Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

terça-feira, 27 de março de 2012

José Clarindo de Queiroz


Clarindo de Queiroz foi herói da Guerra do Paraguai, onde se notabilizou por sua bravura.
Foi Presidente dos Estados do Amazonas e Ceará. Promulgou a primeira constituição do Estado (16 de julho de 1891), mas teve de enfrentar ferrenha oposição dos seus adversários.

Nasceu em Fortaleza, capital da então província do Ceará, no dia 22 de janeiro de 1841, na atual rua Sena Madureira, nº 41, filho de Inácio Lopes de Queiroz e Ana Lopes de Queiroz. Inclinado para a vida militar, assentou praça aos quinze anos de idade, em 1856. Em 1865, tomou parte na Guerra da Tríplice Aliança e de lá voltou para o Rio de Janeiro no posto de tenente-coronel.

Rua Sena Madureira onde nasceu Clarindo de Queiroz com destaque para o Palácio do Governo

Quando encarregado de fortificar as fronteiras da provinda do Amazonas, os cearenses ali residentes ofertaram-lhe uma espada de honra, em setembro de 1874. Em 1880, foi promovido a coronel, em 1883, a brigadeiro e, em 1890, já era General de Divisão.

Em 1891, Clarindo de Queiroz, Governava o Ceará apoiando o Presidente da República Marechal Deodoro da Fonseca, quando este dissolveu o Congresso Nacional em 3 de novembro.

O Marechal Floriano Peixoto, então Vice-Presidente, reagiu ao ato e, diante dos fatos, Deodoro da Fonseca renunciou ao mandato no dia 23 de novembro, assumindo Floriano, a Presidência da República.

A 1ª medida do novo Governo foi destituir os partidários de Deodoro.

Dia da deposição de Clarindo de Queiroz pelos alunos da Escola Militar - Arquivo Nirez

Em 16 de Fevereiro de 1892 houve uma revolta dos alunos da Escola Militar instalada no Quartel da Fortaleza bombardeando o Palácio do Governo e depondo o Governador.
Participaram do combate os alunos da Escola Militar contra o contingente policial formado pelo Corpo de Segurança Pública e pela Guarda Cívica.

Os cadetes da Escola Militar 

No dia seguinte, 17, pela manhã, mediante cerco militar ao Palácio, o então General Clarindo de Queiroz é deposto¹, assumindo o Governo o Tenente Coronel Bezerril Fontinele, comandante da Escola Militar e principal responsável pela rebelião.

No mesmo dia Clarindo de Queiroz seguiu para o Rio de Janeiro. Ele foi um dos treze generais a quem o vice-presidente Floriano Peixoto, por decreto de 12 de abril de 1893, desterrou para Cucuí². Alí se agravaram os padecimentos de que veio a falecer, no Rio de Janeiro em 28 de dezembro de 1893. 

Clarindo foi comandante do Batalhão de Engenheiros, da Escola Militar, e comandante geral da artilharia e mereceu o Hábito de Cristo e as Grã-Cruzes de Avis e Cruzeiro.


  • ¹Clarindo de Queiroz governou o nosso Estado no período republicano de 28 de abril de 1891 a 16 de fevereiro de 1892, consequência direta do apoio que prestou ao Marechal Deodoro da Fonseca, que era o seu amigo pessoal. Muitas pressões foram impostas ao governador cearense para que abandonasse o cargo. O General então permaneceu no cargo, pelo menos até 16 de fevereiro de 1892, quando alunos da escola militar e da marinha, usando canhões e metralhadoras, cercaram o palácio do governo e exigiram a renúncia. Clarindo de Queiroz dispôs- se a resistir. 

Situação que ficou o Palácio do governo em decorrência do bombardeio feito pelas tropas federais - Museu histórico do Ceará

Na manhã de 17 de fevereiro, com o palácio crivado de balas, Clarindo de Queiroz, sem munição, rendeu- se e entregou o cargo ao Coronel Bezerril, então comandante do Colégio Militar de Fortaleza.

Ocasião da deposição - Museu histórico do Ceará

Saiba Mais

No dia da deposição aconteceram vários choques entre grupos contrários ao governador e tropas do então Corpo de Segurança Pública cujo comandante era o Ten-Cel EB Bonifácio Antônio Borba. Durante toda a noite, do dia da deposição, as tropas federais bombardearam o palácio do governo, registrando-se muitos mortos e feridos. O acontecimento, em suas linhas gerais, pode ser assim resumido:
" Questões políticas tinham exaltado muito os ânimos dos respectivos partidos daqueles dias. O esbofeteamento de um aluno defronte à Chefatura de Polícia, o espancamento bárbaro de outros na Guarda Civil onde foram em defesa de um companheiro, exaltara, igualmente, o espírito dos chefes armados. O governador prometeu providências, mas como fizeram demorar tais medidas, a luta era esperada a todo momento. (...) O General Clarindo, pelo telefone, pediu então a suspensão das hostilidades, com a afirmativa de que ia mandar as condições de sua rendição e terminação da luta. Meia hora depois, em ofício a administração ao comandante da guarnição federal, dizendo ser o único capaz de manter a ordem ". Publicado no livro de Eusébio de Souza, "História Militar do Ceará", volume II.


  • ²   Cucuí é um distrito do município brasileiro de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas 

A rua General Clarindo de Queiroz, entre as ruas Barão do Rio Branco e Senador Pompeu. A praça a frente é a Clóvis Beviláqua. Arquivo Nirez

Hoje Clarindo de Queiroz é homenageado em rua do centro de Fortaleza.



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Fontes: http://www.enciclopedianordeste.com.br, Wikipédia, Museu Virtual da PMCE, Guia.Ce

segunda-feira, 26 de março de 2012

A Vila Gentil IV



Família Gentil em 1953 na Vila Gentil. In. Gentil (1967).

Das três vilas sem saída da rua Paulino Nogueira, A Vila Santa Rita era a mais larga e tinha uma mangueira frondosa no centro da rua. Possuía 10 casas conjugadas, cinco de cada lado, com um recuo de um metro, murado. O local não dava acesso a automóveis. Dos moradores daquela época conhecemos D. Briolândia Carapeba de Carvalho (Dona Sinhazinha) e seus filhos Nilo, Aurélio, Guiomar, Iracema e D. Maria Alfa de Carvalho (D. Mocinha), vivente com 97 anos, casada com o Sr José Mario Machado, mãe do José Mário Machado e do Luciano Machado, moradora na rua Padre Francisco Pinto. Luiz Vieira, casado com D. Zeneida Aguiar Vieira, pais de Maria do Socorro Aguiar Vieira, professora, Tereza Aguiar Vieira e José Haroldo Aguiar Vieira. Virgílio Alves Barata, casado com D. Olívia Rangel Barata. Meu amigo Virgílio Alves Barata Neto morava com eles. José Osório de Castro (Zé Careca), funcionário dos Correios e contador, morador na última casa do lado do sol com seus irmãos: José Humberto, representante comercial, Pedro, comerciário, Vicente, bancário, Lourdes e a Nice, conhecida pintora, casou-se com o pintor, muito conhecido no meio artístico de Fortaleza, Estrigas. A mãe deles, viúva, exímia boleira, fazia bolos que eram vendidos por dois vendedores ambulantes, figuras típicas daquela época. 

Vista aérea da Reitoria da Universidade Federal do Ceará em 03 de outubro de 1959, quando da inauguração da Concha acústica. Nesta foto é percebida a primeira reforma de ampliação do palacete e a existência das duas vilas, Santa Rita e Santa Luzia, que foram demolidas para a construção da sede do Banco do Brasil. Arquivo Nirez

A pequena Vila Santa Luzia era constituída por cinco casas com as mesmas características daquelas da Vila Santa Rita. Moradores: “Seu” Carneiro, casado com D. Filó e seu filho Manuelito; o José Batista Campos Paiva, funcionário dos Correios e comerciante, casado com a professora Consuelo, uma das filhas do Dr. José Freire, já citado. O último que me vem a lembrança era meu amigo Renato Abreu de Sales, que morava com sua mãe, por algum tempo fotógrafo do Foto Esdras e depois representante comercial.
A Vila Santa Cecília era constituída por dez casas, porém não tinham a mesma aparência das duas citadas vilas, entretanto, possuíam em sua frente um espaço de uns dez metros, que podia ser aproveitado para os mais diversos fins. Dentre outros moradores que ali viveram,
lembro-me do Sr. Maurício, casado com D. Bela e tinha um filho chamado Leopoldo, eram poloneses. O verdadeiro nome de Seu Maurício era Moisés; por ser judeu, quando chegou ao Brasil, no final de década de 1930, mudou de nome pensando que aqui havia prevenção contra israelitas. Foi meu primeiro contato com a Vila Santa Cecília, pois minha tia, Joana D’Arc de Alencar Benevides, casada com Pedro Jaime Benevides, então funcionário do IFOCS, era vizinha de D. Bela. Eles moraram, anteriormente, por pouco tempo, na rua São José do Tauape. Vizinho a eles D. Maria Frota, viúva, mãe do Sr. Atenor Frota Wanderley, que por sua vez era pai do Eurico, do Maurício, meu colega no Ginásio 7 de Setembro, e do Lavanery Wanderlei, casado com D. Maria de Lourdes, neta do coronel Gentil; é, atualmente, proprietário da casa de ferragens Normatel. Em seguida o Sr. Marino Bezerra de Albuquerque e D. Alice Rangel de Albuquerque e os filhos: Nilo e Ary Jaime Albuquerque, que morou antes na rua Nossa Senhora dos Remédios. Atualmente é empresário proprietário da Indústria Brasileira de Artefatos Plásticos (IBAP), localizada no distrito industrial de Maracanaú. Residiu também ali o Sr. José Leitão, um dos gerentes da Aba Film, o mais credenciado estabelecimento de material fotográfico, e revelação de filmes de Fortaleza. O Sr. Zezito Pereira, funcionário graduado do Banco Frota Gentil e conhecido comerciante de uísque, artigo bem valorizado naquela época, pai do Alexandre. Outros moradores: D. Ruth Rangel Barata, vinda da Rua Nossa Senhora dos Remédios, e um senhor idoso de nacionalidade portuguesa “Seu Caneta” na primeira casa da vila, cujo nome esqueci, relacionado com a família do Sr. Raul Memória, da rua Paulino Nogueira.
Outra rua importante da Gentilândia era a rua Padre Francisco Pinto. Começando na Avenida Visconde de Cauipe, na esquina, existia a Farmácia Artur de Carvalho (fundada pelo farmacêutico Joaquim Arthur de Carvalho) junto a qual residia o farmacêutico do mesmo nome e seus filhos José Artur de Carvalho, casado com D. Carmem Gurgel de Carvalho, que morava na rua São José do Tauape, e seu irmão Francisco Humberto de Carvalho (Betinho), ambos farmacêuticos. Lembro-me que eles manipulavam, nos fundos da residência, as famosas Gotas Arthur de Carvalho tradicional remédio para problemas digestivos. Na outra esquina, confrontando com a farmácia, o Sr. Johnanes Maehlmann, já
referido, e depois dele o Sr. Heitor Fiúza, este morou antes na Rua Nossa Senhora dos Remédios, essa casa era fundos correspondente com aquela nº. 382 da rua Padre Francisco Pinto, esquina com a Vila Santana, onde o autor dessas linhas morou até a década de 1950. Nos fundos da casa da farmácia existia outra, simples, onde morava uma senhora muito idosa
chamada D. Filina. Dizia-se que era protegida ou parenta do coronel Gentil. Pegado a casa dela havia um terreno estreito, já referido quando descrevemos casas da avenida Visconde de Cauipe, seguindo-se a ele, continuavam as outras casas desse primeiro quarteirão. Na primeira morava a D. Silvia e suas duas filhas, uma carinhosamente chamávamos Vivi e a outra Leonor, eram mãe e irmãs do General João Valdetaro Amorim Melo, Ministro da Viação e Obras Públicas do governo do general Dutra. Vizinho residia o Sr. Guilherme casado com a D. Rosamélia, funcionários dos Correios e Telégrafos, e seus filhos Alfredo César e Bete.  Em seguida, esquina com a Travessa Sobral, o Sr. Lauro Parente Jucá, casado com D. Nilza e filhos, dois dos quais o Launil, meu ex-colega do Liceu do Ceará, funcionário do Banco da Bahia, em Salvador, e o Luiz Carlos (o Pelado), funcionário do Banco do Brasil. Os pais de D.Nilza moravam na Travessa Sobral a um quarteirão dela. Também lá residiu
uma filha do Sr. José Oswaldo de Araújo, nosso confrade no Instituto do Ceará, se não me falha a memória, chamada Mimosa, que tinha uma filha chamada Estrelinha, depois funcionária da UFC, e o Professor Torquato do Liceu do Ceará. Em frente a esse quarteirão ficava a Vila Santana, constituída por cinco casas conjugadas que findava no terreno onde se localizava a mansão do Sr. João Gentil, já descrito. Em frente a elas havia um recuo, como
o da Vila Santa Cecília, para uso dos moradores. A casa da esquina tinha frente para rua Padre Francisco Pinto (nº. 382), com três portas grandes e altas na frente, e duas janelas na citada vila; era forrado, assoalhado, três quartos, dois banheiros, onde morava o sargento Antônio Alberto da Silva (1º. tenente na reserva) casado com D. Rita de Alencar Oliveira e seus filhos: Pedro Alberto, Professor da UFC, casou-se com D. Ângela Maria
Monteiro Gurgel
; Simone, casou-se com Amato Pietro, comerciante italiano, Ruth, professora de letras e funcionária da Secretaria de Educação do Ceará, Daniel Alberto, funcionário administrativo da Teleceará, casou-se com Maria do Socorro Feitosa Lima, professora e funcionária da Secretaria da Educação do Ceará, Valéria, médica. Na primeira casa dessa vila, morava naquela época, da qual estamos nos reportando, o Sr. Cornélio Diógenes, recém casado, servia então no exército já no fim da guerra, irmão do médico pediatra Fernando Diógenes, casado com D. Leda Alcântara Diógenes, era estenógrafa, e seus filhos: Aníbal, Katia e Mônica; na segunda, D. Luizinha Timbó, viúva, e suas filhas, Livramento e Guiomar, esta casou-se com o Dr. José Bastos, agrônomo do DNOCS; na terceira, D. Naninha Albuquerque, irmã do desembargador Faustino Albuquerque, Governador do Estado, e suas filhas Maria Rita e Maria Lúcia; na quarta, que era um pouco recuada, o Sr. Geraldo, casado com D. Lirisse Mota, irmã do capitão Kerenski Tulio Mota que serviu na Escola Preparatória de Fortaleza e seus filhos; na quinta e última, residia, com outros membros da família, o Murilo, comerciante, excelente pintor, e
sua irmã Nilde. Na outra esquina da Vila morava o Seu Lulu, era caminhoneiro, casado com D. Menininha e tinham dois filhos: o Luizinho e outro servindo na Marinha. Vizinho a eles existia um pequeno ponto comercial no qual eram vendidas frutas e depois foi um posto de vendas
de leite; seguido pelo açougue do Napoleão e seus filhos. De cinco para seis horas da manhã eles começavam a cortar a carne fazendo barulho para a vizinhança. Os quartos de bois chegavam do matadouro no começo da noite anterior. Pegado ao açougue havia um terreno de muro alto onde eram encontrados três cacimbões com a respectiva caixa que forneciam
água para aquele setor da Gentilândia. Em seguida, havia outro terreno que dava entrada para a Vila Santa Cecília, local onde moravam D. Alzira, lavadeira, e seus filhos. Um deles
era o João, rapaz calmo e educado. Uma sua irmã era casada com o Juju, conhecido goleiro do Fortaleza, e secretário do Ginásio 7 de Setembro.  As seis casas que lhe seguiam eram recuadas, soltas, e possuíam bom acabamento: forradas, assoalhadas, dois banheiros e eram cobertas de telhas de Marselha. Lembro-me que nelas moraram: o Sr. Moreira, pequeno comerciante de joias no Mercado Central, com a esposa e seus filhos Hebe, Ilo, Valdeglace e o Dedé que tinha a síndrome de Down mas gostava de assistir novelas no rádio; em outra, D. Idelzuíte Pinto e seus filhos: Roberto e Tereza; em seguida, uma senhora idosa, holandesa,
que criava pombos; nessa mesma casa morou D. Nenen Braga Araes, e seus filhos; depois o Sr José Domingos Sousa e esposa D. Nelda (filha de ingleses) pais do José Domingos, Thereza, professora, e Tusnelda, casou-se com o José Mário Carvalho Machado, cujos pais moravam na mesma rua; Pedro Nobrega, gerente da sapataria Clark, casado com D.
Anunciada, e seus filhos Nelson (Nelsinho), Nanci e Pedro. O Sr. Pedro Nóbrega posteriormente foi morar na Rua Nossa Senhora dos Remédios; foi proprietário da fábrica e lojas de móveis Delta. O Nelson (Nelsinho) e a Nanci protagonizaram uma bonita história de amor. Casaram-se muito jovens, quase adolescentes, com alguma restrição do pai; Nelson casou com a Noélia, também muito jovem, moradora na Rua Nossa Senhora dos Remédios; a Nancy casou com o Francisco (Chico) Borges, mais adulto, morador na rua Rodolfo Teófilo. Logo depois, na esquina da rua Nossa Senhora dos Remédios, morava o Sr. Odar Viana, radioamador,representante comercial, casado com D. Júlia Gomes e seus filhos; Odália, Francisco (Chico), o “Gomezinho”, e outros mais novos. As “irmãs Viana”, filhas do Odar Viana, são proprietárias de conhecido “bufê” de Fortaleza. Fundos correspondente, separado por uma garagem, esquina com a rua Rodolfo Teófilo, o Sr. Sylos Montezuma de Carvalho, também radioamador, contador do Banco Frota Gentil, casado com D. Alice Gentil de Aguiar, neta do coronel Gentil e seus filhos: Newton, Norma e Sylos, conhecido médico em Fortaleza. “Seu” Montezuma foi inesquecível para os moradores mais próximos, pelos filmes americanos que exibia na rua, em frente ao Parque da Gentilândia. O movimento de veículos era mínimo ali. É importante lembrar que, antes dele, habitou na mesma casa, um casal de alemães, muito reservado, o Sr. Holfmann e sua esposa D. Carlota. Eles sofreram
vexames, logo quando o Brasil entrou na 2ª. Guerra e os alemães aqui residentes foram hostilizados por alguns exaltados.
Após o Parque da Gentilândia, pelo lado nascente, ficava a bodega do “Seu” Jóca, por sinal uma mercearia bem sortida. Junto a ela morava em uma casa pequenina, o Sr. Peixoto com uma filha chamada Lindalva, parece que era viúvo. Possuía uma referência muito destacada naquela época: não era católico, e era maçom. Vizinho a ele D. Suzana, viúva do tenente Roma, da Aeronáutica, falecido em um desastre de avião, e dois filhos. Era uma casa bem destacada das demais. Foi construída em terreno elevado, solta dos dois lados, e possuía um quintal muito longo. Em seguida morava a família do “Seu” Jóca (João Furtado) com seus filhos José Furtado, Carmecita (farmacêutica), Terezinha, Lúcia e Cleide. Morou também ali
o Amarílio Furtado, meu colega da Faculdade Católica dos Maristas. No mesmo quarteirão o Sr. Odilon Lima Menezes e seus filhos: Fabiano, Odilon e Eraldo; o Sr. João Batista Evangelista, casado com D. Neuza Pessoa de Carvalho e filhos: Tita, Maria de Lourdes, e dois rapazes, um foi aviador e morreu muito moço. Finalmente, na casa esquina com a Rua Marechal Deodoro, residia o Padre Lauro França (Padre Rosa) com uma irmã solteira que cantava no coro da Igreja dos Remédios. Na outra esquina existia uma
casa de recursos” onde morava D. Lina, com o filho Messias. Voltando a Travessa Sobral, na esquina com Padre Francisco Pinto, morava D. Nana, com os filhos Dario Soares, agrônomo,Professor do Liceu do Ceará, e da Faculdade (escola) de Agronomia da UFC, Dayse, funcionária do DNOCS e professora, Doraci, funcionária pública, e o Olidon Soares, parente de D. Nãna, que morava com eles. O Professor Dario casou-se com D. Albaniza, filha do Sr. José Albuquerque Monteiro “Seu Pepino”, e veio morar vizinho a sua mãe. Antes dele residiu Dr. José Pinto Cavalcante, ex- diretor dos Correios e Telégrafos, onde fez funcionar uma Agência dos Correios e foi também residência do Sr. Edgard Sá que morou depois na rua 13 de Maio. Entre essa casa e a seguinte, existia um pequeno quartinho onde trabalhou o Gordinho, sapateiro, e depois o Pipiu, afamado jogador de futebol. Logo após localizava-se a Administração da Gentilândia, residência do Sr. José Vitorino de Menezes e junto a ela o ponto de apoio dos serviços de conservação da Vila Gentil. Nas casas que lhe seguiam, lembro-me a do Sr. Pery da Rocha Moreira, funcionário da Prefeitura Municipal de Fortaleza, casado com D. Eugênia, pai do Péricles, foi para o Sul, do Babi, comerciante, da
Eunice (Moreninha) e um irmão mais novo: o Periguari; também naquele quarteirão, morava o Sr. Vitor Barros e D. Maria José, funcionária do Banco Frota Gentil, pais do conhecido jornalista e amigo da Gentilândia, Tom Barros. Logo após residiu o Dr. Pinheiro (Dr. Magnésia), médico do DNOCS, e sua esposa: não tiveram filhos. Na esquina com a rua
Rodolfo Teófilo residiram três netos de Rodolfo Teófilo; o de nome João (o coronel) dizia-se que se excedia com mulheres, segundo afirma o historiador Francisco Andrade Barroso.
Logo depois, em frente ao Parque da Gentilândia, existiam quatro casas, residiram nelas: na esquina, Seu Maneco pai do Isauro, que trabalhou muitos anos na Casa Parente; em outra, o Dr. Rui Simões de Menezes, chefe do Serviço de Piscicultura do IFOCS, logo depois que
se casou; nas demais, membros da família do Sr. Valdísio Gurgel da Silva Rossas. Trabalhou com seu irmão, Obsmar, na tradicional Livraria Gurgel, de livros usados (sebo), e depois abriu outra, de sua propriedade vizinho a Prefeitura. Na esquina com a rua São José do Tauape, Valdísio morou, quando se casou com D. Diva Laranjeira, postalista dos Correios
e depois advogada; nessa mesma casa, também, seu primo Plácido Gurgel Nogueira, Inspetor do Departamento dos Correios e Telégrafos (DCT), quando se casou com uma filha do Sr. Públio Lopes Correia Pinto (alfaiate) e de sua esposa D. Mary Socorro Correia Pinto, em casa na rua seguinte, Nossa Senhora de Lourdes. Seu Públio era pessoa muito
querida no bairro e pai do médico e professor Públio Lopes Filho, que faleceu muito moço.
Na esquina transversal havia a bodega do “Seu Pergentino”, casado com D. Mimosa, e o Bastor, seu filho. Essa bodega era inferior à mercearia do “Seu Jóca”, vendia cachaça e fazia “Jogo do Bicho”; logo depois estava o Bar do Luiz, ajudado por sua esposa, sempre bem 

frequentado pelos rapazes da redondeza. Logo após esse bar morava o Sr. José Eduardo Oliveira, casado com D. Maria José (Zefinha) Pessoa de Araújo e seus filhos: Tarcísio, professor, Júlia, Elvira, Helena e Maria de Fátima Pessoa de Oliveira, atualmente, Professora Doutora do Curso de Ciências da Informação da UFC. Em seguida, o Sr. João Alencar Melo, casado com D. Carmélia Eduardo de Oliveira, já na esquina com a rua Júlio César. Do lado oposto o Sr Edgar Reis, casado com D. Noeme Alencar e os filhos: Marineide, Sergio, Elder e Elber, e mais adiante os irmãos Tobias Rotávio Feitosa, secretário da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), o Jeremias e uma irmã. Na rua Marechal Deodoro as casas não pertenciam a Imobiliária Frota Gentil mas eram consideradas no bairro da Gentilândia. Vizinho ao “Padre Rosa”, citado, o subtenente Neves, não me lembro o nome de sua esposa, mas estudamos algum tempo com dois de seus filhos: o Horário e a Marfisa na Escola Padre Anchieta da professora Maria Stela Viana. No quarteirão entre as ruas Padre Francisco Pinto e Adolfo Herbster foram construídas algumas casas mais simples e existia um terreno com algumas árvores. Em grande parte da rua São José do Tauape só existiam casas no lado sol (sul) e possuía três grandes quarteirões. Eram conjugadas, padronizadas,e muito bem construídas, como a maioria da Gentilândia. No primeiro quarteirão, correspondente a rua Santo Antônio, inclusive, as edificações eram também padronizadas, em número de vinte e uma de cada lado, com uma área de 6,30m de frente com 15,30m de fundos. Eram forradas, assoalhadas nos dois quartos e com mosaicos nas demais dependências. Possuíam um recuo de um metro na frente, que servia como um pequeno jardim. As duas casas localizadas na rua 13 de Maio, que eram maiores, foram demolidas para o alargamento dessa via, que mudou a denominação para avenida. Esses quarteirões ficavam em frente às duas grandes praças que atualmente ainda existem.


Casa da Rua São José do Tauape - Arquivo Pedro Alberto de Oliveira Silva


Nesse primeiro quarteirão da rua São José do Tauape, esquina com a rua 13 de Maio, residiu meu confrade no Instituto do Ceará, Professor da Universidade Estadual do Ceará, Raimundo Elmo de Paula Vasconcelos, com sua mãe, avó e sua irmã Luzia. Seguiam-se a residência dos irmãos Célio Alan Cunha Moreira de Menezes, nosso ex-colega do CPOR, funcionário público; Alan Ladd, seu irmão, era dedicado aluno de violino, e Amélia, não me lembro do nome dos pais deles, eram educados sem muito contato com os colegas de quarteirão. Outros moradores foram o Sr. Alberto, casado com D. Zilce, funcionária dos Correios e Telégrafos (DCT); o Sr. José Gondim, casado com D. Cristina Sales e os filhos: 
Glícia, casou-se com um sargento da Aeronáutica chamado Heródoto que era professor de História, Gelsa, casou-se com o Rany (Johannes Maehlmann), exportador, Nelma, Lúcia, casou-se com um sueco, e Telmo; anteriormente eles moraram na mesma rua, esquina com a rua Paulino Nogueira; vizinho morava o casal Dr. Lauro Rodrigues, advogado, casado com a Dra. Olivia Xavier Sampaio Rodrigues, funcionários dos Correios e Telégrafos, eram pais adotivos do Dr. Dorian Sampaio, dentista, conhecido jornalista e político cearense; vizinho a eles o Sr. Edgar de Almeida Barros, sargento da marinha, (capitão na reserva), casado com D. Angelina Bayo de Barros e seus filhos: José Elislande Bayo de Barros, Brigadeiro da Aeronáutica, comandou a Base Aérea de Jatos, em Anápoles, Edgar Manoel Elisilande Bayo de Barros, afastou-se como capitão do Exército, e como engenheiro eletricista ingressou na 
CHESF, Erilande Bayo de Barros, oficial médico do Exército e Elisanda Bayo de Barros, professora; casou-se com o professor Vicente Gomes de Oliveira; em seguida o Sr. João Batista de Morais Madruga e filhos. Não conseguimos mais informações sobre o Sr. Faguara, Garibalde, e Leonor Chaves que alí residiam. No primeiro, dos dois grandes quarteirões seguintes, no meio da rua, na esquina, havia uma frondosa mangueira jasmim. Até a rua Adolfo Herbster, as casas não possuíam recuo, eram conjugadas e o acabamento 
era muito simples, como os da Travessa Sobral, porém maiores. A estrutura de alvenaria original das casas da vila Gentil, ainda em 2010, estavam sólida. No primeiro, na casa da esquina, moravam o Sr. José Gondim e D. Cristina, como já foi dito, vizinho, morava o Sr. Joaquim Leão de Oliveira, “alfaiate e poeta” como registrou Francisco de Andrade Barroso em seu livro citado, posteriormente comerciário, trabalhando com um filho, casado com D. Maria Madalena de Alencar Araripe e seus filhos: José Leão de Alencar Oliveira, contador e representante comercial, casou-se com D. Valdívia Silva Monte; Maria de Lourdes de Alencar Oliveira, casada com Fleury Linhares, funcionário da Prefeitura de Fortaleza, ainda hoje mora na rua Santo Antônio, lúcida, com noventa e seis anos; Rita Alencar Oliveira, casada com Antônio Alberto da Silvasargento do exército (1º. tenente na reserva), Maria do Carmo Alencar Oliveira (Carmelita), casada com Humberto Pinheiro Fontes, funcionário do Departamento de Economia Agrícola, posteriormente funcionário de Ministério da Agricultura; Antônia de Alencar Oliveira (professora diplomada), casada com Francisco Hindenburg Carneiro Vasconceloscomerciante, Joana D’Arc, professora diplomada, casada com Pedro Jaime Benevides, funcionário do IFOCS, posteriormente, foi Gerente da Sidnei Ross, em Fortaleza, depois da Pfizer, no Recife, e finalmente comerciante de produtos agropecuários, nessa cidade. Todos moraram na rua São José do Tauape, pouco tempo, com exceção da Carmelita” que ainda hoje mora ali com noventa e três anos (93), e Maria de Lourdes Oliveira Linhares, com 96, moradora na rua Santo Antônio. Seguiam-se o Sr. Celestino Firmo, funcionário do DNOCS, casado com D. Edite e seus filhos José Maurício, Marineide, José Firmo, Maria de Fátima e o Wilson.Vizinho o Sr. José Rodrigues Loureiro (Seu Zuza) e filhos: Maria Lili Loureiro, trabalhava no comércio, Francisca Loureiro, comerciária, Anita sua sobrinha, Ceomar, casou-se com Francisco de Assis Muratori, em seguida D. Luízinha Sá, e seu filho Francisco (Chico) Sá, bancário; na mesma casa morou por pouco tempo Pedro Jaime Benevides que depois foi para Vila Santa Cecília; depois dessa D. Francisquinha Castelo Branco (viúva) e filhos: Péricles Castelo Branco, Ivan, Manuelito, Maria Alice, Iolanda, Lígia; vizinho, Maria Nogueira Freire (Maroquinha), Maria Nogueira, Luiz Nogueira e Osvaldo Nogueira, funcionários da Prefeitura e Osmundo, cobrador de uma ótica; em seguida morou José Leão de Alencar Oliveira, pouco tempo, depois Humberto Pinheiro Fontes
funcionário do Departamento de Economia Agrícola do Ceará, depois funcionário do Ministério da Agricultura e contador, casado com D. Maria do Carmo (Carmelita) de Alencar Oliveira, e filhos: Eduardo Fontes, funcionário do Tribunal de Contas do Ceará, casado com D. Marineide de Alencar Reis, funcionária da Previdência Social, aposentado, foi para o Tribunal de Contas do Município; Ângela Maria, professora e advogada no Piauí, casada com Francisco Leôncio Sales, médico, Roberto Fontes (falecido), Expedita Fontes, (falecida), Ernesto Fontes, funcionário da Previdência Social, Maria Helena Fontes, psicóloga e assistente social da Previdência Social casada com Jaime Cunto Machado, comerciante; Euclides Rezende de Melo, funcionário da ótica Sansão, casado com D. Bembem e seus filhos: Maria Marne, funcionária da Secretaria de Educação do Estado do Ceará, Helio, agrônomo do DNOCS, Fernando, veterinário, José Tarcísio, engenheiro, Fátima, funcionária da Secretaria de Educação do Ceará; Seu Jorge, carteiro do DCT, casado com D. Luiza, tinham uma filha, Maria, paraplégica; Seu Alfredo, funcionário de uma serraria, casado com D. Elita, sem filhos; João Batista Carneiro, carteiro do DCT, casado com D. Cirila, filhos: Wagner Carneiro, coronel 
dentista do Exército, Zélia, professora e Antônio Carlos, falecido; depois D. Lélia e seu irmão Sebastião; em seguida Francisco Hindenburg Carneiro Vasconcelos, comerciante, casado com D. Antônia de Alencar Oliveira, professora, filhos: Elba, psicóloga, Diva, Hugo, comerciante, 
Nilo, construtor, Ciro, comerciante, Elmo, comerciante; Iara, Iêda. Antes do Hindenburg moraram no mesmo local três inquilinos; vizinho morava D. Nenen Braga Arrais (viúva do coletor estadual Políbio Arrais), e seus filhos: Artemilton Braga Arrais, Artemísia, farmacêutica, Azemita, professora e Amaí, médica; posteriormente foram morar na rua Padre 
Francisco Pinto; logo após, o Sr. Raimundo Gurgel Nogueira, casado com D. Hermila, filhos: José Carlos, funcionário do Banco do Brasil, e Carmem casada com farmacêutico José Arthur de Carvalho; vizinho morava Seu Benone, comerciante, casado com Dona “Dijeso”, filhos: 
Bosco, Zélia e outros; Seu Benone era muito conhecido no bairro porque todos os anos queimava um “judas” muito grande e bem feito no sábado da Aleluia, em frente a sua casa, no Parque da Gentilândia. Na última casa do quarteirão morava D. Leonília (viúva) com seu filho Plácido Gurgel Nogueira, inspetor do DCT.


Casa padrão das ruas Nossa Senhora dos Remédios e algumas da
Rodolfo Teófilo - Arquivo Pedro Alberto de Oliveira Silva

A rua Nossa Senhora de Lourdes foi uma das primeiras a ser construídas na Gentilândia e não tinha calçamento, mas era bem arborizada. A maioria das casas era simples. Pelo lado norte existia um quarteirão muito grande onde se concentrava a maioria delas. No quarteirão oposto havia uma pequena travessa, sem nome (atualmente é Padre Guilherme Waessen), onde existia um pequeno terreno como um recuo e em um lado dele havia três casas muito pequenas: em uma delas moraram dois conhecidos o Jeová e o Josias e seus pais. Nas outras duas residiam operários da Vila Gentil, dentre elas a que morava o Seu Nicolau; chefe deles. Mais na frente, havia mais um terreno recuado com três casas, melhores
que as anteriores, em uma delas morava o Sr. Ferreirinha, casado com D. Aline, já referido quando tratamos da rua Rodolfo Teófilo. No lado norte, dentre outros, moraram: o Sr. José Vitorino Bandeira de Abreu, funcionário do IAPC, casado com D. Maria do Carmo e seus filhos: Célio, funcionário do IAPI, José, funcionário do DETRAN, Carlos (Boneco), funcionário do IAPI, Francisco, agricultor e Tarcísio, professor municipal; Manuel Rodrigues, empregado da Imobiliária José Gentil; o Sr. Genésio Meireles, comerciário, casado com D. Amélia, pais do José Armando Meireles, bancário; Planicka (Zezinho), treinador e juiz de futebol; José Mundola, casado com D. Nenen, foi motorista da família Gentil, logo depois Seu Públio já referido, e as famílias do Sr João Batista de Almeida, funcionário dos Correios e telégrafos, casado com D. Amélia e seus filhos: Gildo (Pizoldo) e uma irmã, Gema; depois
o Sr. Quariguazi da Frota, que possuiu um mercearia na esquina. A Vila Santo Antônio tinha fundos correspondente com aquelas casas da Rua São José do Tauape com as mesmas características. Em número de vinte e uma, naquela época, fi cava em frente da atual Praça da Feira da Gentilândia. Houve muita rotatividade de seus moradores. Dentre outras, lembramos a família do Tenente Lisboa, maestro da banda de música da Escola de Aprendizes Marinheiros, professor de Canto Orfeônico no Ginásio 7 de Setembro e outros ginásios. Era pai do conhecido radialista e cantor José Lisboa. Atualmente é nome de rua. Familiares do comerciante Galba Borges; o Sr. José de Athayde, antes residente na
rua Nossa Senhora dos Remédios, o Sr. Fleury Linhares, funcionário da Prefeitura de Fortaleza e outros.


Casa padrão da Vila Santo Antônio, nas ruas São José do Taupe e Santo
Antônio - Arquivo Pedro Alberto de Oliveira Silva

A rua Adolfo Herbster limite da Gentilândia pelo lado sul, possuía cinco quarteirões. O primeiro começando pela avenida Visconde de Cauipe, tinha vinte e duas casas, do mesmo padrão daquelas da Travessa Sobral. Existia no meio dele um pequeno bar de propriedade do Seu Clovis, morador na Travessa Sobral. As casas localizadas no último quarteirão, começando pela rua Marechal Deodoro, talvez não pertencessem a Imobiliária José Gentil. Mas estava a ela ligado historicamente. Na esquina dessa rua existiu a tradicional bodega do Seu Rabelo, onde se procurava o artigo que não era encontrado nas outras do bairro. Assim como a do outro Rabelo localizada no fim da linha do bonde do Benfica
Ainda nesse quarteirão moraram os irmãos René Gouveia de Miranda e Ronaldo Gouveia de Miranda, com relações de amizade no bairro, mas dele se desligaram quando partiram para seguir a carreira militar. O Ronaldo foi coronel do Exército e o Renê, como capitão, desligou-se do Exército e foi professor da UFC. Foram muitos os moradores da rua Adolfo Herbster; destacamos alguns: José Gomes de Figueiredo, dono de um bar em frente a casa dele, Porta Larga”. O Sr. Pedro Ciarline, engenheiro, casado, quando viúvo de D. Dina Mota Ciarline e pela terceira vez com D. Rosalva do Rego Monteiro. Dentre seus mais de vinte filhos registramos: Clovis, Moacir, Orlando, Rui, Mozart, Júlia, casada com o médico Quintílio de Alencar Teixeira, Carmem, Ernani, Norma, Max, Iolanda e outros; morou por último na Praça das Caixas d’Água, no começo da Avenida Visconde de Cauipe. Pedro Eugênio de Souza, pai do Carlos e do Pedrinho,conhecidos craques de futebol , Luciano e uma irmã, Terezinha. Raul Araújo, advogado, casado com D. Iracema. Jurandi Machado, o "Caranã”, funcionário dos Correios e Telégrafos. O Seu Pedro de Souza da Silva, o Pedrinho, 
o mais antigo barbeiro da Gentilândia, mudou-se depois para a Travessa Sobral, casou-se com uma moça que morava na Rua Adolfo Herbster. Tradicional dirigente do time Fortaleza, foi o Sargento (Tenente Coronel na reserva) Mozart Cavalcante Gomes, casado com D. Alzira, e seus filhos Moésio, professor, Mozart, funcionário dos Correios, ambos grandes “craques da bola”, Mozira e Marcos. Outros membros família do coronel Mozart Gomes residiram em vários locais da Gentilândia. Seu irmão mais velho Manuel, pai do Noésio, morou no primeiro quarteirão da rua Rodolfo Teófilo. Tentamos relembrar acontecimentos e nomes de pessoas e famílias que viveram na Vila Gentil, para que elas não desaparecessem da história do Benfica. Fizemos uma disquisição do bairro, com o material mais difícil de ser refeito: lembranças daqueles que foram testemunhas daquela época. A essência das coisas muitas vezes está nos detalhes. A quantidade de casas de toda Gentilândia era semelhante àquela que encontramos concentrada em poucos blocos de apartamentos de hoje, construídas em espaço bem menor. Entretanto, seus moradores pouco se conhecem. Os muros existiam mais para definir espaços do que para proteger. Os usos e costumes eram morigerados. Havia sanção social para quem fugia à regra. A civilidade não era um termo obsoleto. Uma mulher não viajava em pé em um ônibus quando estivesse um homem sentado: ele oferecia o lugar. Tínhamos uma aula de civilidade, uma vez por semana, na Escola Padre Anchieta. As pessoas geralmente tinham consciência da importância e interdependência com as demais na comunidade. A educação familiar era rígida. Quase todos se conheciam no bairro, principalmente aqueles da vizinhança. O comércio fechava na hora do almoço para as pessoas irem almoçar em casa. Depois que o serviço de bondes elétricos foi desativado, em 1947, os ônibus fizeram o transporte com eficiência. Às nove horas da noite as famílias costumavam se recolher em suas residências e acordavam cedo. Não havia grande dependência da eletricidade. O eletrodoméstico praticamente não existia, e não eram muitos os que podiam comprá-los. A renda familiar dos assalariados era pequena, como e também o supérfluo. Consequentemente não podia haver o consumismo. Materialmente, o que não existe ou não vemos não  desejamos. Portanto o pouco que existia contentava. Não era acomodação, mas sim uma realidade. Se eram felizes as pessoas que viveram naquela época somente elas poderiam dizer. Educação. As crianças e os mais jovens estudavam na Escola Padre Anchieta, ou um pouco mais longe, no Grupo Escolar Rodolfo Teófilo, localizado na avenida Visconde de Cauipe, em pequenas escolas municipais de primeiras letras existentes na redondeza, no Ginásio Americano, Ginásio Nossa Senhora das Graças, Ginásio Santa Cecília

Grupo Escolar do Benfica Séc. XX- O prédio atualmente abriga o FEAAC da UFC – Livro Terra Cearense 1925

Naquela época o ensino público e privado tinham a mesma qualidade. A tradição, os bons costumes e a civilidade eram adquiridos nos lares. As escolas e grupos escolares apresentavam-se como instrumentos importantes na complementação do que se aprendia no meio familiar. A maioria das mães era doméstica. O pai era o provedor, “chefe de família”.
Segurança. Apesar de a iluminação pública ser deficiente não era perigoso andar na rua tarde da noite. Mesmo assim, existia a Guarda Civil de Fortaleza, eficiente. Nos locais mais distantes havia a Cavalaria Militar fazendo ronda. Os arrombadores de casas residenciais e comerciais eram considerados muito perigosos, os batedores de carteiras, quando presos, eram notícia na página policial dos jornais. Indesejados eram os ladrões de galinha das casas que tinham quintal e criavam penosas. Outro furto costumeiro era o de latas de lixo que eram colocadas nas calçadas para o carro do lixo recolher. Essas latas que eram receptáculos 
para guardar querosene para venda, produto de grande consumo naquele tempo, tinham serventia para os ladrões fazer fogareiros especiais para as pessoas mais pobres. Quem não quisesse ser roubado, fazia vários furos antes de usá-las. Saúde. A medicina era muito limitada. A maioria dos medicamentos conhecidos atualmente não existia. Dentre eles os antibióticos. As mezinhas tradicionais feitas com produtos naturais eram muito usadas. 
Alguns mais avançados conheciam os remédios homeopáticos. Não foram muitos os médicos que moraram na Vila Gentil (Dr. Pinheiro, Dr. Mário de Assis, Dr. Luiz Gualter de Alencar Araripe, Dr. Leiria de Andrade, Dr. Pamplona, Dr. Honório Correia Pinto, oftalmologista). Esse dois últimos, residiam no rua 13 de Maio. O atendimento domiciliar era costumeiro. 
As mulheres davam à luz assistidas por “parteiras diplomadas”, por sinal muito competentes. O parto era considerado um procedimento perigoso. A mulher, quando podia, passava uma semana na cama e um mês de resguardo, comendo galinha. O comércio dessas aves é um caso a parte.  Aconselhava-se que ela comesse muito doce, para criar leite. A Farmácia Arthur de Carvalho era a única existente no bairro. Concentravam-se mais no centro da cidade. Entretanto, não demorava muito para chegarmos lá. O trânsito era livre. A Santa Casa de Misericórdia dedicava-se ao atendimento de pessoas carentes. A Assistência Municipal de Fortaleza era eficiente nos atendimentos de emergência, como o Centro de Saúde, localizado na rua General Facundo, esquina com a Praça José de Alencarno atendimento médico em geral à população de Fortaleza. Não existiam shoppings ou supermercados. Como em toda a cidade, as numerosas mercearias e bodegas, localizadas em esquinas, vendiam para as residências o essencial dos mantimentos necessários. O leite era comercializado in natura nas residências por leiteiros montados em burros e depois em um entreposto de venda de leite, localizado na rua Padre Francisco Pinto. Tradicional no bairro foi “Seu” Oscar que vendia o dele, trazido de uma vacaria localizada nos fundos onde atualmente existe o Centro de Cultura Francesa da UFC, na Avenida da Universidade. O pão era vendido por padeiros diretamente nas casas, ou nas bodegas. Quem trabalhava no centro da cidade podia trazer esse alimento para casa. Por não ser generalizado o uso de geladeiras, a carne verde, já pesada, em porções de meio, ou quilo era vendida por carniceiros ambulantes que vinham em burros portando depósitos especiais onde eram guardadas, ou em alguns açougues do bairro. Os figueiros, do mesmo jeito vendiam fígado e miúdos de bois. O Matadouro Modelo de Fortaleza ficava próximo da Gentilândia, logo depois da Lagoa do Tauape, o que facilitava esse comércio. A comida era cozinhada em fogões de lenha ou de carvão e posteriormente em fogões a querosene. Algumas bodegas vendiam lenha. A água potável era transportada em quatro barriquinhas, de madeira ou de zinco, no lombo de jumentos por aguadeiros trazida de um poço profundo localizado na rua Marechal Deodoro, pertencente ao negociante Zuca Accioly. Essa água não era tratada, sendo guardada em potes de barro, do qual era passada depois para quartinhas ou filtros. Comprava-se verduras diariamente aos verdureiros e não havia variedade delas. Os ovos de galinha eram também vendidos pelo vendedor de ovos, e não era um produto disponível facilmente. 

Fotografia de antigos moradores da Vila Gentil. Sentados: Fátima Gondim, Elisanda, Joceleida, José Maria, José Elislande; em pé: Jacques, José Mário, Abiano, Vicente,
Luciano, Elmo, Edgard, Rany, Luis Carlos, e Pedro Alberto (Pierre) - Arquivo Pedro Alberto de Oliveira Silva

Era comum nas casas que possuíam quintais haver galinheiros. Os pedintes de esmolas, que não eram numerosos, geralmente portavam três sacos de pano de tamanhos diferentes, um dentro do outro, onde colocavam as doações; farinha, arroz, feijão, banana, bolachas e pão sêco. Em um pequenino, guardavam as moedas recebidas geralmente de 100 réis (um tostão), 200 réis, 400 réis (um cruzado), ainda em uso naquela época, correspondendo a 10, 20 e 40 centavos de cruzeiro. Essa foi uma pequena memória histórica da Vila Gentil.


A Vila Gentil I
A Vila Gentil I
A Vila Gentil III  


Crédito: Revista do Instituto do Ceará - 2010 
A Gentilândia e o bairro do Benfica de 
Pedro Alberto de oliveira Silva 
(Sócio efetivo do Instituto do Ceará)

quinta-feira, 22 de março de 2012

As diversas reformas da Praça do Ferreira


Após a sua criação a Praça do Ferreira, passou por varias reformas - a partir de 1902, na gestão do Cel. Guilherme César da Rocha; além de arborizar cercou o centro com grades de ferro e construiu nele o famoso "Jardim 7 de Setembro".

O Jardim 7 de Setembro - Arquivo Marciano Lopes

Com o pagamento das indenizações aos proprietários das casas e sua conseguinte demolição, recebeu várias denominações a começar por:1. Feira Nova; 2. Largo das Trincheiras; 3. Pedro II; 4. Do Ferreira; 5. Municipal; e 6. Do Ferreira, que ainda continua. Em 1914, quando o Prefeito Raimundo de Alencar Araripe, a praça foi reformada, recebendo iluminação moderníssima, tendo os cabos condutores - que era moderno - instalação subterrânea.


Praça do Ferreira em 1919 com o Café Elegante - Arquivo Nirez

Década de 20

Início da década de 30

Coreto e Retretas

Em 1920 - nova reforma se deu quando foi eleito pela primeira vez o Prefeito Godofredo Maciel. Este mandou demolir os quiosques "Café do Comércio", "Café Iracema", "Café Elegante e "Café Java", o mais antigo, pois data de 1886 e que se constituía no principal ponto de reunião da elite da cidade e dos famosos intelectuais da Padaria Espiritual. - Ainda na sua gestão mandou construir não bem no centro, mas um pouco deslocado para o lado sul da praça, um "célebre coreto", considerado na época "o coração cívico da cidade", para se instalarem os músicos das bandas das Policias do Estado e do Município, levando efeito semanalmente as tradicionais e concorridas retretas que agradava o público.

Praça do Ferreira em 1930

O coreto na Praça do Ferreira - Arquivo Nirez

Praça do Ferreira em 1934 - Arquivo Jaime Correia 

Em 1924, quando novamente eleito Prefeito Municipal o Dr. Godofredo Maciel, fez pequena reforma. Em 1932 - Quando Prefeito Dr. Raimundo Girão, dentre outros melhoramentos mandou derrubar o coreto e construir em substituição a "Coluna da Hora", colocando um relógio de 4 (quatro) faces (lados) que servia de orientação para todos os lados da praça. A inauguração se deu em 31 de dezembro de 1933, quando começava o ano de 1934.

Praça do Ferreira em 1934 - Arquivo Nirez

Praça do Ferreira em 1937 – Arquivo Carlos Juacaba

Nova colocação de confortáveis bancos de madeira com suporte de ferro, com iluminação de arandelas em forma de cruzeiro, os canteiros ornamentados com pés de fícus benjamins, em formato de animais emas, garças, pássaros - por entre as alamedas.

Sai o Jardim

A reforma por iniciativa do Prefeito Dr. Raimundo Alencar Araripe em 1941, para o inicio do ano de 1942, a praça foi modificada no seu aspecto geral. Foi retirado o Jardim 7 de setembro reservada aos pedestres, aumentando a área para transito de veículos. Foram transferidas as paradas de ônibus do Benfica, Prado, Jacarecanga, da área norte da praça, para o lado leste, alargado a faixa à já existente, resolvendo naquele logradouro o problema de transito, bem como a iluminação instalada provisoriamente em 1935, na interventoria do Cel. Felipe Moreira Lima, com postes pré-moldados e globos de luz que dava graça e beleza a praça.


Abrigo Central na Praça do Ferreira /Rua Guilherme Rocha - 1950


Foram abertas alas para pontos de automóveis de aluguel (táxis) carros de passeios (particulares). Em 1969, a Prefeitura Municipal de Fortaleza, tendo a frente o engenheiro José Walter Cavalcante, mandou demolir a primitiva praça do Ferreira, construindo outra que não teve boa aceitação por parte dos fortalezenses em geral.

Praça do Ferreira depois da reforma da década de 60 - Arquivo Livro Viva Fortaleza 1950-2010 

Praça do Ferreira em 1969 – Arquivo Eliezer Freitas

Praça do Ferreira em 1972

Não bastava a fissura que modificara a parte norte da praça compreendendo a rua Guilherme Rocha, onde funcionou o prédio da Intendência e diversas lojas, dando lugar ao "famoso abrigo central" construído na administração do Prefeito AcrísioMoreira da Rocha, anteriormente o povo o elegera em 1947 e em 1955 pela 2ª vez, quando imprevidentemente assinou decreto demitindo 500 (quinhentos) funcionários do município, o que causou muito repúdio. Ressalte-se que, na sua primeira administração, mandou retirar os bondes da cidade e arrancar todos os trilhos que circulavam na Praça do Ferreira, Guilherme Rocha adjacências e demais linhas, ficando a cidade órfã dos melhores e inesquecíveis transportes.
Os passageiros saudosos que moravam nos diversos bairros ficaram privados dos bondes, nenhuma função administrativa para o gerente da Ceará Ligth - o inolvidável Mister Hull, que residia no lindo Palacete da Praça Cristo Redentor com Av. Monsenhor Tabosa e Av. Dom Manuel, na descida da Igreja da Prainha, mais tarde demolida para alargar a Av.Almirante Jaceguay (subida da Igreja da Prainha) e teve que voltar a sua pátria, após conviver uma grande parte de sua existência aqui em nossa terra, onde fez, evidentemente, muitos amigos.


Uma homenagem

A Praça do Ferreira é uma homenagem ao Boticário Ferreira - *Antonio Ferreira Rodrigues nasceu no ano de 1804, na cidade de Vila Real da Praia Grande, hoje cidade de Niterói - Rio de Janeiro. Filho de Antônio Rodrigues Ferreira e de *D.ª Marcolina Rosa de Jesus. Farmacêutico vindo de fora, que se instalou na praça, bem precisamente na rua Major Facundo lado poente, por alguns anos Farmácia Boticário Ferreira, mais tarde Farmácia Galeno do farmacêutico Sr. Yoyô Fonseca - Joaquim Studart da Fonseca, filho do Cel. João da Fonseca Barbosa e Leonisia de Castro Studart da Fonseca.

Farmácia Galeno na Major Facundo/Praça do Ferreira- Foto restaurada por Sidney Souto

Por muitas vezes palco de grandes eventos políticos, comícios, apresentações de artistas, comemorações por parte do Governo Estadual e Municipal, Showmício, e, na administração do Prefeito Juraci Magalhães, por motivo de comemoração da administração municipal - fez imenso bolo em volta da praça cujo tamanho representado em 278 metros de comprimento, correspondente ao tempo de fundação da Cidade de Fortaleza (1726-2004) - 278 anos de aniversário de fundação Dos Cafés. Existiam na praça quatro quiosques que se denominava "Café do Comércio", "Café Iracema", "Café Elegante" e "Café Java" - o mais antigo, pois data de 1886 e se tornara o principal ponto de reunião da fina flor da cidade, e dos famosos intelectuais da Padaria Espiritual.

Reforma da Praça do Ferreira - Arquivo Edimar Bento

Hoje, no mesmo local, há um relógio com estrutura de ferro aos moldes do antigo relógio (montado sobre alvenaria) ao lado de antigo cacimbão, existente desde o inicio da praça exposto a visitação pública.
A Praça do Ferreira, foi e será sempre a sala de visita da cidade para nós fortalezense e, para todos que aqui chegam. Sua posição geográfica, lembranças históricas conhecida como cidade hospitaleira e agradável aos visitantes e adventícios que por aqui aportavam sob intenso calor, mas recebem a noite a aragem que vem do "Aracati" amenizando o calor do dia, tornando suave as noites e aprazível os momentos de descanso sentados no banco da praça.

Reforma da praça – Arquivo Arnaldo Pinheiro

Quase duas décadas de existência

O Abrigo Central teve pouco tempo de duração permanecendo apenas por 18 (dezoito) anos de serventia quando se transformou num reduto para abrigar pessoas desocupadas, que ali faziam seu ponto de permanência. Foi demolido para dar maior espaço e 'beleza' à Praça, na administração do General Murilo Borges em 1963/67, merecendo essa iniciativa muitos aplausos por parte dos munícipes. Por falta de cuidados higiênicos para melhor conservação do espaço, que se desgastou pelo próprio uso e descuido de manutenção não tardou a deterioração daquele arcabouço mal cuidado, teve pouco tempo para marcar, assim, história na nossa Cidade.

O Abrigo Central, serviu ainda de palco para memoráveis acontecimentos, outros tipos de manifestação cívica ou popular, quando ali tinha começo e término. Trouxe também imorredouras lembranças ao tempo em que a rapaziada saía das festas dos Clubes Náutico, Maguari, Massapeense, Comercial, ou das casas noturnas quando das visitas às "horizontais" e ou "damas da noite", moradoras nas pensões altas ou alegres, Bar da Alegria, Boate Guarani, Monte Carlo, se dirigiam ao Abrigo Central, onde somente o "Pedão da Bananada" permanecia com boxe aberto atendendo aos que ali se dirigiam para um "lunch" que invariavelmente consistia de um pequeno pão, recheado com folhas de alface, carne moída e uma fatia de tomate, o que era realmente confortante para quem passara noite a perambular além dos clubes, percorrendo as casas das "borboletas noturnas", "damas da noite", "grinfa", "mulher de vida fácil" ou mesmo "mundana", "chamego", "rapariga" ou ainda "mulher fatal", que ficava a espera do gigolô, por ser o amor preferido para, então, se recolher na alcova do bordel.

Última reforma da praça, com um de seus arquitetos e o secretário de cultura da época. Gerardo Barbosa

Era nesses fins de noite, que grupo de rapazes se reuniam e passavam a discutir suas aventuras e peripécias escolhendo os recantos do Abrigo, por esperar o sinal de partida do último ônibus que saía da Praça à meia- noite para os diversos locais da nossa cidade.

Outros saíam das casas noturnas - como Bar da Alegria, Pensão Império, Pensão Ubirajara, "Zé Tatá", Pensão da Zeca, Pensão Estrela, Pensão da Cristalina, Pensão da Graça, onde se perpetrou hediondo crime do "Idalino" - jogador e amante da Graça, gravando na lembrança de todos - e para sempre - tão horripilante acontecimento.

Fonte: Diário do Nordeste


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