Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Seminário e Igreja da Prainha



Gravura antiga da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Prainha-1859
Algumas fotos possuem uma resolução maior, clique na imagem para visualizar

Seminário da Prainha (foto de 1890)


A Igreja da Conceição da Prainha (mais conhecida como igreja da Prainha) foi construída no então alto da colina do Outeiro. Ao seu redor, surgiu o Seminário Episcopal de Dom Luiz Antônio dos Santos, primeiro bispo do Ceará. O Seminário da Prainha e a Igreja acabaram formando um só conjunto. O seminário ficou sob a responsabilidade dos lazaristas no período de 1864 a 1963. Mais tarde, passou a denominar-se Seminário Episcopal do Ceará e depois Seminário Provincial da Prainha. Em 2 de fevereiro de 1967, o arcebispo de Fortaleza, dom Delgado, criou o Instituto Superior de Cultura Religiosa (Iscre), na sucessão do Seminário da Prainha. Em 1968, transmuta-se o Iscre para Instituto de Ciências Religiosas (Icre). Em 1972, foi criada a Faculdade de Filosofia de Fortaleza, extinta alguns anos mais tarde. Hoje abriga o Instituto Teológico Pastoral do Ceará.

Um pouco de História

Foram iniciadas, no dia 8 de dezembro de 1839, as obras de construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Prainha (Igreja da Prainha), iniciativa de Antônio Joaquim Batista de Castro, o "Galinha Branca", que morreu no dia 25 de outubro de 1885, aos 68 anos de idade, deixando-a quase pronta. No dia 8 de dezembro de 1841, realiza-se a primeira missa, inaugurando-a.
Já o Seminário Diocesano ou Seminário Episcopal ou ainda Seminário Arquiepiscopal, instalou-se no dia 18 de outubro de 1864 quando era bispo Dom Luís Antônio dos Santos, primeiro bispo do Ceará e que foi o seu primeiro Reitor, criado pela lei nº 1.144 de 27/09/1864. Pela Lei nº 1.140 de 27/09/1860, fora autorizada a sua criação. O primeiro prédio a abrigar o Seminário foi o do atual Colégio da Imaculada Conceição, então Colégio das Órfãs. Estavam sendo construídos o prédio do Seminário e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Prainha. Quando ficou concluído o prédio da Prainha o Seminário transferiu-se. Foi confiada administração aos padres lazaristas, sendo seu primeiro reitor o Padre Pierre Auguste Chevalier, que ali permaneceu por quase 20 anos.

O arcebispo metropolitano de Fortaleza, Dom Manoel da Silva Gomes, benze, solenemente, no dia 17 de dezembro de 1922, dentro das comemorações do Centenário da Independência do Brasil no Ceará, os quatro grandes sinos da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Prainha, batizados de Centenário, Brasil, Ceará e Fortaleza.
No dia 7 de abril de 1967, o tradicional Seminário Arquiepiscopal da Prainha encerra suas atividades e dá lugar ao Instituto de Ciências Religiosas.
No dia 19 de março de 1973, é reaberto o Seminário Arquiepiscopal da Prainha, agora com o nome de Seminário Regional, em solenidade que também marcou a inauguração da Faculdade de Filosofia de Fortaleza.

A primeira foto, a mais antiga, data aproximadamente da primeira década do século que passou, quando ainda não havia urbanização em seu redor, o Seminário ainda tinha colunas e grades em seu redor bem como a fachada principal da igreja.
A segunda foto de Osmar Onofre, mostra, vista do mesmo ângulo, como está hoje o local, com asfalto nas avenidas - Avenida Monsenhor Tabosa, Avenida Dom Manuel e Avenida Leste-Oeste. A posteação, os carros, os fios, a iluminação e as sinalizações vertical e horizontal completam a diferença de época.



SEMINÁRIO - Início da Av. MONSENHOR TABOSA

O Seminário de Prainha aparece aqui em duas fotos com diferença de mais de 95 anos. O prédio foi construído para um colégio de órfãs, em 1863, mas no ano seguinte, durante a construção, foi convertido em Seminário, sendo inaugurado com o venerando Dom Luís Antônio dos Santos à frente de seu destino que para lá mudou sua residência.
No mesmo ano chegam de Paris aqueles que viriam ocupar os lugares de reitor e vice-reitor, padres Pedro Augusto Chevalier e Lourenço Enrile.
A construção do prédio do Seminário foi feita à custa de esmolas públicas e auxílio governamental de onze contos de réis. Ainda em 1864 iniciaram-se as aulas no final de novembro, graças aos esforços do padre Glicerio da Costa Lobo e Firmino da Rocha Brent.
Em 1873 teve matriculados nada menos que 159 alunos. Em 1894 o Seminário sofreu um desabamento parcial na parte interna, passando por séria reforma.

A primeira fotografia, a mais antiga, que data de 1905 traz um seminário com extensa grade entre colunas em uma rua sem pavimentação, calçadas muito estreitas com poucos combustores de iluminação pública a gás carbônico. Vários "jacarés" para descida d'água ao longo da fachada. Ao longe, após a igreja, um muro.
A segunda foto, de Osmar Onofre, nos mostra o mesmo prédio já sem a grade, mas com a parte onde existia a mesma, elevada, tendo diante da porta principal um trecho com muro.
Existe agora uma calçada, a rua está asfaltada e no lugar dos combustores a gás, postes de concreto com Iluminação a vapor de mercúrio. Nos locais onde existiam os "jacarés" de descida d'água, estão agora canos de matéria plástica (PVC), confundindo-se com as colunas ornamentais da fachada. Ao longe, após a igreja, fica a Praça do Cristo Redentor e o Teatro São José.



A Igreja da Prainha tem estilo neoclássico.


Fotos recentes do Seminário da Prainha
Clique na imagem para vê-la em tamanho maior




Fonte: Portal do Ceará, Arquivo Nirez e pesquisas diversas 

terça-feira, 21 de julho de 2009

Praça da Estação





A Antiga Estação Central de Fortaleza, foi inaugurada em 1873 pela Estrada de Ferro de Baturité. Em 1880 o prédio atual foi entregue substituindo a primitiva estação. Em 1946 passou a se chamar Professor João Felipe, um engenheiro ferroviário cearense que foi também Ministro das Relações Exteriores. Desta estação partem duas linhas de trens metropolitanos (um pela antiga linha Norte e outro pela antiga linha Sul/tronco*), antes administrados pela CBTU e agora pela Metrofor. A estação foi reformada e se encontra limpa e em bom estado de conservação e com vigilância ostensiva. A partir de maio de 2009, com a retomada das obras do Metrofor, a estação passou a atender somente os trens que saem e chegam da linha Norte (sentido Floresta). É um dos prédios de estação mais antigos do Brasil ainda de pé e em funcionamento.



Foto da Praça Castro Carreira ainda com a estátua do General Sampaio. Arquivo Assis de Lima

(No dia 24 de maio do ano de 1900, foi inaugurada no centro da praça a estátua do General Sampaio, sobre uma coluna de mármore. No dia 24/05/1966 a estátua foi retirada e levada para a Avenida Bezerra de Menezes sem seu pedestal, que foi destruído, e juntados a ela os restos mortais do homenageado. Em 1981 foi a estátua novamente deslocada, desta feita para a Avenida 13 de Maio, em frente ao 23º BC, sem que acompanhassem os seus restos mortuários. Em 1996 por iniciativa do Instituto do Ceará, tanto a estátua como os restos mortais do general foram transferidos e hoje se encontram em frente à 10ª Região Militar, na Avenida Alberto Nepomuceno. Fonte: Cronologia Ilustrada de Fortaleza)

Foto da Praça Castro Carreira ainda com a estátua do General Sampaio. Arquivo Assis de Lima


A edificação da Estação de Fortaleza da Estrada de Ferro de Baturité, projetada e construída com planta do engenheiro Henrique Foglare, no local do antigo cemitério de São Casemiro praticamente com mão-de-obra dos retirantes da seca de 1877 em terreno que pertencia à sesmaria de Jacarecanga, de procedência da família Torres que fez doação a uma sociedade de oficiais do exército para o exercício de soldados. A Confraria de São José declarou-se dona da região e mais tarde a aforou à via férrea de Baturité. A obra teve sua pedra fundamental lançada em 30 de novembro de 1873, mas somente foram iniciadas as obras em 1879, sendo, assim, inaugurada em 9 de junho de 1880, em frente ao antigo "Campo da Amélia".
Mantém-se praticamente inalterada até os dias de hoje.
O edifício desenvolvendo-se em um único pavimento, e domina completamente o espaço urbano da praça. A fachada do bloco central possui colunas sobre pedestal encimado por frontão triangular, e escadaria demarcando o acesso ao interior do edifício. As fachadas contíguas possuem fenestração com aberturas em arco pleno, arrematadas superiormente por cornijas* e platibandas*. O prolongamento da Estrada de Ferro de Baturité ao Cariri e os Açudes na Província do Ceará.


Foi concluído em 14 de setembro de 1873 o primeiro trecho entre Fortaleza e Arronches, hoje Parangaba

*HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco, ou linha Sul, da Rede de Viação Cearense surgiu com a linha da Estrada de Ferro de Baturité, aberta em seu primeiro trecho em 1872 a partir de Fortaleza e prolongada nos anos seguintes. Quando a ferrovia estava na atual Acopiara, em 1909, a linha foi juntada com a E. F. de Sobral para se criar a Rede de Viação Cearense, imediatamente arrendada à South American Railway. Em 1915, a RVC passa à administração federal. A linha chega ao seu ponto máximo em 1926, atingindo a cidade do Crato, no sul do Ceará. Em 1957 passa a ser uma das subsidiárias formadoras da RFFSA e em 1975 é absorvida operacionalmente por esta. Em 1996 é arrendada juntamente com a malha ferroviária do Nordeste à Cia. Ferroviária do Nordeste (RFN). Trens de passageiros percorreram a linha Sul supostamente até os anos 1980.


Foto de 1905


Os trens de subúrbio ligando João Felipe (nome da estação central de Fortaleza) a Vila das Flores (estação recente, logo após a velha estação de Maracanaú), pela antiga linha Sul, e a Caucaia (pela antiga linha Norte), existem pelo menos desde 1960 com esse nome e esse percurso. Depois de serem operados seguidamente pela Rede de Viação Cearense, pela RFFSA e pela CBTU, desde 2004 são operados por uma empresa do Estado, a Metrofor, que se propõe a revitalizar todas as velhas linhas e estações, com trechos de superfície, aéreos e subterrâneos. Por enquanto circulam os velhos trens puxados por uma locomotiva diesel.


A estação Central de Fortaleza, em 1922


A estação (de João Felipe) está muito bonita, bem cuidada, porém o trem que sai dali é sucata pura. É uma locomotiva GE puxando carros de subúrbio enferrujados e pixados cujas portas nem funcionam. Os percursos são pequenos (pouco mais de 20 km); o trem atravessa muitas passagens de nível e, quem mora perto da linha tem que se acostumar com o intenso buzinaço diário das locomotivas que passam muito velozes.


Fachada da estação, em 1970.



Os Caminhos da História da Ferrovia Cearense

Foi em 25 de março de 1870 que um grupo de empresários ilustres entenderam de impulsionar o desenvolvimento do nosso Estado e, assim, resolveram se reunir e criar uma ferrovia. O Pacto foi firmado entre o Senador Tomaz Pompeu de Souza Brasil, o Bacharel Gonçalo Batista Vieira (Barão de Aquiraz), o Coronel Joaguim da Cunha Freire (Barão de Ibiapaba), o negociante inglês Henrique Brocklehurst e o Engenheiro Civil José Pompeu de Albuquerque Cavalcante.
A Companhia Cearense da Vila Férrea de Baturité foi construída em 25 de julho do mesmo ano. Esta era a empresa para construir um caminho de ferro inicialmente até a Vila de Pacatuba, com um ramal para Maranguape, sendo ela hoje a conhecida Linha Tronco Sul.
Em Fortaleza, foi instalado um escritório da empresa, tento seu primeiro empregado João da Costa Weyne. Estávamos em 1971 quando tudo isso acontecera. O local escolhido para a instalação da estação central foi o antigo Campo D'Amélia, hoje a Praça Castro Carreira, e para a construção do "chalet" para o escritório e as oficinas o antigo Cemitério de São Casemiro. A inauguração aconteceu em 9 de julho de 1870, no Reinado de Dom Pedro II, tento como o diretor da Estrada o Engenheiro Amarílio de Vasconcelos.
Em 1º de julho de 1873 deu-se o assentamento dos primeiros trilhos, com a Locomotiva de Fortaleza andando sobre eles em agosto. Foi concluído em 14 de setembro de 1873 o primeiro trecho entre Fortaleza e Arronches, hoje Parangaba, sendo ele inaugurado em 29 de novembro. A primeira viagem que o trem fez sobre aquele trecho teve como tripulação o maquinista José da Rocha e Silva, foguista Henrique Pedro da Silva, chefe de trem Eloy Alves Ribeiro e guarda-freio Marcelino Leite.
A Estação de Pacatuba foi inaugurada em 9 de janeiro de 1876, mas os problemas causados pelas seca acabou prejudicando a situação financeira da Empresa e, assim, o Governo Imperial determinou ao Conselheiro João Lins Vieira Cansanção de Sinimbú, não só o resgate da ferrovia como o seu prolongamento, bem como a construção a Estrada de Ferro de Sobral, hoje a Linha Tronco Norte.

"A liturgia da partida de um trem da CBTU em João Felipe chega a ser comovente. Em primeiro lugar, uma sirena toca por três vezes. Nesse momento, a venda de passagens é interrompida, provavelmente para evitar que retardatários cheguem correndo no momento da partida do trem e que ocorra algum acidente. Alguns instantes depois, o sino toca uma vez. Depois de algum tempo, a locomotiva toca seu apito uma vez. E, pouco depois, a composição entra em marcha" (Antonio Gorni, julho de 2009). A Foto é das Plataformas da estação com trens metropolitanos de Fortaleza, em 2004. Foto de Antonio Gorni

Estação Central Professor João Felipe

Construída em estilo dórico-romano pelo engenheiro austríaco Henrique Folgare, a Estação Central Professor João Felipe teve sua pedra fundamental lançada em 30 de novembro de 1873, mas somente foram iniciadas as obras em 1879, sendo assim, inaugurada em 9 de junho de 1880.


A Estação Central é o ponto de convergência das Linhas Troco Norte e Sul, integrando, assim, a malha ferroviária. Quando era Presidente da República o Dr. José Linhares, cearense de Baturité, o nome da principal estação da antiga RVC só foi dado em 1946, em homenagem ao ilustre engenheiro ferroviário cearense, nascido em Tauá, em 23 de março de 1861.

João Felipe Pereira foi Ministro das Relações Exteriores, da Agricultura e Viação e Obras Públicas do Governo do Marechal Floriano Peixoto. Professor da Politécnica do Rio de Janeiro, João Felipe foi também diretor dos Correios e Telégrafos, Inspetor de Obras Públicas do Rio de Janeiro, Presidente do Clube de Engenharia e Prefeito do antigo Distrito Federal.

O prédio da Estação Terminal Professor João Felipe, localizado no centro de Fortaleza na Praça Castro Carreiro, é Patrimônio Histórico da União, tombado e conservado. Sua última reforma foi a seis anos, permanecendo até hoje em bom estado. Na verdade, a parte mais conservada é a fachada do prédio, que ainda contem resquícios do passado. Em seu interior, foram feitas algumas alterações, para o melhor conforto dos usuário. Passam pela estação cerca de 31 passageiros por dia, onde lá eles têm um serviço de lanchonetes, banheiros, limpeza, bilheterias, "vale idosos" (onde o idoso tem direito a passagem gratuita) e eventos culturais que acontecem todos os meses. A Estação funciona diariamente das 4:30h às 20:30h. O setor de Controle Operacional funciona 24h/dia. É considerado o "coração da ferroviária", pois é lá que são feitos os controles de operação, de circulação, de comunicação, programas de viagens, regularização e avaliação das viagens. A estação conta também com o Parque de Manobras, onde ocorre o descarregamento das cargas e vagões.Os trens comportam 256 pessoas, sendo 88 sentadas. Um dos problemas que era levado pela Companhia eram os apedrejamentos, que foram solucionados com campanhas comunitárias e a colocação de telas nas janelas, para a maior segurança dos passageiros.



*Cornija: Molduras sobrepostas que formam saliências na parte superior da parede, porta, etc

Platibandas: Mureta de alvenaria maciça ou vazada, construída no topo das paredes externas de uma edificação, contornando-a acima da cobertura, e que se destina a proteger ou camuflar o telhado e compor ornamentalmente a fachada.


Fotos antigas e imagens maravilhosas

Antigo Mercado Central de Fortaleza (década de 30)

Castelão 1971-1972

Benfica nos anos 30


Barricadas contra Accioly. 1912



Av. Leste-Oeste, década de 70




Antigo Mercado Central de Fortaleza (década de 80)




Panorama. Postal datado de 1933! à esquerda vemos a Beira-mar




Praça Capistrano de Abreu, a praça da Lagoinha



Praça General Tibúrcio (atual praça dos Leões). Foto Sales. Década de 30



Rua Barão do Rio Branco próximo ao passeio público ficava esse rico conjunto arquitetônico




Rua Senador Pompeu, pavimentação de concreto, ficus benjamim 1958




Soberbo conjunto arquitetônico da Av. Alberto Nepomuceno. Ainda existe



Trincheiras contra os Jagunços que vinham de Juazeiro para depor o presidente Franco Rabelo 1914



Visão aérea 1945

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Catedral Metropolitana de Fortaleza

Catedral Metropolitana de Fortaleza é um monumento histórico. Em estilo gótico romano ou gótico moderado, a Catedral foi inaugurada em 1978, depois de ter passado quase quarenta anos para ser construída. Ela ocupa atualmente grande parte da Praça Pedro II (Caio Prado), no centro de Fortaleza, tendo capacidade para cinco mil pessoas.

Catedral da Sé antiga. Foi demolida em 1938, para a construção da atual Catedral.



O Templo destaca-se pela sua imponência arquitetônica e a beleza dos vitrais. No dia 11 de setembro de 1938, a antiga Sé, construída em 1854, foi demolida. As razões da demolição eram convincentes: uma forte rachadura nas bases da construção pelo lado do mar; levou os engenheiros da década de 30, a darem o grito de perigo. 
Nesta época Dom Manuel da Silva Gomes era o Arcebispo de Fortaleza

Igreja da Sé foi inaugurada em 22 de Dezembro de 1978. Foto Jornal O Povo

No dia 15 de agosto de 1939, foi plantada a pedra fundamental, início simbólico da edificação desejada. O projeto é de autoria do engenheiro francês George Mounier. O Vigário da época era Monsenhor Luis de Carvalho Rocha. A Catedral provisória passou a ser a Igreja do Rosário. Aos 22 de dezembro de 1978, sua Eminência, Cardeal Dom Aloísio Lorscheider, inaugurou a nova Catedral. Durante o período da construção muitos se empenharam: Arcebispos, bispo, clero, governantes, empresários e o povo em geral, que deram a sua parcela de contribuição.


Jornal Âncora de 1949, lembrando ao povo sobre a necessidade da contribuição para a construção da catedral.
 
Catedral de Fortaleza antes da reconstrução da atual Igreja da Sé


 Igreja da Sé em 1914


Foram formadas várias comissões com o objetivo de angariar fundos como foi o caso da Papeleta Amarela, transferida depois para a Santa Casa de Misericórdia. Por quase 30 anos destacou-se o trabalho silencioso do inesquecível Pe. Tito Guedes Cavalcante (in memorian). O trabalho dele foi marcado pela humildade e abnegação não querendo para si publicidade e nem glória, mas, somente servir a Deus e a Igreja na dedicação a todos sem distinção. À esquerda da nave central temos a Capela de São José, padroeiro do Estado do Ceará e da Catedral de Fortaleza. À direita temos a Capela dedicada a Nossa Senhora da Assunção, Excelsa Padroeira de Fortaleza. À esquerda do presbitério da Catedral encontra-se a Capela do Santíssimo Sacramento, onde os fieis e visitantes são convidados a parar um pouco e orar, em reconhecimento da presença viva de Jesus na Eucaristia.


Catedral em construção - Nirez

Construção da Catedral década de 70. José Garcia Martinez

Catedral em construção

Ainda sem as torres em 1967  - Acervo George Cintra

Foto de 1980

No centro do presbitério encontra-se o altar-mor trazido de Verona – Itália, presente de um amigo de Dom Delgado, ex-Arcebispo de Fortaleza. Como é comum, as grandes catedrais possuem criptas. A de Fortaleza também possui sua cripta. A princípio era subsolo-aterro. Ela é a única que desde a sua inauguração em 1962, consagrou seu espaço à juventude. 


A Cripta dos adolescentes, como foi denominada por D. Antônio de Almeida Lustosa, Arcebispo da época. Assim homenageia em seis altares, santos que morreram na adolescência: Tarciso, Domingos Sávio, Pancrácio, Luzia, Inês e Goretti. No altar central da Cripta está a imagem de Jesus adolescente, de braços abertos, expressando o acolhimento à todos os que visitam esta Igreja. Encontramos ainda a capela do Cristo Ressuscitado onde estão sepultados bispos e padres.  

A Antiga Alfândega



No final do Século XIX consolida-se a cidade de Fortaleza como centro urbano de importância regional e como capital do Estado. São executados programas de saúde pública e sanitária, grandes inversões na área industrial e principalmente nos sistemas de transporte. O sistema de transporte interurbano - A Ferrovia - foi inaugurada em 14 de setembro 1873, com sua Estação Central em 9 de junho de 1880. O transporte urbano - O Bonde elétrico - posto em uso 11 de dezembro de 1913. O Porto da cidade, é uma das preocupações mais citada em todos os documentos, como uma necessidade na estruturação da nova urbe. Suas primeiras obras são iniciadas, em dezembro de 1805, no sítio chamado Prainha, em Fortaleza, com a construção de um trapiche.

Essa foto foi publicada no "Álbum de Vistas do Ceará - 1908" e mostra a avenida Pessoa Anta ainda sem pavimentação, mas com os trilhos dos bondes de tração animal. Os combustores de iluminação a gás estão presentes, bem como algumas pessoas e até uma galinha quase em primeiro plano.O prédio da Alfândega, à direita, ainda não tinha o bloco total como hoje. Ao longe, o prédio da Escola de Aprendizes Marinheiros, que ficava no local hoje ocupado pela Secretaria da Fazenda. O prédio da Alfândega foi construído com pedras, tendo como argamassa areia com óleo de peixe. Seus construtores foram Tobias Laureano Figueira de Melo e Ricardo Lange. A Inauguração foi 15 de julho de 1891, mas a Alfândega só iniciou suas atividades no dia 10 de abril de 1893.

Outra foto do mesmo Álbum de 1908: A ponte da Alfândega 


Foto de meados da década de 1930, o mesmo trecho já traz o bonde elétrico com seus trilhos e fiação, o prédio da Alfândega ainda faltando parte do bloco em relação à hoje, o prédio da esquerda já é um outro, assobradado, uma bomba de gasolina na esquina e, ao longe o prédio da firma Leite Barbosa & Cia, de 1914 e o da Secretaria da Fazenda, de 1927. Vemos o gasômetro - depósito de gás carbônico para iluminação da cidade - que ficava ao lado da Santa Casa de Misericórdia. A avenida Pessoa Anta foi urbanizada em 1931-32, na gestão do major Tibúrcio Cavalcanti. O nome da avenida é uma homenagem a João de Andrade Pessoa Anta (1787-1825), mártir da Revolução de 1824, no Ceará. Foi bacamartado no dia 30 de abril de 1825.


Foto atual de Osmar Onofre, já traz o prédio da Alfândega, onde já funcionou a Receita Federal e hoje é ocupado pela Caixa Econômica Federal, completo, o prédio da esquerda não mais existe. Ao longe, estão a Secretaria da Fazenda e seu anexo que na foto não divisamos. À esquerda, vemos parte do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, inaugurado em 1999, seguido de antigos prédios que hoje abrigam anexos da Secretaria da Fazenda. (Créditos – Nirez).


Outros trapiches foram construído mais tarde. Um deles pelo inglês Henry Ellery, o chamado trapiche do Ellery, a que se referem os historiadores e cronistas, e estava localizado na mesma área, construído provavelmente, no ano de 1844.Existe e documentação da construção de um terceiro trapiche concluído em 21 de junho de 1857, tendo como construtor Fernando Hitzshky, medindo 154,00 m (cento e cinqüenta e quatro metros de comprimento) por 17,60m (dezessete metros e sessenta, centímetros) de largura.



No final do Século XIX o engenheiro inglês John Hawkshaw apresenta um projeto para o porto de Fortaleza. Defende sua posição em frente a cidade argumentando: "...a cidade, que é asseada e cômoda, já existe, e despendeu-se considerável capital em armazéns, prensas de algodão, repartições e edifícios para a comércio", explicando que "o antigo molhe deve ser removido, a fim de permitir passagem às areias e não convirá construir molhes perpendicularmente ao litoral. Se o cais que proponho for insuficiente. poderá construir-se um molhe paralelo a ele, ou então será melhor dar maior extensão ao cais. Convém estabelecer-se uma linha de trilhos que ligue o Porto ao caminho de ferro de Baturité. Recomendo um viaduto aberto no começo do quebra-mar, para facilitar a passagem das areias; é provável, porém, que, apesar disso, formem-se depósitos no ancoradouro; e, nesse caso, dragagens regulares e periódicas darão ao Porto a necessária profundidade. Importa em 220.000 libras o orçamento provável das obras indicadas no plano."




O contrato para a construção foi celebrado em 05/05/1883, mas as obras somente se iniciaram em 14/10/1884, para serem inauguradas em 15/07/1891. Adornos e elementos estruturais em ferro fundido e forjado viriam integrar-se ao novo prédio onde passaria a funcionar a Alfândega, em Fortaleza. Esguias colunas com fuste cilíndrico, decoradas com capitéis coríntios, escadaria monumental dupla em dois lances, balcões, corrimãos, gradis, oriundos de Glasgow, escolhidos dos catálogos da empresa Walter Mac Farlane.


À época da sua inauguração, isto é, ao final do império, o conjunto portuário, passa a compor parte importante na estrutura econômica do Estado e peça fundamental no sistema de transporte interurbano, como nó de ligação com o transporte marítimo para importação/exportação. A existência deste processo é de significativa importância, pois será determinante na localização da edificação e no seu aspecto formal. O edifício foi localizado no extremo do terreno, hoje limitado pelas Avenidas Pessoa Anta e Almirante Tamandaré, que iria ser usado para depósito a céu aberto das mercadorias/produtos não perecíveis e armazéns para mercadorias/produtos com necessidades de armazenamento e estavam divididos em armazém de importação e de exportação. Armazéns com funções similares, também faziam parte do programa arquitetônico da Estação Central no centro da cidade e que jogavam um papel no processo de distribuição e ordenamento das importações/exportações bem como do controle dos impostos.
Portanto, o prédio defini-se claramente como uma edificação com características ferroviárias, com praticamente todos os detalhe construtivos formal e tecnicamente do ideário deste tipo de edifício, tais como plataforma de carga e descarga, portões de amplas dimensões, piso para trafego intenso de carga e outros, que lhes confere uma personalidade própria e marcante no contexto urbano, com suas estruturas em pedra formalmente despojadas.Ao que parece, o projeto original foi completamente concluído, um grande bloco central de dois pavimentos para a administração do conjunto mercantil da aduana (bloco central), com seus armazéns (ambos os blocos laterais ao bloco central), tendo anexo e ao mesmo tempo vinculado a este na cabeceira leste, um edifício, também de dois andares, para a administração do Porto.



Arquivo Nirez

O conjunto de edifícios da Alfândega é constantemente alterado ao longo da sua existência decorrente das mais distintas solicitações, ora políticas, proveniente do novo regime - A República - com seu apoio aos empregos gerados pelo a necessidade ao respaldo as oligarquias locais, ora às necessidades meramente de crescimento espacial para armazenagem.
Na primeira década do Século XX lhe é adicionado um pavimento ao armazém central.
Na década de quarenta passa também a ter dois pavimentos ao armazém leste.
Na década de oitenta o edifício passa ao controle da Caixa Econômica Federal que recupera o edifício do incêndio de 1978, demole um quinto Bloco, de igual forma e volume, que se encontrava no pátio do atual edifício, hoje conhecido somente por fotografias.

Pátio de armazenagem da Alfândega a céu aberto - Junho de 1913 e Maio de 1911


Pátio de armazenagem da Alfândega a céu aberto - Foto da primeira década do século XX

Incêndio no Prédio da Receita Federal em Fortaleza

Na noite de 29 de janeiro de 1978, um incêndio destruiu parte das instalações da Delegacia da Receita Federal em Fortaleza localizada no antigo prédio da Alfândega, na Av. Pessoa Anta, 287, na Praia de Iracema.


As proporções do sinistro foram muito grandes, destruindo além das instalações da ala esquerda superior do prédio, bens móveis, patrimônio bibliográfico, arquivo de documentação e objetos diversos.
Graças às providencias administrativas adotadas, não houve solução de continuidade nos trabalhos da Delegacia, apesar das condições precárias e desconfortáveis em que ficou funcionando, enquanto se restauravam as áreas atingidas.
Este foi o quinto incêndio naquele prédio, sendo os anteriores, de menores proporções.
Do lamentável acontecimento, vale ressaltar a preocupação e interesse da população local pela restauração do prédio, tendo em vista o que ele representa como patrimônio histórico -urbanístico, e o empenho dos funcionários na recuperação dos documentos e no atendimento ao púbico, pura que todos os setores funcionassem normalmente e fosse mantida a imagem da Receita perante os contribuintes e o público em geral.
Refletindo o interesse da comunidade fortalezense pelo destino do edifício da Alfândega, a Assembléia Legislativa aprovou uma proposição do Deputado Aquiles Peres Mota a seguir transcrita:

EXMO SR. PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO CEARÁ
Aquiles Peres Mota, Deputado abaixo assinado, requer, na forma regimental, que V. Exa. submeta à deliberação do Plenário o relato e solicitação que se seguem:
1-Na noite do dia 29 de janeiro o último, o edifício da Alfândega de Fortaleza teve a metade do primeiro andar destruída por um incêndio, exatamente nas instalações onde funcionavam diversos setores da Delegacia da Receita Federal.
2-Tratando-se de uma edificação de indiscutível valor histórico e que marca fortemente a personalidade arquitetônica de Fortaleza, é indispensável que aquele imóvel seja restaurado com as feições que lhe devam tradicionalmente na paisagem fortalezense
3-Assim o Deputado signatário deste requer que, aprovada esta proposição pelo plenário, ,seja dirigido um apelo ao Sr. Superintendente Regional da Receita Federal em Fortaleza, no sentido de que encaminhe aos órgãos competentes do Ministério da Fazenda a aspiração dos cearenses de que a reconstrução do edifício da Alfândega, recomponha as suas feições arquitetônicas tradicionais, a fim de que a capital cearense não perca uma das presenças mais caracterizadoras da sua paragem e da sua História.
Em novembro de 1979, os órgãos da Secretaria da Receita Federal já estavam nas novas instalações, no Edifício do Ministério da Fazenda em Fortaleza.


Século XXI

Com a construção do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e a execução do Projeto CORES DA CIDADE, se inicia o processo de renovação e revitalização do bairro da Prainha, estando incluído neste conjunto de obras a recuperação parcial do prédio da antiga Alfândega pela Caixa Econômica.


NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: