Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Fábrica da Brahma - Só restou a saudade...



A Fábrica vista do Conjunto Santa Terzinha. Foto dos anos 80. Acervo Isabel Aguiar


CARNAVAL COM ASTRA

(Marcha) 

Letra e música de Francisco José Abreu

Vamos minha gente simbora
Carnaval chegou já está na hora
Vamos minha gente simbora
Carnaval com Astra é o melhor
Está na hora
Cerveja Astra é a melhor do Ceará
Em qualquer lugar você pode encontrar
Cerveja Astra geladinha o que, que há
Não há outra melhor no Ceará
Cerveja Astra chegou e abafou
Vamos beber e pular até o sol raiar
Cerveja Astra geladinha eu vou tomar
É a cerveja melhor do ceará
Mas quem foi que chegou
E abafou, foi a Astra, foi a Astra, sim senhor (Bis)




Foi em 1965 a solenidade da pedra fundamental do prédio, localizado no bairro do Papicu, 
um dos bairros mais tradicionais de Fortaleza, contendo por exemplo o Hospital Geral de Fortaleza, peça importante da saúde pública cearense; o Terminal do Papicu, o mais movimentado terminal de ônibus da cidade, com um fluxo de 303.129 pessoas transportadas por dia; e também a Lagoa do Papicu. 

O prédio foi construído pelo engenheiro cearense, Luiz Gonzaga de Carmo Paula¹, formado pela Universidade Mackenzie, de São Paulo.

Em 1970, houve a  inauguração e lançamento da cerveja Astra, com festa no Clube Náutico Atlético Cearense.
A cerveja Astra foi criada pela firma J. Macêdo & Cia, em Fortaleza, produzindo então uma cerveja de marca própria. Astra, cerveja do Ceará!

Em 1971 a J. Macêdo adquire o controle acionário da Cervejaria Miranda Corrêa, de Manaus, para, em seguida, se associar à Brahma.



Em 2010 a antiga fabrica da Brahma foi ao chão. A implosão ocorreu sem problemas, deixando, no entanto, a lembrança para alguns que passaram certo período de sua vida ligado a essa cervejaria. Caso, por exemplo, do publicitário Giácomo Mastroianni. Ele conta:

“Eu fiquei em casa para ver a implosão da antiga cervejaria Astra (Brahma), muito ligada ao meu passado, pois participei de seu nascimento, paixão e – agora – morte, como associada de J.Macedo. Fiz a solenidade de pedra fundamental (1965), inaugurei e lancei o produto (1970) e agora estou assistindo ao desmonte (2010).”


Muitos colégios faziam passeios até a fábrica da Brahma, lá os alunos tomavam guaraná Brahma (a inconfundível garrafa marrom com “gominhos”), ganhavam lápis, régua e uma revistinha. 



Dez segundos foi o tempo que o prédio da Brahma levou pra vir abaixo, no domingo, 16 de Maio. O estrondo foi sentido distante dali, na Beira Mar, por quem, na infância, adorava as réguas e lápis distribuídos nos passeios pela empresa e se enchia de refrigerante.


Em dez segundos, o prédio onde Paulo havia trabalhado no início dos anos 70 veio abaixo. Como divulgado pelo jornal O POVO, de pé, restou apenas a caixa d'água. Paulo recorda: passou ali bons anos da vida, como assessor de imprensa da Brahma e, antes, da empresa que fabricava a cerveja Astra, uma legítima criação cearense. A construção, que ficava no bairro Papicu, era não somente um amontoado de tijolos, mas um repositório de histórias.

Há quem se lembre até dos almoços na empresa, das festas, da pompa que gozava uma fábrica de cerveja. O jornalista Paulo Limaverde, 70 anos, por exemplo, resgata um dos pontos que o fazem recordar aquele tempo. "Acho que a Brahma era a única fábrica onde, na hora almoço, o funcionário podia tomar até dois copos de chope."

Paulo também relata um caso curioso. Antes de se instalar na cidade, para desbancar a concorrente local, a marca de cerveja teria feito uma presepada. "Eles compraram caixas de Astra, congelaram, depois levaram pra praia, deixaram no sol e, em seguida, distribuíram." O resultado foi calamitoso. "Deu dor de barriga em todo mundo. É, foi assim. O pessoal conta, ninguém prova nada, mas tenho certeza que eles fizeram isso."

Para as irmãs Dedê e Aldiane Oliveira, a memória despertada pela lembrança da fábrica tem menos a ver com cerveja do que com refrigerante. Quando crianças, elas faziam, junto com os alunos da Escola Dorotéias, passeios periódicos à empresa. A designer Dedê, 32 anos, fala que, além de ganhar brindes, "enchia o bucho" de Sukita. "Bebia porque não gostava de Coca. Eu tinha uns oito anos. Era na quinta série. A gente assistia ao filme da história do guaraná. Como é que fazia tudo, tinha palhacinho". Aldiane, 35, não se interessava tanto pelo refrigerante, mas pela produção em si da beberagem. "Gostava mais do processo produtivo. Como era feito o refrigerante, a garrafinha."

No dia da implosão do prédio da Brahma, Dedê estava em casa. Era domingo. O chão vibrou, ouviu-se um estampido. Havia fogos no Aterrinho da Praia de Iracema, ali perto, mas a menina da Sukita sabia que era fábrica despencando e deixando pra trás apenas um rastro de memória.

"Bons tempos que sinto, ao relembrar a fábrica que visitei varias vezes quando era criança, pela escola. Ganhava régua e lápis do guaraná Brahma, e refrigerante até dizer chega. só de memórias em fotos e pensamentos." 
Paulo Duarte

Para implodir o prédio, foram necessários 250 kg de dinamite. A implosão durou 10 segundos. A população pode assistir, de longe, à implosão, cujo impacto pode ser sentido bem longe dali. E aquele cheiro de gás forte, lavando as garrafas.  


Queda começa e o prédio central tomba e cai, chamando a atenção dos presentes. Ao fundo, os prédios altos e o mar são referência para a boa localização do terreno no Papicu - Foto de Tuno Vieira

Para o jornalista Paulo Limaverde, 70, o momento foi importante. "Foi uma emoção incrível. Porque aquilo acolá tinha uma parte grande da história. Tinha concurso, jantares, muita gente ia almoçar conosco. Tinha muita coisa interessante naquela fábrica."


Outro ângulo: o prédio mais alto foi o último a ir ao chão. A estrutura da caixa d´água não ruiu causando frustração aos presentes.

Histórico na Capital

A implosão mais antiga em Fortaleza foi em 1994, na Beira-Mar com o edifício Jalcy, de nove andares. Em agosto de 2000, foi abaixo o antigo prédio do Fórum Clóvis Beviláqua, no Centro da cidade. A última implosão na Capital aconteceu no dia 17 de fevereiro de 2002; um prédio inacabado na avenida Abolição com a rua Joaquim Nabuco. A estrutura tinha 15 metros de altura.


Uma curiosidade:

Foi Tarcísio Tavares o criador e executor do lançamento da Cerveja Astra no mercado.


Aquele prédio tinha um significado muito grande para todos nós, pois representava a cearensidade destemida que ousou desafiar os carteis de cerveja do país.Todos nós lutamos até a exaustão para solidificar a marca Astra que foi engolida pela Brhama. Quando o prédio implodiu foi-se dentro daquele poeiral enorme parte da história desta cidade que um dia será contada em detalhes.

Paulo Limaverde


¹ O Dr. Luiz Gonzaga era engenheiro civil, formado pela Universidade Mackenzie de São Paulo, com brilhante currículo. Filho de João da Light, figura ímpar da História de Fortaleza.
Ele sempre trabalhou para o Grupo J. Macêdo, onde teve oportunidade de dirigir e construir diversas obras, destacando-se a Cervejaria Astra, depois Brahma. Dele também, a sede, do O POVO, na Avenida Aguanambi.
Esse engenheiro era parente da família Dummar (primo de Demócrito). Mais tarde, resolveu nos deixar e ir morar nas terras da esposa, D. Nilce Scortecci, em São Paulo, onde veio a falecer. 

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Créditos: blog do Eliomar, 
Jornal o Povo,
Site Autentica vida,
Site Cervejas do Mundo  e
Mourão Cavalcante

sábado, 24 de setembro de 2011

Clubes Sociais - A volta por cima



Eles viveram o apogeu nos anos 50 para amargar a pior crise nas décadas de 80 e 90. Hoje, dão a volta por cima

Clube Náutico - Ainda na Praia Formosa


Fortaleza já foi conhecida como a “Cidade dos Clubes”. Isso foi na década de 1950, quando o fortalezense não tinha acesso a certas comodidades, como piscinas particulares, casas de praia e até boates privadas. "Hoje, a juventude prefere as boates, os bares e os shopping centeres", admite o memorialista Marciano Lopes, que analisa o fenômeno como algo cíclico. "Houve o ciclo dos clubes até os anos 70". Desde então, essas agremiações vivem um período de decadência.



Não faltam responsáveis para o declínio. As barracas de praia são apontadas como as principais concorrentes dos clubes, que amargaram momentos difíceis até o final da década de 1990. Um dos mais antigos, o Clube Iracema, do início do século XX, não resistiu. Agremiações como Maguari, Centro Massapeense, Comercial e Líbano tiveram que fechar seus salões.


O aumento da violência e o incentivo à prática de esportes fazem com que os responsáveis pelos clubes que ainda restam apostem numa volta triunfal. "Hoje, todos os clubes estão retornando devido à insegurança", diz Joaquim Guedes Martins Neto do Ceará, presidente do Náutico Atlético Cearense.


Massapeense

O Clube conta sempre com um diretor, em todos os horários. "Daí, os pais se sentem seguros para deixar seus filhos", diz, acrescentando que o clube está investindo em sistema moderno de segurança. "Sinto que está havendo esta retomada diariamente porque o estacionamento fica cheio", atesta Guedes Neto, embora admita que a concorrência é muito grande.

Clube dos Diários

Antigo baile de carnaval no Diários

O forte do Náutico, clube que este ano completou 82 anos de existência, é o esporte. Ele destaca o trabalho realizado pelas escolinhas de diversas modalidades esportivas. Além disso, o restaurante é aberto ao público durante a semana para almoço e jantar. Aos sábados, oferece a tradicional feijoada.


O Clube Líbano - Foto de 1956

"A tendência dos clubes hoje é melhorar", aposta Manuel Pereira de Moraes Filho, presidente do Clube dos Diários, 98 anos, o mais antigo do Ceará, que funciona de terça-feira a domingo. Desde novembro de 2003, o Clube dos Diários saiu da sua tradicional sede do Meireles para as Dunas. Antes, o clube ficava no Centro, diz o presidente que justifica: "Estamos numa fase inicial". Ele também acredita na volta dos clubes sociais.

Clube Comercial

A tradição é o principal trunfo do Ideal Clube, que completou 80 anos. O clube investe também nos acontecimentos culturais, além de preservar o aconchego dos associados, como o "happy hour" diariamente.

Maguari

"Não temos dificuldade para atrair público porque nossos associados já são tradicionais", orgulha-se o comandante Pereira, vice-presidente do Círculo Militar, que funciona há 63 anos. Ele cita as escolinhas de esporte: "O povo faz fila".
Para William Araújo, presidente do BNB Clube, a qualidade e a segurança garantem o sucesso da agremiação, que também aposta no esporte. O Clube tem duas sedes.

O Iate Clube - Anos 60


IATE CLUBE

Frequentadores fiéis garantiram resistência

Com 57 anos de existência, o Iate Clube é um dos mais tradicionais. Também fazem parte deste seleto grupo os clubes Ideal e Náutico. "Sempre tivemos um público fiel e diferenciado", destaca Paulo Teixeira, vice-comodoro do Iate Clube, afirmando ser o único clube náutico de Fortaleza. A concorrência com a praia é grande, admite, concordando que a insegurança impulsiona o retorno aos clubes sociais.

O Iate é um caso particular no universo dos clubes de Fortaleza. "O clube tem uma magia e, mesmo com poucos sócios, consegue se manter", revela Paulo Teixeira, lembrando que, em alguns momentos, o clube sobreviveu graças ao carinho dos associados. "Alguns contribuíram financeiramente para o clube continuar existindo".

Diferentes de algumas agremiações, no Iate clube só existe o tipo de sócio proprietário. Atualmente, está sendo lançando um lote de 50 ações para a construção de uma piscina moderna. Mesmo mantendo a tradição de ser um clube fechado, o Iate vem abrindo suas portas, gradativamente.

O restaurante, a caranguejada, às quintas-feiras; e um show de jazz, quinzenalmente, no fim das tardes de sábado, são exemplos dessa abertura. Assim como uma boate na área onde funcionava o piano bar, inaugurada em 2007. "Nosso componente social é muito forte", assegura.

ESPAÇO DEMOCRATIZADO

Sócios dividem espaços de lazer

Esporte, lazer e sociabilidade. Estas são as principais vantagens oferecidas pelos clubes aos seus associados, que acabam dividindo com o público em geral. Isso porque alguns serviços são abertos à população, como os de restaurante, academia de ginástica, sauna, hidroginástica e as escolas de esportes, sem contar a realização de festas e eventos sociais.

"Muitas atividades são abertas ao público", afirma William Araújo, presidente do BNB Clube, justificando que há um controle. "É diferente de estar na praia, onde a pessoa não tem segurança e ainda é incomodada por vendedores e pedintes", acrescenta.

As atividades esportivas e a academia de ginástica são abertas ao público. A caranguejada às quintas-feiras, o "happy hour" das sextas, as festas e o restaurante são abertos ao público. "Na prática de esportes, o que diferencia é o preço", observa. O uso da piscina e do restaurante, durante a semana, ficam restritos aos sócios.

A assessora de comunicação do Ideal Clube, Marina Pedrolo, explica que cada grupo tem o seu dia de encontro na agremiação. Alguns preferem o "happy hour". Outros apreciam a feijoada aos sábados. 


ANOS DOURADOS

Clubes se mudam para a praia

O auge dos clubes sociais de Fortaleza foi na década de 1950. O memorialista Marciano Lopes conta no livro "Os Dourados Anos" que o fato de a Cidade ter ficado conhecida Brasil afora como a Capital dos Clubes acabou gerando "gritante contraste da conhecida pobreza do Ceará com a suntuosidade dos seus clubes, onde a elite risonha e franca nem via o tempo passar". O autor dedica um capítulo ao tema.

O memorialista considera como marco importante na trajetória dos clubes cearenses a inauguração da nova sede do Náutico Atlético Cearense, no Meireles. A mudança causou inveja e incômodo aos demais clubes, registra Marciano.

O próximo a seguir o caminho aberto pelo Náutico foi o Clube Líbano Brasileiro, que deixou o velho casarão da Avenida Santos Dumont, indo para a Rua Tibúrcio Cavalcante. O Clube Iracema, chamado de "avozinho", criado no início do século XX e considerado um ícone, saiu do Centro para a Aldeota. O Clube dos Diários, 98 anos, deixou sua sede no coração de Fortaleza, ficando no Meireles até 2003. De acordo com o escritor, após reformas e ampliações, a sede dos Diários "é uma das mais vastas, modernas e agradáveis da cidade". Só que não resistiu e mudou pela segunda vez.

O autor lembra que os anos 50 marcaram o apogeu dos clubes cearenses. Foi uma febre que continuou nos anos seguintes, despertando interesse de todos que visitavam a Cidade. A importância dos equipamentos permaneceu nos anos 70. As duas décadas seguintes são marcadas pela decadência.

Os clubes foram responsáveis, também, por mudanças na vida do cearense. "Eles eram a continuação das casas das famílias", conta, lembrando das tertúlias e dos bailes de debutantes.

SAIBA MAIS

Clube dos Diários - É o mais antigo do Ceará. Tem 98 anos e seis mil sócios. Mudou três vezes de local. Agora, está nas Dunas, onde funciona de terça-feira a domingo, com atividades esportivas e serviço de restaurante. Possui uma piscina semiolímpica, quadras de tênis e futsal.


Náutico Atlético Cearense

O clube completou 82 anos. Congrega 2.200 sócios proprietários, além de 800 na modalidade contribuintes. O restaurante é aberto ao público, de terça-feira a domingo, para almoço e jantar. Aos sábados, oferece a tradicional feijoada. O Náutico possui três salões de festas e cinco piscinas, das quais uma é olímpica. As escolinhas de esporte, a academia de ginástica e a sauna são abertas ao público. Destaca-se pela prática de esporte e realização de competições.


Náutico

Ideal Clube - Com 80 anos, tem mil sócios, entre proprietários, contribuintes e atletas. Alguns fazem parte da terceira ou quarta geração dos 12 primeiros sócios da agremiação. O clube oferece escolinhas para a prática esportiva (tênis, natação, vôlei, basquete e futsal). O restaurante é aberto ao público de terça-feira a domingo, com feijoada aos sábados e "happy hour" todos os dias. Promove festas e atividades culturais, além de dispor de biblioteca que aceita doações. Ocupa área total de 11 mil metros quadrados

Círculo Militar - Com 63 anos, o clube possui mais de dez mil sócios, sendo 1.400 titulares. Não tem restaurante, mas oferece refeições nos fins de semana. Realiza colônias de férias nos períodos de julho e janeiro, abertas ao público; além de programação social, como a festa "Dança Comigo", todos os sábados. Dispõe de academia de ginástica, dando ênfase à prática de esporte, principalmente, às escolinhas para crianças e adultos, nas modalidades de tênis, natação, basquete, vôlei, futebol de salão e judô.

BNB Clube - Tem 57 anos e 2.700 associados, sendo 1.700 vinculados aos bancos e oito mil dependentes. Conta com duas sedes sociais. Uma delas fica na praia. Possui 1.600 alunos matriculados nas escolinhas esportivas de vôlei, basquete, futsal, natação e artes marciais. Abriga também academia de ginástica e hidroginástica, abertas ao público, assim como o restaurante, que realiza "happy hour" às sextas-feiras; caranguejada às quintas; e feijoada aos sábados. Os serviços de restaurante e piscina, durante a semana, não são oferecidos ao público, ficando restritos aos sócios e convidados. Ocupa área de dez mil metros quadrados.

Iate Clube - Tem 57 anos de existência e conta com 800 sócios. Seu forte é o esporte náutico, oferecendo escolinha para crianças e adultos. Inaugurou boate, aberta ao público em geral, assim como o restaurante, que funciona de terça-feira a domingo, com caranguejada às quintas. Quinzenalmente, aos sábados, promove show de jazz no fim da tarde.

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Crédito: Diário do Nordeste, Nirez e Pedro Leite


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Falcão - De arquiteto a símbolo sexual


Marcondes Falcão Maia é pereirense porque nasceu em Pereiro, a 16 de setembro de 1957. Pereiro fica no estado do Ceará, visto que se localiza no território cearense.


Falcão é um cara grande, porque, medida a sua extensão na vertical, ou seja, dos pés à cabeça, verifica-se que não é pequeno.


Quando menino saiu de sua terra natal, não voltando até agora. Por isso mesmo não mora mais lá. Possui muitas qualidades, mas a mais importante é a principal.


Como cantor/compositor já lançou, até o momento, 8 CD's, sendo que o oitavo é o mais recente. Tem apenas um filho, o Pedro, do qual considera-se o pai.


Possui, também, apenas uma mãe, que foi justamente a mulher que o pariu. É, enfim, um sujeito de grande futuro, sendo que este se aproxima a cada dia que passa.


Falcão

Sua marca registrada é a vestimenta colorida, com um girassol preso no paletó.

Irreverência. Esse é o adjetivo que melhor se adequa a figura de Marcondes Falcão Maia. Conhecido nos quatro cantos do Brasil por suas letras politizadas e bem humoradas e por seus figurinos extrovertidos, Falcão pode ser considerado o principal responsável pela expansão da música dita como brega.
Arquiteto formado pela Universidade Federal do Ceará, Falcão encontrou na faculdade seu futuro, mas em um festival de música. Apesar de gostar muito de arquitetura e de ter trabalhado por um tempo na área, foi na carreira artística que ele trilhou seu rumo, sempre inovando, tirando o sarro de maneira inteligente e mantendo o padrão do mal gosto.



Cantor e compositor cearense, nascido na cidade de Pereiro, que apareceu no começo dos anos 90, com releituras satíricas da música brega em espetáculos que primavam pela teatralidade. Seu primeiro disco, “Bonito, Lindo e Joiado” (1992), lançado de maneira independente (e depois relançado pela BMG Ariola), chamou a atenção do público do Sudeste com “I´m Not Dog No”, versão em inglês macarrônico de “Eu Não Sou Cachorro Não”, sucesso do ícone brega Waldick Soriano. No disco seguinte, “O Dinheiro Não é Tudo, Mas é 100%” (1994), Falcão voltaria à receita com “Black People Car” (versão idem de “Fuscão Preto”, popularizada na voz de Almir Rogério) e se notabilizaria com composições do tipo “Onde Houver Fé, Que eu Leve a Dúvida” e “As Bonitas que Me Perdoem, Mas a Feiúra é de Lascar”. Já conhecido de boa parte do público por sua singular figura (um sujeito com 1,90 m de altura vestido com roupas de cores berrantes, em combinações esdrúxulas), ele teve seu primeiro grande sucesso, “Hollyday Foi Muito”, em seu terceiro disco, “A Besteira é a Base da Sabedoria” (1995). Em seguida, lançou “A Um Passo da MPB” (1997, do sucesso “I Love You Tonight”) e “Quanto pior, Melhor” (1998, em que regravou “Tu És O MDC da Minha Vida”, bem-humorada incursão de Raul Seixas e Paulo Coelho na seara do brega) e “500 Anos de Chifre” (1999, disco-tributo aos grandes mestres do gênero, como Alípio Martins, de “Lá Vai Ele”).


Marcondes Falcão Maia, nasceu na cidade serrana de Pereiro, interior do Ceará, no dia 16 de setembro de 1957, filho de dona Carminha e seu Zé Maia. Falcão tem quatro irmãos.


Além de arquiteto, compositor e cantor, Falcão também se dedicou à escrita. Seu primeiro livro, Leruiate - Dog's Au-Au It's Not Nhac-Nhac, foi lançado em 2001 e retrata toda a filosofia, o pensamento e as diretrizes falconianas.

Entrevista ao Jornal Vicentino:


Jornal Vicentino - Onde você nasceu?


Falcão - Nasci em uma cidade chamada Pereiro, no interior do Ceará. Tem um bocado de mapa que ela não está ainda, mas tá aparecendo devagarinho nos mapas. É uma cidade dessas menores que existe pelo interior do Brasil, principalmente porque é no interior do nordeste, que é um lugar muito pobre. Para ter uma idéia, quando eu nasci existia uma rua que se dividia em rua de baixo e rua de cima. Eu nasci na rua de cima. Na época devia ter uns 5 mil habitantes e hoje deve ter uns 10 mil. Lá acontece um caso interessante que é a população ao invés de crescer diminui, porque o povo vem tudo embora para São Paulo. Em São Paulo deve ter muito mais pererense do que lá na própria cidade.


JV - Qual era a situação da família na época?


Falcão - Pode-se dizer que a minha família era a aristocracia da cidade. Meu avô era juiz, era prefeito, foi o maior comerciante da Cidade. Na época que nasci, com certeza meu avô era o homem mais rico de Pereiro, só que rico para os padrões pereirenses. Quando ele foi morar em Fortaleza virou pobre. Ele tinha o mesmo dinheiro, mas em Fortaleza ele não tinha esse cacife, e talvez, se ele tivesse vindo para São Paulo moraria em uma favela. Isso por parte de meu pai. Já a família por parte de minha mãe era uma família mais humilde, mas também uma família muito grande e depois uma família inteligente, em que todos foram estudando muito e se tornaram pessoas celebres na cidade.


JV - Como foi a infância e os estudos?


Falcão - Só ouvi falar em Jardim da Infância depois que cheguei na capital, porque em Pereiro todos eram alfabetizados em casa. Minha vó foi quem me alfabetizou e quando eu fui para o grupo escolar já era na primeira série. Era um colégio de interior, com muita brincadeira. Tinha muito mais brincadeira do que estudo. Eu morava a um quilômetro ou dois do colégio e eu ia montado no jegue, mas não era jegue nosso não, era o jegue que a gente pegava na estrada. Aquele jegue que estava solto a gente montava e ia para a aula, ai na volta, se ele tivesse lá esperando a saída a gente pegava ele de volta. Tinha todas aquelas coisas de menino do interior, de sair da aula para ir tomar banho de açude, para ir jogar bola. Isso era mais ou menos na Copa de 70, então toda garotada se influenciava pelo futebol.


JV - Qual foi a trajetória nos estudos até ingressar na faculdade?


Falcão - Como lá só tinha o primeiro grau, quando a gente terminou não tinha mais para onde correr, tinha que sair de lá para continuar estudando ou ficar lá na agricultura ou algo de subsistência. Mas a família resolveu ir se embora para Fortaleza. Foi ai que continuei os estudos. Quando cheguei a Fortaleza com 13 ou 14 anos, era como se tivesse chegado em outro planeta, porque em Pereiro não tinha nem energia elétrica na época, muito menos televisão. Rádio era a única coisa que você podia imaginar em matéria de comunicação, mesmo porque jornal só chegava atrasado. Tanto é que uma coisa interessante, é que em matéria de futebol, a gente torcia para times de São Paulo e do Rio. Porque as rádios que a gente pegava lá eram desses locais. Então eu era torcedor do Santos, torcedor do Flamengo e nem sabia se tinha time lá em Fortaleza.


JV - Porque você escolheu o curso de Arquitetura?


Falcão - Sempre quis fazer arquitetura. Fiz o curso de arquitetura lá na UFC, que é a Universidade Federal do Ceará. Para ter uma idéia fiz o vestibular cinco vezes para poder entrar. Escolhi arquitetura porque já era desenhista, já gostava, já fazia caricatura, tirinha de quadrinho e era o que gostava. Já gostava de música também e a faculdade de arquitetura era a única coisa parecida, que tinha arte pelo meio, lá na Universidade do Ceará.

No programa Raul Gil


JV - Antes de iniciar a carreira artística você trabalhou com arquitetura?


Falcão - Antes de fazer arquitetura fiz um curso de técnico de edificações em uma escola federal que tinha lá, comecei a trabalhar como desenhista de arquitetura ao mesmo tempo que fazia o curso de arquitetura. Por isso fiquei um tanto tarimbado e antes de terminar já comecei a trabalhar, fazer uns projetos pequenos, casa de cachorro, gaiola de passarinho, casa de sogra de cunhado e essas coisas (risos). Quando terminei resolvi montar um escritório com dois colegas, mas coincidiu com a época que eu comecei a cantar e não vingou muito.


JV - Como foi o início da carreira artística?


Falcão - Já na época que estava fazendo vestibular comecei a compor e fui fazendo já em um estilo mais ou menos parecido com o que faço hoje em dia, e o pessoal achava estranho, outros achavam engraçado, outros não queriam nem ouvir, e eu fui fazendo faculdade e guardando aquelas músicas. Quando foi um dia, já no final da faculdade, apareceu um festival e eu inscrevi uma música que depois até gravei, que é a música chamada Canto Bregoriano II, e foi um sucesso, de público, porque o júri deu zero (risos). A partir daí todo mundo ficou muito curioso de saber o que era aquilo, principalmente pela roupa, porque eu já fui cantar com uma vestimenta extravagante, parecida com as que uso hoje, e a cidade toda ficou curiosa e eu percebi que tinha um campo. Tinha gente besta o suficiente para escutar (risos) e ai comecei a fazer uns shows em encontros estudantis e ao mesmo tempo terminei a faculdade e quando eu vi o público já estava exigindo que eu gravasse um disco. Então gravei um disco independente que me lançou para o Brasil todo.


JV - Qual foi a reação da família quando você deixou de lado a arquitetura para dedicar-se a carreira de cantor?


Falcão - Mamãe queria me matar. Porque o cara passa cinco anos na faculdade, tinha um projeto de vida, todo mundo sabia que gostava muito de arquitetura, e ainda gosto, e a expectativa era a de que eu fosse o novo Niemeyer de Pereiro, o Lúcio Costa do Ceará e de repente o cara abandonar. Mas isso foi até ela ver a minha primeira apresentação. Digo: ‘Mamãe, vamos assistir para senhora ver a desgraça que é’ (risos). Mas quando ela viu ela disse ‘é você tem razão, fique cantando mesmo que é ruim mas o povo lá estava adorando e tem sinceridade. As pessoas tão querendo e precisando de alguma coisa assim, então vá enfrente’. A partir daí foi legal porque a família toda passou a incentivar e ser fã.


JV - Quais foram as influências musicais em sua carreira?
Falcão - Tinha alguns ídolos como Raul Seixas, Zé Ramalho ou um compositor cearense chamado Belchior. Eu sempre gostei mais dos caras que fazem música mais letral do que musical. Gosto mais da letra do que da música, porque como não sei música nenhuma, só sei tocar violão de ouvir, tinha que ir pelo lado da letra que era algo que tinha mais jeito. Ai fui começando a querer ser, uma época queria ser Bob Dylan, depois queria ser Frank Zappa, depois Raul Seixas, e essa mistura desse povo que eu queria ser é que começou a pintar esse Falcão. Como eu vi que não podia ser esses caras, por causa do talento, da voz e aquele negócio todo, eu pensei: eu tenho que ser uma coisa irreverente, tem que ser algo diferente, puxando para o humor que é algo que o povo brasileiro gosta muito. Eu não fui fabricado. Eu já tinha personalidade irreverente. Foi quando eu tive a idéia de fazer alguma coisa puxada para o brega, porque o brega é aquela história do povo brasileiro, das nossas raizes bem populares.

Com Roberto de Carvalho, Rita Lee e o senador Eduardo Syplicy - Ego


JV - Quando estourou a primeira música?


Falcão - Canto Bregoriano II é uma música que estourou lá na cidade e todo mundo começou a querer que eu cantasse em tudo que é lugar e a partir dela eu comecei a compor com parceiros e fiz muita música na época, e quando gravei o disco foi quando estourou I am not dog no, que era uma música do Waldique Soriano que a gente passou para o inglês, e foi em frente. Quando o pessoal conhece a primeira música vai atrás de saber as outras e as outras também começaram a estourar.


JV - Você se considera extremamente irreverente. Da onde vem tanta irreverência?


Falcão - Acho que isso é mesmo da personalidade do indivíduo e também porque nós brasileiros, principalmente os nordestinos, devido a ser um povo pobre e sem perspectiva e feio também, quanto mais feio o cara é, mais irreverente ele procura ser para poder se sobressair, e isso é uma marca do brasileiro. Depois que comecei andar pelo Brasil todo, desde do Amazonas até o Rio Grande do Sul, fui vendo que nós somos todos muito parecidos. Inclusive no começo eu tinha um certo receio de que as pessoas não entendessem o linguajar bem nordestino, as tiradas que a gente tem no nordeste, que claro que é um pouco diferente, mas não, o brasileiro entende tudo. É por isso que o Brasil é tão grande e é tão unido através da língua e dos costumes, porque é tudo parecido.


JV - As letras das músicas tratam de política, cultura e costumes. Qual a importância e a intenção dessas letras?


Falcão - Acho que a gente como artista mais ou menos letrado e um pouco politizado, a gente tem que passar essa experiência, principalmente porque o povo brasileiro, infelizmente ainda não é muito educado nesse sentido. O mínimo que a gente passe já é muito importante, porque o povo precisa cada vez mais se educar, e através da irreverência e de humor é muito mais fácil de ser capitado. Por exemplo, quando eu começo a falar de alguma coisa escatológica, de corno, ou de alguma minoria, e meto alguma coisa de política no meio fica muito mais fácil do povo capitar isso. Através da música simples, da música dita brega, fica mais fácil porque é aquela melodia que pega no ouvido do camarada que nem catarro e não sai mais.


JV - Chegando quase a dois mil discos vendidos e tendo feito vários shows pelo Brasil. Qual a sensação de ver esse resultado?

Falcão - É muito interessante não só ver o povo cantando, mas ver a quantidade muito grande de pessoas que entendem o que você está querendo dizer. É claro que tem gente que não entende, pensa que você é um analfabeto, que tá fazendo sacanagem, que ta fazendo isso só para aparecer, que na verdade também é (risos). Mas tem gente que entende a mensagem que estou passando, que é está mensagem política e social que eu faço questão de sempre passar e ver até onde vai. É bom você ver que tem uma geração que já foi “educada” e já sabe algumas coisas devido a escutar sua música.

Falcão já apareceu até em quadrinhos com a turma da Mônica


JV - Você escreveu o livro Leruaite: Dogs au-au it’s nhac-nhac. Da onde veio a inspiração para fazer o livro?


Falcão - Não sei nem se é inspiração. Talvez seja muito mais transpiração (risos). Na verdade é um livro de frases. São frases que andei falando, outras que eu inventei na hora para poder o livro ficar maior um pouco. Um editor lá do Ceará ficou dando corda. ‘Rapaz dá para fazer um livro porque você tem um certo estilo literário e gosta de escrever porque não lançar um livro mostrando sua filosofia’. Eu lhe disse que não tinha tempo e ele falou para fazer um livro com as frases que já tinha cometido. Ai ficou fácil porque realmente já tinha muita entrevista, muita conversa mole, os próprios encartes dos meus discos que são cheios de coisas que eu escrevo, mas foi tão legal o resultado que eu tô fazendo outros, agora sim, mais embasados. Livros com história. Vou escrever um romance, vou escrever um manual ensinando os políticos a roubarem, só não sei se eles vão aprender.


JV - Existe preconceito contra cultura Nordestina?


Falcão - Até pensava que existia, mas depois fui vendo que não era bem preconceito. Cada região tem seu bairrismo. Por exemplo, no Rio de Janeiro o pessoal não gosta muito do que vai de São Paulo, é uma coisa mais de rivalidade do que preconceito. Se um gaúcho chegar no Nordeste, ele também vai ser mais ou menos ridicularizado, porque o pessoal fica mangando. Mas ao mesmo tempo no Brasil também acontece uma integração geral. Essa mistura toda que é legal no Brasil.



JV - Qual o sentimento de propagar cultura nordestina?


Falcão - Na verdade a gente não devia nem fazer essa divisão porque a cultura brasileira é muito parecida. Claro que o Nordeste tem algumas diferenças do Sul, mas é muito importante que a gente divulgue a cultura brasileira e ao mesmo tempo rebata alguns lixos que o pessoal fica tentando empurrar lá de fora. Não por xenofobia, com tanta violência. A gente tem que ver o que é bom e fazer uma peneira para poder incorporar a nossa cultura. Afinal de contas a cultura brasileira é uma mistura de tudo quanto é ruim que vem lá de fora. A importância de qualquer artista é não só levar a cultura, mas resgatar algumas coisas que estavam meio esquecidas e avivar a memória para as coisas que estavam começando a ser esquecidas.


JV - Quais os novos projetos que estão sendo trabalhados?

Falcão - Estou para lançar um disco com músicas inéditas que está terminando de ser gravado. Porque foi lançada uma coletânea, depois de cinco anos sem gravar os fãs estavam quase enlouquecidos porque não encontravam nenhum disco meu. A coisa mais difícil do mundo é encontrar um disco do Falcão. Se um sujeito precisar fazer um chá com o disco do Falcão ele morre e não encontra (risos). Então saiu essa coletânea com os 20 sucessos do Falcão. Além disso, vamos lançar um disco de inéditas com a mesma qualidade fuleragem de sempre e os livros que estou com eles na agulha. E ainda tem projetos de levar música para fora, projeto de cinema e até telenovela eu pretendo fazer se a Globo deixar.



JV - Em 15 anos de carreira com certeza já aconteceu muita história. Qual é o episódio engraçado que te vem a cabeça?

Falcão - Tem muita coisa. Era outra coisa que dava um livro só com as andanças. Já andei em lugares que se fosse catalogar e dizer ninguém acreditava. O que tem de história de fã enlouquecida, não só mulher mais homem, viado, corno e tudo quanto é tipo de fã. Teve um fã, um fazendeiro rico, no interior de Minas que chegou no hotel onde eu estava e disse: ‘Vim aqui comprar seu paletó’. Eu disse não tá à venda não. Ai ele explicou que tinha uma namorada que queria de presente de noivado o paletó, e ele estava disposto a pagar qualquer coisa. Ai lhe falei: Olha rapaz, infelizmente não está à venda. Ai o cara disse: ‘Se vai ter coragem de acabar com meu noivado’. Rapaz o problema não é coragem, se eu vender o paletó para você como vou fazer o show. Naquela época era começo de carreira, tinha poucos paletó. Mas o cara fez eu prometer que quando chegasse em Fortaleza ia mandar um paletó para ele. A gente combinou isso e meu empresário, na época, enviou um daqueles mais antigos para poder salvar o casamento do cara.

Carteirinha da Associação dos homens mal amado do Estado do Ceará

Entrevista para o site Trash80

Livro lançado no ano 2000 e que já está em sua 5ª edição

Como você começou sua carreira de cantor? Desde o inicio apostou neste visual diferente?


Falcão – Quase que por acaso. Na verdade eu já compunha, desde a época do colégio, músicas nesse estilo que até hoje eu as faço, porém não tinha planos, nem cacife, para me tornar um cantor ou coisa que o valha. Mas, com o tempo, o amadurecimento e o incentivo dos amigos resolvi adentrar a essa carreira. O visual começou já no estilo brega, embora menos espalhafatoso que o atual. Também foi idéia de amigos e colegas que, vendo o estilo de música que eu tinha a apresentar, deram “força” ao meu visual.


Você é visto por muitos jornalistas como um grande ator, pelo seu trabalho como humorista. Já pensou em fazer algo ligado a cinema ou teatro?


Falcão – Teatro nunca, mas em cinema tenho feito algumas pequenas pontas e, realmente sinto vontade de fazer algo mais consistente, talvez um longa para o qual eu já tenho alguns rascunhos de roteiro.


No show do Tom

Como você vê o humor hoje em dia? Acha que está muito estereotipado ou chulo?


Falcão – O humor sempre foi e sempre será assim mesmo. Cada povo tem seu estilo de humor. Aliás, cada região e cada pessoa têm sua maneira particular de achar ou não achar engraçada uma situação. O que pode me matar de rir ou me parecer um humor elegante, pra outra pessoa pode ser enfadonho ou chulo. O que faz rir Hebe Camargo pode fazer chorar minha avó.


Você possui ídolos? De quem o personagem Falcão é fã? E o artista por trás dele?


Falcão – Pra começo de conversa, eu não acho que o Falcão seja um personagem. Pelo menos eu nunca mudei nada na minha conduta para subir num palco e interpretar minhas músicas. O que eu mudo para as minhas apresentações é só a roupa. Quanto aos meus ídolos, são aqueles pelos quais eu fui influenciado ainda na adolescência, entre eles: Raul Seixas, Bob Dilan, Frank Zappa, Luís Gonzaga, Waldick Soriano, Zé Ramalho


É possível desvincular a imagem do personagem Falcão da imagem do homem Marcondes? Como é o Falcão fora do palco?


Falcão – Conforme a resposta anterior, a diferença maior é, com certeza, a roupa; embora, todo a gente saiba que em cima de um palco ninguém conserva sua verdadeira personalidade. Fora do palco e dependendo da ocasião eu sou um pouco mais comedido, talvez…


Você curte desenhos e quadrinhos? Quais os seus favoritos?


Falcão – Demais. Até, em certa época da minha adolescência, já me arrisquei e risquei algumas historinhas, tirinhas e cartuns. Pode até ser lugar comum, mas eu digo que em matéria de quadrinho gosto de tudo: “Tintim”, “Batman”, “Corto Maltese”, “Asterix”, “Little Nemo”, “Maus”, “Blueberry”, “Spirit”, “Peanuts”, “Krazy Kat”, “Pato Donald”, “Tio Patinhas”, “Homem Aranha”, “Super Homem”, “Elektra”, “Conan”, “Tex”, “Cavaleiros do Zodíaco”…

Discos 

DO PENICO À BOMBA ATÔMICA

DO PENICO À BOMBA ATÔMICA


Somzoom - 2000

500 ANOS DE CHIFRE - O BREGA DO BREGA

500 ANOS DE CHIFRE - O BREGA DO BREGA


Abril Music - 1999

QUANTO PIOR, MELHOR

QUANTO PIOR, MELHOR


BMG Brasil - 1998

A UM PASSO DA MPB

A UM PASSO DA MPB


BMG Brasil - 1997

A BESTEIRA É A BASE DA SABEDORIA

A BESTEIRA É A BASE DA SABEDORIA


BMG Ariola - 1995

O DINHEIRO NÃO É TUDO, MAS É 100%

O DINHEIRO NÃO É TUDO, MAS É 100%


BMG Ariola - 1994

BONITO, LINDO E JOIADO

BONITO, LINDO E JOIADO


BMG Ariola - 1992


Vídeo de 1992  no Jô - Começo de carreira:







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NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: