmã Maria Luiza, que é publicado posteriormente com o título "Tantos anos".
Pelo conjunto de sua obra, em 1996, recebe o Prêmio Moinho Santista.
Em 2000, é publicado "Não me Deixes — Suas histórias e sua cozinha", em colaboração com sua irmã, Maria Luiza.
Em novembro deste ano, quando a escritora completou 90 anos de idade, foi inaugurada, na Academia Brasileira de Letras, a exposição "Viva Rachel". São 17 painéis e um ensaio fotográfico de Eduardo Simões resumindo o que os organizadores da mostra chamam de “geografia interior de Rachel, suas lembranças e a paisagem que inspirou a sua obra”.
Rachel de Queiroz chega aos 90 anos afirmando que não gosta de escrever e o faz para se sustentar. Ela lembra que começou a escrever para jornais aos 19 anos e nunca mais parou, embora considere pequeno o número de livros que publicou. “Para mim, foram só cinco, (além de O Quinze, As Três Marias, Dôra, Doralina, O Galo de Ouro e Memorial de Maria Moura)pois os outros eram compilações de crônicas que fiz para a imprensa, sem muito prazer de escrever, mas porque precisava sustentar-me”, recorda ela. “Na verdade, eu não gosto de escrever e se eu morrer agora, não vão encontrar nada inédito na minha casa”.
Recebe, em 06-12-2000, o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

Em 2003, é inaugurado em Quixadá (CE), o Centro Cultural Rachel de Queiroz.

Faleceu, dormindo em sua rede, no dia 04-11-2003, na cidade do Rio de Janeiro. Deixou, aguardando publicação, o livro "Visões: Maurício Albano e Rachel de Queiroz", uma fusão de imagens do Ceará fotografadas por Maurício com textos de Rachel de Queiroz.
Obras:
Individuais:
Romances:
- O quinze (1930)
- João Miguel (1932)




- Caminho de pedras (1937)
- As três Marias (1939)
- Dôra, Doralina (1975)
- O galo de ouro (1985) - folhetim na revista " O Cruzeiro", (1950)
- Obra reunida (1989)
- Memorial de Maria Moura (1992)


Literatura Infanto-Juvenil:
- O menino mágico (1969)
- Cafute & Pena-de-Prata (1986)
- Andira (1992)
- Cenas brasileiras - Para gostar de ler 17.


Teatro:

- Lampião (1953)
- A beata Maria do Egito (1958)
- Teatro (1995)
- O padrezinho santo (inédita)
- A sereia voadora (inédita)


Crônica:

- A donzela e a moura torta (1948);
- 100 Crônicas escolhidas (1958)
- O brasileiro perplexo (1964)
- O caçador de tatu (1967)
- As menininhas e outras crônicas (1976)
- O jogador de sinuca e mais historinhas (1980)
- Mapinguari (1964)
- As terras ásperas (1993)
- O homem e o tempo (74 crônicas escolhidas}
- A longa vida que já vivemos
- Um alpendre, uma rede, um açude: 100 crônicas escolhidas
- Cenas brasileiras
- Xerimbabo (ilustrações de Graça Lima)
- Falso mar, falso mundo - 89 crônicas escolhidas (2002)


Antologias:

- Três romances (1948)

- Quatro romances (1960) (O Quinze, João Miguel, Caminho de Pedras,
As três Marias)

- Seleta (1973) - organização de Paulo Rónai


Livros em parceria:

- Brandão entre o mar e o amor (romance - 1942) - com José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Aníbal Machado e Jorge Amado.

- O mistério dos MMM (romance policial - 1962) - Com Viriato Corrêa, Dinah Silveira de Queiroz, Lúcio Cardoso, Herberto Sales, Jorge Amado, José Condé, Guimarães Rosa, Antônio Callado e Orígines Lessa.

- Luís e Maria (cartilha de alfabetização de adultos - 1971) - Com Marion Vilas Boas Sá Rego.

- Meu livro de Brasil (Educação Moral e Cívica - 1º. Grau, Volumes 3, 4 e 5 - 1971) - Com Nilda Bethlem.

- O nosso Ceará (com sua irmã, Maria Luiza de Queiroz Salek), relato, 1994.

- Tantos anos (com sua irmã, Maria Luiza de Queiroz Salek), auto-biografia, 1998.

- O Não Me Deixes – Suas Histórias e Sua Cozinha (com sua irmã, Maria Luiza de Queiroz Salek), 2000.


Obras traduzidas pela escritora:

Romances:

AUSTEN, Jane. Mansfield Parlz (1942).
BALZAC, Honoré de. A mulher de trinta anos (1948).
BAUM, Vicki. Helena Wilfuer (1944).
BELLAMANN, Henry. A intrusa (1945).
BOTTONE, Phyllis. Tempestade d'alma (1943).
BRONTË, Emily. O morro dos ventos uivantes (1947).
BRUYÈRE, André. Os Robinsons da montanha (1948).
BUCK, Pearl. A promessa (1946).
BUTLER, Samuel. Destino da carne (1942).
CHRISTIE, Agatha. A mulher diabólica (1971).
CRONIN, A. J. A família Brodie (1940).
CRONIN, A. J. Anos de ternura (1947).
CRONIN, A. J. Aventuras da maleta negra (1948).
DONAL, Mario. O quarto misterioso e Congresso de bonecas (1947).
DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Humilhados e ofendidos (1944).
DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Recordações da casa dos mortos (1945).
DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Os demônios (1951).
DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Os irmãos Karamazov (1952) 3 v.
DU MAURIER, Daphne. O roteiro das gaivotas (1943).
FREMANTLE, Anne. Idade da fé (1970).
GALSWORTHY, John. A crônica dos Forsyte (1946) 3 v.
GASKELL, Elisabeth. Cranford (1946).
GAUTHIER, Théophile. O romance da múmia (1972).
HEIDENSTAM, Verner von. Os carolinos: crônica de Carlos XII (1963).
HILTON, James. Fúria no céu (1944).
LA CONTRIE, M. D'Agon de. Aventuras de Carlota (1947).
LOISEL, Y. A casa dos cravos brancos (1947).
LONDON, Jack. O lobo do mar (1972).
MAURIAC, François. O deserto do amor (1966).
PROUTY, Oliver. Stella Dallas (1945).
REMARQUE, Erich Maria. Náufragos (1942).
ROSAIRE, Forrest. Os dois amores de Grey Manning (1948).
ROSMER, Jean. A afilhada do imperador (1950).
SAILLY, Suzanne. A deusa da tribo (1950).
VERDAT, Germaine. A conquista da torre misteriosa (1948).
VERNE, Júlio. Miguel Strogoff (1972).
WHARTON, Edith. Eu soube amar (1940).
WILLEMS, Raphaelle. A predileta (1950).


Biografias e memórias:

BUCK, Pearl. A exilada: retrato de uma mãe americana (1943).
CHAPLIN, Charles. Minha vida (caps. 1 a 7 (1965).
DUMAS, Alexandre. Memórias de Alexandre Dumas, pai (1947).
TERESA DE JESUS, Santa. Vida de Santa Teresa de Jesus (1946).
STONE, Irwin. Mulher imortal (biografia de Jessie Benton Fremont (1947).
TOLSTÓI, Leon. Memórias (1944).






Teatro:

CRONIN, A. J. Os deuses riem (1952).



Estatua de Rachel de Queiroz, na Praça dos Leões, em Fortaleza - Crédito da foto: http://www.cearavivaessaalegria.com.br


NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: