Foto arquivo Assis Lima
Na rua Barão do Rio Branco, 1594, quase esquina com Avenida Duque de Caxias, ao lado da Praça do Carmo, existe um tesouro. É a instituição cultural mais antiga do Estado. A beleza do pequeno prédio de dois andares não o deixa passar despercebido. O Instituto do Ceará, foi destinado ao cultivo da História, da Geografia, das Letras e Ciências em geral, no Ceará.
Foto de 17 de janeiro de 1951, quando no Instituto funcionou o Ginásio Municipal. Vemos da esq. para direita: O professor Geraldo Hugo Lira, o diretor Jacinto Botelho, professor Lauro de Oliveira Lima, professor Ferdinando Tamburini, o vereador Leôncio Botelho e o professor João César de Vasconcelos. Arquivo Nirez
Seu atual prédio já foi a residência de Ananias Arruda, da Prefeitura de Fortaleza, ginásio municipal e pertenceu à Universidade Federal do Ceará. A estrutura sofreu reformas, tendo hoje uma parte original e outra mais recente.
O local possui salas e auditórios com nomes de expoentes da cultura cearense. A sala dedicada a Capistrano de Abreu, considerado um dos cinco maiores historiadores do País, guarda seu objetos pessoais. O Auditório Pompeu Sobrinho, o mais amplo, possui capacidade para 170 pessoas e o auditório Barão de Studart impressiona, tanto pela quantidade de telas da galeria dos sócios fundadores e efetivos, quanto pela beleza de seu estilo rústico. Nos corredores, os móveis da época, mesas, cadeiras, escrivaninhas e objetos. Um espelho veneziano secular chama a atenção e uma sala se destaca com suas mil obras raras, doadas por Eurico Facó.
Foto Diário do Nordeste
Dono de um dos maiores acervos em livros - 50 mil volumes - o Instituto do Ceará (IC) - Histórico - Geográfico - Antropológico - é referência para pesquisadores, estudantes e amantes da cultura, tendo o seu renome, dentro e fora do País, consolidado na preciosa coleção de estudo que é a sua Revista, publicada desde o primeiro ano até hoje sem nenhuma interrupção.
Além de sua biblioteca, hemeroteca, mapoteca e arquivo, os quadros, móveis e pertences pessoais de vultos do passado deixam uma contribuição inegável ao Estado.
Foto Ana Carolina
Além de sua biblioteca, hemeroteca, mapoteca e arquivo, os quadros, móveis e pertences pessoais de vultos do passado deixam uma contribuição inegável ao Estado.
Raimundo Girão discursando no Instituto do Ceará
A tradição e a modernidade travam uma batalha constante no cotidiano de Fortaleza. Enquanto casarões antigos, palacetes e prédios que outrora foram o cenário de grandes revoluções culturais desaparecem - vítimas da ação do tempo e do esquecimento – ou dão lugar a novas edificações aos moldes da atualidade, algumas instituições resistem às intempéries da contemporaneidade e atravessam séculos, sem perder um bem precioso: a história.
O Instituto do Ceará é exemplo de que é possível preservar a memória local fora dos museus, tendo o passado como alicerce, mas o presente como guia. Nesse lugar, não é preciso máquina para viajar no tempo. Basta adentrar aos largos corredores, subir as imponentes escadarias, sentar na mobília lustrada ou olhar pelos vitrais importados.
Tudo é original, da época em que o prédio foi erguido. No Instituto do Ceará, portas, janelas e até mesmo o piso datam de mais de 80 anos atrás, quando o palacete Jeremias Arruda, que abriga o Instituto há mais de 40 anos, foi construído. “O Instituto do Ceará já passou por várias sedes, mas desde 1966 está aqui”, explica a coordenadora administrativa da instituição, Marines Alves.
O Instituto do Ceará é um exemplo de adaptação aos novos tempos. O uso das novas tecnologias para compor um ambiente interativo no Memorial Barão de Studart é uma demonstração de atualização - Foto Ana Carolina
Fundado em 1887, o Instituto do Ceará foi a primeira instituição cultural do Estado. Ao longo destes 123 anos de atividades, como conta a coordenadora administrativa do local, ele passou por várias dificuldades, mas nunca chegou ao ponto de fechar as portas. “É uma instituição privada, sem fins lucrativos e de utilidade pública que oferece uma biblioteca com mais de 35 mil volumes históricos, geográficos e antropológicos”, informa.
A memória é o grande patrimônio do Instituto, mas isso não quer dizer que ele tenha parado no ontem. As traças da paralisia do tempo não sobreviveram à faxina do progresso. Em uma demonstração de adaptação ao presente, a instituição inaugurou em novembro de 2007, o Memorial Barão de Studart, o museu de exposição permanente mais interativo em toda a cidade.
A memória é o grande patrimônio do Instituto, mas isso não quer dizer que ele tenha parado no ontem. As traças da paralisia do tempo não sobreviveram à faxina do progresso. Em uma demonstração de adaptação ao presente, a instituição inaugurou em novembro de 2007, o Memorial Barão de Studart, o museu de exposição permanente mais interativo em toda a cidade.
Lá, a história de Fortaleza e do próprio Instituto do Ceará é contada com o auxílio da tecnologia. A visitação ganha um tom lúdico, sem perder a finalidade instrutiva, com sensores de movimento, recursos audiovisuais e iluminação planejada. "O objetivo do memorial é divulgar o acervo do Instituto. É para que o visitante conheça a exposição e se sinta estimulado a aproveitar a pesquisa no acervo", destaca a coordenadora administrativa.
O Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico) – fundado em 4 de março de 1887, em Fortaleza, onde tem sede e foro, é uma sociedade civil, de caráter científico e cultural, sem fins lucrativos, de duração por tempo indeterminado e reconhecida de utilidade pública pela Lei Municipal nº 5.784, de 13 de dezembro de 1983, pela Lei Estadual nº 100, de 15 de maio de 1935, e pelo Decreto Federal nº 94.264, de 22 de maio de 1987.
Motivados pelo desejo de tornar conhecidas à história e a geografia da província, doze vultos da sociedade cearense empreenderam árdua tarefa a fim de fazer do Instituto referência nacional para a propagação de pesquisas que legitimasse a formação de sua história.
Paulino Nogueira Borges da Fonseca, Guilherme Studart (posteriormente Barão de Studart), Antônio Augusto de Vasconcelos, Joakim de Oliveira Catunda, Julio Cezar da Fonseca Filho, João Augusto da Frota, Antônio Bezerra de Menezes, Virgilio Augusto de Morais, Virgílio Brígido, José Sombra, Juvenal Galeno da Costa e Silva e João Batista Perdigão de Oliveira foram os fundadores da agremiação.
Arquivo do blog Literatura Real
“Eram pois esses vultos que passariam a ser os primeiros e esforçados obreiros do progresso das letras cearenses, destinados como estavam , por esse meio, a tirar da ignorância, que até então perdurava, a história, natal. Eram eles que, fincando o marco inicial da existência desse utilíssimo grêmio, viriam, em futuro não remoto, contribuir, nesse particular, para o engrandecimento do berço nativo. Investigando o passado, rememorando as suas tradições, arrancando dos arquivos do solo ou das pedras carcomidas dos monumentos. Por intermédio desse Instituto dar-se-ia testemunho público do quanto valia o Ceará”.
Quadro Social
É composto de 40 (quarenta) sócios efetivos, na maioria professores universitários, além de sócios beneméritos, correspondentes e honorários. As eleições para o Conselho Superior, Diretoria e Comissões Permanentes ocorrem a cada dois anos, cabendo aos sócios efetivos o preenchimento dos cargos.
A Hemeroteca
A Hemeroteca do I.C. possui um acervo catalogado de 251 jornais, arquivados em volumes por ano. Vários volumes dos séculos XIX e XX (principalmente do primeiro quartel). Entre eles - A República, O Ceará, O Cearense, O Unitário. O Povo, O Estado, O Nordeste e outros tantos.
Créditos: Diário do Nordeste, http://www.macamp.com.br e o site do Instituto