Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Passeio Público - Álbum de Vistas do Ceará 1908 - Parte I


O Hotel de France - Praça dos Mártires

1864 - Iniciada a construção do Passeio Público no Largo da Fortaleza ou Campo da Pólvora, que era a primeira praça da povoação, na gestão do presidente da Província Dr. Fausto Augusto de Aguiar, compreendendo três planos, o atual e outros dois mais abaixo, hoje tomados pela Avenida Marechal Castelo Branco (Avenida Leste-Oeste).
O Passeio Público já foi Campo da Pólvora, Largo da Fortaleza, Largo do Paiol, Largo do Hospital de Caridade, Praça da Misericórdia e, a partir de 03/04/1879, Praça dos Mártires.
Teve dois nomes não oficiais: Campo da Pólvora (1870) e Passeio Público, pelo qual é hoje conhecido.
A praça foi urbanizada em 1864.
Havia três planos em três níveis, destinados às classes rica, média e pobre.
Por volta de 1879 as duas praças mais baixas foram desativadas e a atual foi dividida em três setores com a mesma finalidade, ficando os ricos com a avenida do lado da praia, a classe média com a do lado da Rua Dr. João Moreira e os pobres com a central.
Foi nesta época que o passeio recebeu as bonitas grades de ferro que o rodeavam e que foram retiradas em 1939 e depois feitas novas de acordo com as antigas.
O nome de Praça dos Mártires é uma homenagem aos heróis tombados ali, pertencentes ao movimento República do Equador, que foram bacamarteados: João Andrade Pessoa Anta, tenente-coronel Francisco Miguel Pereira Ibiapina, padre Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque e Melo Mororó, tenente de milícias Luís Inácio de Azevedo e o tenente-coronel Feliciano José da Silva Carapinima.





05 de junho de 1880 - Inaugura-se a Avenida Central ou Avenida Mororó, no centro do Passeio Público de Fortaleza.



29 de julho de 1888 - Inaugurada, no Passeio Público, a Avenida Caio Prado, do lado do mar, com gradil de ferro separando do 2º plano e dezenas de combustores. Foram colocadas também dezenas de cadeiras.


24 de dezembro de 1904 - Acontece a primeira partida regulamentar de futebol em Fortaleza, no Passeio Público, entre a equipe denominada extra-oficialmente Foot-ball Club, composto de rapazes da sociedade fortalezense e a equipe formada por ingleses residentes em Fortaleza, com reforço de ingleses tripulantes de um navio britânico que se encontrava no porto, sendo denominado de Ingleses.
Os cearenses foram derrotados pelo escore de 2x0.

08 de maio de 1911 - Cria-se a Usina de Luz e Força do Passeio Público, da firma The Ceará Tramway Light & Co., para alimentar os bondes, que eram de tração animal e passariam a ter tração elétrica.


09 de maio de 1912 - Lançamento da pedra fundamental da usina e casa das máquinas para bondes (Tramways) elétricos de Fortaleza, da The Ceará Tramway Light & Co., no Passeio Público (Usina).

07 de setembro de 1912 - Inaugura-se, no Passeio Público, o Café Caio Prado, em quiosque de ferro e madeira.



09 de outubro de 1913 -Início, precisamente às 16h30min, do funcionamento da Usina do Passeio Público e dos bondes de tração elétrica, da The Ceará Tramway Light & Co., em substituição aos de tração animal, sendo a primeira linha do Joaquim Távora, que saía da Praça do Ferreira pela Rua Major Facundo, dobrava à esquerda na Rua Pedro I e ia até o Parque da Liberdade, dobrando à direita na Avenida Visconde do Rio Branco e voltando pela mesma avenida, Rua Pedro I, dobrando à esquerda na Rua Floriano Peixoto e chegando na Praça do Ferreira.
Mas os bondes puxados a burros ficariam ainda por algum tempo, administrados também pela Light.




11 de fevereiro de 1917 - Inaugura-se outra casa de projeção cinematográfica em nossa Capital, o Cinema Tiro Cearense, no Passeio Público, com o filme "Dançarina".

04 de outubro de 1924 - Iniciam-se, no Passeio Público, grandes quermesses em prol da Santa Casa de Misericórdia, com os concursos de beleza feminina e o de fealdade masculina.





Praça dos Mártires - Rua Formosa

2º e 3º Planos do Passeio Público

O célebre Baobá




A Av. Caio Prado no Passeio Público


Passeio Público e Rua Major Facundo


Av. Caio Prado no Passeio Público






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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Instituto de Humanidades - Colégio Nogueira



O "Instituto de Humanidades" foi o primeiro nome dado ao estabelecimento depois conhecido como Colégio Nogueira, fundado nos primeiros dias do mês de janeiro de 1904, nesta capital, à rua da Assembléia, com internato, semi-internato e externato e um vasto programa de ensino primário, médio e secundário.

Foi seu fundador o provecto professor Joaquim da Costa Nogueira que já havia fundado em Quixadá e Baturité outros institutos similares.

Procurando difundir tanto quanto possível o gosto pelas letras, entre seus alunos, o incansável educador fez publicar em 14 de julho daquele mesmo ano o primeiro número da "Revista Escolar", publicação esta que durou dez anos, sem solução de continuidade e que foi suspensa por motivo do bárbaro trucidamento do inesquecível moço José de Mendonça Nogueira, filho único do diretor, em outubro de 1914.


Somente em julho de 1925, a "Revista Escolar" reencetou a sua publicação, tendo, porém, de suspendê-la em outubro do ano seguinte, por falta de auxílio do Governo do Estado, conforme decreto nº 1682 de 30 de setembro de 1919.

Nos últimos anos a contar de 1910, passou a revista a ser editada em tipografia estabelecida ao lado do educandário, de propriedade e direção de José Nogueira, prestando assim grande serviço aos alunos. 


Alunos do Instituto de Humanidades visitam a capela de Nossa Senhora da Saúde no Mucuripe em 1913. Acervo - Nilson Cruz

Piquenique dos alunos do Instituto de Humanidades no Mucuripe em 1913 -Nilson Cruz

Fatos Históricos


  • 15 de janeiro de 1904 - Surge o Instituto de Humanidades, colégio de propriedade do professor Joaquim da Costa Nogueira. Era conhecido por Colégio Nogueira. Ficava na Rua da Assembléia nº 33 (antigo), mas logo se transferiu para a Rua Formosa (Rua Barão do Rio Branco) nº 88 (atual nº 936). Mudou-se em 1910 indo para a Rua Sena Madureira nº 113 (atual nº 854), em frente à Igreja Presbiteriana, na esquina com o Beco dos Pocinhos, onde hoje fica o Centro Empresarial Clóvis Rolim. Em 28/10/1914 seu filho, José de Mendonça Nogueira, é assassinado no sereno de uma festa no Clube dos Diários e o velho professor se desnorteia, passando a viver em função da memória do rapaz, que era um dos esteios da administração do colégio.

  • Em 28 de outubro de 1914 foi assassinado, na porta do Clube dos Diários, por Xisto Bivar, caixeiro da Livraria e Papelaria Cearense, o jovem José de Mendonça Nogueira, professor do Instituto de Humanidades do Professor Joaquim da Costa Nogueira, de quem era filho. O assassino foi absolvido no 3º julgamento.
  • Em 1918 o professor Joaquim da Costa Nogueira já refeito dos efeitos que lhe causaram a morte de seu filho em 1914, abre novo estabelecimento de ensino, o Colégio Nogueira, funcionando em prédio da Rua General Sampaio, atual nº 1148, prédio que fora sede do Tiro CearenseCom sua morte no dia 21/07/1935 desapareceu o estabelecimento.
  • 24 de janeiro de 1930 - O Colégio Nogueira, do professor Joaquim da Costa Nogueira, muda-se para prédio na Rua 24 de Maio nº 139 (antigo).
  • 21 de julho de 1935 - Morre, em Fortaleza, aos 68 anos de idade, o educador Joaquim da Costa Nogueira (Joaquim Nogueira), antigo diretor do Instituto de Humanidades fundado em 1904, e depois do Colégio Nogueira. Era cearense de Aquiraz nascido a 28/12/1866. É hoje nome de rua em Fortaleza.
  • 28 de dezembro de 1966 - Centenário do nascimento do professor Joaquim da Costa Nogueira. O governador Plácido Castelo, que foi professor do Colégio Nogueira, sanciona lei que lhe dá o nome a um estabelecimento criado no bairro de São GerardoÀs 17 horas, na Igreja São Bernardo, uma das frequentadas pelo Prof. Nogueira, o padre Jorgelito Cais de Oliveira, presidente do Conselho Estadual de Educação, celebra missa em memória do homenageado. Na sessão do dia 20, no Instituto do Ceará, o secretário deste, João Hipólito Campos de Oliveira, ex-aluno e ex-professor do Colégio Nogueira, evoca a figura do seu diretor Joaquim da Costa Nogueira, a quem considera um dos maiores educadores que o Ceará já teve.


Fonte: Álbum de Fortaleza -1931 e Portal do Ceará

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