Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

As atividades de lazer em Fortaleza na época da Belle Époque ´Parte I

 

Lagoa do Garrote no Parque da Liberdade. Arquivo Nirez

Em 1865 e 1870, entra em cena um novo código de posturas de Fortaleza, estes tinham por objetivo prever normas disciplinares a população e impor medidas saneadoras, principalmente aos mais pobres, que era vistos como os agentes insalubres da cidade.

O código de 1870, era um instrumento de disciplina e permitia vislumbrar os efeitos limitados da remodelação espacial no controle das condutas.

Algumas medidas que o código impôs foram mencionadas por Campos, no código de 1865, além de mencionar “alinhamento, limpeza, desempachamento das ruas, praças”, traz também disciplinarização de “os curtumes, salgadeiras, estabelecimento de fabricas, depósitos, manufacturas, e tudo quanto possa alterar a salubridade pública”. (CAMPOS COSTA, 2002 p.67).


Lagoa do Garrote nos anos 30

Além disso, o código de 1870 trazia um artigo com o título: “Medidas Preventivas”, que mencionava sobre “bulhas, vozerias obscenidades e ofensas a moral” e proibia as pessoas de se banharem a luz do dia na lagoa do Garrote ou no Pajeú, por exemplo, ou outros lugares expostos sob pena de punição.

De fato, afastar os pobres era o principal objetivo das elites, pois estas os viam como:

Ignorantes, sujos doentes e perigosos e por isso os discriminavam. Os ricos achavam que a população pobre enfeava o embelezamento e a modernização que estavam realizando em Fortaleza para o próprio bem estar, lazer e cultura. Aos pobres era dificultado o acesso aos melhoramentos implementados nas cidades naquele período. (SOUZA; PONTE; LOPES, 2007, p.80).


Riacho Pajeú - Acervo O Povo

É exatamente neste cenário que o afrancesamento invade totalmente a cidade e muda completamente o cotidiano de seus habitantes...

Como outras cidades que se desejavam civilizadas, Fortaleza tinha Paris como referencia de modernidade. Assim, a capital foi arrebatada por uma febre de afrancesamento. Ser moderno era acompanhar as modas vindas de Paris, usar expressões em francês, abrir lojas com nomes franceses [...]. (PONTE, 2009, p.76)

Era comum que as pessoas usassem expressões em francês para se cumprimentarem, as lojas tinham nomes franceses, as roupas eram totalmente inspiradas na moda francesa. Um fato curioso chama a atenção para esta onda de afrancesamento na cidade. Havia no centro da cidade um quiosque de vender garapa de cana-de-açúcar. Seu dono era conhecido como Bembém Garapeira, famoso por sua irreverência e humor. Com o afrancesamento da cidade por todos os lados, de tanto ouvir falar na França, Bembém resolveu ir até lá e conferir de pertinho o porque de todo aquele alvoroço em Fortaleza. Juntou dinheiro e viajou até Paris. O relato mais famoso da viagem de Bembém foi feitor por Otacílio de Azevedo e diz o seguinte:

Bembém foi e voltou radiante. Lamentava apenas ter ido tarde, não podendo assistir à decapitação de Maria Antonieta... “Aquilo é que é cidade! Dizia entusiasmado – No hotel onde me hospedei todo mundo falando fui obrigado a escrever meu nome. Como a língua era outra, escrevi:’ BienBien’ e, mais embaixo: ‘Garapiére’. E completava: ‘Olhe, lá eu só andava com um homem chamado Cicerone, que sabia português como eu. Terra adiantada aquela: todo mundo falando francês, até mesmo os carregadores Chapeados, as mulheres do povo e as crianças! ‘Bembém não se cansava de falar da França e completava declarando que lá, a única palavra que ouvira em português fora ‘mercibocu’... A conselho de um intelectual ‘perverso’, mandou imprimir um cartão para distribuir com amigos e fregueses: BIEN – BIEN – GARAPIÉRE – Fortaleza – Ceará. (AZEVEDO apud PONTE, 2010, p.156).


Registro de 1907, da antiga Praça José de Alencar, com a Garapeira do Bembém e o Mercado de Ferro. Hoje é a conhecida Praça dos correios (Praça Waldemar Falcão).

No Rio de Janeiro o aformoseamento e embelezamento dos logradouros fez com que o governo tomasse como medida o Bota- Abaixo, expulsando os pobres dos cortiços, que em seguida foram demolidos. Esta medida foi vista como símbolo de civilização, e em todos os cantos circulava a manchete “o Rio civiliza-se”, este fato em Fortaleza é semelhante com as construções dos Asilos da Mendicidade e da Parangaba, para abrigar mendigos, refugiados, loucos e outras figuras que representassem insalubridade a cidade e pudessem afastá-los do perímetro central, que agora estava reservado ao desfrute das elites que começavam a criar o hábito de sair de casa. Com isso pretendia-se manter os pobres sob o olhar vigilante da repressão, e em 1925, era publicado um artigo na revista Jandaia com o título “Fortaleza civiliza-se”.

As duas cidades por terem climas quentes, também foram cenários para o desfile de trajes que foram criados para serem usados na Europa, mas mesmo tendo que encarar o calor, a elite o fazia com classe não importando o desconforto que sentiam.

Tanto Rio como Fortaleza possuíam Passeio Público, embora na fala de José Pereira, um dos personagens de A Normalista, o dos cariocas não se comparava ao da capital cearense em beleza, e afirmava: “O Passeio Público? dizia ele; o Passeio Público é um dos mais belos do Brasil e a coisa mais bem feita que o Ceará possui. Que vista, [..] Nem o Passeio Público do Rio de Janeiro!”.(CAMINHA, 1997, p.89).

Outro fato bem semelhante foi os surtos da epidemia de varíola que contaminaram as cidades, no Rio de Janeiro chegou-se ao impressionante índice de 52/1000 mortes enquanto que Fortaleza o surto gigantesco da doença chegou a enterrar mais de 1000 pessoas em um dia, ocorrência que ficou conhecida como o dia dos mil mortos.

O Dia dos Mil Mortos - Em 1877, em um intervalo de apenas dois meses, morreram, em Fortaleza, 23.378 pessoas e, no ano seguinte, 24.849, vítimas da varíola que atingia os habitantes da cidade e os retirantes da seca que ocorreu na época. A cidade estava lotada de retirantes. Em um só dia, chegaram a ser enterradas 1004 pessoas, vítimas da assombrosa doença; era o dia 10 de dezembro de 1878, que ficou conhecido como “o Dia dos Mil Mortos”. Foto: 1877 - Flagelados na Estação de Iguatu.


A semelhança entre as duas capitais é tanta que fica até difícil encontrar algo a que as diferencie, a não ser pelo fato de o Rio de Janeiro ser a capital do Brasil.

Mas, embora fosse capital, Fortaleza destacou-se por decretar a vacina obrigatória contra a varíola em 1892, fato que só ocorreria 12 anos depois no Rio de Janeiro e que provocou a Revolta da Vacina.

A conclusão que se chega é que tanto Rio de Janeiro quanto Fortaleza tiveram suas semelhanças e diferenças em relação ao período, mas fica claro que as semelhanças entre as duas cidades são bem maiores quando compara-se as capitais.


Parte II

Parte III


Crédito: Artigo 'As atividades de lazer na Fortaleza Belle Époque' de Kamylla Barboza Evaristo



quarta-feira, 7 de julho de 2021

30 anos da Mega imóveis com Inovação

 

Sócios-fundadores: Tarcísio Porto e Walmar Costa


Como tudo na vida passa rápido, assim, também o foi para a MEGA IMÓVEIS, que completa em 2021 seus 30 anos de história de empresa consolidada, genuinamente cearense e de primeira geração, tendo como sócios-fundadores Tarcísio Porto e Walmar Costa, com cinco sedes estrategicamente localizadas na cidade de Fortaleza e uma em Juazeiro de Norte (CE), acompanhando todo o crescimento pujante da Região do Cariri.

Desde o início de suas atividades no ano de 1991, através da instalação de sua primeira sede, localizada na Avenida Bezerra de Menezes, zona oeste desta Capital, a missão e o propósito perseguidos por seus Diretores sempre foi a busca incansável da satisfação ao cliente inquilino e proprietário, mirando garantir-lhes mais facilidades e praticidade na hora de alugar e vender imóvel, investindo, para tanto, nas melhores ferramentas e tecnologias necessárias.

Assim, tendo vivenciado a empresa, durante essas três décadas, todas as fases de evolução no seu segmento até chegar na maior transformação digital dos últimos anos, com o consumidor buscando cada vez mais facilidades ao contratar serviços, que se acentuou de forma expressiva, neste momento pandêmico, a MEGA IMÓVEIS, reconhecida com uma das mais tradicionais imobiliárias do estado do Ceará, vem se notabilizando como uma das poucas que consegue dar a melhor resposta na simplificação do processo de locação. Como efeito disso, segundo o sócio-diretor Tarcísio Porto, aquela burocracia sofrida pelo interessado em alugar imóvel, como na sua localização e acesso, no trabalho exaustivo de encontrar fiador, aliada a perda de tempo em cartórios, afirma ele, que tudo isso é coisa do passado recente, pois, todo esse caminho, do atendimento até a assinatura do contrato, resolve-se de forma virtual e célere na empresa.

Nessa linha de avanço tecnológico, a MEGA IMÓVEIS foi a 1ª imobiliária do Estado do Ceará a adotar o omnichannel, uma estratégia de atendimento que integra todos os canais de comunicação online da empresa, o que representa não só uma inovação, mas também, uma resposta à demanda por uma experiência de atendimento mais completa e com menos barreiras. Com isso, é possível estreitar e aprimorar a relação com os clientes e garantir mais celeridade e eficiência.

Inovação, sempre foi uma palavra de uso diário e prática constante dentro da empresa. O sócio-diretor Walmar Costa vaticina como exemplos de avanços e simplificações nos serviços disponibilizados aos seus clientes, os seguintes produtos:

1) Assinatura digital dos seus contratos, sem custos e deslocamentos necessários a cartórios, gerando rapidez e agilidade a todos que desejam alugar um imóvel;

2) Novas modalidades de garantia, além das tradicionais fiança pessoal e caução em dinheiro, a empresa apresenta as seguintes alternativas oferecidas aos seus pretensos locatários, tais como:

● Fiança Credpago - Análise de cadastro em menos de 1 minuto pela startup Credpago, com as menores taxas de mercado para o locatário, cuja efetivação poderá ocorrer através de boleto, transferência PIX e cartão de crédito;

● Seguro Fiança das seguradoras Liberty Seguros e Porto Seguro – Análise cadastral, simples, rápida e segura para o inquilino, que só precisa informar seus dados básicos, com resultado em poucos segundos;

3) Parceria com as empresas Picpay e Parcelinha Digital – A Mega Imóveis foi a primeira imobiliária do Ceará a firmar uma parceria com a PicPay, em meio ao momento delicado da pandemia do Covid 19 em 2020. Diante da aceitação da solução, logo em seguida, surgiu uma nova aliança com a empresa Parcelinha Digital, ambas disponibilizadas aos seus clientes inquilinos, que, por opção espontânea, poderão se livrar de uma eventual inadimplência indesejável e momentânea, mediante o seu pagamento em até 12 parcelas;

4) Adiantamento do aluguel aos proprietários em até 12 meses – Trata-se de mais uma parceria estabelecida pela empresa com a Securitizadora Bold Finance, que permite aos proprietários clientes da Mega Imóveis, terem adiantados os seus alugueis já contratados, em até 12 meses, sem precisar apresentar qualquer garantia, além das seguintes vantagens:

a) Zero risco de inadimplência, pois, se o inquilino não pagar, o proprietário não será cobrado;

b) A antecipação dos aluguéis é isenta de tributação;

c) Todo o processo de contratação é 100% digital, rápido e desprovido de qualquer burocracia;

5) Consultoria imobiliária Mega Prime – Os clientes Mega Imóveis contam com uma equipe especializada para tratar da gestão de imóveis, capacitada para lhes dar todo o suporte consultivo na melhor rentabilidade do seu patrimônio;

6) Equipe de manutenção – A empresa realiza o acompanhamento dos imóveis desocupados em sua carteira, a fim de avaliar a necessidade de possíveis reparos ou melhoramentos, objetivando facilitar e abreviar a sua locação, contando, para isso, com uma equipe técnica interna que cataloga os melhores profissionais para realização de tais serviços e com menor custo de orçamento;

7) Convênios – A Mega Imóveis agrega em sua estrutura um setor que trata dos convênios firmados com as entidades mais conceituadas em nosso estado, objetivando captar junto às empresas da construção civil as melhores ofertas e condições de negócios para os seus associados, além de outros benefícios previstos em contrato.

E não pensem que as novidades da MEGA IMÓVEIS 30 anos param por aqui, dizem os sócios Tarcísio Porto e Walmar Costa, que além da união societária sólida e amizade entre ambos, que supera o tempo de existência empresarial, pensam e comungam no pensamento de fé e otimismo que sempre reinou durante a trajetória da empresa, “que dias melhores sempre estarão por vir”, principalmente, depois de quase dois anos da pior crise mundial da saúde dos últimos 100 anos. E que venham mais 30 anos com muita saúde, inovação e expansão!

E, por último, os sócios não poderiam deixar de registrar os seus agradecimentos a Deus, o Senhor do Universo, por essa longa e perseverante caminhada até aqui, aos familiares que, com compreensão assimilaram as suas ausências nos momentos de trabalho mais prolongados, a todos os funcionários e colaboradores que vestem a camisa MEGA IMÓVEIS na labuta diária, além de expressar um destaque especial a todos os clientes e amigos que confiam na marca MEGA IMÓVEIS desde 25 de fevereiro de 1991. Muito obrigado!


➟ Sede Aldeota - Avenida Dom Luís, 300 - Lojas 138 a 140 – Aldeota;
 Sede Bezerra - Avenida Bezerra de Menezes, 2080 – B São Gerardo;
➟ Sede Montese - Avenida Professor Gomes de Matos, 692 – Montese;
 Sede Sul - Avenida Edilson Brasil Soares, 770 - Loja 1 - Edson Queiroz;
➟ Sede Cariri - Rua Catulo da Paixão Cearense, 135 - Loja 03 - Triângulo - Juazeiro do Norte/CE;
➟ Mega Prime - Avenida Dom Luís, 300 - l. 154 – Aldeota.

www.megaimoveis.com | 3055.1111 - 98613.1111




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segunda-feira, 5 de julho de 2021

Das Antigas - Os carregadores de Quimoas

Otacílio de Azevedo, em seu livro Fortaleza Descalça, nos conta que, antigamente, quando a capital cearense não tinha esgotos e quase não tinha calçamento, a não ser nas proximidades da Praça do do Ferreira, era costume de quase todas as residências encher de detritos fecais enormes barris de madeira (cuja exclusividade de fabricação parecia pertencer a Samuel Carão) e mandarem atirar o malcheiroso conteúdo nas proximidades da praia. Eram levados à cabeça por homens acostumados a esse anti-higiênico mister. Sim, acreditem!
Não faltava gente para executar esse malcheiroso trabalho de limpeza.  Em troca de algumas poucas moedas, os desempregados e sem tetos passavam de casa em casa recolhendo os restos da digestão dos outros.  Desciam rua abaixo, em direção ao mar, carregando na cabeça a fetidez da riqueza.  Muitos tinham que se embriagar, para poder suportar aquele trabalho sujo. 

Quimoeiro na antiga rua Formosa (Barão do Rio Branco) em 1915.

E lá saiam, rua afora, os Carregadores de Quimoas (era o nome que se dava ao depósito), enchendo da maior fedentina os lugares por onde passavam. Aquele horrendo vasilhame era uma séria ameaça não só à saúde, mas também aos brios de uma província que se dizia civilizada.

Cruzavam-se nas ruas os estranhos carregadores. E quando, cansados e bêbados, descansavam a barrica nas calçadas ou num providencial batente que lhes servisse de apoio…

À passagem dos quimoeiros havia grandes correrias, de homens, mulheres e crianças agarradas e arrastadas pelos pais. Portas e janelas fechavam-se com estrépito.
Quimoeiro na rua Floriano Peixoto, antiga rua Pitombeira
na década de 20.

Num tom de certo deboche, recheado de adjetivos substantivados, Otacílio de Azevedo narra o triste episódio de “Pisa-Macio”, um dos mais populares carregadores daquele malcheiroso lixo. 
"Certa ocasião, o “Pisa-Macio”, um dos mais populares quimoeiros, sujeito baixo e entroncado, amarelo, com profundas olheiras arroxeadas, passando com uma quimoa frente à Santa Casa de Misericórdia, quase morreu asfixiado; é que o vasilhame, muito velho e cheio demais, deslocou o seu fundo. A cabeça da vítima mergulhou completamente na matéria fétida. Diante daquela terrível situação, o infeliz corria, caía e levantava-se às tontas com a cabeça coberta pela barrica. Uma freira da Santa Casa, apiedada, arranjou dois trabalhadores que tiraram da cabeça do desgraçado, aos pedaços, a barrica arrebentada. A freira levou a vítima e mandou dar-lhe uma lavagem na cabeça. Três dias depois, o “Pisa-Macio” era cadáver."

Quimoeiro na então rua Pitombeira, atual Floriano Peixoto.

Ladeira do Gasômetro - Arquivo Nirez

De onde quer que partissem, os quimoeiros passavam obrigatoriamente pela frente da Santa Casa, descendo o calçamento que dava no velho Gasômetro, rumo à praia. Ali chegando, o fétido carregamento era atirado ao mar, a barrica lavada e o homem voltava, passando pela antiga Rua Formosa, hoje Barão do Rio Branco.

Matéria do Jornal A Razão de 22 de fevereiro de 1930


Do tempo dos
"Tigres" 


Talvez você não saiba, mas essa "prática" vem desde o Brasil Império. Sim, durante o Brasil Império, o país era o maior território escravagista do Ocidente, com quase 5 milhões de africanos escravizados. Tal número representa cerca de 40% do total embarcado para as Américas.

Com a mão de obra escrava sendo utilizada em larga escala, foram os cativos, apelidados de "tigres", os responsáveis pelo recolhimento e despejo da urina e fezes de muitos moradores das cidades durante cerca de 300 anos.

Nessa época, a maior parte das casas não contava com banheiros, água corrente ou algum outro tipo de instalação sanitária. Por isso, os moradores das antigas cidades faziam as necessidades em penicos e outros recipientes de metal ou porcelana. Esses objetos ficavam sob as camas ou em armários até a manhã seguinte, quando eram esvaziados em grandes tonéis que comportavam todos os dejetos dos moradores da casa. Os grandes tonéis, por sua vez, eram carregados nas costas por escravos, que os levavam até o mar ou a algum rio e por lá os despejavam.
Parte do conteúdo, que continha ureia e amônia, vazava dos tonéis e deixava marcas brancas sobre a pele negra, parecidas com listras. Por essa reação química, as marcas se pareciam com as do animal — daí o apelido em tom pejorativo dos "tigres" ou "tigrados".

O cheiro dos tonéis, obviamente, não era agradável e fazia com que as pessoas não se aproximassem dos "tigres" enquanto os carregavam.

A pele ficava listrada, com alternância de faixas pretas e outras descoloridas pela ação química dos dejetos. 





Otacílio de Azevedo, In: Fortaleza Descalça – Coleção Alagadiço Novo – Universidade Federal do Ceará – UFC – 2ª edição – 1992. / BBC News|Brasil


terça-feira, 8 de junho de 2021

Deixa eu te contar...


Em 1941, Manuel Olímpio Meira (Mais conhecido por Jacaré) e mais três jangadeiros - Mestre Jerônimo (Jerônimo André de Souza), Tatá (Raimundo Correia Lima) e Manuel Preto (Manuel Pereira da Silva) - saíram do Ceará com destino ao Rio de Janeiro. Foram reivindicar junto ao Governo de Getúlio Vargas, melhores condições para a comunidade de pescadores de sua região, tentando fazer com que sua profissão fosse reconhecida e os pescadores pudessem obter seus direitos trabalhistas.

segunda-feira, 7 de junho de 2021

As atividades de lazer em Fortaleza na época da Belle Époque


Av. Visconde de Cauipe nos anos 20. Acervo Fco Olivar

Na segunda metade do século XIX, Fortaleza finalmente se consolida como uma das cidades mais desenvolvidas do Ceará e principal centro urbano econômico do Ceará e neste cenário de transformações, a capital também é inserida na Belle Époque
Segundo Sebastião Ponte, “No que concerne a Fortaleza essa pretensão remodeladora desenvolve-se a partir de 1860, impulsionada pelo aumento da exportação algodoeira verificada à época” (PONTE, 2007, p.163). 

Rua Conde D'Eu nos anos 20.
Isso porque os Estados Unidos estavam em plena Guerra da Secessão e a “demanda de algodão norte americano foi suspensa temporariamente para Europa, aumentando a procura pelo algodão cearense” (PONTE, 2007, p.163). 
Fortaleza era no final do século 19, o principal centro urbano do Ceará e um dos oito primeiros do Brasil. A partir de então Fortaleza entra num processo de reforma urbanística e de “civilização”, e civilização naquele momento representava modernidade e progresso como afirma o historiador Paulino Nogueira, Fortaleza mais parecia uma “fênix renascida, cheia de mocidade e encantos” (NOGUEIRA, apud PONTE, 2007, p.45), pois agora tinha: 

Passeio Público, praças arborizadas, templos majestosos, edifícios elegantes, tantas e tantas ruas alinhadas, calçamento, iluminação a gás, linhas de bondes, carros de aluguel, hotéis, quiosques, clubes prado, corrida de touros, a cavalo e à bicicleta, quermesses bazar e demais novidades. (NOGUEIRA, apud, PONTE, 2010, p.45).

Passeio Público

Depois das reformas urbanas, a cidade agora estava irreconhecível, diferente do que se conhecia há pelo menos 50 anos atrás. Fortaleza antes era uma “cidade muito pequena,... de ruas tortuosas e casa ordinárias, apresentava um aspecto desagradável ao passageiro que a via...” (KIDDER, apud CORDEIRO, 2007, p.136).

Segundo Kidder, agora a cidade tinha um "progresso espantoso, já [era] uma grande e bela cidade, tinha magníficos edifícios, quartel militar, casa de caridade uma grande cadeia e uma catedral magnifica” (KIDDER apud CORDEIRO, 2007, p.136).

Sebastião Ponte afirmou em se livro Fortaleza Belle Époque que “tais reformas visavam alinhar os centros urbanos locais aos padrões de civilização e progresso disseminados pelas metrópoles europeias” (PONTE, 2010, p.17).

Fortaleza nos anos 20. Detalhe para o belo bangalô ao fundo. 

Seguindo ainda esta afirmativa Ponte revela ainda que:

Em Fortaleza, o movimento de remodelação urbana impulsionou-se com o Mercado de Ferro (1897), o “arfomoseamento” das principais praças (1902-3) e a construção do requintado Theatro José de Alencar (1910). A onda remodeladora acabou por conferir à zona central da cidade um harmonioso conjunto urbano, complementado com a edificação de mansões, prédios públicos e dois grandes cinemas – em sua maioria, construções marcadas pelo ecletismo arquitetônico, estilo então em voga no País (PONTE, 2010, p. 20).

Teatro José de Alencar

Para dá inicio a essas novas reformas urbanas em 1875, o arquiteto Adolfo Hebster é contratado para desenhar a nova planta da cidade de Fortaleza seguindo o modelo em traçado xadrez elaborado por Silva Paulet em 1818 e inspirado no modelo do Barão de Haussman feito anteriormente em Paris e conforme o autor Ponte (2010):

Praça da Lagoinhas. Ao fundo vemos a Av. Imperador

Apesar de não ser um projeto inteiramente original, [...], tratava-se de um estudo decisivo para a capital dali para frente, pois ampliava-lhe o traçado para além de seus limites de então e conferia-lhe 3 boulevards (as atuais avenidas do Imperador, Duque de Caxias e D. Manoel) margeando o perímetro central. A finalidade de tais avenidas era, num futuro breve, facilitar o escoamento do movimento urbano, [...]. Por seu lado, o principal objetivo da nova Planta era disciplinar a expansão de Fortaleza, o que, de fato, consegue, pelo menos até 1930. 

Avenida Dom Manuel - Arquivo Nirez

Seguindo este pensamento o governo propôs medidas saneadoras e higienistas, além de adotar um código de posturas que determinava normas e hábitos que deveriam ser adotados pelos fortalezenses, tudo isso inspirado no modelo europeu.

Aliás, o enxadrezamento da cidade era uma das medidas higienistas que expressavam a necessidade de amplos logradouros que facilitassem a circulação das correntes de ventos, pois o ar contaminado era considerado como o principal disseminador das mais terríveis doenças epidêmicas.

Quimoeiro na rua Floriano Peixoto, antiga rua Pitombeira 
na década de 20.

Quimoeiro na Floriano Peixoto
Como principais medidas saneadoras houve a construção dos espaços destinados ao lazer, assim como houve a construção de asilos, cemitérios afastados da cidade, para se evitar a contaminação do ar e o afastamento dos mais pobres do perímetro central.
Mas mesmo com tantas medidas “preventivas” a população não podia prever que o surto de varíola e outras doenças dizimariam boa parte dos habitantes da cidade, por conta das contaminações pelo precário sistema de esgoto, aliás, na verdade nem existia sistema de esgotos, o que existiam eram as fossas domésticas nos quintais das casas, e quando enchiam essas fossas eram esvaziadas pelos “quimoeiros” conhecidos assim por transportarem os dejetos em depósitos chamados quimoas, estas figuras eram responsáveis também pela disseminação de doenças, pois quase sempre estavam bêbados e deixavam cair parte dos dejetos pela cidade, espalhando o mal cheiro e contaminado o ar, além disso, tudo era despejado no mar. (PONTE, 2007).

Em 1865 e 1870 entra em cena um novo código de posturas de Fortaleza, estes tinham por objetivo prever normas disciplinares a população e impor medidas saneadoras, principalmente aos mais pobres, que era vistos como os agentes insalubres da cidade.




Crédito: Artigo 'As atividades de lazer na Fortaleza Belle Époque' de Kamylla Barboza Evaristo



quinta-feira, 20 de maio de 2021

O cassino online tem vantagens reais?

Todos nós sonhamos em ganhar jackpot em um cassino sofisticado, certo?

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terça-feira, 13 de abril de 2021

Fortaleza 295 anos

 

Há 295 anos, em 13 de abril de 1726, Fortaleza era elevada à categoria de vila!

Para o aniversário deste ano, separei alguns pontos históricos e acontecimentos marcantes para homenagear nossa linda cidade. ❤




Observação: Estou um pouco rouca, mas não tinha como não fazer essa singela homenagem para a nossa Fortaleza, espero que entendam!


segunda-feira, 15 de março de 2021

Henriqueta Galeno - Quebrando barreiras através do saber e da literatura

Nascida em Fortaleza, em 1887, a escritora, docente, ensaísta e intelectual Henriqueta Galeno quebrou barreiras ao frequentar espaços que, até então, eram destinados apenas aos homens. Foi ativa nos movimentos culturais, políticos e agremiações literárias da capital. 

Henriqueta é filha de Juvenal Galeno, um dos pioneiros da poesia popular no Brasil

Henriqueta estudou no Colégio Liceu do Ceará e Imaculada Conceição, em uma época em que poucas mulheres frequentavam as escolas, e se formou na Faculdade de Direito, em 1918.

Na trajetória de Uma Literata Feminista, a cearense seguiu caminhos diferentes daqueles trilhados pela maioria das mulheres fortalezenses do seu tempo, ampliando espaços destinados às mulheres e impulsionando reflexões às suas conterrâneas cearenses acerca de seu lugar na sociedade.

A escritora não apenas seguiu por esses caminhos. Por meio da educação, da literatura e do conhecimento, ela incentivou outras mulheres a estarem presentes nos mais diferentes espaços públicos e a participarem das atividades sociais vigentes, além de seguirem na luta pelo direito de escolherem seus próprios destinos. 


Profundamente influenciada pelo pai e movida pela paixão pelo conhecimento e por seus ideais, Henriqueta Galeno fundou, em 1919, o Salão Juvenal Galeno, posteriormente rebatizado de Casa de Juvenal Galeno, espaço de extrema importância para o desenvolvimento da cultura do Ceará
No local, funcionou ainda a Ala Feminina, que reunia escritoras, poetas e ensaístas do período.


Henriqueta (de preto) e a Ala Feminina da 
Casa de Juvenal Galeno

Durante sua trajetória, Henriqueta também se dedicou a produzir ensaios, estudos e artigos que, por sua vez, eram publicados em jornais e revistas da capital cearense. 

Foi membro atuante da Associação Cearense de Imprensa e ocupou a cadeira nº 23 da Academia Cearense de Letras, tendo como patrono ninguém menos que seu próprio pai, Juvenal Galeno

Um dos maiores legados de Henriqueta foi essa bandeira de luta em reconhecimento ao valor da inteligência feminina. 
  



A editora Henriqueta Galeno, criada em sua homenagem, foi outro marco, que estimulava as mulheres, além de escritores, a produzirem suas obras, assim como ela sempre fez questão de fazer.
Henriqueta também prestou um serviço de valor inestimável, que foi abrir as portas da Casa Juvenal Galeno para acolher os intelectuais cearenses, verdadeiro templo cultural.
Henriqueta faleceu em 10 de setembro de 1964. Em sua homenagem, batizaram uma rua do Cocó com seu nome.



Henriqueta Galeno é mais um desses casos de cearenses notáveis que mostraram para o Brasil – e o mundo – aquilo que temos de melhor. 
Sua trajetória é motivo de orgulho. Orgulho este que se estende a todos os artistas e pensadores que brilham, fazem e acontecem. 



segunda-feira, 1 de março de 2021

30 anos da Mega Imóveis


A Mega imóveis completa seus 30 anos de história em 2021, com cinco sedes espalhadas pela capital e uma em Juazeiro do Norte, acompanhando todo o crescimento da região do Cariri, garantindo aos seus clientes uma experiência de muito mais facilidade e praticidade na hora de alugar, investindo, para tanto, nas ferramentas e tecnologias necessárias.

Em meio a maior transformação digital vivenciada nos últimos anos, com um consumidor que busca cada vez mais a facilidade ao contratar serviços. A empresa que é reconhecida com uma das mais tradicionais imobiliárias do Ceará, se destaca no mercado como uma das poucas que consegue garantir uma simplificação do processo de locação.

Mesmo que o setor imobiliário ainda seja famoso pela burocracia absurda que emprega, com a cansativa procura pelo imóvel, o trabalho exaustivo e um tanto humilhante de encontrar um fiador, aliado a perda de tempo em cartórios, a Mega Imóveis afirma que tudo isso agora é coisa do passado.

Segundo o sócio-diretor da empresa, Tarcísio Porto, “a Mega Imóveis resolve todas essas questões. Do atendimento, que pode ser on-line, até a assinatura do contrato, ambos feitos à distância e de forma digital.”

Após compreender as necessidades dos seus inquilinos e proprietários, mesmo preservando a experiência acumulada ao longo dos 30 anos, a empresa resolveu dar início a inovação que o mercado imobiliário cearense almejava.

Esta modernização parte significativamente da disposição de novas formas de garantias e a flexibilização da fiança.

“O cliente tem as opções de alugar um imóvel contratando o seguro fiança como garantia da locação, podendo esse ser totalmente gratuito em determinados casos, ou mediante o uso do cartão de crédito.”

Tais alternativas procedem de forma rápida e eficaz, recebendo o inquilino as chaves do imóvel em menos de 24 horas, sem que o proprietário abra mão da segurança do seu negócio.


Site da empresa: megaimoveis.com


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Série TV Ceará, Canal 2 - Capítulo II - Meu primeiro contato com a TV Ceará, Canal 2

"Quando cheguei a Fortaleza, procedente de minha cidade natal São José dos Campos, em São Paulo, meus pais moraram inicialmente no Bairro de Fátima, perto do Colégio Nossa Senhora das Graças. Pouco tempo depois nos mudamos para a rua Mário Mamede, por trás da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, na Avenida 13 de Maio. Em outro período dos primeiros anos moramos perto da Igreja da Sé, em um edifício de apartamentos frente ao antigo Arcebispado



O passeio para conhecer a televisão do Ceará! 

No ano de 1962, com dez anos de idade, lembro que meus pais me levaram para conhecer a televisão, na Aldeota, em Fortaleza – A TV Ceará, Canal 2, da extinta Rede Tupi de Televisão. Os traços de memória desta época se mantiveram, por serem marcantes. Lembro que estive na entrada da TV Ceará e lá me mostraram uma grande artista local, que estava saindo (era a brilhante cantora Ayla Maria, que mais tarde, quando jovem, eu viria a acompanhá-la inúmeras vezes com o nosso saudoso Conjunto Big Brasa e também outras vezes pessoalmente, com o violão, no Teatro José de Alencar e em outros locais de apresentação. Vale dizer que poucas residências possuíam televisores e que a tecnologia foi se expandindo gradualmente.   


Fiquei encantado com aquele passeio e por ter conhecido a televisão de Fortaleza, lógico que apenas na parte da frente e entrada da emissora, passeio demais interessante para mim.  A entrada já era pela Avenida Antônio Sales. Logo na chegada a visão da torre de transmissão, com 108 metros, muito imponente. Achei o prédio da TV Ceará muito bonito e lembro bem que possuía um jardim e uma bela iluminação. Além disso, ressalto que tive a sorte de ter conhecido uma das principais cantoras do Ceará, a Ayla Maria. 

Em São José dos Campos nós já possuíamos televisão desde 1956, sendo que em 1959, visitei e apareci como figurante em um programa infantil em São Paulo, Capital, convidado pelo meu saudoso tio e xará João Ribeiro da Silva Filho (o Tio João, que futuramente seria o embaixador do Big Brasa em São Paulo, nos ajudando na aquisição de equipamentos). Tio João trabalhava naquela época nos estúdios Vera Cruz. E agora, após tantos anos, estamos rememorando algumas lembranças com todos vocês."

João Ribeiro da Silva Neto 


João Ribeiro da Silva Neto ( o Beiró), Músico instrumentista, de formação acadêmica, Sonoplasta e Produtor Musical, dirigente do Conjunto Musical Big Brasa, de Fortaleza, Ceará. O autor, como escritor, produziu também três livros sobre a Música no Ceará no período da Jovem Guarda, nos quais discorre sobre a Música em sua vida.


Continua... 


Leia AQUI a Parte I


domingo, 17 de janeiro de 2021

Série TV Ceará, Canal 2 - Capítulo I - O tempo passou, mas as lembranças ficaram- Por João Ribeiro

Construção da TV CEARÁ na Aldeota. Na foto, o muro já construído em ritmo acelerado. Jornal Unitário de 1959. 

Emocionante relato de João Ribeiro, fundador do Conjunto musical Big Brasa, sobre a TV Ceará, Canal 2, a pioneira:


Os registros da época sobre a TVCeará Canal 2 são escassos, porque não se tem mais conhecimento de vídeos ou filmes do período, ainda mais por em seu princípio não existia a tecnologia do videotape. Sabedor disso eu, João Ribeiro*, senti a necessidade de compartilhar com todos vocês os momentos e traços de memória de minha vivência nos anos que participei naquela emissora de televisão com o Conjunto Musical Big Brasa. E assim, depois de algum planejamento para organizar as lembranças iniciamos esta série, que compartilho com todos vocês. A fotografia abaixo foi obtida em frente ao prédio da TV Ceará, com os componentes do Conjunto Big Brasa. No pátio onde era erguida a torre de transmissão da emissora, a formação do grupo naquele período: Lucius Maia (contrabaixista), Adalberto Lime (tecladista), João Ribeiro (guitarrista-solo) e Severino Tavares (baterista). 


acervo do Conjunto Musical Big Brasa


Como era o prédio da TV Ceará, você sabe?

Após muitas buscas na Internet na tentativa de conseguir uma planta baixa do prédio, nada encontrei a respeito. Seria necessária uma planta baixa das instalações da TV Ceará para ilustrar os fatos!


Projetei então um simples rascunho da planta baixa do prédio onde funcionou a TV Ceará e a Ceará Rádio Clube, na intenção de fornecer uma ideia bem acentuada de como era o prédio, as instalações, os estúdios, o auditório etc. Esta planta baixa será utilizada em outras publicações, para melhor ilustrar os detalhes. No decorrer desta série procurei relembrar o pessoal que convivemos, nos diversos aspectos e nossas experiências musicais à frente de dois programas da TV Ceará (Show do Mercantil e Studio 2). Aqueles que participaram da televisão certamente vão reviver muitas passagens interessantes, ao passo que os que não conheceram podem ter uma ideia muito precisa de como tudo acontecia na TV Ceará Canal 2.


Da TV Ceará Canal 2 nós ainda temos em acervo fotográfico de nosso Conjunto Big Brasa na torre da televisão, imponente, com seus 108 metros de altura, a qual após o encerramento das atividades da emissora foi desmontada e retirada. Temos conhecimento que a maior parte dos registros da TV Ceará, quando foi extinta, foi perdida, o que é lamentável. Um acervo que poderia ter sido preservado para o bem da cultura cearense. Em quase todos aqueles anos iniciais não havia ainda as gravações em videotape. E quando chegaram as primeiras máquinas de VT as fitas para gravação eram poucas e os programas gravados eram apagados em gravações posteriores. E assim se perdeu quase tudo mesmo, infelizmente. Mas nesta série de artigos muita coisa valiosa para a nossa cultura musical será apresentada, como uma contribuição para as lembranças da TV Ceará, Canal 2.


Planta baixa do prédio da TV Ceará, por João Ribeiro:



Continua...

* João Ribeiro da Silva Neto é servidor público federal aposentado, tendo servido na Área de Inteligência do governo federal como Analista de Informações (Oficial de Inteligência). Atualmente é diretor, analista de fatos e editorialista do Instituto Portal Messejana, entidade de utilidade pública. Formado em Música pela Universidade Estadual do Ceará foi também o fundador do Conjunto Musical Big Brasa, de Fortaleza, no ano de 1967. Escreve também para o Blog do João Ribeiro e mantém presença nas diversas redes sociais com a página do Conjunto Musical Big Brasa. No início de 2020 gravou o Álbum Momentos, com canções de sua autoria, inéditas, muitas compostas há quarenta anos. Essas músicas foram distribuídas pelo Proaudio Studio nas principais mídias musicais, dentre eles o Spotify, Deezer etc. Escreveu também três livros sobre a Música no Ceará no período da Jovem Guarda, nos quais discorre sobre a Música em sua vida e sobre a participação do Conjunto Musical Big Brasa no cenário musical cearense. As publicações foram lançadas respectivamente em 1999 e em 2017, quando o grupo completou cinquenta anos de fundação. 


NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: