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quarta-feira, 16 de março de 2011

Waldonys - Sanfoneiro, cantor, piloto, um sonhador...



Ainda pequeno, vendo seu pai Eurides tocar, brotou no menino Waldonys a paixão pelo acordeon. Começou a tocar com apenas 11 anos, aos 14 teve seu talento reconhecido por Dominguinhos e grava o CD "Choro Chorado". Aos 15 anos, Waldonys gravou com Luiz Gonzaga o disco "Fruta Madura", onde foi carinhosamente chamado de "Garoto Atrevido". 



Atualmente o talentoso artista tem o aplauso da crítica e, como no dizer de Luiz Gonzaga continua atrevido. Já gravou oito discos próprios e consolidou seu nome junto a importantes cantores e compositores da MBP. Lançou em 1992 seu primeiro disco intitulado "Viva Gonzagão". Na seqüência, "Veleiros", "Quem não Dança, Dança", "Coração da Sanfona", "Waldonys Canta e toca sucessos nordestinos". E mais: "Aprendi com o Rei 1 e 2", "Anjo Querubim" e "Eterno Aprendiz", seu último lançamento. Depois de muitos shows, incluindo uma temporada de seis meses nos Estados Unidos, fez platéias na Europa, Estados Unidos e Cuba o aplaudirem de pé, após apresentações marcadas pela multiplicidade de seu repertório, abrangendo músicas clássicas e populares. Conjugação perfeita entre a versatilidade do acordeon e a genialidade do músico. Seu estilo é inconfundível, pois consegue aliar técnica a muito swing. Waldonys transpira prazer e categoria ao cantar e tocar forrós e outros ritmos musicais, sempre com desenvoltura e simplicidade. Animar festas e "botar fogo" nos forrós pelo Brasil afora é a sua vocação. Hoje os elogios da elite da MPB ao trabalho de Waldonys transformam-se em diplomas de reconhecimento ao seu extraordinário talento: 


Luiz Gonzaga, Sivuca e o pequeno e já talentoso Waldonys com 8 anos - Crédito da foto


"Waldonys, este garoto é muito atrevido, com 15 anos tocando desse jeito..." Luiz Gonzaga. 


"Waldonys, Gozagão falou e eu continuo falando, êta moleque atrevido! Como toca esse danado". Dominguinhos. 


"Esse menino é o fenômeno da sanfona". Hermeto Pascoal. 


"Waldonys, você é um tradutor da sanfona". Zé Ramalho. 


"Waldonys, o mestre da Sanfona". Ricardo Chaves.



Waldonys José Torres de Menezes nasceu em Fortaleza no dia 14 de setembro de 1972. É acordeonista e músico. Também é piloto de avião. Seu pai Eurides era acordeonista amador e o incentivou a iniciar seus estudos musicais com aulas particulares a partir dos 11 anos e depois teve aulas teóricas no Conservatório Alberto Nepomuceno. Nessa época conhece Dominguinhos que o apresenta a Luiz Gonzaga e em 1988 participa da gravação do LP "Aí tem", no qual Waldonys tem uma participação na música "Fruta Madura", onde seu nome é citado por Luiz Gonzaga.


Família de Waldonys e Luiz Gonzaga - O menino Waldonis começou a tocar com nove anos de idade numa sanfona de oito baixos que ganhou do pai. Aos 12 anos, conheceu Dominguinhos, que se tornou seu principal incentivador e padrinho artístico. Por volta dos 14 anos, conheceu Luiz Gonzaga que lhe presenteou com uma sanfona branca, da marca italiana Scandalli, de 80 baixos.

Waldonys, uma amiga da família e Fagner

O apoio do pai

Sua carreira artística se inicia quando, aos 11 anos, tem suas primeiras aulas particulares, com o apoio do pai Eurides, que também tocava sanfona, mas não era profissional. Assistiu aulas teóricas no Conservatório Alberto Nepomuceno (vinculado à Universidade Estadual do Ceará). Waldonys, aos 13 anos, passou a ter aulas com Tarcísio Lima, um sanfoneiro "bem conceituado". É neste período que se dá sua apresentação à Luiz Gonzaga, feita por Dominguinhos que, em viagem para Fortaleza, visita-o em sua casa. Após esse primeiro contato, a amizade deles segue até a gravação do último disco de Gonzagão, "Aí tem".


Nesse mesmo período Waldonys ganha uma sanfona de Gonzagão, que para ele é considerada um troféu, até hoje, guardada a sete-chaves. Como seu avô mesmo diz, a sanfona "é de maroca, não se vende nem se troca". Em 1995 grava Veleiros, depois Começo de namoro e em Coração de Sanfona, seu quarto disco, promove um verdadeiro pacote regional. Com seu novo trabalho Waldonys canta e toca sucessos nordestinos, segue a "trajetória da sanfona" como ele próprio intitula sua carreira.

Aos 17 anos Waldonys foi morar em Nevada, USA, para se apresentar no Teatro de Cassinos, num show montado pelo italiano Franco Fontana, que o viu tocar no programa Som Brasil, da TV Globo, apresentado à época pelo ator Lima Duarte.

Retornando ao País, em 1992, para gravar seu primeiro CD intitulado Viva Gonzagão, Waldonys participou, logo depois, do projeto Asa Branca, também ligado ao espólio musical do criador do forró. Em 1994 o sanfoneiro tocou com o cantor Fagner, numa turnê que se estendeu até Portugal e depois, ao lado de Marisa Monte, apresentou-se em todo o território nacional e numa turnê que o levou, novamente, a países como Alemanha, Itália, Inglaterra, França, Bélgica, e USA.


Com Fagner e Dominguinhos



Ao lado de Marisa Monte

Waldonys é um grande representante da cultura popular musical do Nordeste.
Mesmo com larga experiência e um certo reconhecimento do público, o sanfoneiro cearense é um homem simples e que faz com orgulho a alegria de muitas pessoas, quando toca e canta o verdadeiro forró nordestino, ou forró de raiz.
O músico teve uma convivência muito boa com vários outros sanfoneiros de sua geração, como Oswaldinho, um mestre que explora um outro lado da sanfona, mais clássico, mais respeitado no exterior e Hermeto Pascoal, outro gênio da música. Waldonys muito aprendeu -como com Jackson do Pandeiro com quem não conviveu, mas ouviu bastante. Suas experiências e conhecimentos foram tirados da grande vivência artístico/musical que teve e continua tendo.

Com Ivete Sangalo

E Daniela Mercury

Waldonys fala sobre Humberto Teixeira, José Dantas e Catulo da Paixão Cearense com muito entusiasmo, pois para ele é muito fácil falar desses compositores, que são pessoas conhecidas no mundo inteiro. "...Asa Branca é um Hino do Nordeste Brasileiro, ou até mesmo um Hino do Brasil; quando a musica é bem feita, ela dura pra vida toda. E não há como destacar esses compositores, se não como gênios da música brasileira", diz.
Conhecido no Brasil e no mundo Waldonys, fazendo um paralelo entre esses compositores e os compositores de hoje, os destaca como categoria A, não desmerecendo os atuais. Segundo ele, "hoje temos muitos compositores bons como Nando Cordel, Jorge Vercilo; temos músicas boas, mas a maioria está fazendo músicas meio descartáveis, com um tipo de apelação pelo que está rolando nas rádios do Brasil inteiro; a maioria está nessa."


Ao lado de Geraldo Azevedo

Com Gilberto Gil e Ivete

Waldonys teve a sorte de conviver muito tempo com o Rei do baião, e com muito orgulho lembra da força e dedicação que recebeu dele, participando ao seu lado em televisão e shows. Sente muita gratidão por ter sido apadrinhado por ele e diz: "Infelizmente, hoje sabemos que se você tem um padrinho para te colocar na cara do gol, você prossegue." E Luiz Gonzaga o colocou, e destaca, "existe um sentimento muito interessante no ser humano que é o ciúme, mas com o Rei do baião não. Quando ele acreditava em alguém ele dava a sanfona, levava para os shows e ajudava de toda a forma. Ele lutava pelo forró."


Nonato Luiz, Manassés e Waldonys no ensaio do show Filhos do Solo, em Fortaleza.

Em sua carreira nacional, ele toca com Fagner por dois anos, grava seus próprios discos e começa a tocar com Marisa Monte, onde teve um destaque muito grande, nacional e internacional. Ele fala de Marisa com muito entusiasmo, pois a considera uma segunda madrinha na sua carreira artística. Com ela o sanfoneiro diz ter tido um destaque maior, "pois nos shows era eu e ela, e a imprensa começou a divulgar que "o pop descobriu a sanfona."

As acrobacias aéreas são a especialidade deste

 piloto esportivo que até já voou com o 

grupo da Esquadrilha da Fumaça


Ele concilia o amor pela música - é sanfoneiro e cantor da melhor estirpe -, com a paixão pela 
aviação. E assim como nos palcos, também é fera como piloto.


O amor pela música, segundo Waldonys, é hereditário, mas como a aviação entrou na sua vida, ele reconheceu: "Nem sei responder". E o piloto justificou-se: "Meu pai não gosta, minha mãe também odeia (risos). Mas hoje eles já admiram, já gostam da história do clip com a Esquadrilha da Fumaça. Mas na realidade não tive nenhum incentivo por parte deles (meus pais). Eu não sei precisar de onde veio, mas há muito tempo sou um aficionado pela aviação e piloto esportivo há vários anos".

Curso

Waldonys não se lançou às acrobacias aéreas à toa. "Eu fiz o curso de acrobacia, comecei em 1998. Tudo é uma trajetória, são degraus que a pessoa vai subindo, não adianta o cara chegar e querer fazer as coisas de forma impensada. Então, desde 98 faço acrobacias com avião leve", disse o sanfoneiro-piloto.


E para o aeronauta, a acrobacia aérea funciona como um hobby. "A acrobacia para mim é um hobby, com certeza. Eu consigo unir o útil ao agradável, porque além das manobras aéreas, uso o avião nas viagens para os shows. Quando sair do Catuleve após a entrevista, por exemplo, vou me apresentar em Juazeiro do Norte, e vou voando.
Faço minhas ´cambalhotas´ lá e à noite toco, faço o show. Então é assim, tento unir a minha profissão, a história de viajar, e sempre que posso viajo no meu avião", disse o piloto. Waldonys ratificou que a máquina modelo RV4ER "é uma Ferrari da aviação, e só há duas no Brasil. Ela tem tudo do bom e do melhor. Voa de dorso, tem fumaça, a hélice é a melhor do mundo para acrobacias". Ele não se referiu a cifras, mas admitiu que o sonho de consumo que agora ocupa um dos hangares do Catuleve "custou muito show, muita viagem, poeira na estrada. Porém, a grande vitória é isso. Se fosse fácil para conseguir, o avião não teria o valor que tem. Então, foi muito suado, mas graças a Deus, estou aí com ele".


Paixão

"Quando entrei na aviação, a acrobacia veio como algo a mais, porque fui me apaixonando e vendo que essa modalidade é uma técnica bem mais avançada de pilotagem. Um piloto de acrobacia aérea é mais bem preparado do que um piloto comum", explicou o aeronauta.


E continuou Waldonys: "Então fui me apaixonando, conhecendo a história da Esquadrilha da Fumaça, dos grandes pilotos de acrobacia aérea do Brasil e do mundo e fui progredindo, graças a Deus respeitando muito, porque senão você morre, pois é uma atividade de risco".

Nada de inventar

"Na acrobacia aérea você não pode inventar. Faz o que sabe e pronto. Não adianta querer inventar uma coisa que não está no script. Já como piloto, eu fiz curso na Associação Brasileira de Acrobacia Aérea, seguindo as etapas básica, intermediária, avançada e limitada. Esses são os degraus que você atinge durante o curso", concluiu o sanfoneiro-aeronauta Waldonys.

ESQUADRILHA DA FUMAÇA

´Voar com o grupo foi um momento especial´

Voar com a habilidosa equipe da Esquadrilha da Fumaça é um privilégio de poucos aviadores civis. Mas o piloto-cantor Waldonys conseguiu essa façanha.

"A apresentação com a Esquadrilha da Fumaça acho que foi um dos grandes momentos da minha vida e da minha carreira, porque consegui fazer uma fusão legal da história da música Sonhos de Ícaro com a aviação", reconheceu o piloto cearense.

A apresentação de Waldonys com os pilotos do Esquadrão de Demonstração Aérea aconteceu na cidade de Pirassununga (SP). "Esse histórico feito veio num momento assim maravilhoso. Hoje, sou membro honorário da EDA, da FAB e recebi algumas comendas", festejou o piloto-cantor.


Na semana mesmo da exibição e entrevista para o jornal Diário do Nordeste, o sanfoneiro-aeronauta recebeu a Medalha Bartolomeu de Gusmão. "Esta honraria me foi concedida pela FAB por achar que colaborei de alguma forma com a divulgação, com a história da Esquadrilha da Fumaça", esclareceu Waldonys, O piloto reforçou "que foi um momento muito importante, feliz a história de gravar o clip e depois vê-lo pronto, com a Esquadrilha da Fumaça". Aliás, o sanfoneiro-aeronauta costuma atender a convites para demonstrações. E como já falara anteriormente, "para os shows, sempre que posso, desde que sejam em distâncias cabíveis e convenientes, eu vou voando. É bem mais seguro", encerrou o piloto-cantor. Ele foi buscar o avião RV4ER em São Paulo e veio voando até Fortaleza.


Crédito da entrevista: 




Discografia



Waldonys já gravou 9 discos próprios e 1 DVD ao vivo. Consolidou seu nome junto a importantes cantores e compositores da MBP. 
Lp Viva Gonzagão
Viva Gonzagão
1º LongPlay / 1992
Gravadora RGE

Lp Viva Gonzagão
Veleiros
2º LongPlay / 1993
Gravadora RGE

Lp Viva Gonzagão
Quem não dança, dança
1º CD / 1993
Gravadora SomZoom

Lp Viva Gonzagão
Coração da Sanfona
2º CD / 1997
Gravadora Continental

Lp Viva Gonzagão
Waldonys, Canta e toca sucessos nordestinos
3º CD / 1999 Gravadora Velas

Lp Viva Gonzagão
Aprendi com o Rei
4ºCD/2001
Gravadora WE Produções

Lp Viva Gonzagão
Aprendi com o Rei 2
5º CD / 2003
Gravadora WE Produções

Lp Viva Gonzagão
Anjo Querubim 
6º CD / 2005
Gravadora Kuarup

Lp Viva Gonzagão
Eterno Aprendiz
7º CD / 2007
Gravadora WE Produções

Lp Viva Gonzagão
DVD Waldonys
20 Anos
gravado ao vivo
1º DVD / Maio 2007
Gravadora WE Produções



Homenagem a linda cidade de Fortaleza

Clipe Sonho de Ícaro




Créditos: Site Oficial, Wikipédia e Cineastv

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