Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Pirata Bar - A Segunda-feira Mais Louca do Mundo


A casa, que funciona às segundas-feiras, tem fama internacional, e recebe, segundo administração do bar, cerca de 2,3 mil pessoas por noite.


Primeiro dia de Pirata - 21/11/1986

O Pirata Bar é uma casa de show temática localizada na Praia de Iracema, bairro histórico de Fortaleza. Também conhecido como Forró do Pirata, é um dos principais destinos turísticos do Ceará.


Família Trindade - Dez. 1987

A casa, que só abre nas noites de segunda-feira, recebe, em cada festa, um público estimado entre 2,5 a 3 mil pessoas, de todas as idades e de todas as partes do mundo.

Os 2000 m² de área do Pirata Bar são ocupados por um palco, uma pista de dança ao ar livre, mesas, espaço para circulação, loja da Boutique do Pirata e balcões de atendimento. Sua arquitetura faz alusão a uma vila nordestina de casinhas coloridas, com um navio pirata atracado ao fundo. A decoração, os adornos e a indumentária dos garçons também remetem à temática da pirataria.

Grupo Raça de Teatro - Suzana e o Trafego de Cenas. 1º Espetáculo no Pirata – Dez. de 1986

O Pirata Bar foi fundado em 21 de novembro de 1986, como Pirata Bar & Restô pelos sócios Júlio e Rodolphe Trindade, pai e filho, o Pirata Bar é um empreendimento cultural e turístico que incorpora, com ecletismo e irreverência, a festividade brasileira, tradições locais e a identidade cultural do Ceará.

1ª Semana de Funcionamento do Pirata

1ª Semana de Funcionamento do Pirata

A proposta, aliada à originalidade da casa, não demorou a chamar a atenção do público fortalezense, que elegeu o Pirata como o local preferido no bairro boêmio da cidade, a Praia de Iracema. No palco, artistas como Leila Pinheiro, Belchior, Oswaldo Montenegro, Edson Cordeiro, Adriana Calcanhoto, Gonzaguinha e mais de 50 grandes nomes da música brasileira. Era o projeto Piratas da MPB. Também passaram pelo Pirata peças de teatro, exposições, desfiles, o I Festival de Música Brega, premiado com o Nobel de Medicina Ortopédica graças à Almofadinha Contra Dor de Cotovelo, e o I Campeonato Mundial de Futbar
(futebol praticado em bar), entre mil e outras brincadeiras realizadas no Pirata.



Carnaval no Pirata - ao fundo, Júlio e Rodolphe Trindade

Antigo Palco Pirata. De 1988 a 1994
                                
A Segunda-feira


A Segunda-feira Mais Louca do Mundo, famosa no mundo inteiro, surgiu de um acontecimento comum ao Pirata: agradar seus clientes.


Lambada Pirata nas noites de segunda, início dos anos 90

Era dia 5 de janeiro de 1987. Uma senhora da sociedade local quis comemorar seu aniversário com as amigas no Pirata. Apesar de ser uma segunda-feira, Júlio Trindade abriu a casa com todo o staff e empolgação dos dias normais do Pirata.



Construção do Navio Pirata

Construção do Navio Pirata

Construção do Navio Pirata

Construção do Navio Pirata

Ao som de forró de LP, fita cassete e vitrola, o singelo aniversário – com direito a chapeuzinhos da Turma da Mônica e a presença de um casal de palhaços holandeses que estava pela Praia de Iracema – tomou ares de festa. No entanto, havia poucos homens entre os convidados. Não se tinha com quem dançar! Júlio Trindade não pensou duas vezes: chamou garçons, seguranças e até o cozinheiro para o salão e todos se fizeram pares de dança.



O Navio Pirata - Foto Elizabeth Soares


Resultado? A noite foi um sucesso! Tanto que os convidados quiseram repetir o "aniversário" na semana seguinte. O encontro, com o tempo, foi batizado de Chá Dançante da 2ª feira.


Rodolphe e Júlio Trindade

Em fevereiro do mesmo ano, a segunda-feira passou a contar com o forró pé-de-serra do sanfoneiro Azeitona e, no dia 12 de junho, para completar a festa, foi chamada uma segunda banda, a Alta Tensão, do cantor Armando Telles, atual líder vocalista da Banda do Pirata.



E assim, pouco a pouco, de boca-em-boca, se foi criando a tradição de ir ao Pirata Bar na segunda-feira, onde a noite é mágica e só termina quando o último "sobrevivente" deixa o salão.

A fama da casa correu o Brasil e o mundo, sendo notícia no jornal The New York Times. É por isso que se diz: "Vir ao Ceará e não conhecer o Pirata é como ir a Roma e não ver o Coliseu"

Prêmios

Década de 90

  • Prêmio Top Image, na categoria Local de Entretenimento Noturno, através de voto popular, em 1996, 1997 e 1998. 

  • Prêmio Parceiros de Visão, no segmento Entretenimento e Lazer, da Secretaria de Turismo do Ceará (Secult/CE), em 1998 e em 2004. 

  • Homenagem como promotor da cultura nordestina da Prefeitura Municipal de Fortaleza, através da extinta Funcet (Fundação de Cultura, Esporte e Turismo), hoje Secultfor (Secretaria de Cultura de Fortaleza), em 2005. 

  • Troféu Visão Social, do Consórcio Social da Juventude de Fortaleza (CSJ) por sua adesão ao Programa Primeiro Emprego (PNPE), do Ministério do Trabalho e Emprego (ME), em 2005 e em 2006. 

  • Certificados de Personalidade Junina. 


  • Prêmio Personalidade Turística 2007, da ABIH-CE (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira do Ceará). 

  • Selo de Responsabilidade Cultural 2009, da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult/CE). 

  • Selo Empresa Amiga da Criança, da Fundação Abrinq. Desde 1997, o selo é anualmente renovado. 

 Foto de   Paulo Yuji Takarada


 A Banda do Pirata:




A segunda mais louca e animada do mundo:


Além do Pirata Bar, o Grupo Pirata é formado pela Fundação Pirata Marinheiros, que desenvolve ações sociais junto a comunidades na Praia de Iracema, Amontada e Itapipoca, pela Pirata Brasil, produtora de eventos culturais e náuticos, e pela Boutique do Pirata, que comercializa produtos e suvenirs da marca.

A família Pirata

O Pirata é afiliado à FCVB (Fortaleza Convention & Visitors Bureau), à ABEOC (Associação Brasileira de Empresas de Eventos), à ABIH-CE (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira do Ceará) e à ABRASEL (Associação Brasileira de Restaurantes e Empresas de Entretenimento).


O Pirata Bar foi tema de reportagens do The New York Times, que intitulou sua festa como “a segunda-feira mais louca do mundo”, e da Rede Globo, que produziu mais de 10 transmissões ao vivo somente para o Jornal da Globo. Outros veículos midiáticos, entre revistas, jornais e canais de tevê, de todos os cantos do mundo, também noticiam o Pirata.

Famosos no Pirata:

Júlio Trindade e Banda Lord K.

Júlio Trindade e Nelson Ned - show no Pirata no início dos anos 90

Beto Barbosa e Júlio Trindade

 Rodolphe e Compadre Washington

 Seu Jorge

 Daniel, Dado Dolabella e Rômulo

 Gugu Liberato

 Ator Danton Mello

 Júlio e Rossicléa

 Sabrina Sato

 Tiririca com a esposa e Angelo Vinicius


Paulo Diógenes e Ciro Santos


 Zilú e Zezé de Camargo

 Luciano e a esposa

 Eliana

 Luiz Fernando Guimarães

 Renato Aragão

 Belchior


Pirata Bar
Rua dos Tabajaras, 325 – (85) 4011-6161
Segunda, a partir das 20h.



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Créditos: Rogério Paulo Almeida, www.pirata.com.br, Wikipédia 
Fotos antigas:  Fan Page do Pirata

sábado, 10 de setembro de 2011

Júlio Trindade - Um pirata


Julio Trindade

Nascido em 10 de março de 1946 em Lisboa e naturalizado brasileiro, Julio Pirata Trindade como era conhecido pelos amigos, viajou pelo mundo com a mulher e o filho em busca do lugar ideal para morarem. Passaram pela França, Estados Unidos, Canadá, até chegarem ao Brasil em 1981. A primeira residência foi em Salvador, onde ajudou a fundar o projeto Tamar, de proteção a tartarugas marinhas.

A convite de uns cearenses hospedados na sua pousada na Praia do Forte, a família Trindade, em 1985, veio conhecer o Ceará. Foi na região de Amontada e Itapipoca, que a família encontrou o seu “lugar ideal para viver”. A partir do seu espírito solidário, passaram a ajudar as comunidades locais na reivindicação de melhores condições de vida.


 (Júlio Trindade tinha 65 anos)

Em 1986, Júlio e seu filho Rodolphe criaram o Pirata Bar, empreendimento cultural e turístico que incorpora o conceito de responsabilidade social e o respeito às tradições locais e à identidade cultural de seus colaboradores. Hoje, o Pirata emprega cerca de 150 pessoas.

Em 1991, já com reconhecida experiência na área de responsabilidade social, a família Trindade criou a Fundação Pirata Marinheiros, que desenvolve suas atividades nas áreas de Educação para a cidadania, Preservação e educação ambiental e Desenvolvimento comunitário nos municípios de Amontada, Itapipoca e Fortaleza.


Em 1993, um terreno de 50 hectares em Amontada, de propriedade da família de Júlio, se tornou a primeira Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN de bioma litorâneo do Ceará. Em 1996, esse patrimônio ambiental foi ampliado em mais 464 hectares, com outra RPPN, no município de Itapipoca. Como são áreas vizinhas, o Estado conta hoje com um total de 514 hectares de litoral protegidos integralmente, sem que órgãos governamentais precisem arcar com os custos dessa preservação.

Júlio Trindade era membro fundador do Fórum Permanente em Defesa da Praia de Iracema e da Associação Asa Branca de proprietários de RPPN’s. Era membro representante do Trade Turístico do Comitê de Enfrentamento À Violência Infanto-juvenil, do qual participam várias secretarias do Governo do Estado, e do Conselho de Turismo da Costa do Sol, entidade que reúne instituições representativas do terceiro setor do Ceará.


Criou e executou o Projeto Piratinhas do Forró, que durante dois anos capacitou jovens em situação de risco para atuarem como músicos, e o Projeto Pirata Forró Solidário, que, em parceria com a Capacitação Solidária, durante seis meses capacitou 30 jovens músicos. (O Projeto Pirata Forró Solidário foi convidado a se apresentar no evento do BIRD em 2002). Criou o Projeto Esta Praia Tem Futuro, projeto de revitalização da Praia do Futuro.


Júlio foi parceiro e incentivador da Federação de Quadrilhas do Ceará e parceiro da Secretaria do Meio Ambiente (SEMACE) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) na realização de diversos eventos. Desde 1997, era agraciado pela Fundação Abrinq com o título de Empresário Amigo da Criança. Em 1999, Júlio Trindade recebeu o título de Cidadão de Fortaleza, da Prefeitura Municipal de Fortaleza.


No Teatro José de Alencar recebendo o trofeu “Responsabilidade Cultural 2009″, na categoria “Empresarial Privada” - Julio Trindade, seu filho Rodolphe Trindade e pelo também “pirata” Ricardo Goellner – que vemos na foto, no ato do recebimento da honraria que prestigia a Comunidade Luso-Brasileira.


Júlio Trindade recebeu o título "Cidadão de Fortaleza". Iniciativa do vereador Francisco Caminha e reconhecimento da Cidade aos benefícios que prestou à cultura e à sociedade. 


Júlio em retrato escolar 

O menino Júlio

Na época de goleiro

Pastoreando cabras

Com a esposa Yane Trindade
  

Com o filho único Rodolphe

No Vaticano

As aventuras de Júlio em Brest

Com os netos: Louis e Pedro


 Meu nome é Antonio Julio de Jesus Trindade, mas gosto de assinar como Julio Pirata d’Iracema. Nasci em Lisboa, em 10 de março de 1946 e orgulho-me de ser filho de mãe camponesa e de um pai torneiro mecânico, criado com todo amor e carinho que puderam me oferecer. Tive uma infância maravilhosa e quando adolescente, joguei como goleiro pela Seleção Juvenil de Portugal. Meu pai tinha ideologias muito fortes, e com ele aprendi a defender meus princípios e contestar diretrizes que considero injustas. Sou da geração de 60, que viveu muito intensamente a quebra de paradigmas, período em que deixei Portugal (1964), pois não queria servir ao exército em uma guerra colonial na Angola, pois o Rambo americano já é triste, imagine o português!


Paris foi meu primeiro destino e me ensinou muitas coisas. Aprendi a falar francês fluente com sotaque parisiense e nenhum francês percebe que sou de fora. Conheci Yane em 1966 e então casamos, hoje somamos 45 anos de convivência. Em 68 tivemos o Rodolphe, nosso único filho. Fizemos muitas viagens pelo mundo, mas sempre retornávamos para a França, aquele país foi nossa casa durante 15 anos.

Viagens e Aventuras

Na minha concepção, passar a vida num lugar só porque nasceu ali é muito comodismo. Sempre procurei o lugar ideal para viver e este seria o que eu mais me identificasse. Em busca de qualidade de vida, passei um período de 5 anos em Nice, no Sul da França, como agricultor.

"Passar a vida num lugar só porque nasceu ali é muito comodismo"

Minha família foi a primeira a exercer uma postura ecológica na região que vivíamos. De forma auto-sustentável, experimentamos comer só o que plantávamos, sem qualquer agrotóxico. Criávamos cabras e nosso sustento vinha da venda de queijos da produção de leite. Por duas vezes o nosso queijo foi eleito o melhor da região em feiras agrícolas.
Nas viagens seguintes, conheci os Estados Unidos começando de San Diego até Seattle. Também subi para a British Columbia, no Canadá, que gostei mais pelo sistema político, por ser uma sociedade muito tranquila e democrática. Morei um tempo em Saint Martin, no Caribe. Para quem quer desbravar o mundo, é importante estar atento ao que está acontecendo no destino desejado. Eu procurava informações dos lugares que pretendia visitar, lia jornais e me atualizava a respeito dos países na minha rota e era infalível, isso facilitava minhas estadias.


Trabalho

Por onde passei, exerci diversas funções e muitas delas pela primeira vez. Lavei pratos, faxinei banheiros, descarreguei caixas de frutas e legumes no antigo Mercado Les Halles em Paris, fui recepcionista noturno de hotel, garçom e maitre no Chez Antoine, um restaurante finíssimo de San Martin, no Caribe. Lá, servi grandes personalidades como o ex-presidente Richard Nixon e Jaqueline Kennedy Onassis, eu tinha um ótimo salário e recebia generosas gorjetas. Além disso, tive uma banca de jornal, e prestei serviço de analista de sistema para as Forças Armadas Francesas na década de 70. Ainda pesquei Salmão no Canadá, dirigi o Banzo Bar, o restaurante do Hotel Pelourinho e a Pousada da Praia do Forte na Bahia. No Ceará tentei pescar lagosta sem sucesso, até abrir o Pirata, minha caminhada foi longa e cheia de imprevistos.


"Decidi que o Olodum não podia ficar de fora da Avenida, e forneci todo o diesel necessário para o circuito"

O Brasil começou na Bahia

Entrei no Brasil em 1981, através da região Norte. Trindade não é só o nosso nome, eu, Yane e Rodolphe estamos juntos o tempo todo. Pegamos um ônibus semi-leito em Belém do Pará e descemos até Salvador, onde um dia após nossa chegada iniciei meu primeiro negócio, o Banzo Bar, no Pelourinho. Mais tarde também arrendei o restaurante do Hotel Pelourinho e abri uma pousada na Praia do Forte. Na Bahia fiz muitos contatos e vivi um momento privilegiado social e empresarialmente falando. Lembro da primeira vez em 1982 que o Olodum saiu no carnaval de Salvador. O grupo estava sem dinheiro para abastecer seu trio elétrico e eu fiquei sabendo. Decidi que o Olodum não podia ficar de fora da Avenida, e forneci todo o diesel necessário para o circuito.
O Projeto Tamar é outro trabalho que tive a oportunidade de participar no início, me orgulho de ter criado o primeiro logotipo da marca que é muito conhecida hoje em dia. Quando abri a Pousada da Praia do Forte, a região era muito primitiva, nesses tempos não existia ponte sobre o Rio Pojuca e a travessia para a praia era feita de balsa. A energia tinha acabado de chegar no local. Nenhum trabalhador tinha carteira profissional assinada, eu fui o primeiro empregador a assiná-las e praticar a legislação trabalhista. Por dois anos seguidos (83, 84), a nossa pousada foi eleita pela Revista Playboy como o melhor empreendimento do Brasil.

"No ano em que comecei a pescar, a lagosta sumiu do mar do Ceará, tudo conspirou para o fracasso"

Um lar no Ceará

Morávamos na Bahia quando um amigo cearense convidou-nos a conhecer a Praia da Baleia. Em menos de seis meses após a visita nos mudamos para cá. A Família Trindade escolheu o Ceará, pois se apaixonou por ele. Vendemos todos os nossos negócios na Bahia e começamos do zero aqui. Em 85, comprei um barco lagosteiro de primeira linha e tinha uma equipe de oito homens para executar a pesca profissional. Nos anos anteriores, os pescadores voltavam com até 1 tonelada de calda. Mas no ano em que comecei a pescar, a lagosta sumiu do mar do Ceará, tudo conspirou para o fracasso, choveu muito, o clima mudou e anteriormente, houve muita pesca predatória.


Meses depois eu descobri que tinha iniciado um mau negócio, após investir grande parte do dinheiro. Mais tarde, investiguei a história do barco com proprietários anteriores que fizeram tudo certo e também quebraram, ouvi relatos de mortes no mar e em terra, durante consertos da embarcação. Eu o vendi para outro pescador profissional de lagosta que veio a quebrar. Hoje sei que o barco era amaldiçoado.
Queríamos muito viver num lugar tranquilo, em paz com a natureza, mas com o projeto lagosteiro arruinado, decidimos nos mudar para Fortaleza, que em 85 ainda era uma cidade provinciana. Enfrentei muito nariz torcido por causa do meu bigodão, cabelos compridos e as roupas coloridas. No comércio, as pessoas verificavam meu cheque várias vezes antes de recebê-lo. A Fortaleza de hoje é outra cidade, não para de crescer, tem muitos executivos formados, empreendedores e gente que entende de negócios.

O Pirata: dificuldades até o sucesso

Como empreendedor, o Pirata representa meu último suspiro. Não era novidade na minha vida abrir um negócio em que só eu acreditava. Para abrir o Pirata, vendi os últimos bens de valor fazendo fundo de caixa: uma coleção de whikys famosos, um excelente aparelho de som que quase ninguém tinha na época e até meu carro. Inaugurei o Bar às pressas sem estar pronto para isso, porque precisava levantar dinheiro e depositar alguma coisa na conta do banco evitando que ela fosse encerrada por falta de fundos.


O nome “Pirata” provocou comentários de rejeição entre os meus amigos. Encontrei dificuldade até para fazer os cartões de visita. Eu e meu filho Rodolphe, que já éramos sócios, custamos a encontrar o único tipógrafo no centro da cidade que usava a fonte que queríamos impressa nos cartões. Até a escolha pela cor do papel foi complicada, porque queríamos que fosse preto e não existia no mercado, o tipógrafo deu-se o trabalho de pintar.
Depois de ter o Banzo e a Pousada da Praia do Forte, era evidente que eu tinha de recomeçar no ramo de bar e restaurante e que seria na Praia de Iracema, pois me identifiquei com o bairro. Em 1986 Fortaleza tinha uma lacuna nesta área e havia poucas opções que agradavam a juventude.

Hoje, em qualquer lugar do Brasil ou do mundo, quando se fala de Fortaleza, na maioria das vezes fala-se do Pirata também. Como empresário isso me enche de orgulho e felicidade.


"Foi propagando a música, o forró e a música brasileira para dançar a todos os cantos que o Pirata se tornou referência de Fortaleza"

Julio e a música

O grande sanfoneiro Azeitona e seu trio pé de serra deram início ao Forró do Pirata e desde então este ritmo e suas tradições tem ocupado um espaço muito importante na programação da casa e na minha vida. Dorgival Dantas também fez parte da família Pirata durante cinco anos, e há mais de 11 anos que a quadrilha do Zé Testinha se apresenta todas as segundas-feiras no Pirata, mostrando toda a força da cultura do cangaço. O primeiro show Profissionalmente fuleiro do Falcão foi no Pirata, assim como Lailtinho brega vencedor da Meirinha e Rosicléa na final do 1º festival brega e corno do Brasil em 1989. E inúmeros músicos e artistas deixando um grande legado musical e cultural.


Foi propagando a música, o forró e a música brasileira para dançar a todos os cantos que o Pirata se tornou referência de Fortaleza e do Ceará para o Brasil e para o mundo. Oferecendo espaço e condições de trabalho para novos artistas, hoje, tenho a sensação de dever cumprido por lutar pela cultura de Fortaleza e do Ceará e perceber o valor dos artistas locais.

Um Pirata de princípios

O Pirata é um lugar que encontrou no Ceará sua razão de existir e para mim é muito mais que uma empresa, é um elo privilegiado à sociedade, me deu oportunidade de exercer cidadania de forma grandiosa, é bom sentir que podemos exercer boas influências nas pessoas, ter um discurso prático através do exemplo, mostrando como se faz.


Defendendo este pensamento, comprei uma briga nos anos 90, no Distrito de Caetanos, em Amontada, quando tentaram injustamente expulsar mais de cem famílias de pescadores a fim de criar um assentamento. Foram muitos anos de batalha sofrendo atentados, e graças a uma reportagem do Moacir Maia, no Fantástico denunciando tamanha crueldade, conseguimos com que estas famílias não fossem expulsas. 
De lá para cá sou visto como amigos por uns, e por outros como um empreendedor predatório do grande capital internacional querendo explorar o trabalhador. Talvez minha maior tristeza seja não ter o reconhecimento do trabalho feito nesta região, onde fundamos a primeira Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN de praia do Brasil em 1993 com mais de 500 hectares e mais de 2 km de praia. Como eu poderia preservar de um lado e destruir do outro?

"Dói meu coração quando ouço comentários maldosos a respeito do Pirata"

Temos ações importantes há mais de 20 anos através da Fundação Pirata Marinheiros criada em 1991. Nunca saí gritando nas ruas nem fiz propaganda pelas minhas contribuições sociais, apenas fiz o que foi preciso e estava ao meu alcance para melhorar a vida das pessoas dentro das suas necessidades. O trabalho social não é apenas usufruir do mérito de fazê-lo, mas sim instinto, sensibilidade e o olhar que temos para com o outro. Por causa disso, fui agraciado em 99 com o título de Cidadão Fortalezense, concedido pela Prefeitura de Fortaleza

Em março de 2007, recebi outro título, o de Cidadão Amontadense, conferido pela Prefeitura Municipal de Amontada e em agosto do mesmo ano, a Assembléia Legislativa do Ceará me presenteou com o título de Cidadão Cearense. Tudo isso faz parte da pessoa que sou hoje, não somente porque me naturalizei brasileiro, mas porque me sinto verdadeiramente daqui, sem precisar me dissociar das outras origens.

Dói meu coração quando ouço comentários maldosos a respeito do Pirata. Infelizmente, ainda existe muita gente preconceituosa em Fortaleza, que desconhece nossa filosofia de trabalho, que nunca teve o prazer de brincar sequer uma segunda-feira, mas blasfema contra um dos patrimônios do Ceará e da Humanidade.
Sei que muitos me amam e muitos outros me odeiam, mas todos me respeitam, não sei ser metade, sou sempre inteiro! Sou Antonio Julio Pirata d’Iracema, devoto de Santo Antonio, filho de Ogum e brasileiro por amor.

Texto biográfico deixado por Júlio Trindade









Morre Júlio Trindade, fundador do Pirata Bar


O fundador e sócio do Pirata Bar, Júlio Trindade, morreu na noite do dia 30 de julho de 2011, aos 65 anos. Júlio Pirata d’Iracema, como costumava ser chamado, lutava há mais de um ano contra um câncer no cérebro e estava internado em um hospital da Capital. O corpo do empresário foi  cremado no dia 1º de agosto, apenas com a presença da família, em local não revelado.


Comunidade portuguesa lamenta morte de Júlio Trindade:


Perdemos, no último sábado (30), aos 65 anos, o grande empresário português Júlio Trindade. Proprietário do Pirata Bar, uma das principais casas de show do Ceará, Trindade será sempre lembrado por sua história de superação e sucesso.

Júlio Pirata d’Iracema, como gostava de assinar, nasceu em Lisboa no dia 10 de março de 1946 em uma família humilde, com mãe camponesa e pai torneiro mecânico. Na adolescência, foi goleiro da Seleção Juvenil de Portugal. Com o pai, dono de fortes ideologias, aprendeu a defender seus princípios. Fugindo do regime ditatorial, Júlio deixa o país em 1964.

Em Paris, conheceu a esposa Yane, com quem casou em 1966. Viveram juntos na capital francesa por 15 anos, inclusive sendo a cidade natal do único filho, Rodolphe. Sempre viajando a passeio ou passando temporadas em países, como Estados Unidos, Canadá e Caribe, Júlio exerceu funções diversas (desde pescador de salmão e carregador de frutas a administrador de restaurante e hotel). O português aportou no Brasil assim como o descobridor, na Bahia, onde tocou empreendimentos turísticos a partir de 1981.

A vinda ao Ceará aconteceu em 1985, seis meses após a família Trindade pisar no estado pela primeira vez, a convite de um amigo para conhecer a Praia da Baleia. Após um início sem sucesso no ramo da pescaria, Júlio e o filho (e sócio) Rodolphe inauguram o Pirata, famoso pela segunda-feira animada na Praia de Iracema, marcado pelos shows de humor de outrora e o sucesso da música local, dos sanfoneiros Azeitona e Dorgival Dantas, no passado, até a quadrilha do Zé Testinha. Em 1991, com foco no trabalho social criam a Fundação Pirata Marinheiro.

Em 1999, foi agraciado com o título de Cidadão Fortalezense. A cidade de Amontada fez homenagem similar em 2007, mesmo ano em que Júlio foi reconhecido como Cidadão Cearense pela Assembleia Legislativa. No dia 10 de junho deste ano, Dia de Portugal, o empresário recebeu o Troféu Martim Soares Moreno da Comunidade Portuguesa.


Pedro Guimarães



Júlio Trindade foi bem mais que um homem comum, foi um grande cidadão. Superou críticas e usou da diplomacia para firmar raízes e de igual pra igual seguiu empreendendo projetos capazes de reverter valores culturais, impulsionar a produção cultural local e gerar emprego e renda. Como fundador e presidente da Fundação Pirata Marinheiros, ele promoveu palestras educativas, eventos de incentivo e preservação das tradições locais, colônias de férias para as crianças e manteve a Casa dos Nós, espaço comunitário onde funcionam uma biblioteca, uma brinquedoteca, aulas de reforço escolar, atividades de motricidade, orientação e incentivo à pesquisa e à leitura. A Fundação, através da Casa do Nós, apoiou e incentivou grupos de teatro e de dança em eventos culturais. O nome é trindade, é plural, ao mesmo tempo em que criava projetos sócio ambientais, praticava a pirataria cultural, a mistura das raças, no bar "Pirata". Seguindo movido pelo desejo invejável de fermentar a musicalidade local, tão desprezada pelos órgãos institucionais. Como pirata, ele percorreu a França, Estados Unidos, Canadá e Caribe até chegar na Bahia, lugar onde pousou antes de vir para Amontada, no Ceará. Criou o Projeto Tamar, movimento ecológico em defesa das tartarugas marinhas e buscando contribuir com a preservação do ecossistema, Julio criou 514 hectares de Reserva Particular do Patrimônio Natural, para garantir a preservação perpétua de ecossistemas litorâneos, na região de Amontada e Itapipoca. Se para muitos, isso já é o bastante, para Júlio era pouco. Por isso, criou o Projeto Pirata Brasil Brest, através do qual ele levou jangadeiros e pescadores de Amontada e Itapipoca para participar do maior festival náutico do mundo, em Brest, região da Bretanha, na França. Arregaçou as mangas, para desenvolver ações e projetos que gerassem sustentabilidade econômica, cultural e ambiental. Contribui também, com a criação de escolas e a formação cidadã da comunidade de Amontada. Promoveu o melhor espetáculo de Forró do Brasil no Pirata Bar. Mas, como ninguém agrada todo mundo, as críticas existiam. Como resposta ele produzia. A paixão pelo que fazia o desviava da fúria dos críticos invejosos e destrutivos. No Pirata Bar, Júlio abriu os braços e abrigou no palco, indiscriminadamente produtores artísticos, políticos, escritores e todos os artistas que o procuravam. Quantos dos nossos talentos locais, Nacionais e/ou internacionais não se apresentaram no Pirata Bar? Paulo Moura, Fagner, Petrúcio Maia, Bigha, Tetê Spindola, Belchior, Ednardo, Amelinha, Calé alencar, Myrla Muniz, Peninha, Aparecida Silvino, Marcus Caffé, Lucinha Menezes, Regis e Rogério, Teti, Dilson Pinheiro, Eugênio Leandro, Peninha, Angela Linhares, Katia Freitas, Mona Gadelha, Ricardo Augusto Rocha Pinto, Edmar Gonçalves, Paulo Façanha, Carlinhos Patriolino, Nilton Fiore... São tantos, que ficaria por muito tempo escrevendo nomes. Fico me perguntando, que projeto apresentado no âmbito estadual ou municipal abriu espaço para tanta gente?
Através do Projeto "Piratinha do Forró" ele conseguiu no período de dois anos, capacitar jovens em situação de risco para trabalharem como músicos. Criou também, o Projeto Pirata Forró Solidário, capacitando jovens músicos. Com o Projeto "Esta Praia Tem Futuro", buscou revitalizar a tão famosa e abandonada Praia do Futuro. Sua inquietude em defesa da vida e do turismo saudável, o tornou membro do Comitê de Enfrentamento À Violência Infanto-juvenil e do Fórum Permeante em defesa da Praia de Iracema. O nome desse guerreiro que partiu é Júlio Trindade, sem nenhuma relação com a Santíssima Trindade ele proporcionou o crescimento individual de muita gente em Fortaleza e no Estado do Ceará. Tive a sorte de conviver com o Júlio, desenvolver alguns projetos com ele e de poder ver minha filha que ele viu ainda na minha barriga, fazendo assessoria de comunicação para o mesmo. Cheguei a vê-lo algumas vezes indignado e furioso. Mas, conseguia expelir a fúria com a calma necessária e manter-se focado no objetivo. Lembro-me que um dia, conversando ele falou "julgar, criticar é muito fácil, o grande desafio é criar e possibilitar meios para a criação sub existir
Lila Dourado



Próximo post: 



Fonte: Site do Pirata, G1, O Povo

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Fortaleza das antigas - Um simples de chinelo ou um pirangueiro




Na década de 80, um bandido cearense, da cidade de Russas, de 21 anos, tornou-se famoso no Brasil inteiro por aterrorizar a população de várias cidades em sequências de assaltos e fugas que deixavam a Polícia atônita. Fernando Soares Pereira, o "Fernando da Gata" acabou morrendo à bala, no dia 3 de setembro de 1982, durante uma perseguição policial, no município mineiro de Santa Rita do Sapucaí, que vivia em clima de terror em decorrência das ações bandidas. Mas de repente o transformou numa espécie de "herói".

A morte de Fernando da Gata, que era acusado pela Polícia, na época, de 21 assaltos e 19 estupros somente em São Paulo foi noticiada com destaque na imprensa de todo o País, principalmente nos noticiários de televisão. O corpo dele foi sepultado, mesmo como indigente, de terno e gravata e urna de luxo, doados pela população da cidade mineira de Pouso Alegre, que também viveu em clima de terror. Lá um industrial muito conceituado na cidade, por conta do terror que se criou sobre Fernando da Gata, matou em casa, de madrugada, a própria filha ao confundi-la com o assaltante.

Mas no Ceará o mito Fernando da Gata também não foi diferente. Na época me reportei sobre o assunto nos noticiários policiais do O POVO. O corpo de Fernando da Gata, depois de exumado no cemitério de Pouso Alegre foi trazido de avião para Fortaleza. No momento do seu desembarque no Aeroporto Pinto Martins, dezenas de curiosos estavam lá e houve até quem o aplaudisse como herói. Do Aeroporto Pinto Martins, o corpo de Fernando da Gata foi levado para Russas, na Região Jaguaribana. Na tarde do dia 21 de setembro foi sepultado. Dezenas de pessoas dormiram no portão principal do cemitério aguardando a hora do enterro. A Rádio Progresso de Russas anunciava em sucessivas edições extraordinárias a chegada de caravanas de cidades e distritos vizinhos, em ''paus-de-arara" para assistirem o sepultamento. Muitos traziam flores. Um locutor de uma TV de Fortaleza disse que a emissora estava no ar extraordinariamente naquele momento (do enterro) por causa da importância do fato.

Depois do sepultamento de Fernando da Gata, a imprensa cearense voltou a se reportar sobre o assaltante maníaco que aterrorizou cidades do Pais. O repórter Francisco Taylor, o "Mão Branca", da TV Cidade, questionou o fato de que o assaltante cearense morreu mais por fome do que pelo único tiro levado. Disse quando caçado nas matas de Santa Rita do Sapucaí passou dias sem se alimentar. O jornalista Oswald Barroso, do O POVO, na época questionou a fama que se formou sobre o assaltante e escreveu uma reportagem intitulada: "Fernando da Gata, um simples de chinelo ou apenas um pirangueiro". 



Landry Pedrosa




Leia também: A verdadeira história de Fernando da Gata


Fonte: O Povo

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Praça dos Mártires - Passeio Público


Fatos Históricos:


  • Em 30 de Abril de 1825 na Praça dos Mártires, ângulo norte do Passeio Público, é fuzilado, por motivo de sua participação no movimento revolucionário de 1824, o primeiro jornalista cearense, Padre Mororó; com ele é igualmente sacrificado o coronel Pessoa Anta.


Arquivo Nirez


  • Em 1864 - Iniciada a construção do Passeio Público no Largo da Fortaleza ou Campo da Pólvora, que era a primeira praça da povoação, na gestão do presidente da Província Dr. Fausto Augusto de Aguiar, compreendendo três planos, o atual e outros dois mais abaixo, hoje tomados pela Avenida Marechal Castelo Branco (Avenida Leste-Oeste). O Passeio Público já foi Campo da Pólvora, Largo da Fortaleza, Largo do Paiol, Largo do Hospital de Caridade, Praça da Misericórdia e, a partir de 03/04/1879, Praça dos Mártires. Teve dois nomes não oficiais: Campo da Pólvora (1870) e Passeio Público, pelo qual é hoje conhecido. A praça foi urbanizada em 1864. Havia três planos em três níveis, destinados às classes rica, média e pobre. Por volta de 1879 as duas praças mais baixas foram desativadas e a atual foi dividida em três setores com a mesma finalidade, ficando os ricos com a avenida do lado da praia, a classe média com a do lado da Rua Dr. João Moreira e os pobres com a central.
Foi nesta época que o passeio recebeu as bonitas grades de ferro que o rodeavam e que foram retiradas em 1939 e recentemente feitas novas de acordo com as antigas.
O nome de Praça dos Mártires é uma homenagem aos heróis tombados ali, pertencentes ao movimento República do Equador, que foram bacamarteados: João Andrade Pessoa Anta, tenente-coronel Francisco Miguel Pereira Ibiapina, padre Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque e Melo Mororó, tenente de milícias Luís Inácio de Azevedo e o tenente-coronel Feliciano José da Silva Carapinima.

  • Em 11 de Janeiro de 1879 A Câmara Municipal de Fortaleza muda o nome da Praça da Misericórdia para Praça dos Mártires (Passeio Público), homenagem aos heróis ali sacrificados e dá à Rua da Palma novo nome, Rua do Major Facundo (Rua Major Facundo).

Arquivo Nirez

  • Em 24 de dezembro de 1904 - Acontece a primeira partida regulamentar de futebol em Fortaleza, no Passeio Público, entre a equipe denominada extra-oficialmente Foot-ball Club, composto de rapazes da sociedade fortalezense e a equipe formada por ingleses residentes em Fortaleza, com reforço de ingleses tripulantes de um navio britânico que se encontrava no porto, sendo denominado de Ingleses. Os cearenses foram derrotados pelo escore de 2x0.


  •  08 de maio de 1911 - Cria-se a Usina de Luz e Força do Passeio Público, da firma The Ceará Tramway Light & Co., para alimentar os bondes, que eram de tração animal e passariam a ter tração elétrica.

Foto de 1911 do Passeio Público com a Usina da Ceará Tramway Light & Co

  • Em 09 de maio de 1912 - Lançamento da pedra fundamental da usina e casa das máquinas para bondes (Tramways) elétricos de Fortaleza, da The Ceará Tramway Light & Co., no Passeio Público.

 Arquivo Nirez

  •  07 de setembro de 1912 - Inaugura-se, no Passeio Público, o Café Caio Prado, em quiosque de ferro e madeira.


  •  04 de outubro de 1924 - Iniciam-se, no Passeio Público, grandes quermesses em prol da Santa Casa de Misericórdia, com os concursos de beleza feminina e o de fealdade masculina.

  •  Em 14 de Novembro de 1929 - Grave conflito, no Passeio Público, entre soldados do Exército e Guardas cívicos.

  •  13 de Julho de 1932 - São retirados os gradis que circundavam o Passeio Público durante a reforma que se efetuou no local. Posteriormente, já na década de 90, as grades são recolocadas.

  •  05 de maio de 1992 - É reinaugurado, após reforma que trouxe de volta antigas características, o Passeio Público. Foram colocadas grades e colunas, o coreto, bancos, antigo quiosque, etc. Na festa inaugural as bandas de música da 10ª Região Militar e da Prefeitura Municipal de Fortaleza - PMF, além dos cantores Evaldo Gouveia de Oliveira, Maria Aíla Gomes da Silva (Ayla Maria) e Raimundo Arrais.

 Arquivo Nirez






 Fonte: Portal da história do Ceará

NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: